google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): AMG
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Entre os dias 19 e 20 de maio, o circuito de Nürburgring recebeu mais de 170 carros. Todos estes aventureiros estavam inscritos no evento oficial mais esperado do ano na Alemanha, s 24 Horas de Nürburgring. O nome oficial da prova é ADAC 24Hs Rennen Nürburgring, onde ADAC (Allgemeiner Deutscher Automobil-Club) representa o autoclube europeu de maior importância, e organizador da prova.

Este ano, quem levou o troféu para casa foi um Mercedes-Benz SLS AMG, similar aos modelos da GT3 que correm aqui no Brasil. Por incrível que pareça, esta foi a primeira vitória de um Mercedes no evento que carrega anos de tradição.

Provas de longa duração não são novidade alguma, este próprio evento alemão tem sua história, mas podemos dizer que é um caso à parte, diferente de todas as outras corridas similares.
 
O Mercedes-Benz vencedor de 2013


Uma das grandes experiências que se pode ter dirigindo um automóvel é a sensação de interação com a máquina e com o ambiente ao redor. Sentir o que o carro está fazendo, reagir de acordo com as sensações que você recebe e ainda poder desfrutar do mundo exterior, só com um bom conversível.

Um pequeno esportivo leve, como um Mazda Miata ou um Porsche Boxster já são carros de respeito, com dirigibilidade e desempenho respeitáveis, cada um no seu nível e faixa de preço.

Um pequeno fator pode mudar de carro para carro, dependendo do gosto e interesse de quem está dirigindo, e alterar completamente a experiência: potência. E junto com potência, normalmente vem a velocidade.
Pena não ter sido produzido ( TopSpeed.com)

É impressionante notar que somos capazes de esquecer da existência de alguns carros, mesmo sendo superesportivos com potências comparáveis às de foguetes e velocidades máximas similares a de muitos aviões a jato. O bombardeio diário de notícias sobre novidades do mundo automobilístico é uma dose enorme, que vai colocando nos cantos e no fundo da memória os carros mais inacreditáveis que já existiram. E esse mostrado aqui nem faz tanto tempo assim que foi notícia.

Carros tão bacanas que chegamos até mesmo a procurar e comprar miniaturas deles, naquela realização de sonho parcial, só pela posse da réplica em escala, já que o real é inalcançável. Encontrei um desses carros dia desses, revirando a bagunça pessoal de casa (só a minha, a patroa é organizada), o belo Chrysler ME Four-Twelve.

Essa maravilha foi apresentada em 2004 no Salão de Detroit, em plena fusão Daimler-Benz e Chrysler, e mostrava ao mundo a capacidade de duas empresas enormes e que haviam ficado mais enormes ainda, de fazer um produto daqueles que fora planejado para que cada unidade vendida tivesse um dono conhecido por nome e sobrenome pelo pessoal de vendas, serviços e manutenção do fabricante. Exclusividade em um mundo de empresa grande, algo muito complicado de fazer acontecer.

Os anos 60 foram os anos dos grandes V-8. Naquela época em que os motores já tinham uma construção relativamente moderna, mas as taxas de compressão ainda eram baixas, os V-8 de grande cilindrada reinavam absolutos. Os americanos foram os maiores especialistas nisso, e seus V-8 de bloco grande eram realmente enormes, coisas inacreditáveis hoje em tamanho físico. Comparados aos mais comuns V-8 que tivemos aqui em Mavericks e Dodges (chamados de “Small Block”, bloco pequeno) deslocando coisa de cinco litros, os Big-Block, apesar de deslocar coisa de 25 a 30% a mais, eram fisicamente muito maiores, a olho nu parecendo algo em escala 2:1.

Mas o mais estranho é que o maior desses enormes V-8 dos anos 60 não era americano. Falo aqui maior em tamanho e peso mesmo, não maior em cilindrada, algo que muitas vezes confunde-se. O maior e mais pesado V-8 dos anos 60 foi o impossivelmente grande V-8 “M100” da Mercedes-Benz.

Quarenta anos de AMG
Foto: benzinsider.com

Bastante interessante o anúncio sobre uma cooperação técnica entre a AMG, divisão esportiva da Mercedes-Benz e a Ducati, conhecida como Ferrari de duas rodas.

Ao longo do tempo, sempre houve um trabalho conjunto entre Ducati e Ferrari, Bologna e Modena, vermelho e vermelho.

Ele é um dos pilotos mais simpáticos da F-1 atual, sempre bem humorado, com cara de muitos amigos e ainda campeão mundial. Sempre achei ele um bom piloto, mesmo nos tempos difíceis de Renault e BAR.


O Mercedes-Benz C63 é o sucesso de vendas da AMG, a preparadora in-house da fábrica de longa data. E não é à toa. É um carro que impõe respeito só de se olhar para ele. Entre os concorrentes mais próximos, que seriam o BMW M3 (comentado pelo Paulo) e Audi RS4, o C63 se destaca pela potência, praticidade e simplicidade, principalmente frente ao Bimmer, seu eterno rival desde os tempos do Campeonato Alemão de Turismo (DTM).

As linhas da carroceria são retocadas por detalhes exclusivos, como o para-choque dianteiro com entradas de ar maiores, as nervuras no capô que remetem ao clássico 300 SL dos anos 50, as quatro ponteiras de escape que anunciam em alto e bom som a chegada do Apocalipse, separadas por um extrator de ar, e um discreto spoiler sobre a tampa do porta-malas.

O C63 é um carro interessante. Não só pelo fato de termos disponíveis na ponta do pé nada menos que 463 cv se acelerado fundo até 6.800 rpm, mas sim como eles podem ser utilizados. Quer passear tranquilamente, sem pressa, deixe o carro no modo automático e aproveite a viagem, vá fazer compras ou ir levar a tia à igreja. Ou quer acabar com os pneus traseiros em poucos minutos, ao melhor estilo lunático suicida, basta desligar o controle de tração e passar o câmbio para o modo sequencial. Claro, em qualquer uma das situações, sempre acompanhado pela Cavalgada das Valquírias de fundo, junto com o som viciante do V-8 de 6,2 litros. Poderia dizer que soa como uma sinfonia, mas está mais para um show de rock do AC/DC. Talvez seja bom não ir à igreja, algo pode se incendiar sem explicações.


O comportamento do C63 em curvas é primeiramente neutro para subesterçante, até que se provoque o carro com o acelerador, principalmente se estiver desabilitado o controle de tração. Neste caso, é bom saber o que se está fazendo. O carro é equilibrado, mas não gosta muito de ser provocado, pois vai retribuir a provocação com uma boa dose de emoção (hummm mas não é ruim...). Os freios estão sempre a postos, com pinças de seis pistões mordendo forte os discos de 360 mm de diâmetro na frente e pinças de quatro pistões para os discos traseiros de 330 mm de diâmetro.


O motor, fabricado pela própria AMG, é a versão menos potente da família 63. Por uma questão de hierarquia, o mesmo motor equipa o Classe S, mas com 532 cv, e também o CLS63, intermediário entre eles. Agradecemos ao senhor Ozan Issiz, sujeito responsável que assinou o motor que equipa o C63 das fotos. O motor é uma obra de arte, mesmo sendo bem coberto por tampas plásticas que não permitem muita visão do bloco, e não nega um fundo de apreciação pelos muscle car americanos, com muito torque (máximo de 61 mkgf a 5.000 rpm) em toda a faixa de trabalho. Tão bom quanto, é a caixa automática de sete marchas, que mesmo sob os piores tratos, avança de marcha em marcha sem trancos ou sustos. Consumo urbano? Algo perto dos 3,5 km/l, mas quem se importa nesse caso... O carro acelera até os 100 km/h em meros 4,1 segundos, sendo assim dois décimos de segundo mais rápido que o M3 V-8 e quatro décimos mais rápido que o Audi RS4. A velocidade máxima é limitada em 250 km/h.



O interior é luxuoso porém discreto, como deve ser um verdadeiro Mercedes. A posição de dirigir é muito agradável, mesmo para pessoas altas. O volante, com a parte inferior plana, proporciona maior espaço para as pernas. Os bancos dianteiros possuem apoios laterais respeitáveis, pois eles serão necessários se você quiser explorar o lado negro da força que o C63 esconde. Ok, não esconde muito e, aliás, grita bem alto para todos ouvirem. Os únicos pontos que não agradaram muito foram a posição da chave de seta (que fica levemente apontada para baixo, e não é intuitivo seu acionamento) e o sistema de freio de estacionamento, acionado por um pedal extra e liberado por uma alavanca ao lado da coluna de direção, não exatamente sofisticado se comparado com o resto do carro. O espaço para os passageiros do banco traseiro é muito bom, diferente do M3, onde pessoas maiores passam aperto, dependendo do motorista e passageiro dianteiro. O painel e console central são bem executados, porém simples, sem muitos botões e acionamentos. Boa parte deles está no painel de porta do motorista. No centro do carro, apenas poucos comandos relativos ao câmbio, como a seleção do modo automático ou sequencial, e o botão rotativo de comando do GPS e navegador da tela flat-screen localizada no alto do painel.

Fora a parte de comandos de rádio e do sistema de televisão, os comandos são simples. Não é necessário ajustar 428 parâmetros de suspensão, velocidade de troca de marcha e diferencial. É tudo bem simples, como deve ser.


Sedãs esportivos, para mim, sempre serão a melhor forma de viajar, e ainda na cidade o C63 pode ser conduzido calmamente, sem os trancos de uma transmissão sequencial, como acontece na M3 E46. O valor a se pagar é alto, perto dos R$ 450.000,00 , mas vale cada centavo gasto. Uma vez dentro do C63, o mundo exterior não importa, na verdade, nada mais importa, só o prazer em dirigir.


Perua AMG 300 TE 6.0 “Hammer”.

Hoje parece coisa corriqueira uma perua média com um V8 DOHC de seis litros e mais de 300 cv.

Mas em 1986...Eu realmente gostaria que os leitores mais jovens soubessem quão exótico era isso. V8 DOHC era coisa de Ferrari e Lamborghini, e os Mercedes Classe E tinham no máximo um seis em linha de 3 litros.

MAO

OK, a pedidos, explico.

Houve um tempo em que a AMG era uma casa de preparação especializada em Mercedes-Benz. O que ela fazia, e bem, era preparar motores. Preparar de verdade. Lembram? Aquela arte esquecida, arcana, quase uma alquimia, uma mágica.

Aquela em que um sujeito igualava pacientemente volumes de câmara de combustão, ajustava sede de válvulas, descobria por testes e experiência aquele perfil de comando ideal, abria diâmetro de blocos usando pistões especiais sobremedida, balanceava tudo, tratava com carinho, ajustava tudo em dinamômetro e acabava em algo que, não importando quão humilde sua origem, era maravilhoso.

Motores feitos assim são algo que nunca será atingido com produção em massa. Como tudo feito com carinho, prazer e dedicação, transcende o puro objeto para ser algo que leva impressa a marca, e muitas vezes a alma, de seu criador.

Agora, se algo humilde já fica maravilhoso se tratado desta forma, o que tem uma origem, digamos assim, mais nobre, se tornava algo realmente extraordinário.Assim eram os motores da AMG.

Nos anos 1980, a empresa chegou a fazer cabeçotes DOHC para os V-8 Mercedes, muito antes da própria Mercedes fazê-lo. E montaram um desses no classe E, coisa que a empresa de Stuttgart dizia ser impossível, criando o famoso "Hammer". A Mercedes, posteriormente, acabou fazendo o mesmo em casa, com os 420E e 500E (este último, na verdade produzido na Porsche).

Nesta mesma época, os anos 1980, a AMG começou a fazer rodas, que ficaram famosíssimas, e também criou o AMG-look, moda que começou com as rodas e a retirada de todos os detalhes cromados dos Mercedes, e foi degringolada a um ponto em que Los Angeles ficou infestada de Mercedes cor de rosa por inteiro, até na roda.

Daí em diante todo mundo sabe o que aconteceu. A Mercedes a comprou, e aos poucos os motores deixaram de ser preparados para ser "desenvolvidos junto com os novos Mercedes-Benz" como dizia a linha oficial da empresa. Na verdade, eram versões mais quentes dos motores, mas produzidos em série.

E a última fase é a atual. Como se já não bastasse a Mercedes-Benz querendo ser BMW, agora a AMG virou M-Power também. Motores "próprios".

O que temos hoje é algo que, por mais interessante que seja (e é, o novo V-8 de 6,3 litros é fantástico), não é mais AMG. É outra coisa.

E que ela descanse em paz.



MAO

Eu acredito que a AMG começou a morrer quando foi incorporada à Daimler-Benz (ou DaimlerChrysler, Daimler-something, ou qualquer outro nome que a empresa tenha hoje). Morreu de vez quando deixou de pegar motores Mercedes e prepará-los, passando a fazer motores próprios recentemente, com o V8 de 6,3 litros.
Ela agora quer ser M-Power. Ninguém mais se contenta em ser o que é hoje em dia? Meu Deus...


E imagino se os pedantes donos de AMG's modernos sabem que no fundo são iguais aos donos desse Galant velhinho...


(fotos tiradas do blog Jalopnik.com)


MAO

Ao contrário da opinião pública, as station wagons são carros com grande potencial entusiástico. Não são apenas carros de mãe que vai buscar os filhos na escola depois de passar no supermercado. As estates, como são chamadas em outras regiões do mundo, podem unir o útil ao agradável.

A praticidade, capacidade de carga e o conforto são pontos importantes para a decisão de compra de um automóvel familiar, ou mesmo para uso individual, caso o comprador seja alguém que carregue muitas tranqueiras para cima e para baixo. Unindo tudo isso a um bom desempenho, fazem delas uma grande opção que possa agradar tanto os práticos como os malucos.

A grande maioria dos fabricantes, principalmente os germânicos, possuem modelos estate de alto desempenho. Podemos dizer que a atual era começou quando a Audi apresentou ao mundo a RS2, a versão Porsche-powered da estate do Audi 80. Com nada menos que 315 cv, tração integral e um câmbio de seis marchas, era um monstro disfarçado de carro familiar. Uma das minhas favoritas neste quesito, ainda mais se for na cor azul Bugatti -- ou azul "Ruffles", como também poderia ser chamada.

Atualmente, o mercado está com grande leque de opções, a Audi possui a RS4 e RS6, a Mercedes com a C63 Estate e a E63 Estate, a BMW com a M5 e logo mais com a M3 e até a americana Chrysler com a 300C Touring HEMI. Até mesmo em competições já tivemos wagons correndo, como aconteceu no Campeonato Inglês de Turismo, com a Volvo 850 T5 Estate da equipe de Tom Walkinshaw. Foi uma grande jogada de marketing da Volvo e um belo trabalho de engenharia para modificar a 850 e deixá-la competitiva.

Estates esportivas são, sim, carros para entusiastas, o que poderia ser mais prático do que ir com o carro cheio de equipamentos até um circuito, andar na frente de Lotus e Porsche, ou uma pista de arrancada, descarregar tudo, fazer o quarto de milha em menos de 13 segundos, carregar tudo de novo e ainda passar no supermercado e fazer umas comprinhas? Way cool.