Por que será que analisando-se máquinas tão lógicas e perfeitamente mensuráveis como automóveis se usa tão pouca objetividade e tanta emoção?
Porque coisas cuja função e eficiência podem ser comparadas nunca são avaliadas desta forma? Quantas vezes não esquecemos o que é ótimo pelo que é totalmente imperfeito e cheio de falhas, mas soberbamente emocionante, alegre, ou mesmo cativante?
Não há como não ver o quão impressionante é a capacidade dos japoneses de criar automóveis. Mas vemos ainda hoje um desprezo quase que total pelas suas criações nos meios entusiastas. Há motivos claros para isso, a principal é sem dúvida o fato de que os carros criados no oriente tendem a ser extremamente enfadonhos, como qualquer coisa que é exageradamente sem fobias ou vícios. Ou mesmo politicamente correto, coisa em que os japoneses são mestres. E todos devemos concordar que politicamente correto é muuuuuito chato.
Mas fico chateado pelo fato de que a maioria de nós ignora tudo que vem de lá, e tenha tanto preconceito de nossos amigos nipônicos. Existe muita coisa interessante também, empresas com personalidades diferentes, e grandes carros construídos com muita garra e trabalho duro.
Mas vejo isto mudando; Subarus têm uma legião de seguidores no Brasil, e mesmo o turrão MAO já se deixou seduzir por uma certa barca nipônica azul que, eu juro, é completamente demente, porque acha que é um Ferrari.
Mas a ignorância e preconceito ainda é norma quando se fala de carros japoneses. Vejam por exemplo o famosíssimo Nissan Skyline GT-R: apesar de muito conhecido, poucos conhecem sua história fora dos videogames. E quando conhecem, tendem a começá-la pelo R32 de 1989. Alguns poucos sabem dos que houveram na década de 60, mas poucos lembram que o GT-R nasceu em outra empresa.
Na verdade, o Nissan Skyline nasceu Prince Skyline. A Prince Motor Company era, nos anos 50 e 60, uma empresa conhecida no Japão por produzir caros carros de luxo para o padrão do país. Tudo bem que em 1957, tal coisa significava isto aqui:
O primeiro Skyline, acima, era propelido por um 4-cil de apenas 1.500 cm³, mas já era um propulsor moderno de 60 cv e sua suspensão traseira era uma sofisticada ponte De Dion. Logo, a Prince cria um belíssimo cupê Skyline, encomendado ao Studio Michelotti, italiano. Este carro lançado em 1960, que recebia um motor maior de 1.900 cm³ e 96 cv, pode ser considerado o percussor dos GT-R modernos. Raríssimo, apenas algumas centenas foram produzidos. Aqui pode ser visto na Villa D’Este, em nobre companhia.Porque coisas cuja função e eficiência podem ser comparadas nunca são avaliadas desta forma? Quantas vezes não esquecemos o que é ótimo pelo que é totalmente imperfeito e cheio de falhas, mas soberbamente emocionante, alegre, ou mesmo cativante?
Não há como não ver o quão impressionante é a capacidade dos japoneses de criar automóveis. Mas vemos ainda hoje um desprezo quase que total pelas suas criações nos meios entusiastas. Há motivos claros para isso, a principal é sem dúvida o fato de que os carros criados no oriente tendem a ser extremamente enfadonhos, como qualquer coisa que é exageradamente sem fobias ou vícios. Ou mesmo politicamente correto, coisa em que os japoneses são mestres. E todos devemos concordar que politicamente correto é muuuuuito chato.
Mas fico chateado pelo fato de que a maioria de nós ignora tudo que vem de lá, e tenha tanto preconceito de nossos amigos nipônicos. Existe muita coisa interessante também, empresas com personalidades diferentes, e grandes carros construídos com muita garra e trabalho duro.
Mas vejo isto mudando; Subarus têm uma legião de seguidores no Brasil, e mesmo o turrão MAO já se deixou seduzir por uma certa barca nipônica azul que, eu juro, é completamente demente, porque acha que é um Ferrari.
Mas a ignorância e preconceito ainda é norma quando se fala de carros japoneses. Vejam por exemplo o famosíssimo Nissan Skyline GT-R: apesar de muito conhecido, poucos conhecem sua história fora dos videogames. E quando conhecem, tendem a começá-la pelo R32 de 1989. Alguns poucos sabem dos que houveram na década de 60, mas poucos lembram que o GT-R nasceu em outra empresa.
Na verdade, o Nissan Skyline nasceu Prince Skyline. A Prince Motor Company era, nos anos 50 e 60, uma empresa conhecida no Japão por produzir caros carros de luxo para o padrão do país. Tudo bem que em 1957, tal coisa significava isto aqui:
A segunda geração do Skyline veio em 1963:
Aparecia uma versão esportiva, o 2000GT, com um pequeno seis-em-linha de 125 cv. Em 1966, veio a fusão com a Nissan. Mas uma nova geração de Skylines já estava em desenvolvimento no centro de engenharia da Prince em Opama (um subúrbio de Tóquio), e uma versão deste novo carro estava destinada a fazer história.
A Nissan, apesar de descontinuar a marca Prince, manteve sua organização de engenharia e marketing intacta, cuidando dos carros da marca, agora todos chamados de Datsun.
Em 1968 era lançado o Nissan Skyline de nova geração, code name C10. O seis-cilindros do 2000GT anterior era opcional no novo carro, e era lançado o GT-R com o mesmo motor equipado com duplo comando de válvulas e três carburadores duplos. Era na verdade uma homologação especial para as populares corridas de sedãs 2-litros de “produção” no seu país. Veio a se tornar o maior vencedor da história na categoria, e virou uma lenda instantânea.
O famoso piloto Kunimitsu Takahashi é creditado por ter criado o “esporte” de drifting com seu GT-R no início dos anos 70, o que apenas aumenta a lenda ao redor do GT-R original.
Entre 1972 e 73 é produzida a segunda geração do GT-R, sua curta vida fruto da crise do petróleo:
Outro GT-R só apareceria em 1989, e daí para frente vocês sabem o que acontece. Fama e mitos espalhados pelo globo.
Muitos historiadores creditam toda veia esportiva e de sofisticação mecânica da Nissan à marca Prince. Suas instalações e funcionários foram mantidos por muito tempo, nos mesmos lugares, fazendo Skylines como sempre. Alguns até creditam o 240Z a este time, supondo que Z viesse de Zero, o caça da Segunda Guerra que era produzido pela mesma empresa que no pós-guerra resolveu fazer automóveis com a marca Prince.
Eu sigo aqui cada vez mais cativado pelo meu velho Nissan, talvez pelo fato de que ele é tudo menos perfeito. E gosto de pensar que quando acelero e ele grita como um Ferrari, um pouco do espírito do magnífico GT-R atual está nele, bem como o espírito de uma quase esquecida empresa com nome de príncipe.
MAO
Por que os antigos japoneses tinhas os retrovisores nos para-lamas? A visibilidade traseira através deles era boa, mesmo tão distantes do motorista?
ResponderExcluirMAO
ResponderExcluirEu sou fã incondicional dos Skyline “Hakosuka”, homenageado por mim neste post:
http://felipebitu.wordpress.com/2009/03/21/skyline-hakosuka/
FB
Ótima história, infelizemente as pessoas ainda alimentam certo desprezo pelos produtos - carros - japoneses pelos motivos explicados no post. Mas eles podem fazer muita coisa movida a paixão; é mais ou menos como a convivência entre a cultura antiga e a moderna dos japoneses, a retidão de caráter e o controle dos samurais, a economia nos gestos e os modos reverenciais em contra ponto ao desenhos ultra coloridos, as expressões exageradas dos mangás e programas de televisão...a explosão de emoções vistas pelos olhos sempre desenhados em incríveis proporções(desenhos ultra populares). É um caldeirão, e dessa sopa de civilização, poderemos esperar sempre carros inesperadamente bons, eficazes e também emotivos...talvez não ainda como a antiga escola do velho continente, mas algo parecido baseado mais na técnica do que na tradição das marcas.
ResponderExcluiros japoneses quase sempre fazem coisas de ótima qualidade,
ResponderExcluiro Nissan ao qual se refere é o Sentra?
Quem projetou e construiu boa parte dos A6M Zero japoneses foi a Mitsubishi. A nãos e que outra empresa que o produziu sob licença, como a Nakajima, tema virado fabricante com a marca Prince.
ResponderExcluirA segunda geração é o Ken-Mary(um casal que aparecia nos comerciais e ficou famoso).
ResponderExcluirBom lembrar que o S54 recebeu mais 8polegadas na dianteira para que o 6Cilindros coubesse.
Esse 2 litros com tripla é muito legal. Já vi vídeos ele que chega a arrepiar. E tem o forum Hybrid Z que é muito legal! Vale a pena dar uma bela fuçada lá!!
ResponderExcluirMoro no Japao e tenho bastante contato com os Nissan.Sao carros muito confortaveis.Porem,os pequenos chegam a ser chochos com motor fraco,mas nao deixam de ser confortaveis.Os luxuosos sao comparaveis aos importados alemaes,com muitos equipamentos e design muito bonito.Mas os esportivos sao um capitulo a parte na gama de produtos Nissan sendo os mais utilizados no Drift.Quanto aos espelhos, era exigencia da lei de transito japonesa que ja nao existe mais.Entretanto, a pedido do cliente,pode-se pedir os espelhos no capo ate hoje.Ja dirigi um carro assim e nao gostei.
ResponderExcluirUma pena que hoje em dia a Nissan descaradamente fica querendo copiar a Porsche.
ResponderExcluirVide isto:
http://www2.uol.com.br/bestcars/un13/306-nissan-370z-yellow.htm