Frankfurt, algumas novidades
Muitos salões internacionais de
automóvel há, mas dois pontuam na Europa alternando anos. Pares, Paris.
Ímpares, Frankfurt, o IAA. Na monumentalidade de seu espaço – uns 15 km para percorrer diária e
estafantemente – neste ano muitas
novidades, conceitos e caminho que ao mercado brasileiro é
folclórico-institucional, os carros híbridos. Lá, os combustíveis não
petrolíferos evoluem. Aqui olhamos passar o bonde da tecnologia.
Lançamentos de ligação direta, os
alemães. VW Golf sétima geração, a ser feito em Curitiba, PR. E, como antevisão,
especial versão R, quarta etapa do motor 2.0 16V, injeção direta, turbo, salta
dos 210 cv do Tiguan e Jetta , expelindo 296 cv, indo da imobilidade a 100 km/h em 4,9 s. Será
opção nacional no Salão do Automóvel de São Paulo, daqui a um ano.
2015 Volkswagen Golf R |
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Mercedes
GLA – como CLA com produção nacional mundialmente antecipada pela Coluna – deixará de ser protótipo e será
produto. Nem automóvel nem utilitário esportivo, a inexplicável configuração
dita crossover, mescla dos dois. Motorização pequena, 2,0, de onde a AMG, a
empresa de desempenho automobilística da Mercedes arranca 300 cv.
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Híbridos
Terão referência com o Porsche 918,
modelo e quantidade a ser feita. Motor V-8 somado a dois outros elétricos, um
para cada eixo, gerando 887 cv de potência.
Porsche 918 Spyder. Híbrido esportivo em 918 unidades |
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Outros, Hybrid Range Rover Sport e
Range Rover Sport, aparecerão em Frankfurt com vendas em 2015. Usam o atual
pico de desenvolvimento com motor diesel e elétricos, permitindo as conhecidas
capacidades fora de estrada, economia – faz até 14,5 km/l –, e aceleram como um
carro esporte – aos 100
km/h em menos de 7 s.
BMW terá dois I, com denomina seus híbridos.
Um, da série 8, é esportivo capaz de recarregar baterias na corrente elétrica
doméstica. Motor pequeno, o três-cilindros 1,5 biturbo e motor elétrico. No
total 362 cv de potência.
Na mesma linha, o i3, pequeno, arranjo
estético curioso, tendo como motor básico o três cilindros com 1,5 litro.
Um novo Mercedes com
a mesma tecnologia de recarga, evoluiu para 500. Da luxuosa Classe S, V-6 3.0
turbo, 328 cv, mais motor elétrico com 107 cv, dá-lhe esportividade e velocidade
final cortada em 250 km/h.
Volkswagen levará
dois elétricos, e-Golf e e-UP!. Mostra o seu caminho: nem híbrido, nem
hidrogênio, apenas elétricos. Neles, característica curiosa, desenvolveu e
construiu suas próprias baterias e os trata como Volkswagens com característica
de Volkswagen por facilidade de uso e resistência. No operacional, além de
emissões zero, operacionalidade para ser os econômicos de menor custo, tem
ganhos de autonomia: e-UP! 160
km e e-Gol 190 km. São recarregáveis e 80% da carga total
obtém-se em meia hora de ligação em tomada. Factíveis na Alemanha sem petróleo
e com motoristas rodando em média 50 km/dia.
Os comuns
Interessante, distante, XS Jaguar de
menor porte, para resgatar o conceito que a Ford, então dona da marca, não entendeu
e não vendeu, com os modelos X e S. A sigla sugere mescla. Os indianos,
conseguindo êxitos e glórias com Land Rover e Jaguar, devem vitoriar. O XS com
motor 2,0 turbo, em torno de 250 cv, será concorrente para Mercedes C, BMW 3 e
Audi 4.
Da marca, inimaginado SUV.
Conceito para balizar seus produtos
para os próximos anos, o Opel Monza. Nome que a GM gosta, terceiro produto a
utilizá-lo, linhas fluidas, lembrando ondas, eletrônica intensiva. Na prática,
o caminho buscado: aerodinâmica, baixo peso, eletrônica, baixo consumo e
emissões.
Na parte prática novo motor pode
chegar ao Brasil para as próximas gerações de produto, quando a GM do Brasil se
libertar de sua inspiração atual, os veículos e projetos herdados da coreana
Daewoo. É um 1,0; três cilindros, 85 kW/115 cv, turbo, injeção direta,
apresentado como mais silencioso, equilibrado que os concorrentes, incluindo o
Ford desta categoria eleito Motor
do Ano. Torque de 16 m·kgf deve permitir uso alegre acoplado a câmbio de 6 marchas. Estará no Adam, o menor dos Opel e sua base é modular para 3
e 4 cilindros até 1.600 cm³. Diz a GM, o bloco em alumínio, vazado a elevada
pressão, o coletor de escapamento fundido no cabeçote, supera vibração e
barulho atribuídos aos 1,0 três-cilindros. A versão 4-cilindros, SIDI !,6, 16V,
turbo, desenvolve 200 cv.
BMW Concept M4 Coupé em Pebble Beach, 2013 |
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O conceito M4 BMW ocupará o lugar do
atual M3 Coupé. Exibido dia 16 no Pebble Beach Concours d’Elegance , em
Monterey, Califórnia. Possível
motor L6, dois turbos, gerando tropa próxima a 450 cv.
Dos mesmos acionistas, o desafio de
fazer a terceira geração do MINI Cooper. Importante lançamento, também reservou
espaço para concomitantes Salões de Los Angeles e de Tóquio em novembro.
Grade hexagonal, faróis em LEDs e motorização de três cilindros, último grito
de tecnologia BMW.
De performance, os Porsches 911 Turbo
e Turbo S baseados no recente modelo serie 991 também estarão em Frankfurt. O
Turbo entrega 520 cv, o S, 560.
A 100
km/h em respectivos 3,2 e 2,9 s.
Ferrari com novo modelo, o 458
Speciale, espécie de sucessor espiritual do 430. Mais leve e potente que o 458
Italia, em performance doméstica apenas superada pelo LaFerrari e pelo F12
Berlinetta. Zero a cem km/h em 3,0 s.
Ferrari 458 Speciale |
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E há itens de adeus. O Lamborghini
Gallardo em última versão, Squadra
Corse, nome de sua equipe de
corridas, última ordem da Volkswagen, dona, mudando a cara da empresa, entrando
em competições, evoluindo o produto.
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Roda-a-Roda
Mercosul – Gaúcha Agrale incluiu tratores em sua
ampliação industrial na Argentina. Marcha lenta, três modelos e 100
unidades neste ano. Investimento maior visa aumentar o conteúdo argentino de
seus caminhões e ônibus a 56%.
Ampliação – Coincidência ou não com a
contratação de Mark Hogan, 62, ex-presidente da GM Corporation e presidente no
Brasil, para ampliar negócios da Toyota nos mercados da América Latina, marca
se expande na Argentina.
Controlada – Por meio da Master Trim,
associação com a Johnson Controls, investirá US$ 10M em Campana, a 100 km de Buenos Aires. Fará
estofamentos e revestimentos para si e terceiros, incluindo o Chevrolet Cobalt
nacional. A empresa já opera, e exporta largamente ao Brasil.
Hogan- Com larga experiência
mundial, é dos poucos com autonomia para analisar e falar. Criador da fábrica
da GM em Gravataí, RS, operações altamente rentáveis, baseada no Corsa,
transformado em Celta e Ágile, deve organizar o foco da Toyota, evitando erros
como o Etios. Será o novo Bwana para a América Latina.
De novo – Mitsubishi em edição 2014, o New
Outlander foca em uso familiar, espaço, tecnologia eletrônica para confortos e
segurança. Projeto e construção apurados, incluindo reduzir peso, aprimorar
aerodinâmica, eletrônica intensa para evitar e minorar acidentes.
Como - Três versões, com motor L-4, 2,0, 160
cv, V-6, 3,0, 240 cv, e Full
Technology Pack. Construção em alumínio, 4 válvulas por cilindro, sistema
de variação em sua abertura. Câmbio automático, seis marchas,
autoprogramável.
Quanto – 2,0 R$ 103 mil; 3,0 R$ 131.000; Full Technology R$ 140
mil.
Apresentação – Usual, mundial e secularmente
fábricas de automóveis fazem lançamentos antecipados à imprensa, quando
instigam a cobertura jornalística, levantam o assunto, provocam interesse tudo
com mídia graciosa. Após, venda e publicidade paga.
Novidade – Com o novo Focus, iniciando vender
em outubro, Ford tenta inovar. Apresenta o automóvel em grande festa, público
em geral, no Pavilhão da Bienal, São Paulo. Nela imprensa, aparentemente lembrada
à última hora - e por protesto o executivo da área não se fez presente – será apenas segmento em meio à convidada chusma midiática e social.
Dará resultado de divulgação e vendas
a dispensa da pré-apresentação para a imprensa? A ver.
On line – Honda oferece curso de uso do quadriciclo, veículo de
aplicação fora de estrada. Foca segurança e técnicas de pilotagem. Grátis. A
fim?www.honda.com.br/harmonianotransito
De volta – GTX, um dos óleos lubrificantes mais
conhecidos no país, passou por reformulação, e com atrativos quer o mercado de
veículos usados. Vem nas viscosidades 15W40 – 45% da frota o utiliza –, e 20W60
para motores de projeto antigo ou com elevada quilometragem.
Plus - Em ambas, aditivo antiborra, limpa e
evita aderências nos dutos de lubrificação. A grosso modo, comparando com o
corpo humano, impede a obstrução das artérias, impedindo infarto. Um antiateromas.
+ Um – Outro chinês em caminhões. Importadora mudou o nome dos
caminhões CNHTC para Sinotruk, importou-os e, aprovado seu projeto de adesão ao
programa Inovar-Auto, desembaraça enviando-os à rede de 30 distribuidores.
Negócio – Quer vender 702 unidades, isentas do
pagamento do Super IPI – o imposto + 30 pontos percentuais –, até iniciar
montagem em 2015.
Sim – Pode suscitar dúvidas período
extenso para implantar galpão e linha de montagem, o mais simplório passo da
industrialização. É engenharia comercial. A Elecsonic, representante da marca,
busca sócios para montar o modelo A7 em versões 4x2, 6x2, 6x4 e 8x4.
Novo – Nos EUA Cummins, de motores diesel
anunciou novo engenho: V-8, 5,0, turbo, nos próximos picapes Nissan Titan.
Projetado para 2006 caiu do programa pela crise econômica nos EUA e a encomenda
da Nissan o viabiliza.
Continua – Não será exclusivo da Nissan no
enfrentar o segmento dos picape peso-pesado nos EUA. Une baixo peso e
capacidade aqui desconhecida, a de reboque, aplicada a trêileres e barcos. Irá para outras aplicações e
clientes.
Boa idéia – A Mercedes chamou sua agência de
turismo e moldou o projeto Van
Comigo, trocadilho para induzir o uso de vans em transporte compartilhado
para eventos, shows, programa esportivos... Emprega o van Sprinter e não é locação
do veículo, mas de assento. Interessado se inscreve e espera a formação do
grupo. A Gemini Tour toma conta do processo. Em www.vancomigo.com.br
Programa – Oficina
Motor, programa sobre automóveis no Globosat terá matéria de Henrique
Koifman sobre alinhamento e balanceamento como elementos de segurança e
econômica. Segunda, dia 2, 21h.
Alfa – Ator Leonardo DiCaprio, no novo
filme de Martin Scorcese –The Wolf of Wall Street, ainda sem título em português –, dentre outras demonstrações do poder do dinheiro utiliza exemplar de Alfa
Romeo Spider Quadrifoglio 1987.
Já vi - É versão estadunidense do conhecido
automóvel italiano, que explodiu no mercado quando apresentado em outro filme, The Graduate, com Dustin
Hoffmann em 1963. Nos EUA em novembro.
Definição – Dos EUA, consultor Rex Parker recém-abrasileirado, sobre a intensa programação de leilões, exposições, passeios e
corridas na costa californiana, genericamente chamado de programa de Pebble
Beach: É a Semana Santa do
Antigomobilismo. Ótimo rótulo para conteúdo e duração.
-
Carlos Tavares, português, 55, delegado geral e n°. 2 da Aliança
Renault-Nissan, disponibilidade. OOOO Declarou que gostaria de chegar a
n°. 1, mas tudo indica que Carlos Ghosn, 59, permanecerá no posto mais cinco
anos. OOOO Disse interessar-se por desafio na GM ou
Ford.
OOOO
Dançou, ou, como diz o comunicado oficial franco nipônico, sairá para dedicar-se
a projetos pessoais. OOOO Prá
bobo não serve, e a postura o coloca como primeiro interessado nas duas empresas
que mudarão de executivo-chefe em um ano e iniciam procurar sucessores.
OOOO
E o Alfa de corridas, que é um Fiat ?
Automóveis antigos tem valor
adicional por característica, raridade, participação em fatos, terem sido
propriedade de alguém de relevo, condições adicionais ao detalhamento
construtivo.
Exemplar bem conhecido no meio antigomobilístico brasileiro, é o qual
chamam Alfa P3 ou Alfa da Hellé-Nice, corredora e inovadora de costumes – ela
apresentou o maiô de duas peças ao Brasil, fumava em público, – que se
acidentou com Alfa – que não era P3 mas 8C 2900 – no I Grande Prêmio Cidade de São Paulo, – av. Rebouças, julho de 1936.
O automóvel ficou muitos anos no pioneiro e corajoso Museu Paulista de
Antiguidades Mecânicas, criação do antigomobilista Roberto Lee e, para ser
salvo de depredação, foi doado à Prefeitura de Caçapava, SP.
Buscando resgatá-lo a boa forma, aficionados da marca Alfa Romeo em
Minas Gerais junto com o Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, fizeram
esforço conjunto para reunir meios, fazer um projeto, e restaurar o veículo. Os
colecionadores solicitaram ao Curador do Museu opinião quanto ao veículo, sua
história e necessidades.
Exame local, na estrutura mecânica, e pesquisa histórica incluindo
fontes como o historiador Napoleão Ribeiro, permitiram identificação e
surpresa: o Alfa não é Alfa, mas um Fiat 520 de 1928.
Italiano, importado a Buenos Aires, foi transformado em carro de
corridas pelo argentino Vittorio Rosa. O construtor/piloto trouxe-o ao Brasil,
correndo no Circuito da Gávea, prova
da temporada internacional no Rio de Janeiro. Após, vendido ao campineiro Dante
di Bartolomeo, dono da Escuderia
Excelsior, onde corriam Quirino e seu irmão Chico Landi. Chico, com o
carro, ganhou a primeira Volta do
Chapadão, primeira corrida em Campinas, vitória indutora da criação do
Automóvel Club do Estado de São Paulo.
Com o Fiat Chico alinhou no I GP de São Paulo, liderou por duas
voltas à frente de automóveis muito mais potentes e abandonou antes do final
dramático.
Após, com o automobilismo brasileiro entrado em letargia, conseqüência
dos acidentes dos GPs de São Paulo e de Belo Horizonte, o Fiat desapareceu, sem
traços. Emergiu abandonado nas beiradas da Capital mineira ao final dos anos 1960, quando comprado por Lee, que o restaurou.
O 520 usa motor Fiat de seis cilindros, aproximados 3.800 cm³ de cilindrada, uns 100 cv de potência, resistente caixa de câmbio com 4 marchas, eixo traseiro sem diferencial.
E por que tem grade e jeito de
Alfa? Não se sabe quando ou quem substituiu a original
grade frontal com forma de capela pelo inconfundível frontal de Alfa nos anos 1930, mas o historiador Ribeiro lembra, eram tantas as vitórias de Alfa,
sinônimo de rendimento, que muitos dos carros de corrida tentavam copiar sua
grade. Para lembrar, nas corridas a Itália era representa pela Alfa, e nela
Enzo Ferrari era gerente de competições.
Hoje ambas são marcas Fiat.
O Alfa dito P3 do Museu de Caçapava... |
...é Fiat 520. Aqui, Chico Landi vencendo na Volta do Chapadão |
RN
A coluna "De Carro por Aí" é de total responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.
O que aconteceu foi simples: passaram a conversa no Roberto Lee e venderam gato por lebre, sabendo que ele era pessoa honesta e jamais contestaria a legitimidade do carro.
ResponderExcluirMcQueen
Legal ter lembrado do Oficina Motor. Já assisti vários. Não tem pretensão de ser algo totalmente técnico. Testam os carros na pista, o que não é o ideal, e tratam todos como carro de corrida, não faz sentido, mas vale a diversão. E a moça é piloto de fato, e não de internet kkkkk
ResponderExcluirCaminhão Sinotruck.
ResponderExcluirEsses dias eu perguntei para um motorista que estava dirigindo um desses. O caminhão era bonitão, imponente, mas a resposta do motorista: "...ruim hein! Quebra muito".