google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): conversível
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Fotos: autor



Novembro, outono na Europa. Cai a temperatura, caem as folhas das árvores, cai muita chuva e caiu meu queixo também: um conversível para mim?. Sim. Na concessionária da marca em Milão, na Itália, o funcionário me entrega de um DS3 Cabrio 1.6 THP 155 com um risinho no canto da boca, observando minhas malas. Logo entendi. O pequeno Citroën não tem uma tampa de porta-malas real, é uma escotilha. Nem a pau a malona vermelha tamanho plus passará ali, e o jeito foi uma rápida aula grátis de jeitinho brasileiro ao “Giovanni” de plantão, embarcando a malvada pela porta do passageiro, rebatendo o encosto do banco traseiro.1x0 para mim.


Cabrio, tampa do porta-malas pequena

Mas, um conversível em novembro? Ah, se fosse julho, agosto ou até setembro, no reluzente verão italiano! O queixo também cairia só de me imaginar rodando, teto aberto, pela estradinhas que levam à elegante Porto Fino ou na costiera amalfitana, caçando herdeiras de Sofia Loren e Gina Lollobrigida em Positano ou alhures. Mas em novembro, a trabalho na cinzenta Milão, o teto ficaria eternamente fechado. Em vez de beldades, quem logo ocuparia os lugares restantes no carrinho seriam colegas de trabalho, o suíço Marc com seus dois metros e três dígitos de peso, Gabriel, o argentino, e Arthur, o lusitano, todos gente boa, mas a anos-luz das polpudas filhas do “bel paese” esteticamente falando.

Muito agradável. Por que não tê-lo no Brasil?


Uma das grandes experiências que se pode ter dirigindo um automóvel é a sensação de interação com a máquina e com o ambiente ao redor. Sentir o que o carro está fazendo, reagir de acordo com as sensações que você recebe e ainda poder desfrutar do mundo exterior, só com um bom conversível.

Um pequeno esportivo leve, como um Mazda Miata ou um Porsche Boxster já são carros de respeito, com dirigibilidade e desempenho respeitáveis, cada um no seu nível e faixa de preço.

Um pequeno fator pode mudar de carro para carro, dependendo do gosto e interesse de quem está dirigindo, e alterar completamente a experiência: potência. E junto com potência, normalmente vem a velocidade.

Muitas maluquices são feitas todos os anos pelos fabricantes em forma de 'carros conceito' para apresentar ao público em salões e feiras mundo afora.

Não é de hoje que estes conceitos servem como forma de pesquisa e aceitação do público para novas propostas de design e tecnologias. Harley Earl foi talvez o mais fomoso e visionário, apresentando os Dream Cars da GM na década de 40 e 50.

Pela Chrysler Corporation, o nome do momento nos anos 60 era Elwood Engel, chefe de design. Em 1968 ele usou um curioso Charger modificado para verificar a aceitação do público em um conceito que na verdade a Ford já havia feito com o Thunderbird em 1962, que era uma forma de conversível aerodinâmico, com uma cobertura segundo a linha dos bancos até a traseira do carro, claramente eliminando o banco traseiro.


Mas Engel foi mais a fundo. O Charger modificado, então chamado de Topless Charger, ainda contava com um para-brisa bem menor, ao estilo dos Porsches 550 e Speedster. Gosto em design é muito pessoal, como vimos aqui nos últimos posts, então há quem deva gostar e quem deva odiar.


Como proposta, não deixa de ser muito interessante, ainda mais que foi feito internamente pela própria fábrica. O desempenho era respeitável, pois o carro tinha o motor de 440 pol³.


Em 1970, o Topless foi modificado e tornou-se o Super Charger, com novas modificações de carroceira que remetiam aos Superbird e aos Daytona, com o aplique de fibra na frente de carro. Uma curiosa e discreta asa traseira móvel foi instalada para ajudar na aerodinâmica do carro em velocidade. Desta vez, o responsável foi George Busti, designer da Dodge e da empresa Creative Customs.



Foram duas propostas muito interessantes mesmo, para a época só ficariam mais apropriados em uma capa de album dos Beach Boys.


Chamada de forma meio óbvia de "overseas highway", a US1 ou FL5 liga os arredores de Miami a Key West, uma ilha a cerca de 90 milhas de Cuba. Sinceramente, sem grandes atrações para quem não esteja interessado em passeios de barco e mergulho, vale pelo inusitado do visual e a impressão que só os Estados Unidos gastariam tanto dinheiro em uma obra como esta pra ligar essas pequenas ilhotas ao extremo sul de seu território.

A história é mais extensa, claro, essa via elevada começou como via férrea até ser abalada por um furacão em 1935. A reconstrução converteu-a em estrada. E depois um novo furacão levou à construção das porções novas dessa via em 1982. Em vários trechos a estrada velha continua lá, paralela à nova, servindo de pier de pesca. Partes foram usadas em filmes e é fácil se recordar do blockbuster "True Lies", onde mísseis destroem espetacularmente partes da rodovia desativada. Curiosidade: em Portugal, esse filme teve o título traduzido para "A Verdade de Mentira".



Bom, o que tem de interessante para o entusiasta por automóveis? O mais puro "American way of life", sair de Miami de carro conversível (pode até ser um new Beetle, mas existem opções bem mais interessantes), passar por parte do Parque Everglades (cuidado com piqueniques, é aquele dos jacarés) e seguir pela Overseas Highway até Key West. Sempre de capota aberta, cabelos ao vento, usando todos os cup holders que quiser, sem pressa.

Definitivamente NÃO é o meu estilo de viagem. Mas é preciso fazê-la, experimentar, nem que seja para ter o direito de criticar...

MM