End eletrônico:edita@rnasser.com.br Fax: (61) 3225-5511 Coluna 2213 29.maio.2013
Começar
de novo. Os motores com três cilindros
Quarenta e cinco anos e muitos meses após
findar a produção dos motores 1,0 com três cilindros, a Volkswagen volta a
fazê-los. Os de boa memória e os versados em indústria automobilística nacional
lembrar-se-ão dos engenhos de origem DKW aqui lançados pela Vemag, assumida e
fechada pela Volkswagen. Mas a semelhança aí se encerra. Os pioneiros,
resistentes, simples, operavam no ciclo de dois tempos. Os atuais, em 4T,
apesar da mesma cilindrada, tem 4 válvulas por cilindro – os anteriores as
dispensavam –, injeção direta de combustível, e produzem aproximados 80 cv. Os
outros, em torno de 60 cv. Em torque, respectivos 8,5 e 9,6 kgfm – tremendo
ganho.
Novo
ciclo
No atual ciclo da indústria
automobilística, quando os advogados das ONG e das áreas de governo ligadas à
ecologia e ao planejamento definem regras para consumo e emissões dos
combustíveis, obrigam a engenharia interpretá-las e dar solução. Motor de três
cilindros é a resposta física às normas legais.
A VW iniciou fazê-los em sua fábrica em
São Carlos, SP, em projeto de ascensão institucional, e para tracionar seu
produto de começar de novo, o Up! Mas os 3 cilindros estão no mercado há algum
tempo: o Kia Picanto e sua releitura, o Hyundai HB20 os utilizam tais
deslocando 1 litro.
A demarragem vwana é no Fox. Tem porte adequado, veste-o bem, dá-lhe empurrão e
sobrevida. No Up! ao final do ano.
No
geral
VW
larga na frente – com seguidores. Ford
testa-os para produzir a curto prazo. Em longo, franceses PSA Peugeot
Citroën, e Renault, revisaram os atuais para delongar sua vida útil.
Fiat, no extremo, com dois cilindros.
Não é restrita ao Mercosul. Nos EUA, GM
aplica US$ 332M para novos 3 e 4 cilindros, base da nova família Ecotec – e
diz, para o mítico e luxuoso Cadillac; Ford o produz com EcoBoost – nos EUA é o turbo – e o aplica ao Fiesta
e tenta no Focus. Mercedes negocia acordo de cooperação com a Ford: recebe a
tecnologia do motor 3-cilindros, em troca da aplicada em seus motores da Classe
E, da combustão estratificada, redutora de
consumo.
Desenvolve motor para o Smart no acordo
com Renault e Nissan. Na prática estas marcas te-lo-ão operacionais a curto
prazo. Será uma ONU – ou uma babel –
mecânica, coisa à altura do Roberto Azevêdo nosso respeitado embaixador na OMC:
alemães da Daimler, franceses da Renault, japoneses Nissan, estadunidenses
Ford, falando alguma língua estabelecida como comum e todas as perdas de
tradução – que sorte não haver chineses nesta mesa...
Dentre os alemães, Audi o desenvolve a
partir do VW; BMW o tem, ampliado a 1.500 cm³, e já aplicado ao Serie 1.
Parece curioso tal tecnologia não ter sido
adotada antes, pois a japonesa Subaru a empregava no seu modelo Justy –
construído no Canadá como Geo –, mas era vista, naqueles dias de petróleo a 1
dólar o galão – 3,785 litro –, como coisa de motocicleta movendo automóveis. Hoje,
a US$ 4, reduções de consumo são bem-vindas.
Por pensar mecanicamente pode-se alegar
serem ásperos, terem som esquisito pela ausência de uma explosão no ciclo,
vibrar por não haver explosões harmônicas nos cilindros das extremidades. Mas a
tecnologia é dominada. Suzuki tinha-a nas motos com 2 e 4 tempos, Honda
aplicou-a no híbrido Insight em 1999, e a inglesa de motos Triumph em vários
modelos.
Eixos contra-rotantes para anular as
vibrações ou o sistema da Ford que desbalanceia finamente o volante-motor,
tecnologia existe e o rendimento melhora com multiválvulas, aberturas
variáveis, injeção direta, turbo. Eventuais deficiências, mascaradas por
transmissões de democratizadas 8-marchas. Diz a Ford sacar iniciais 123 cv de
seu 1,0, assim como a BMW fazer o três-cilindros 1.500, biturbo – grosso modo,
a metade do motor 3,0 seis-cilindros – preste
atenção no motor BMW porque ele tracionará o ainda não caracterizado modelo de
BMW ou Mini a ser produzido em Santa Catarina. Trocou a liga de nikasil do
bloco por alumínio em bloco, cabeçote e cárter.
A engenharia alemã da BMW troca em miúdos:
os motores são mais leves, mais curtos, gastam e emitem menos. E, dado
interessante: pico da eficiência atual é deslocar 500 cm³, gerando entre 47 e
64 cv por cilindro – ou 94 a 128 cv/litro. E o motor pode se expandir em
unidades – 1,2,3,4, 6, e emendá-los pelo cárter, fazendo V-8, V-12, V-16...
cilindros.
Futuro
Outra curiosidade tecnológica iluminando o
caminho do futuro é a enorme aplicação de componentes comuns e similares para
gasolina e diesel, na Europa equilibrados numericamente na aplicação em
automóveis. Hoje separados na linha de produção de motores.
O caminho está aberto em nome da redução
do atrito de peças móveis, do movimentar menor número de componentes, por
redução de peso.
Nesta direção, tenho a mais clara das
certezas, o próximo passo será revitalizar o uso dos motores dois-tempos, em
nome de todas e tais vantagens. Afinal, num comparativo, como diziam os anúncios
da Vemag, o 1,0 em ciclo 2T possui apenas 7 peças móveis. Em 4T, quase dez
vezes mais. O motor 4T é um desperdício produzindo energia a cada giro de 720
graus. O 2T, pela metade.
A Audi deve estar procurando nas gavetas
os desenhos antigos da DKW, sua parceira na Auto Union... (RN)
Já imaginou? Cadillac com motor de três cilindros? |
Passado e futuro, o 1,0 três-cilindros, No caso, o Auto Union/DKW-Vemag |
Alan Mulally, presidente executivo da Ford, beija o motor 1,0, três-cilindros, EcoBoost |
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Roda-a-Roda
Meio termo – Mercedes
iniciou distribuir o novo
GLK 220, intermediário entre automóveis e a linha de utilitários
esportivos ML.
Motor diesel, 2,2, 170 cv e uns 40 kgfm de torque, caixa automática com
sete marchas, tração nas quatro rodas e ótimo pacote de segurança.
E? – É pouco vendido. Teria melhores
números se a suspensão fosse elevada a limite máximo de conforto para senhoras
entrar e sair, dando-lhe a cara agressiva sugeridas pelas linhas. Mais alto,
mais porte e mais jeito de Macho-Man
buscados em SUVs e picapes grandes. Versão simples, CDI, R$ 170 mil. De topo, CDI
Sport, R$ 200 mil.
Mercedes GLK. Diesel, com tecnologia, falta altura para se impor |
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Jogo duro – Antigüidade não é posto. Após 91 anos na Austrália, a Ford parará fazer
automóveis em 2016. No mercado, ¼ do tamanho do brasileiro, perdeu 451M euros
nos últimos seis anos.
Curiosidade – Antes, lançará o Falcon modelo
2014, tentará recolocar os 1.200 funcionários da empresa, e as 200 revendas
terão apenas importados Explorer, Taurus e Mustang. Diz, fazer carros na
Austrália é inexplicavelmente caro: 2x o custo europeu e 4x o asiático. Capital
não tem pátria.
Método – No
Brasil, o programa Inova-Auto troca impostos e barreiras por produção
nacional. Na Argentina governo notifica todas as fabricantes e
produtoras de autopeças a aumentar nacionalização dos veículos.
Por pensar – Já que vamos trazer médicos de Cuba, porque não trazer políticos da Suécia? Sugestão na Internet.
Por pensar – Já que vamos trazer médicos de Cuba, porque não trazer políticos da Suécia? Sugestão na Internet.
Conseqüência – Dentre tantas manifestações
opostas à vinda de médicos cubanos, curiosamente o sindicato dos tradutores não
se manifestou. Afinal, para cada médico que não fala português, será necessário
um intérprete.
Moda – Mania paulistana, todas as
marcas com pretensões a atingir público que se entende com poder aquisitivo,
instalam base em Campos do Jordão. Trato, test-drives
e negócios com ritmo de lazer. Neste ano a Suzuki para lá levará seu Jimny.
Nada de frescuras sociais, mas oportunidade de descobrir inimaginadas
capacidades do jipinho em trilha exclusiva. Até 28 de julho.
Tudo junto – A Honda erigirá prédio
horizontal em Sumaré, 120 km de São Paulo, onde tem fábrica de automóveis. Quer a
empresa junta, exceto banco, consórcio, financeira, e geradores – são
importados. Nova gestão quer crescer.
Publicidade – Entre as
dezenas de marcas de automóveis operando no país, a Fiat marcou o chão de sua
liderança. Faz oportuna e simpática campanha convidando a população ao óbvio:
acompanhar nas ruas as Copas das Confederações e do Mundo.
...
II
– Revenda das motocicletas Triumph em Brasília, a British começou bem. Anúncios
em jornal, bem humorados, enfatizando a britanicidade das máquinas.
Serviço
– Outra
edição do bom trabalho jornalístico feito pela revista Autoesporte: Qual Comprar, junho, analisa 211
modelos de automóveis, nacionais e importados, até R$ 250 mil. Um facilitador.
Xing
Ling – Na China, a Jianling Motors Corporation, dos utilitários e caminhões JMC,
e sua sócia minoritária Ford farão fábrica de motores Diesel.
Mudança
– Pesquisa
da agencia J.D. Power e da revista
inglesa What Car no Reino Unido, deu
Jaguar como a melhor marca, e o modelo XF o mais elogiado entre modelos
executivos. Land Rover, por sua evolução, rotulada “Star Brand”, marca estelar, entre as 10 melhores do mundo.
Surpresa – Durante o tempo
de marcas independentes e após, com os amazônicos investimentos feitos pela
Ford, tais resultados não foram obtidos, apenas pelos indianos da Tata, atuais
proprietários.
Direcionado – Para relevantes
produtores de utilitários esportivos, a japonesa Yokohama desenvolveu pneu
especial, o Geolandar SUV. Garante rolar silencioso e aderência excepcional,
especialmente em pisos molhados.
Todos - Original em
Chrysler, Mercedes, Mitsubishi, Subaru, Toyota e para reposição em Cherokee,
Honda CR-V, Tucson I e II – no Brasil se chama i35 – Renault Duster, VW Tiguan,
Audi Q5, Volvo XC60 ... A partir de R$ 680 – cada. Tipo panacéia universal,
promete durar mais, gastar menos e usar componente ecológico, o D Limoneno, no rés do chão dito Óleo de Laranja ...
Gente – Abelardo Pinto, novo diretor comercial da
Peugeot. OOOO Poucos tão bem
conhecem indústria e comércio como ele, ex-Ford, ex-Renault, ex-Nissan. OOOO
Mariozinho Leão, 81, usineiro e
antigomobilista, operacional. OOOO Leve
pane no distribuidor, já refeito e drenado. OOOO Tropeço não impedirá ir a Pebble Beach, agosto. OOOO
Hector Trabucco, engenheiro, mba,
argentino, quase topo. OOOO Ex
gerente geral América Latina da Gilbarco Veeder-Root, é novo DG incluindo o
Brasil. Do ramo. OOOO Segundo o CEO
global, Trabucco é o cara. OOOO
Sobrenome destes, convenhamos, até patrão respeita... OOOO Felipe Nasr, piloto ascendente, embaixador. OOOO Nomeado pela fabricante de relógios Tag
Heuer, co patrocinadora da equipe Vodafone Mc Laren Mercedes. OOOO Nasr é nossa esperança de
continuidade – e vitórias – na Fórmula 1. OOOO
Fabio Steinbruch, um príncipe no antigomobilismo brasileiro, Descoberta da
Matzeiva, cerimônia judaica para assinalar seis meses do passamento. OOOO Dia 02/06, 10h30, Cemitério do Butantã, SP. OOOO
Corridas no Brasil, Fiat ganha a primeira e tem dúvida na segunda
Próximo mês, no 26, comemorar-se-ão 105 anos da primeira corrida de automóveis no Brasil, o Circuito de Itapecirica. Largada e chegada no Parque Antártica – hoje o estádio do Palmeiras. Paralelepípedos e terra em 75 km. Foi vencido pelo Conde Sylvio Álvares Penteado, com Fiat 40 hp – um automóvel de turismo com remoção do banco traseiro, para lamas, latas em geral. Com o automóvel, aplaudido por 10 mil pessoas, registrou o jornal Estado de S. Paulo, Penteado fez o menor tempo entre os 16 concorrentes: 1h30m – uns 50 km/h.
Um pico de desenvolvimento industrial e automobilístico
provocou a segunda corrida. Seria no Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro, mas o
prefeito vetou-a. O então Estado do Rio bancou a ideia, e criou circuito até a
então distante São Gonçalo, hoje ligada à então Nictheroy.
Inscreveram-se 16 genuínos sportmen, como ditos pela imprensa da época, incluindo um jornal
francês, aptos a demonstrar conceito hoje despercebido: o automóvel como
ferramenta de fácil domínio para ligar lugares e gentes. Para os 72 quilômetros
de ida e volta a largada foi dada com intervalos de 3’.
Pouco mais de uma hora, toques de corneta avisavam
da chegada do primeiro, o dr Borges Junior com um Fiat branco, liderando enorme
nuvem de poeira. Tido e havido como vencedor até que o piloto do segundo
veículo a chegar, o Dr Gastão Ferreira de Almeida, com Berliet 60 HP perguntou
seu tempo, informado ter sido menor que o do Fiat.
Sim ou Não? A dúvida perdura até hoje, pois o Automóvel Club,
organizador, não exibiu os dados de cronometragem, valendo os marcados pelos
jornalistas do Correio da Manhã.
A coluna "De Carro Por Aí" é de total responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.
Com Fiat, Conde Penteado vence a primeira corrida no Brasil |
A coluna "De Carro Por Aí" é de total responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.
1-Eu até topava que os médicos cubanos viessem, se em troca fosse mandada para Cuba (de uma vez por todas, já que vivem indo para lá em grandes comitivas e com tudo pago pelo meu bolso de contribuinte) toda a "cumpanheirada" que (des)governa este país.
ResponderExcluir2-Oportuna e simpática campanha da Fiat? Pois eu antipatizo com toda e qualquer empresa que esteja aliando seu nome à realização desses circos futebolísticos no Brasil, e pelos quais a nação estará pagando um preço caríssimo em dinheiro, e em consequências nefastas. Aquela campanha da cerveja Brahma então (imagina a festa), é nojenta.
Concordo com você nas preposições 1 e 2 Mr. Car.
ExcluirSó acrescentaria que na 1, assim faria apenas se nosso produto de exportação pudesse ser enviado dentro de sacos pretos, aqueles de lixo mesmo.
Eu acho engraçado essa mania de falar cumpanheiro, se todos os políticos que estão lá são um lixo. Todos merecem ir pra algum lugar nos saco de lixo, o quanto antes. Mas parece que o Mr. Car tem um preferência mais direitista ou dos que ficam em cima do muro, mesmo.
ExcluirNasser, é por isso que sempre adorei sua coluna. Que densidade!
ResponderExcluirMuito interessante a solução da Ford para o motor de 3 cilindros: balanceamento através de "desbalanceamento" do volante. Só você para dar essa informação.
Abraço
O importante é alcançar melhor desempenho na relação potência/consumo. Se isso é possível motores menores, melhor ainda, por que não? Basta ver onde estamos chegando nos computadores, smartphones e tablets (não tem palavras em português para essas coisas?), pesando gramas e cabendo no bolso/bolsa, hoje tem melhor desempenho do que muitos desktops de anos atrás...
ResponderExcluirPalavras em português: esmartefones e tabletes. heheh
ExcluirHá quem chame esses aparelhos de "espertofones", hehehe.
ExcluirEu chamo de telefone celular
ExcluirCoitados dos suecos se essa ideia dos políticos fosse posta em prática. Seria o pior lugar para eles fazerem estágio. Quando voltassem para lá seria o fim da Suécia.
ResponderExcluirSó eu fiquei MUITO chateado com o final próximo da Ford australiana?
ResponderExcluirFord Falcon definitivamente é o melhor carro que a Ford já fez, anos-luz a frente do Mustang e quaisquer carros de porte similar. Briga de igual para igual com o Omega.
Para os australianos, perder o Falcon e receber o Mustang como substituto, é um retrocesso inominável e inconcebível. Certamente haverá migração em massa para o Omega, que por sinal continua com V8 6.0 disponível.
Eu também fiquei muito triste com tal notícia. Não digo que o Ford Falcon é o melhor automóvel já feito pela montadora, mas é um excelente carro, que faria sucesso diversos lugares do mundo (tendo tração traseira, inclusive. Atualmente, isto é um diferencial muito interessante para um automóvel). Além disso, fico chateado por um motivo pessoal: o Ford Falcon XB foi o principal protagonista da trilogia "Mad Max", que marcou minha infância.
ExcluirO pior é que eles não vão receber o Mustang, vão receber o Taurus que é mais pesado e tem tração dianteira ou integral part time. Outra grande perda será a morte do 6 cilindros em linha usado pelo Falcon, um dos últimos 6 em linha fabricados atualmente
Excluireu tb fiquei muito chateado com a saída da ford do mercado autraliano, nunca tive um ford mas já dirigi vários e realmente são carros para quem gosta de dirigir.
Excluiruma pena..
O Observador
O que poderiamos fazer para a Ford trazer este motor de 3 cilindros aqui para o Brasil???
ResponderExcluirVc pode ir na casa do presidente da Ford e pedir de joelhos.
Excluir