google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 O LADA SAMARA QUE TIVE - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

O LADA SAMARA QUE TIVE

Foto: bestsellincarsblog.com


Parece incrível que depois do post do MAO de ontem sobre os BMW Alpina, o de hoje seja sobre um carro russo de um segmento totalmente diferente. Mas é que um leitor pediu, após o post sobre os meus três Fuscas, e como sempre, dentro do possível, gosto de atender tais pedidos.

Sim, o leitor pediu que eu falasse do Lada Samara que tive, mas é bom explicar por que tive um, para a história ter sentido.

Muitos devem se lembrar que tivemos uma grande operação Lada no Brasil em 1990, parte do processo de reabertura das importações ocorrida no governo Collor. A fabricante, a VAZ (sigla de Fábrica de Automóveis do Volga, Volshskij Automobilnyj Zavod), estatal russa formada em 1966 com tecnologia Fiat, já tinha presença na Europa Oriental e alguma coisa na região do Caribe, onde havia um grande importador e distribuidor da marca no Panamá. Juntaram-se os interesses dos russos com a do distribuidor e se estabeleceu uma grande operação de importação para o Brasil. Curiosamente, a Renault detém 25% do capital da Lada desde 2008.

Estilo tem "assinatura" de Giorgetto Giugiaro
A isso se juntou o momento do fim da União das Repúblicas Soviéticas Socialistas, a famosa sigla URSS, em 1990, encabeçada por Mikhail Gorbachev, que deu novos ares e novo sentido ao país até então separado do mundo pela Cortina de Ferro. Pairava no ar um quê de liberdade e de novidade. 

Foi montada em Barueri, na Grande São Paulo, às margens da rodovia Presidente Castello Branco, um gigantesco centro de operações, coisa de grande fabricante de automóveis, com uma linha de inspeção pré-entrega que mais parecia uma linha de montagem e enorme pátio de carros novos. A visão daquilo impressionava qualquer um.

Na época eu era editor técnico da Oficina Mecânica e tive um convite irrecusável, em termos financeiros, para trabalhar na Lada do Brasil como assistente de diretoria e passei para "o outro lado do balcão", como se diz. Foi assim que, fiel ao meu princípio de ter carro da marca da fábrica onde trabalho, no caso importador, comprei um Samara L quatro-portas para uso da família, entrou no lugar do Santana CG 1986 que eu havia comprado ao deixar a Volkswagen no final de 1988.

Interior bem da época

Ainda na revisão pré-entrega pedi que colocassem o único opcional então, os vidros esverdeados. O carro era vermelho com forração cinza, visualmente muito atraente. Como também me atraiu o fato de ser desenho Giugiaro e o carro ter passado pelas mãos da Porsche no desenvolvimento, de ter rodado muito em Weissach, o complexo de pesquisa e desenvolvimento e campo de provas da marca de Stuttgart/Zuffenhausen.

Eram da marca o Samara, de duas e quatro portas, o Laika, inclusive em versão perua, e o utilitário Niva. Coisa dos tempos da Volkswagen, em a linha se resumia no sedã, Kombi e Karmann-Ghia.

Dentro das benesses a que estávamos acostumados, faltava ao Samara dois itens essenciais já àquela altura, a assistência de direção e ar-condicionado. No resto, era um Volkswagen de família Passat – o primeiro, o B1 – em inúmeros aspectos, exceto pelo motor transversal e pela ausência de conta-giros.

Logotipo da VAZ, barco no Rio Volga
O motor era de 1.499 cm³ (82 x 71 mm), comando no cabeçote acionado por correia dentada, 72 cv a 5.500 rpm e 12 m·kgf a 3.400 rpm, 9,9:1 de taxa. Nada excepcional, portanto. A velocidade máxima, 156 km/h e 0-100 km/h, em 14 segundos. A suspensão dianteira McPherson era totalmente ajustável em câmber, cáster e convergência, e a traseira era por eixo de torção. Freios, duplo circuito em diagonal, disco ventilado e tambor frente/traseira, sendo os tambores de alumínio (e aletados!), e as rodas eram de aço fixadas por quatro parafusos (4 x100) com pneus 175/70R13S.

Tinha bom espaço interno, inclusive no banco traseiro e um razoável porta-malas para um hatchback, 328 litros. O comprimento era de 4.006 mm com entreeixos de 2.461 mm, com 1.621 mm de largura por 1.379 mm de altura – baixo, como gosto.

O câmbio era 4+E, com v/1000 em 5ª de 34,2 km/h, portanto 120 km/h a 3.500 rpm, e 5.500 rpm à velocidade máxima em 4ª. O trambulador era muito interessante: passar de 2ª para 3ª era rigorosamente movimento reto em frente, sem precisar procurar o canal 3ª-4ª, uma repetição do que havia no Fiat 147 – herança genética? E não havia trava externa para a ré sob a 5ª, qualidade que aprecio (trava na alavanca, só para liberar canal, como nas ré "perna de cachorro").

O tanque de gasolina era de 43 litros e antes do eixo traseiro, o que dava razoável autonomia, pois era econômico, 9,5~10 km com 1 litro na cidade e 12~13, na estrada, às vezes um pouco mais.

Não tinha problemas de qualidade, exceto em alguns detalhes, como o bate-pé de costura térmica ter-se soltado, tendo sido necessário colá-lo. O pedal de embreagem era sem batente de repouso, não sendo por isso necessário ajustar folga. O livreto de manutenção, que tenho guardado, indicava revisões e troca do óleo do motor a cada 15.000 km. Mas o carro não foi bem no teste de longa duração de Quatro Rodas.

A revista Quatro Rodas reprovou o Samara no teste de longa duração
O rodar era tipicamente Volkswagen Gol. A direção, de raio rolagem negativo, era bem dosada quanto a esforço e rapidez, ajudada pelo peso do carro de 940 kg. Era bom e preciso de curva, sem nenhum problema de estabilidade direcional. O motor era bastante suave, seu ponto alto.

Mas minha fase de Lada durou pouco, seis meses. As vendas não iam bem e houve redução de pessoal, no no que fui dispensado no final de 1991 e voltei para a Oficina Mecânica. Como não me interessasse continuar com o Samara, vendi-o, comprando o Passat LSE que mencionei no post dos três Fuscas.

Fora o livreto de manutenção, fiquei com outro item que veio com o Samara, que vinha também no Laika e no Niva: uma bomba de encher pneu, das antigas, de segurá-la na vertical pelas duas abas na base. Usei-a muito para encher as bolas de futebol do meu filho e depois as bicicletas deles. Tenho-a até hoje.

BS

83 comentários :

  1. "... fiquei com outro item que veio com o Samara, que vinha também no Laika e no Niva: uma bomba de encher pneu, das antigas, de segurá-la na vertical pelas duas abas na base. Usei-a muito para encher as bolas de futebol do meu filho e depois as bicicletas deles. Tenho-a até hoje..."


    Flávio Gomes te procurará após ler essa parte.

    Michael Schumacher

    ResponderExcluir
  2. Você não dispensa uns bons vidros verdes, não é, Bob?
    Também sou bastante atraido por este detalhe.
    Quanto ao carro em comento, lembro-me de ter lido certa vez em uma publicação sobre os últimos respiros da Lada por aqui, em que a associação dos revendedores, se não me engano então denominada AbraLada, lamentava as baixas vendas daquele mês: Eram apenas 24 unidades vendidas nas 24 revendas Lada existentes a nível nacional.
    Outro aspecto curioso a ser notado é o preço que estes carros têm hoje, em especial o Laika, que mesmo em estado razoável (para a idade do carro, por certo)não costuma atingir valor maior do que R$ 4.000,00 ou R$ 5.000,00 reais. Talvez, junto do 1800/Polara, sejam os últimos carros a manter-se em patamar de preço irrisório no nosso mercado.
    Fico imaginando se seria cara a manutenção destes carros hoje (mecânica na integralidade Fiat? Peças existentes e intercambiáveis com o que temos em nosso mercado de reposição?). Lembrando que apesar de tudo é um carrinho de tração traseira e leve, coisa rara em nosso solo, e talvez merecesse olhos mais atentos.
    Cito, apenas como exemplo curioso, aquele Laika que o pessoal do Top Gear britânico levou até a Lotus para passar por uma repaginação completa de desempenho. Resultado bem interessante.
    Por fim, acho que a história da Lada e desta no Brasil, de forma ampla, mereceriam um post próprio no AE.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. MEu auto-elétrico tem um Niva, usa peças do 147 e Passat no geral. Ele retirou a embreagem hidráulica e substituiu por todo o sistema do Passat, assim como a parte de ignição.

      Excluir
    2. Engano seu, anônimo 22/05/13 12:17 hs: o Laika está sozinho nesta. Os 1800/Polara que se acha por R$4.000,00 estão muito abaixo do que se possa considerar "estado razoável".

      Excluir
    3. Rafael Ribeiro22/05/2013, 18:35

      Anônimo, se achar um 1800/Polara, ou até mesmo um Laika, em estado razoável por R$4.000, avise a gente por aqui...

      Excluir
    4. Eu também gostaria de saber onde estão estes Polara de R$ 4.000,00 que você citou.

      Excluir
    5. "Mas, em nosso mercado atual, acho difícil de encontrar qualquer coisa com tração traseira e que funcione por preço idêntico."
      Chevette?

      Excluir
  3. Gosto quando vejo um inteirinho, sendo meu preferido (e também o mais raro de se encontrar), o Laika SW. Tenho impressão que o Niva é muito valorizado entre o pessoal que gosta de aventuras off-road.

    ResponderExcluir
  4. Corsário Viajante22/05/2013, 12:51

    Agora sim fomos surpreendidos! Bob Sharp de Samara? rs
    Enfim, visualmente sempre achei um carro interessante, mas acho que meu interesse para por aí. Até porque, por aqui, são bem raros e por motivos óbvios.
    Fico me perguntando se a VAZ não teria interesse em voltar para cá. O jipinho Niva ainda tem uma legião de adoradores, se não me engano.
    Mas interessantes esta postura de possuir um carro da marca que representa, lembro um tempo atrás que "flagraram" o Habib, da JAC, com um Land Rover ou coisa do gênero, o que causou certa polêmica.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O Lada Niva é um SUV de verdade. Comparado com ele Tucson, Duster e EcoSport parecem feitos de pudim. O filho da mãe Rússia aguenta qualquer coisa.

      E mais: se você confia em seu produto, você o usa, não? E se você não confia em seu produto, você não deveria vendê-lo, certo? É nisso que o Bob pensou ao comprar o Samara.

      Excluir
    2. O Habib é responsável pela operação da Land Rover no Brasil. Muito lucrativa, por sinal.

      Excluir
  5. Sempre tive vontade de saber o motivo do Bob ter comprado um Lada...

    Nunca tive muito contato com esses carros, mas acho interessante algumas características, como os freios com tambores aleados em alumínio e com um esquema diferente de duplo circuito (no Laika e Niva), um para as rodas dianteiras e outro para as quatro rodas. Até pensava que o Samara também era assim.

    O Arnaldo ainda tem o Laika? Num post ele elogiou muito o câmbio (e a tração traseira!) desse carro.

    ResponderExcluir
  6. Interessante lembrança, Bob, a desses carros russos que, se não me engano, foram os primeiros a chegar em massa ao Brasil após a "abertura dos portos" feita por Collor. Não sabia que o Samara era tão econômico assim.

    Foi curiosa essa nossa "iniciação" com carros russos. O Niva era até bem jeitosinho.

    ResponderExcluir
  7. Em 96 meu pai teve um Niva 94. Era um bom carro, mas vivia dando problema na embreagem hidráulica, que era necessário levar em Esteio(duas cidades após a minha)na assistência técnica para concerto. depois de ocorrer este problema duas vezes meu pai desistiu do carro. Apesar deste problema era um bom carro, mas meu pai nunca recomendou ele a ninguém.

    ResponderExcluir
  8. "Estilo tem "assinatura" de Giorgetto Giugiaro"
    Por isso sempre achei o Samara diferente dos outros Ladas ,o desenho harmonioso sempre me lembrou o Monza.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os faróis lembram o MOnza mesmo, mas o carro em sí lembra o Passat.

      Excluir
    2. Anônimo22/05/13 17:08 E a grade então? Opel Ascona na cabeça.

      Excluir
  9. Fernando Uema22/05/2013, 14:08

    Caro Bob, gostaria de sugerir a realização de uma análise, se for cabível, da situação atual dos carros chineses comparativamente à atuação da Lada no início dos anos 90, pois seria realmente interessante a opinião de quem já esteve dos dois lados do balcão.... Do mais, parabéns por mais esta matéria interessantíssima. Grande abraço.

    ResponderExcluir
  10. Sempre fiquei imaginando um Laika com motor de Tempra 16V e rodas Cruz-de-Malta. Seria um foquetinho italiano feito por soviéticos, algo que com certeza seria bem divertido de guiar e barato de montar.

    Sobre o Samara, ainda penso que poderia ter vendido bem mais em nosso mercado se o importador tivesse prestado mais atenção em alguns detalhes a respeito do consumidor brasileiro. Além disso, poderia estar até hoje atuando por aqui, já que fama de robustos esses carros têm - enquanto os chineses, que todos acham que se desmancham, vendem feito Kombi em promoção.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Beltrano, o mais Fulano dos Sicranos22/05/2013, 20:39

      Tem um cara fazendo melhor que a tua idéia:
      http://ladalotus.blogspot.com.br/

      Excluir
    2. Beltrano, o mais Fulano dos Sicranos22/05/13 20:39
      Muito legal a força de vontade dos caras Beltrano.

      Excluir
    3. Esse projeto conheço já tem bastante tempo, só que pelo jeito ou foi abandonado ou está parado, porque ninguém mais teve notícias dele.

      Excluir
  11. Piada que se ouvia naquela época, 90/91: "Lada é pior que vírus da AIDS, você não consegue nem passarp/ frente..." Agora, falando sério, que currículo invejável tem o mestre Bob Sharp, até na Lada ele integrou a equipe/diretoria.

    ResponderExcluir
  12. Aléssio Marinho22/05/2013, 14:38

    Hã? Sr. Bob Sharp de Lada? Essa pra mim é nova!
    Era adolescente quando esses carros chegaram. Parecia que cada professor da FEDF tinha um Laika, invariavelmente vermelho...
    Um vizinho teve um 2105 por muitos anos, sempre elogiando a economia e a resistência deles, mas pena que eram um forno em terras tropicais e muita gente "regulava" o aquecimento interno para diminuir essa característica.
    Sempre achei os 2105 mais simpáticos que o Samara.

    ResponderExcluir
  13. Engraçado que eu tinha lido na época em uma revista que a origem do logotipo era um L de Lada que fazia alusão à um banco de carro... Kkk.

    ResponderExcluir
  14. Em casa tivemos um Lada Niva CD 0km comprada na concessionária Europe que ficava dentro de um Mappin. Ficamos com ele um pouco mais de 1 ano. Tenho saudades dele. Tinha uma excelente estabilidade e conseguia se manter a 120km/h sem maiores esforços. Agora defeitos, tinha se muito. Acabamento muito frágil e malfeita, entrava água por todos os lados quando chovia, pneus muito barulhento e com desgaste muito acentuado, muito bebedor de gasolina, direção muito pesada apesar de ser CD, anatomia dos bancos deixava a desejar e concessionárias muito mal treinada. O concorrente mais próximo era o Suzuki Samurai e era muito mais bem acertado. Apesar de tudo, tenho saudades dele. Teria um 0 km se custasse 35 000 reais sem maiores problemas. Ainda mais com a injeção capitalista que deva ter feito melhorias consideráveis ao modelo.

    H

    ResponderExcluir
  15. Bob,deu tempo de ter algum problema com o carro?

    ResponderExcluir
  16. Não sabia, Bob, que o Samara tinha a ver com o Passat. Aliás nunca poderia imaginar. Por isso seria a famosa adaptação do motor AP tão facilitada?
    Apesar de gostar do modelo, nunca tinha lido com profundidade a respeito dele. Sempre achei o design interessante. A qualidade não deve ser pior que a de qualquer chinês atual.
    Gostaria de adquirir um 4 portas original e em bom estado, mas aqui na região onde moro é um modelo praticamente desconhecido.
    Desculpe, Bob, mas a Quatro Rodas somente avalia bem no teste de longa duração, por mais que digam que não, os modelos cujo fabricante compra o espaço publicitário. E se eu fosse editor da revista, faria a mesma coisa. Por que a revista nunca testou a dupla inquebrável Civic e Corolla?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na verdade testou sim, e ao mesmo tempo, no longa duração de 2000/2001. Antes já houve um Longa duração com um Civic VTi em 94.

      Excluir
    2. Uma coisa interessante nos testes de longa duração da QR era a diferença de desempenho de alguns carros, especialmente os Fiat. Em muitos carros GM e VW, os modelos do teste de longa duração tinham desempenho superior àqueles que eram cedidos pelos fabricantes para testes, talvez por já terem 50.000 km e estarem devidamente amaciados. Mas os Fiat que a fábrica cedia para testes eram superiores aos comprados anonimamente em concessionárias para os testes de 50.000 ou 60.000 km. Após ler uma matéria na qual a revista descobriu que o Uno Mille mandado para teste veio com taxa de compressão aumentada "por engano", fiquei com a pulga atrás da orelha, e passei a observar isso.

      Excluir
  17. Mais uma história muito bacana, Bob! O Sr. chegou a trabalhar para a Gurgel, certo? Como contou numa resposta na postagem sobre os Br800/Supermini... Seria interessante ouvir um pouco mais sobre a fábrica e seu icônico fundador. Na época, o Sr. chegou a possuir algum modelo da fábrica? (O XEF possuía vidros verdes...).

    ResponderExcluir
  18. Bob,

    Eu também tive um Samara 1991 com 4 portas !!!
    Era azul-metálico claro, intenro cinza, bem bonito o carro, mas um tanto quanto "surrado" depois de dez anos de uso,em 2001...Comprei em um leilão de carros apreendidos de financiamento (trabalhava em um banco como contato nas concessionárias e lojas de usados do ABC), e paguei algo em torno de R$ 1.200,00 na ocasião (com a comissão do leiloeiro !!).
    Depois de ser gozado por quase meio-mundo no local, voltei pra casa tranquilo, e dois dias depois, fui com meu irmão ao pátio do leilão retirar a mercadoria. Levei uma bateria extra, uma caixa de ferramentas, e um galão com gasolina. Depois de colocar a chave na ignição, percebi que o carro ainda tinha carga na bateria, e abri a tampa do filtro de ar, jogando um "golinho" de gasosa no ventúri. Batata: pegou de primeira !!!!
    Saiu todo sujo, mas rodando direto do pátio, como se estivese parado desde ontem...
    O nosso Samara era com motor 1.3, e fazi muito barulho nas borrachas de suspensão, além da tampa traseira. Fora isso era um tanque de guerra: forte, e com a vantagem de poder largar aberto que ninguém mexia !
    Fiz amizade com um lojista que estava usando um prédio que tinha sido oficina da Lada em SCSul, e ele me presenteou com um monte de peças que sobraram num quartinho, algumas usadas, boa parte delas novas.
    Rodei por uns três meses, e um dia indo viajar a MG, um rapaz que tinha outro Samara 3 portas e branco precisava de algumas peças minhas e me fez uma oferta boa pro carro, acabei vendendo com as peças, e pronto: acabei comprando outro carro com a grana !!!

    ResponderExcluir
  19. Bruno,
    Cheguei a trabalhar na Gurgel, sim, mas foi o grande desastre profissional da minha vida. Não é para me estender aqui, haverá post dedicado, e longo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, sua história com João Amaral Gurgel muito me interessará, creio eu. Ávido para conhecê-la.

      Excluir
    2. Bob Sharp22/05/13 18:17 Que pena ... justo com a Gurgel.

      Excluir
  20. Bob, é verdade a lenda de que os carros da Lada vinham com uma caixa de ferramentas no porta-malas, resquicio do regime soviético em que as pessoas tinham de consertar o proprio carro? Ouvi essa história tempos atrás e nunca lembrei de confirmar a veracidade....abs

    Jegue do Pantano

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não só os carros soviéticos. As caixad eferramentas que vem (ou vinham) nos carros alemães eram famosas. Só aqui nessa terra tupiqniquem é que tiravam as ferramentas para ganhar mais.

      Excluir
    2. Para se ter uma ideia, anônimo 13:14, lembrei que a Mercedes-Benz Classe S tem um kit de primeiros socorros tão completo que só falta ter UTI portátil...

      Excluir
  21. O carro despertava interesse pelo design, mas era muito problemático.

    Parece também, que seu motor não aceitava bem a mistura de álcool.

    ResponderExcluir
  22. Bob,

    Já que falam tanto da Gurgel por aqui, que tal um post sobre a Agrale que fabrica picapes, caminhões e tratores?

    Inclusive como está a sua associação ou algo parecido com a Navistar?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Aqui em Caxias "rola" uma história bem interessante ligada à coleção de carros do saudoso Sr. Stedile. Mas hoje o forte da empresa são os equipamentos agrícolas, os chassis para ônibus e os caminhões pequenos. As picapes e jipes, só vejo rodarem com placa verde...
      Os caminhões da Navistar não são mais produzidos pela Agrale e sim pela própria Navistar, hoje ocupando a planta fabril que era da Motores Maxion em Canoas.

      Excluir
    2. CCN 1410
      Boa sugestão! Desconheço essa associação com a Navistar, vou procurar saber.

      Excluir
    3. CCN 1410
      Corroborando o que o CSS disse acima, a parceria Agrale-Navistar, iniciada em 1997, terminou agora em março.

      Excluir
    4. Bob,

      Obrigado por ter pesquisado e me respondido. É bom saber.

      CSS,

      Essa fábrica da Maxion é a mesma da antiga Massey Ferguson ou quem está lá é a nova proprietária da Massey, a AGCO.

      Excluir
  23. Os Lada nunca me interessaram. Gostaria mesmo é de ver posts sobre a marca Zil e as limusines da ditadura soviética.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tuhu
      Os Zil eram basicamente imitações dos Packard e eram os carros dos oficiais do Partido. Vou pedir a um dos nossos editores para levantar informações.

      Excluir
    2. Aguardarei, meu caro. Abs

      Excluir
    3. Ah, se me permite, mais uma sugestão de pauta: a Simca do Brasil.

      Excluir
  24. Não tive um Lada, mas pelas matérias de revistas especializadas e opinião dos (infelizes) taxistas que compraram um posso afirmar que o único carro que deixou saudade foi o Niva. Fico pensando. Como os Ladas eram exportados para países exigentes da Europa e serem este lixo de qualidade, inferiores até as carroças nacionais da época ?

    ResponderExcluir
  25. Fale sobre os samaras sedans que vieram também, pouquissimos, e outro dia vi um em Botucatu

    ResponderExcluir
  26. Eu sempre achei os carros Lada interessantes, apesar de toda a fama de darem muito problema (fato que não sei ao certo se por má qualidade do produto em si, má "tropicalização" ou pela passagem muita rápida por nossa terrinha, ficando sem muitas opções de manutenção).

    Sempre gostei do Laika sedã (embora prefira em geral as peruas, o Laika perua era esquisitinho quando visto por trás...), a começar pela tração traseira, mas gosto de carros quadrados, com os três volumes bem definidos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Road Runner
      No tempo da Oficina Mecânica estávamos com uma Laika SW de teste e fui com ela, mais fotógrafo, tentar flagrar o novo Santana no campo da provas de Tatuí (tempo da Autolatina). Paramos junto a uma cerca que dava visão para uma das pistas, mas logo soou um alarme geral, fomos detectados – nunca ri tanto, era coisa da própria KGB, espionagem, essas coisas, com aquele carro russo!!!

      Excluir
    2. Realmente, coisa bem típica de filme de espionagem nos tempos da guerra fria, onde era comum os espiões russos usarem um Lada Laika. Mal encostaram o carro russo, já deu a maior bandeira de espionagem!

      Excluir
    3. RR
      Andava por lá um russo e com ele aprendi uma coisa incrível. Quando a bateria não está muito boa, antes dar partida no motor acenda os faróis por breve instante e desligue-os. Isso serve para "acordar" quimicamente a bateria. Ele disse que com 20, 30 graus abaixo de zero tem de fazer isso sempre.

      Excluir
    4. Boa essa dica de acender os faróis para "acordar" a bateria. Nunca passei por um frio desses (20 ou 30 grau abaixo de zero!), mas imagino que deve ser um "desaforo" daqueles para dar partida no motor. O óleo deve ficar bem mais viscoso, além de todos os componentes mecânicos estarem muito abaixo da temperatura normal de trabalho. Se esquecer do aditivo anti-congelante na solução de arrefecimento, pode-se escrever "Aqui jaz o que um dia foi um motor"...

      Excluir
  27. Bob,
    Sobre os Ladas em geral, é verdade que alguns vinham com cárter de ferro fundido, uma herança dos invernos soviéticos, para fazer uma fogueira embaixo e aquecer o óleo? Já li e ouvi sobre isso em muitos lugares, porém em todas as vezes que vejo algum Lada na rua - o que é uma raridade atualmente - esqueço de conferir se é lenda ou não.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Marcos
      É lenda. Um cárter de aço estampado agüentaria chama sem problema.

      Excluir
  28. Rodrigo Abreu22/05/2013, 19:58

    Aguardamos que o Bob conte sobre os Passat, carro que muitos aqui curtem.

    ResponderExcluir
  29. O Niva é um bom carro, tem muito rodando forte no circuito off-road ainda, até com mecânica original.

    Esses carros sofreram com o que muitos outros carros sofrem também, que é a falta de capacitação das oficinas mecânicas. Na URSS eles enfrentavam condições dificílimas climáticas e uso intenso, só aqui no nosso país que não deram certo, pq será?

    ResponderExcluir
  30. Também nunca me interessei pelos Ladas... no caminho que eu faço para ir trabalhar, um funileiro tem um 2105 bem ajeitado com rodas de liga e suspensão um pouco mais baixa.......

    ResponderExcluir
  31. Acabei de ler a Quatro Rodas digital de agosto de 1992. O Samara foi reprovado "com louvor". Pouca coisa prestava após 60.000 km do teste. A Lada trocou duas vezes o motor.

    Ainda bem que o Bob caiu fora a tempo...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se você nem mesmo troca o óleo, dificilmente um motor dura 60.000 km, mesmo o motor do Civic vai dar problema... Esse teste não merece confiança alguma.

      Excluir
    2. Mas eles fizeram as revisões recomendadas e trocaram óleo sim.

      Excluir
    3. eu tenho um samara com 120000 km e o motor nunca foi feito...

      Excluir
  32. Eu tive um Samara!!! E nem tinha carta ainda. Era marrom, de plástico e funcionava a "fricção"... O controle de qualidade era Estrela. Ah! Meus oito anos, que saudade que tenho, da minha infância querida, que os tempos não trazem mais...

    Qualidade construtiva à parte, eu gosto dos Laika (sedã e perua) e dos Niva. Infelizmente a marca no Brasl não teve continuidade. Um Niva 0 km seria muito bom.
    Tinha uma perua Laika, muito bem conservada no estacionamento da FEI nos idos de 2010.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bera Silva23/05/13 08:47 "Eu tive um Samara!!! E nem tinha carta ainda"
      Bera nessa você me enganou! hehe...

      Excluir
  33. Nunca entendi essas duas frentes do samara
    Parece que tinha outro capo com quase nenhuma mudança no design. Alguem explica isso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Luiz AG
      Variações em torno do tema...Era complicado, porque nosso relacionamento era com o Panamá, não com a Rússia.

      Excluir
  34. O carburador Lada é uma lástima. Bastante problemático mesmo. Demorou muito para meu pai acertar o do Niva, foi necessário um mecânico com largo interesse em carburadores e uma máquina de análise de gases para um ajuste fino. A boa notícia foi atingir 8km/L em trânsito paulistano com o Jipe. A vantagem é que os carros são, em geral, completos para época. Parte das coisas que hoje são capadas nos nossos populares, eram de série no Niva.
    Ah sim, e este vem com motor acionado por corrente. Uma beleza.

    Há uma notícia recente de um Niva com ABS sendo vendido na Alemanha. Essa é para quem acha que Europeu só compra carro 5 estrelas no EuroNcap

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os Lada continuam em venda normalmente na Europa com motor 1,7 de 83 cv e tem até versão de entreeixos longo, 2.700 mm (normal 2.300 mm). Samara e Laika continuam também.

      Excluir
    2. Laika saiu de linha, há pouco tempo

      Excluir
  35. Bob, meu pai chegou a cogitar a compra de um Lada Samara em 1991, daí liguei lá na redação da revista Oficina Mecânica, onde você me atendeu com muita cortesia e paciência, informando todas as características do carro, inclusive sobre aquele kit esportivo "Carlota", para incrementar o visual... jamais me esqueci disso!

    ResponderExcluir
  36. Eurico,
    Que coisa! Nem me lembrava desse kit! E nos falamos 22 anos atrás!

    ResponderExcluir
  37. Pois é, Bob... inesquecível a sua didática paciência com um garoto curioso de 14 anos, louco por carros e cheio de perguntas! A vida é feita dessas boas lembranças...

    ResponderExcluir
  38. E pra quem não conhece, esse é o Samara Carlota:

    http://samara-owners-club.webs.com/apps/photos/photo?photoid=114339691

    ResponderExcluir
  39. É sempre bom ler os post de lembranças do Bob. Que mais carros você teve Bob, além dos Fuscas, Passats, Santana e o Samara?

    ResponderExcluir
  40. Esse lada "carlota" foi vendido aqui? Nunca soube disso.

    ResponderExcluir
  41. Ola Camaradas! Quem Curte Lada! não deixe de Curtir no Facebook a página do Lada Clube! www.facebook.com/ladaclube
    Abraço.

    ResponderExcluir
  42. Eu tenho um Samara... uso até hoje...
    minha irmãcomprou em 94 segundo dono e tal...
    one ando todos olham, alguns com desdem outros rindo, mas o carro é otimo... mais forte impossivel... nao há manutenção é raro quebrar... tive que fazer alguns ajustes por conta das peças...
    acreditem ... tem um desses zero km em uma garagem em Jurerê internacional... alguem colecionando...
    de resto é um otimo carro

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Flavio Gomes11/12/2013, 23:53

      Zero? Onde é isso? Me diga que vou buscar já!

      Excluir
  43. Eu também já tive uns LADAS: 02 LAIKAS sedan, 01 LAIKA perua SW, 01 Samara 4 portas e 02 Nivas. Hoje tenho apenas 01 Laika sedan e 01 Niva. Adoro LADAs.

    ResponderExcluir

Pedimos desculpas mas os comentários deste site estão desativados.
Por favor consulte www.autoentusiastas.com.br ou clique na aba contato da barra superior deste site.
Atenciosamente,
Autoentusiastas.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.