Volkswagen fará carros de baixo preço
Em seu projeto de liderar a produção mundial de automóveis até 2018, a Volkswagen terá uma
família de veículos menos elaborados e com preço menor. Atualmente a empresa
encontra-se numa furca, ante duas opções: transformar a Seat, sua espanhola
sempre em dificuldades em manter-se e crescer, ou criar nova marca, a 13ª de
seu portfólio, a ser identificada como de baixo custo.
Para países nascendo para a interação entre consumidor e automóvel. O
ponteiro da bússola aponta para as peculiaridades da Índia, amplo, plano e
mercado de carros simples ou antigos, porém mandatoriamente de baixo custo.
Junto com a China fazem a dupla da expectativa para vendas em volume. Os outros
membros dos BRICS — Brasil, Rússia, África do Sul, além de leste europeu,
também com espaço para o mercado de entrada estão na mira.
Nada cria, a Renault assim o faz com a romena Dacia; a Nissan exumou a
marca Datsun; a Toyota opera com Daihatsu há décadas.
Hoje a proposta é referida internamente como BB – Budget Brand , na
realidade do balcão, para quem tem orçamento contado, e anda na corda bamba.
Questão básica é responder se o carro será low cost e low price, o que
usualmente não ocorre. O Projeto BB baliza preço ao máximo de US$ 8 mil –— R$
20 mil.
A mesa diretora da VWAG deverá bater o martelo pouco antes das férias de
verão, no meio do ano.
Fórmula e produção simples, exercício de conhecimento e criatividade
para montar carro novo a partir do resgate de componentes e grupos mecânicos já
existentes, amortizados, sem custos. Hipotética produção em 2016 ou 2017.
Ciclo interessante. A volta à essência da marca antes identificada Carro
do Povo, muito se afastou deste conceito
Do leque de produtos a fazer na fábrica que instala em Araquari, SC, a
base de dois está definida: motor pequeno, dianteiro, transversal, 1,5, três
cilindros, 12 válvulas, injeção direta, tração dianteira. Duas opções
permitirão delinear outros atrativos: a tração xDrive para
mover as quatro rodas, e a aplicação de turboalimentador ao motor. Tal
estrutura permitirá montar produtos como os novos Mini Paceman e Countryman, e
os novos BMW X1 e o futuro X2, seguindo tendência de uso liderada pelo Range
Rover Evoque — cara de utilitário, jeito de carro esportivo.
BMW X2 pode ter este conceito (imagem via Bimmerpost) |
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Alfas, Amigos, Aniversário
Apreciadores de Alfa Romeo 2300, membros do informal grupo Alfa
Romeo/Br, comemoraram os 40 anos do lançamento deste automóvel aproveitando sua
mais clara característica: o bom rodar na estrada.
Programa de 2.300 km
— São Paulo, Curitiba, São Paulo, Petrópolis (RJ), Betim (MG), Curitiba, com
representantes em amplo leque, de Porto Alegre a Brasília, participação
integral ou em trechos.
Festa de amizade, congraçamento, preservação da história, incluindo
visita às instalações da Ciferal-Marcopolo, produzindo ônibus em parte das monumentais
instalações industriais da Fábrica Nacional de Motores, provocadora do
surgimento da cidade de Xerém, na raiz da serra de Petrópolis. Lá o 2300 foi
projetado, desenvolvido, e iniciou ser construído e vendido a partir de 25 de
março de 1974. Em 1978 a
Fiat assumiu a marca Alfa Romeo, reviu o automóvel e levou sua produção para
Betim, onde se encerrou em janeiro de 1987.
A viagem, coordenada entre São Paulo e Curitiba pelos alfistas Túlio
Silva, Marcus Myrrha e Marcelo Paolillo, permitiu além de amizade, absorver
muitas informações. Considerado um dos maiores especialistas mundiais em Alfa,
o cirurgião Axel Marx veio da Suíça, adquiriu unidade de 1984, e convidou-se
Murilo Pilotto, engenheiro, ex-corredor de automóveis, envolvido no
desenvolvimento e acertos do Alfa 2300.
Emoções, característica dos Alfa, não faltaram. No caminho, passagem
pelo Museu Roberto Lee, em Caçapava, onde grande esforço tenta trazê-lo de
volta à vida, a surpresa de ver o funcionar de raríssimo exemplar de Alfa Romeo
RL Torpedo. O automóvel, com história igualmente emocional, não funcionava
desde que chegou ao Brasil, em 1924. Mais, aos portões da antiga FNM, com
presença de filhos de antigos funcionários, foi feita a foto comemorativa da
homenagem.
Como viagem, clima de amizade, e único problema com os quarentões foi no
automático de partida de uma das unidades, coisa sanada pelo Tico, paulistano
mecânico fiel à marca.
Porta da antiga FNM, alfistas comemoram 40 anos do Alfa 2300 (foto Henrique Huber Jr.) |
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Roda-a-Roda
Corte – O
processo de salvação da PSA Peugeot Citroën passa por medidas nunca imaginadas,
como o afastamento da família Peugeot, fundadora e controladora com 24,5% das
ações, dos cargos executivos. Aumento de capital subscrito pela chinesa
Dongfeng e pelo estado francês mudou a governança.
Mescla – Conselho
de Supervisão, 14 membros, representará acionistas e assalariados. Thierry
Peugeot e seu primo Robert representarão os negócios da família. Xu Ping e Liu
Weidong, presidente e diretor geral da Dongfeng, e de Bruno Bézard, diretor
geral de Finanças Públicas pelo governo francês.
Direção –
Para a Presidência acordou-se em buscar Louis Gallois, 70, socialista de
carteirinha, ex-representante do governo francês na mesa de direção, quando de
aval estatal para a companhia. Carlos Tavares, português com gasolina nas
veias, ex-Renault, será o diretor geral.
Situação – A
PSA perde mercado há seis anos, escriturou 177M euros em prejuízos, não
distribui dividendos há dois exercícios, reduziu investimentos em pesquisa e
desenvolvimento. Atitudes de Tavares, fomentar divulgação das marcas, enfatizar
as recentes conquistas tecnológicas do novo motor de três cilindros, criar
marca Premium, servem para mostrar atividade e ser lembrado.
Lentidão – Mas não
se deve aguardar medidas e implementação rápidas no board de composição
variada em origens e vivências. Difícil a funcionários públicos, falando por
governo socialista, ajam com a rapidez e o risco capitalista dos executivos das
empresas, ou que chineses estreantes entendam tais variáveis.
Fim – A
Volkswagen encerrou a produção do Golf modelo brasileiro — era a espécie de
Geração “4 e meio”, a 4a visão sobre o carro, e o meio é por conta
de implementos visuais não existentes em outros países, para esticar sua vida.
Princípio – Amplia
a fábrica de São José dos Pinhais, beiradas de Curitiba adaptando-a à
fabricação do novo Golf, receber a Audi como inquilina, fazendo o A3 sedan e
utilitário esportivo Q3, meando área, equipamentos e serviços. Vendas em 2015.
3 – Motores
pequenos para carros idem, entenda-se o caminho mundial da conformação com três
cilindros, serão comuns nos próximos anos. No Brasil hoje se faz o do VW up!,
importa-se o do Hyundai HB20, e a Ford iniciou ajustar máquinas de nova fábrica
em Camaçari, BA. Irão para o Fiesta e para o sucessor do Ka, veículo de menor
preço na marca.
Outro –
Mais um fabricantes chinês de caminhões limpa a estrada para produzir no país.
A recém criada SBTC Indústria de Veículos, assinou com a chinesa CNHTC para
produzir seus caminhões a ser chamados Sinotruck. Vai ao Ministério do
Desenvolvimento Indústria, Comércio e Comércio Exterior para as facilidades do
programa Inovar-Auto. Fábrica em Lajes, SC.
Mudança –
Veículos de leilão são carros usualmente abandonados, maltratados, vendidos sob
a má aparência do depósito desassistido por largo tempo. Mas situação tende a
mudar.
Como –
Começa pelo nome — remarketing — a BCA Brasil — joint
venture entre a BCA Europe, maior do continente, da Estapar de
estacionamentos e do grupo imobiliário WTorre. Aplicaram R$ 10 milhões em área
e estrutura em 25 mil m² em Mogi das Cruzes, apto a vender até 60 mil
carros/ano.
Tradução – Remarketing traduz
integrar todos os elos da cadeia comercial para recolocar no mercado carros
apreendidos por inadimplência ou irregularidade.
E? –
Na prática significa vistoriar os veículos, guardá-los de maneira adequada,
garantir sua conservação até devolvê-los ao mercado. Há muito mercado, gerado
especialmente nos pátios dos Detrans que, por falta de meios, não devolvem
rapidamente à circulação os veículos apreendidos.
Baixa – Agência
econômica mundial Standard and Poors analisou os dados da economia, previsões
de inflação e a incapacidade do governo federal em se comunicar com a
população, e reduziu a nota de confiabilidade do Brasil. BBB menos – baixa
confiabilidade.
Mercado –
Revendas Mini Eurobike de Porto Alegre, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto,
SP, fazem graça com os Mini em versão One, preço reduzido a R$ 76.950, e Cooper S Exclusive
de onde cortou R$ 15 mil, garroteando-o em R$ 89.950. 50% de entrada, saldo em 10x
sem juros. Modelos 2013. Querem esgotar o estoque. Modelo mudará em breve.
Recall – O
Ministério da Justiça, pela Secretaria Nacional do Consumidor, informa, o
Chrysler Group do Brasil convoca presença dos Jeep Cherokee 2011 para trocar o
módulo do air bag traseiro e, 2012 para reprogramar/trocar o
módulo de energia. Mais? 800 703 7150, www.jeep.com.br e http://portal.mj.gov.br/recall.
Muito –
Honda festeja ter produzido 500 mil unidades do Fit no país. Dez anos de
sucesso, produção contida em 50 mil unidades/ano. Neste ano novo-modelo será
fabricado em Sumaré, SP.
Mais –
Mudança grande, plataforma maior, versão utilitário esportivo e motor para
unidade com injeção direta.
Salão – Será em outubro, mas já se iniciaram as vendas dos ingressos para o
Salão do Automóvel, São Paulo. Atração, terá pela primeira vez, test-drives
em até 20 marcas. Por respeito,
conforto e segurança, entre no sítio da organizadora Reed Exibitions e exija
instalação de ar-condicionado e a limitação número de visitantes por hora (www.salaodoautomovel.com.br).
O Salão é um sahara atraente — e despreparado para emergências.
RN
A coluna "De carro por aí" é de inteira responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.
Como muitos especulam, seria interessante se a VW, para ofertar carros de baixos preços, ressuscitasse uma das famosas marcas que ela enterrou. No Brasil a marca DKW parece ainda desfrutar de forte simpatia.
ResponderExcluirNão consigo ver a DKW como marca de 2ª linha da Volkswagen: nas décadas de 50 e 60, os Belcar e Vemaguette ganhavam dos Fusca e derivados em tecnologia, desempenho, espaço interno e, na minha opinião, até em estilo. Quem conhece a história da Volks sabe que a empresa só chegou aonde chegou graças à compra da Auto Union, muito superior em tecnologia, absorvida dos tempos em que esteve nas mãos da Mercedes.Se tivesse insistido nos motores refrigerados a ar, como queria o Heinz Nordhoff, a Volkswagen só existiria hoje em enciclopédia.
ExcluirEm todo o caso, acho válida a idéia de uma marca de entrada, com produtos baseados nas gerações anteriores dos Volkswagen atuais, mas mantendo as qualidades mecânicas, dinâmicas e construtivas. Não seria interessante comprar um Passat da geração anterior com a mesma qualidade de quando usava logo VW, mas a preço de sedan médio?
VW? Baixo preço? Sei não. Se um up! de entrada já vem com nada e custa o que custa, o que a VW vai chamar de veículo "menos elaborado", para, supostamente, cobrar menos por ele? Rodas, volante, e bancos serão opcionais? Esse papinho dos fabricantes de "baixo custo" já está irritando, pois nunca chegam com baixo custo de verdade, embora sejam sempre extremamente "pelados".
ResponderExcluirQuanto ao mico da Toyota... por um lado, esse US$1,2B sequer arranha a enorme reserva de US$60B da mais endinheirada fabricante de autos do mundo. Por outro lado, esta matéria do WSJ entitulada "The Justice Department's Unjust Toyota Fine" é uma boa e imparcial síntese dos fatos:
ResponderExcluirhttp://tinyurl.com/lpeddzk
O artigo citado não abre para não-assinantes...
ExcluirMas pode ser lido aqui:
http://www.cato.org/publications/commentary/justice-departments-unjust-toyota-fine
A. 29/03/14 11:48
ExcluirNo meu computador abre normalmente, acabei de verificar.
Toyota com problema de freios? Não seria acelerador? O caso discutidíssimo da aceleração espontânea criadora de carros autônomos assassinos nos EUA???
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