Quando dirigi o Renault Symbol no lançamento, em março, gostei, mas sem empolgação. Agora, andando com um Privilège 1,6 16V no meu hábitat, mudei de opinião. Que carro acertado! Como é agradável de andar pela ruas irregulares de São Paulo. Sei de gente que torceu o nariz, que disse que o Symbol, lançado na Rússia no ano passado e vindo da Argentina, é um arremedo de Clio Sedan, mas, que nada. Além de estar com linhas bem mais simpáticas e atuais, manteve o enorme, ou melhor, gigantesco porta-malas de 506 litros.
Domingo passado minha cunhada e o marido chegaram de uma viagem de uma semana a Porto Alegre/Gramado e eu e minha mulher fomos buscá-los no aeroporto. O tamanho das duas malas principais, fora as outras, menores, fizeram-me temer que eles precisassem pegar um táxi Doblò. Que nada, coube tudo, ficamos impressionados. Toda aquela bagagem e quatro adultos.
Suas medidas são 2.473 mm entre eixos, 4.261 mm de comprimento, 1.672/1.925 mm de largura (com/sem espelhos) e 1.439 mm de altura. A massa em ordem de marcha é de 1.045 kg e o tanque de combustível comporta 50 litros.
O Symbol é da velha receita de tudo transversal à frente, com McPherson, mais o eixo de torção atrás. Só que tudo combinado de maneira admirável. Especificação de molas e amortecedores, impossível melhorar. Todos os compromissos foram conciliados. Bancos dianteiros, perfeitos.
Este Symbol custa R$ 44.490 e já vem com assistência hidráulica de direção, ar-condicionado de controle eletrônico, computador de bordo, airbags frontais, faróis e luz traseira de neblina, rádio/toca-CD com MP3, rodas de alumínio com pneus 185/55-15 (Continental Premium Contact, assimétricos, sensacionais), vidros/travas/espelhos de acionamento elétrico e volante revestido de couro com ajuste de altura (faixa estreita, mas tem). ABS é o único opcional e custa R$ 1.500. Portanto, um concorrente de peso no segmento dos sedãs compactos, defendido pelo Peugeot 207 Passion XS 1,6, VW Polo 1,6, Fiat Siena HLX 1,8 e Corsa Premium 1,4, este mais barato do grupo (R$ 34.802), sendo o Peugeot o mais caro, R$ 44.800. E tem três anos de garantia.
O motor 1,6 de 4 válvulas por cilindro dá o show. Os 115 cv aparecem a 5.750 rpm e o elevado torque de 16 mkgf, a 3.750 rpm. Isso com a baixa (para os padrões atuais) taxa de compressão de 10:1. Imagine-se se passasse a 12:1! A aceleração através é perfeita, tudo casado, motor e escalonamento do câmbio. O 0-100 km/h, pela fábrica, é feito em 9,9 segundos e atinge 187 km/h (números com etanol). Agrada ao entusiasta e ao não-entusiasta. E o proprietário que quiser pode sair do Brasil e adentrar longe num país vizinho, pois o motor funciona com gasolina mundial, sem etanol.
Um mês depois do lançamento a fábrica passou a oferecer também o motor de duas válvulas por cilindro, de 95 cv (etanol), por R$ 39.990, versão Expression somente.
O Symbol freia bem, faz curva muito bem, os instrumentos são bem legiveis e a sua iluminação é avermelhada, como deve ser (melhor para a visão noturna). O conta-giros (no lado esquerdo, o certo para mim) não tem faixa vermelha, do meu agrado, e o velocímetro é tipicamente francês, com os números de velocidade ímpares, que gosto também (a 130 km/h indicados, ponteiro na vertical, não se toma multa em estradas de 120).
É um sedã compacto todo bem-pensado, agradável à vista com suas seis janelas, inclusive com a charmosa antena de rádio no teto e dianteira. Há um prático comando-satélite para o sistema de áudio e o comutador de facho alto/baixo é de puxar somente (percebe-se a utilidade numa viagem noturna longa). Os indicadores de direção contam com repetidoras nos para-lamas dianteiros. E os faróis ligam no facho baixo mesmo se desligados em alto.
O que pode ser melhorar é pouco: passar o espelho esquerdo de plano para convexo, usar para-brisa com faixa degradê e adotar função uma-varrida no comando do limpador. Tudo fácil e que praticamente não encarece. O que pode fazer o preço subir, aí sim, é passar o comando de câmbio de varão para o sistema a cabo. Não que seja ruim, mas destoa num carro tão jeitoso como esse. E se quiserem colocar o bate-pé no carpete, na região dos pedais, quem não gosta de tapetes agradecerá. Para quem gosta, tanto faz.
Há, ainda, a segurança da assistência técnica oferecida pela rede de 160 concessionárias e fato relevante de ser a quinta marca mais vendida no Brasil.
A compra de um Renault Symbol não é só emocional.
BS
Hi, it's a very great blog.
ResponderExcluirI could tell how much efforts you've taken on it.
Keep doing!
Peço licença para discordar, mas sedans populares estão longe de me empolgar.
ResponderExcluirRacionalmente falando, não discordo de uma única palavra. Mas me falta coragem pra gastar 50.000 reais (preço + despesas de carro zero) nesse Novo Clio Sedan.
Bob, voçê citou a facilidade de utilizar o comutador de faróis baixo/alto de puxar apenas e a diferença que isso faz numa viagem noturna prolongada. Porém tenho uma dúvida: em viagens noturnas, a diferença prática entre um carro com farol de duplo refletor (como no Clio Sedan) e um de refletor único (como no Symbol) é muito grande?
ResponderExcluirJeferson,
ResponderExcluirFarol é uma coisa complicada. Teoricamente duplo refletor é melhor, mas nesse caso do Symbol a iluminação é de primeira. Não senti falta de luz mesmo não sendo mais nenhum garoto (tenho 66 anos).
Olive,
ResponderExcluirTo work for pleasure is not work. Agradeço o comentário.
Rodrigo,
ResponderExcluirA raiz de tudo é o preço dos carros no Brasil. Esse mesmo Symbol, já com ABS, custa R$ 30.679na Argentina. É de revoltar, não? São 58.660 pesos a 0,523. De qualquer maneira, o preço x conteúdo, no nosso mercado, é apropriado.
Bob
ResponderExcluirTambém achei os bancos fantásticos, confortáveis e com apoio perfeito.
FB
Alguém sabe se existe a possibilidade de lançar uma versão perua? Acho difícil, já que por aqui imperam as minivans... Mas sedãs não me agradam muito.
ResponderExcluirO que acho uma pena mesmo é a taxa de compressão ser tão conservadora, mesmo para gasolina pura. Com 12:1, ganharia-se uns 10 cv, mesmo na gasolina. Ou seja, ficaria um rojãozinho...
Depois de dirigir um Logan 1.6 16v sempre achei que um Logan 2.0 16v de 172cv (como o Clio Sport antigo da Europa) estaria no meu wishist de carros para ter.
ResponderExcluirChamar tanto o Logan quanto o Symbol de bonitos é um tanto quanto otimista, mas se o Symbol tiver um pacote racional e bem do Logan pode se dar bem, mas os carros Renault ainda precisam perder a fama de bombas que tem entre muita gente, mecânicos e frotistas em especial, para conseguir ganhar mais mercado.
na minha modesta opinião bem poderiam melhorar o design do Logan para ficar no lugar do Symbol, que mesmo sendo bem acertado, é um Clio sedan remodelado.
ResponderExcluiro Logan tem entre-eixos e largura de carro médio-grande, é macio, bem acertado também e honesto.
fiquei por uma semana com um 1.6 8V, apesar de não ser o mais forte, me surpreendeu. só faltava mesmo perder um pouco do ar de caixote sobre rodas.
Por uma feliz concidência, eu vi estacionado logo atrás do Symbol um Mégane Sedan da geração anterior; top de linha, branco, bancos de couro, lindas rodas originais de liga leve e o belo indicativo do motor 2.0 16v no friso lateral....Olhando ambos os carros de trás e de lado (perspectiva de 3/4), dá para ver que são bastante semelhantes, muito parecidos mesmo, até o friso cromado unindo as duas lanternas traseiras estão nos dois carros. Confesso que senti mais atração pelo mais velho e requintado Renault, a cor branca, o ar sofisticado, o acabamento das rodas, tudo denotava um carro bem mais interessante. Achei um pouco estranho a posição das maçanetas dianteira no symbol, parecem baixas e as linhas laterais das portas parecem um pouco desencontradas....mas é bem melhor que o Logan, sem dúvidas!
ResponderExcluirPara mim, o entre-eixos deveria ser maior.
ResponderExcluirBK
ResponderExcluirEssa fama é injustificada. Os Renault não são nem mais, nem menos duráveis e robustos do que os concorrentes.
Road Runner,
ResponderExcluirNão sei se planejam lançar modelo perua, mas acho que deveriam. A taxa de compressão dos carros que vêm para cá é maior que na Argentina, que é 9,8:1. Mas é mesmo muito baixa. Haveria mesmo bom ganho se subisse.
Francisco,
ResponderExcluirPoderia sim, mas por coincidência é exatamente a mesma do velho e bom Passat. Não chega a atrapalhar.
De todos os Renault que dirigi até hoje(Clio e Kangoo, ambos 1 litro)não tenho críticas importantes. São ótimos de dirigir, sem vícios sensíveis e o cuidado com o NVH é grande. O problema, pelo menos aqui no interior de São Paulo(em São Carlos/SP e Araraquara/SP não há mais concessionária, apenas em Ribeirão Preto/SP), é a dificuldade de peças fora da concessionária e a grande desvalorização dos usados, sem contar que alguns comerciantes nem aceitam o carro na troca. Mas percebo que na Capital o quadro é diferente, no caso do Clio parece ser bem aceito. Como disse um mecânico amigo, são ótimos carros, mas precisa ter outro caso quebre, pois demora um pouco para conseguir peças.Abraços
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Bob! Realmente, a culpa do preço não é só do carro.
ResponderExcluireu vi algumas vezes na rua e achei interessanta. achei uma pena as laterais serem idênticas ao clio sedan, e acredito que isso faça ele perder um pouco de mercado. Se a Renault lançasse uma versao automática ou automatizada, com certeza pensaria numa compra desse modelo.
ResponderExcluirEu estava gostando dos Renault, até ver o desmonte do Logan na 4 Patas. Lembram da falta de lubrificação no cabeçote?
ResponderExcluirAlém disso, apoio a marca apenas parcialmente. Eles não parecem se mexer muito para ganhar mercado aqui. Os motores com taxa baixa num país onde o alcool é maioria, carros defasados... Baixas vendas não são desculpa. A ford não vende tanto assim e modificou severamente seu motor para virar flex. O resultado parece ter ficado ótimo.
O meu cunhado acabou de comprar um Expression 8v e achei um carro muito honesto. Aliás, como o antigo Clio Sedan era.
ResponderExcluirNa minha opinião o Clio Sedan só tinha um DEFEITO que era o visual. O Symbol acabou com esse problema, não é lindo mas está beeeem longe de um Clio Sedan ou do Logan.
Pelo valor (39.900), acho que não existe melhor opção no seu segmento. O Voyage é mais barato mas com seus equipamentos fica bem mais caro e todos os outros também.
O que não me agrada é o espaço que não mudou do Clio, nem poderia por usarem a mesma plataforma. Mas esse problema é meu que tenho 1,90m... No meu Tempra é a mesma coisa, ninguém senta atrás de mim. Só na Scènic da patrôa alguém consegue sentar atrás do banco do motorista quando eu dirijo.
Agora, sinto uma diferença enorme entre o 1.6 16v e o 8v na Renault. O 16v não anda mais nem menos que o 8v em giros baixos mas parece um 2.0 quando passa de 4000rpm. E olha que o 1.6 16v da minha Scènic rodando no GNV já é bem mais forte que o 1.6 8v no alcool do Symbol do meu cunhado.
Carlos,
ResponderExcluirDe fato, a diferença do 8- para o 16-válvulas é gritante de 3.500~4.000 rpm para cima. Até essa rotação fica tudo mais ou menos igual.
Caio,
ResponderExcluirA taxa de fato poderia ser mais alta, mas mesmo assim o motor não deixa de ser brilhante. O que a concorrência, fora o Siena Tetrafuel, não tem é a capacidade de rodar com gasolina sem ser a brasileira.
Acho que já passou da hora de TODO carro vir com lente convexa do lado esquerdo. Ao contrário do que se pensa é justamente quem está acostumado com ele que mais sente sua falta e tem de se adaptar na volta ao plano.
ResponderExcluirEu sou um dos fãs dos 16v.
ResponderExcluirApesar do Symbol ser na essência o Clio sedã com nova "roupa", é um ótimo carro :)
ResponderExcluirO Clio sempre foi uma boa referência em desempenho e conjunto, NO SEGMENTO QUE LHE COMPETE (sedans e hatchs compactos). Todos que conheço que já dirigiram esses carros gostaram muito :)
E, sinceramente, apesar de manter a plataforma do Clio antigo, as qualidades do velho permaneceram (assim como os defeitos, alguns pessimistas diriam rsrs). E esse motor 16V é excelente. Com um turbo a brincadeira fica melhor ainda (hehehe)
O Symbol continua sofrendo a tremenda injustiça que já era feita pelo mercado ao Clio. Ainda mais se considerando a versão Privilège, top de linha: experimentem deixar qualquer concorrente equipado como um Symbol (ou mesmo Clio), e verão se consequem seus preços não ultrapassam em muito os R$44.000,00.
ResponderExcluirEssa avaliação positiva do Symbol junta-se a vária outras análises feitas por revistas especializadas. Há algo de surreal, então. Se o carro é muito bom, por que não vende? Há algo de inexplicável nisso, pelo menos pra mim.
ResponderExcluirimpressive blogs
ResponderExcluirI love all the posts in this blog
so sweet