google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): V12
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Ah, se tivesse competido...

Muitos carros são julgados pela sua ficha técnica, números de desempenho, quantidade de unidades vendidas, índices de satisfação dos consumidores e outras formas de medição de eficiência ou qualidade de produtos criados dentro de fábricas.
Esses critérios exatos podem ser muito importantes para a maioria dos carros que a maioria das pessoas compram, assim como para geladeiras e escovas de dentes, mas não para  uma boa porção dos carros que falam à alma e coração dos entusiastas. Óbvio que há entusiastas que compram carros pelas frias fichas técnicas, ou rejeitam outros pelo mesmo motivo, mas acredite, isso tem apenas interesse acadêmico, ou de mesa de bar, depois de um tempo de convívio com a máquina.
O importante mesmo é que o usuário, dono, possuidor ou quem for que esteja com a chave na mão, goste e se sinta bem dentro dele e também fora, olhando o veículo. Aquele tipo de carro que faz você olhar para trás depois que o fecha e vai se afastando. Que seja uma máquina que desperte e mantenha acordados os sentidos físicos e as correntes elétricas mentais da pessoa. Para ficar claro, da pessoa que usa o carro, não das pessoas que comentam o que elas acham dele, já que agradar a todos não deve ser objetivo de quem quer ter um carro que lhe entusiasme. Na verdade, para se sentir tranquilo consigo, essas opiniões de terceiros devem ser sumariamente ignoradas.
Por isso carros com belas características técnicas podem ser deprimentes no uso diário, uma situação que poucas vezes poderia acontecer com entusiastas normais a respeito de Jaguares entusiásticos, que são quase todos diga-se de passagem,  menos alguns poucos modelos ou detalhes de modelos, onde a marca de Coventry pisou na bola. O sedã X-Type, produzido de 2001 a 2009 deve ser o único verdadeiramente desinteressante nesses anos todos de história, um erro magistralmente corrigido com o seu sucessor, o atual XF.
Pena não ter sido produzido ( TopSpeed.com)

É impressionante notar que somos capazes de esquecer da existência de alguns carros, mesmo sendo superesportivos com potências comparáveis às de foguetes e velocidades máximas similares a de muitos aviões a jato. O bombardeio diário de notícias sobre novidades do mundo automobilístico é uma dose enorme, que vai colocando nos cantos e no fundo da memória os carros mais inacreditáveis que já existiram. E esse mostrado aqui nem faz tanto tempo assim que foi notícia.

Carros tão bacanas que chegamos até mesmo a procurar e comprar miniaturas deles, naquela realização de sonho parcial, só pela posse da réplica em escala, já que o real é inalcançável. Encontrei um desses carros dia desses, revirando a bagunça pessoal de casa (só a minha, a patroa é organizada), o belo Chrysler ME Four-Twelve.

Essa maravilha foi apresentada em 2004 no Salão de Detroit, em plena fusão Daimler-Benz e Chrysler, e mostrava ao mundo a capacidade de duas empresas enormes e que haviam ficado mais enormes ainda, de fazer um produto daqueles que fora planejado para que cada unidade vendida tivesse um dono conhecido por nome e sobrenome pelo pessoal de vendas, serviços e manutenção do fabricante. Exclusividade em um mundo de empresa grande, algo muito complicado de fazer acontecer.

A ecologia e a consciência ambiental estão em alta ao redor do mundo. Os elevados preços dos combustíveis são uma preocupação mundial e a indústria automobilística deve fazer a parte dela, criando carros cada vez mais econômicos e menos poluidores.

Jogadas de marketing dos grandes fabricantes passam a idéia de que todos estão investindo na preservação das reservas de petróleo e na redução do consumo de combustível. Realmente, nos últimos anos o desenvolvimento na área de powertrain pode criar motores muito mais eficientes e menos poluidores, mas algo ainda não está certo com tal idéia de economia.

Cada vez mais, os carros estão ganhando potência, e não apenas os super-esportivos com seus enormes motores, mas os carros convencionais também. Não existe mágica: se a potência aumenta, é necessário mais combustível na câmara de combustão. That's the way it is.

Vejamos como exemplo disso os sedãs. A BMW oferece o modelo 335i, um Série 3 com motor seis cilindros biturbo de 300 cv, algo muito próximo do que era um M3 anos atrás. Também estarão com um Série 1 com mais de 250 cv. A Mercedes oferece o C 350 de 270 cv, a Chrysler vende o 300 C de 340 cv (para mim, a melhor relação custo-diversão-benefício do mercado), e até a Honda apresentou o novo Accord V6 de 280 cv.

Isso sem falar nos carros com conotação de esportivos, e não me refiro a Porsches e Ferraris. Mercedes C63 AMG, 460 cv, BMW M3 e Audi RS4 com 420 cv, o australiano Holden de 500 cv e Cadillac CTS-V de mais de 500 cv. E ainda existem modelos acima destes, com potências ainda maiores.

Sejamos francos, o mundo não quer carros minúsculos, baratos e ecologicamente corretos. Isso não vende, como já foi mostrado por inúmeros casos passados. O mundo quer carros grandes, luxuosos e que demonstram status do seu dono. Os fabricantes lançam carros elétricos e híbridos para mostrar como estão preocupados com o meio ambiente, mas também colocam em seus revendedores os modelos grandes e potentes. Ainda bem.