Os fabricantes tem muita dificuldade para fazer designs muito inovadores nos segmentos de maior volume, onde precisam agradar a um grande número de consumidores. Se inovarem demais podem passar do ponto e aí acabam agradando apenas a um aparte dos consumidores. O Renault Megane hatch com aquela traseira truncada é um bom exemplo. Alguns arriscam mais e acabam se dando bem, como o Honda Civic no mercado local.
Pouco relacionado com sua utilidade ou funcionalidade, que serão exploradas ao extremo pelos vendedores da marca, o motivo maior para essas portas invertidas é fazer a Meriva se destacar dos concorrentes em pelo menos um argumento de vendas. Ter um argumento de vendas exclusivo, unique selling point/proposition no mundo dos marqueteiros, é fundamental para chamar a atenção para um novo modelo que faz exatamente o mesmo que todos os outros concorrentes.
Seja por conservadorismo dos consumidores, medo dos fabricantes de arriscar ou regulamentações a serem cumpridas, todos os carros dos grandes fabircantes, em um mesmo segmento, são muito parecidos com diferenças sutis em performance, dirigibilidade, conforto e segurança. Ou seja, não há grandes saltos que tornem um modelo super cobiçado. Não existem iPhones no mundo dos automóveis.
E assim a evolução do automóvel caminha a passos pequenos, sem grandes saltos, com fabricantes tateando pouco a pouco novas tendências e inovações que não desafiam muito os conceitos atuais. Tudo com muita cautela.
Outro exemplo de argumento de vendas exclusivo é o vidro dianteiro do novo Citroen C3, já usado em carros de outros segmentos, mas pela primeira vez em carros compactos.
Ao meu ver, nem sempre esses argumentos de vendas exclusivos tem uma grande utilidade, porém atuam muito bem no emocional das pessoas.
Eu acho bem interessante esta iniciativa da Citroën no C3, pois ao que parece e ao contrário do que já se vem usando, este "vidrão" faz parte do projeto, não será um opcional. Já o New Fit da GM, se seguir os passos deste - no sentido de estar mais para um hatch monovolume do que uma minivan - será um grande avanço em ergonomia e dirigibilidade. Interessante que um dos maiores argumentos de venda do C3, a direção elétrica, é justamente o item que mais dá defeito do carro...
ResponderExcluirPelas fotos parece que o Meriva continuará tendo colunas centrais, o que praticamente anula toda funcionalidade das portas suicidas, restando apenas o apelo estético e o argumento de “novidade”. De certo que a eliminação das colunas centrais iria requerer reforços estruturais e alterações no projeto, mas, da forma que está opõem-se o tradicional e o inovador, num conjunto antagônico.
ResponderExcluirA ausência das colunas centrais, como no Mazda RX-8, além de ser esteticamente superior, facilitaria muito o acesso ao interior do carro.
Típico caso que design e engenharia tem de atender pedidos do marketing e vendas...
ResponderExcluirÉ o que chamo de carro "morno". Não emociona, mas não decepciona... nos segmentos de massa é útil pra gerar o volumes de vendas... necessidades da indústria, muitas vezes globalmente...
Hoje em dia todo carro é uma van, é uma bolinha!!! Como que raios vai ter inovação se são tudo umas bolinhas???
ResponderExcluirÉ por isso que eu conservo meu Opalão na garagem, pra falar pro meu filho "olha, gastava gasolina, mas não era uma bolinha!"
Não acho que seja falta de originalidade em novos projetos o que acontece atualmente.
ResponderExcluirDe 1850 até 1970 a evolução do automóvel só foi suplantada, e auxiliada pouco depois, pela evolução eletrônica.
Chega uma hora em que simplesmente não existe muito o que fazer com baixo custo, o que os "gênios" conseguiam antigamente. A Mercedes recheou seus Classe S com tecnologia embarcada e teve de recuar pouco depois devido a defeitos e reclamações de seus conservadores clientes. Lembram do Ford Edsel?? Tá fazendo o mesmo com o Classe E. A BMW passou pelo mesmo com o Chris Bangle. O Renault Megane Hatch era uma abominação visual, provavelmente como foi o Chrysler Airflow em seu tempo!!
Hoje os campos de inovação são testados, retestados e precisam passar pelos departamentos de custos, marketing, segurança...
Atualmente, acho, que o melhor campo de desenvolvimento do automóvel é o de materiais e combustíveis. Materiais mais resistentes, leves e baratos e combustíveis alternativos ao petróleo. Desenvolvimentos caros e morososos...
A nova Meriva pode vir até com V8 big block que nunca irá me causar alguma simpatia... Se já não gosto de vans, minivans então, nem pensar!
ResponderExcluirAproveitando a deixa do Rodrigo Laranjo:
ResponderExcluirÉ por isso que guardo meus Fuscas 68 e 95, juntamente com a minha Kombi 74. São bolinhas e "Pão de Forma", mas são os originais!!!!
É complicado demais, Paulo... eu sou designer, a gente tenta, mas qualquer coisa mais criativa 'não passa', não sai do papel... :P
ResponderExcluirMarv,
ResponderExcluirEsse "não passa" é frustrante. A massa acaba nivelando tudo por baixo.
Não desista de tentar!
PK
Desistir, jamais...
ResponderExcluirum dia eu consigo emplacar um desenho meu :-)