Estamos passando umas férias na fazenda em que vivi e trabalhei por 25 anos. Só há uns seis anos é que voltei a morar na megalópole atrapalhada paulistana.
Como é bom aqui na roça!
E aí, circulando um dia pela querida e tranquila Pirassununga, meus olhos grudaram numa bela Belina. Era das últimas que foram fabricadas, daquelas que vinham com o motor AP1800 da VW. Essa deve ser de 1989, 90 ou 91, porque foi só nesses anos que ela veio com esse motor da VW. Foi o começo da Autolatina, união temporária da Ford e VW brasileiras. Essa perua tinha os dois bons mundos da época: o bom motor e câmbio da VW e o bom conforto e acabamento da Ford.
Essa estava chique, conservadíssima, cor vinho, chique, interior cinza claro, estofamento jóia, painel completo e impecável, console e alavanca de câmbio como novos, aquela alavanca curtinha, diferente das Belinas antigas que tinham o motor CHT e cuja alavanca vinha de lá de baixo pivotando no assoalho.
Fiquei um tempo babando na Belina.
Os autoentusiastas dirão: onde já se viu um autoentusiasta babando numa perua véia dessas?
Paciência, que seja, não estou nem aí, mesmo porque tive cinco Belinas ao longo dos anos e gosto mesmo e boa. E a única que não tive foi uma igual a essa aí, com motor VW, daí a vontadinha encruada até hoje. Tive a 1,4 de tampa de válvulas azul, a 1,6 de tampa de válvulas dourada, a 1.6 CHT de tampa de válvulas preta, e não tive a 1,8 VW.
E depois fiquei pensando: esse foi o carro que mais tive; já disse, tive cinco, e isso até agora, porque se bobear compro outra.
E não é porque era uma perua boa para carregar as tralhas de um moço casado e com três filhas, não, porque ainda solteiro e com vinte anos comprei minha primeira Belina.
Vamos lá, enumeremo-las;
A primeira que tive foi a primeira Belina II que saiu, 1978. Tinha motor 1,4-litro e 4 marchas, ainda a mesma mecânica do Corcel I. Era azul-marinho e modelo standard, peladona, bancos pretos de plástico. Ótimos esses bancos de plástico, pois eu saía do mar e sentava direto, na boa, escorrendo água e nem aí. Era bom também pra levar cachorro, já que pra levar a namorada depois era só passar um pano úmido mais ou menos limpo pra espalhar os pelos e as babas. O único defeito é que se batesse o sol no encosto e você entrasse com tudo sem camisa aquilo estava pelando e tostava as costas feito chapa de fogão a lenha e a gente dava um pulo de meter a cabeça no teto. Uma vez cheguei a olhar no encosto pra ver se não tinha ficado pele grudada no lazarento. Mas esse plástico lazarento era bom e eu gostava. Estava certinho pra vida despreocupada que eu levava na época, dessas de andar com o carro sujo e nem aí, baixar o banco de trás e meter a monoquilha de 7 pés lá atrás, a cadela viralatas Laika ao lado, e boa.
Mas a mecânica sempre tinindo, sempre afinadinha.
E não gastava nada, tipo 14 a 15 km/l de gasolina amarela na estrada. O galho é que ela andava pouco. Era muito carro para pouco motor. Andar a 125 km/h no velocímetro era o seu limite, já que a 4ª marcha era curta e acima disso o motor esgoelava.
O jeito foi nela colocar o carburador duplo Weber que eu tirara do Fiat 147, motor de1.050 cm³, que tivera antes. O Fiat tinha sido levemente preparado pelo Silvano Pozzi, só taxa mais alta e esse Weber 36. E fiz o mesmo na Belina: taxa mais alta e o Weber. Aí ela passou a andar bem. Arrancava junto com a Belina II 1,6 – que logo em seguida, em 1979, tinha sido lançada.
O galho era a falta da 5ª marcha. Mesmo arrancando mais ela continuou com o mesmo limite de velocidade cruzeiro, já que, claro, ela continuava a esgoelar se tocada acima dos tais 125 km/h.
E naquele tempo, viajar à noite, coisa que sempre gostei, era muito tranquilo e dava pra ir rápido, com pouco tráfego, só uns poucos caminhões com bons motoristas, e praticamente nenhum guarda. Não havia esses raios de radares e os policiais rodoviários se limitavam a nos controlar de dia na base do cronômetro mesmo.
Ao lado da pista colocavam dois marcos – tipo uma lambida de tinta branca –, normalmente nas descidonas, e sabendo a distância de um marco ao outro ficavam de olho num carro "suspeito" que no olhômetro achassem estar acima da velocidade permitida. Quando o infeliz passava pelo primeiro marco eles abriam o cronômetro, e era batata, pegavam mesmo, e era um sabão de espumar que nos passavam. Não era só esse lance de chegar uma multa em casa, bem impessoal, um castiguinho relativo. Era sabão mesmo, broncas das boas da gente se desculpar arrependido feito coroinha que comeu hóstia escondido: "Sim senhor, seu guarda. Não faço mais isso, não, seu guarda. O senhor tem toda a razão. É que eu etcétera e tal...."
Com essa Belina azul a Laika e eu inauguramos a Rodovia dos Bandeirantes um dia antes do General Figueiredo. A gente vinha tarde da noite esgoelando a Belina, tocando pra São Paulo, quando vi que tinha uma brecha no cercado que haviam feito no acesso para a Bandeirantes. Eu sabia que no dia seguinte ela seria inaugurada e ansiava por pegar esse estradão bem-vindo. E sguínch! Freada. A Belina encolheu as cadeiras, rebolou, e passamos e seguimos faceiros, a Laika muito feliz ao meu lado, a gente mantendo uma conversa de nível bem elevado, ela dizendo que os cachorros são mesmo uns cachorros, que só iam atrás dela quando ela estava no cio e tudo – falava pra cacete essa cadela –, e eu meio que desconversando, como se eu fosse diferente, sensível e tal, que pra mim namorar era coisa séria e tal. E o estradão estava maravilhoso!
Ninguém ninguénzinho, escuridão breu, tudo pintadinho brilhando, olhos-de-gato de monte brilhando, placas novinhas, e a Laika e eu lá, donos do estradão e o Figueiredo que se explodisse com a cupinchada dele lá, os lambe-botas. Sim senhor! Era nóis! Estrada nossa!
Até que do meio daquele breu os faróis iluminam um troço que se mexe e me apareceu um guarda todo de couro barra pesada com quepe e tudo e um trabuco calibre .12 apontando pra minha cara! Sguínch!
— Que é que você tá fazendo aqui, ô maluco! – o guarda, fulo da vida, gritou, apontando aquele canhão grosso pra mim, e pior, pra minha cadela!
A Laika já latiu um monte de xingamentos pro guarda, e eu: — Calma, Laika, calma. Deixa que eu resolvo, fica na sua, benzinho, e tal.
— Pois é, seu guarda. Confesso. Não aguentei e estou inaugurando essa estrada. Fazer o quê?
— Volta pra trás, imbecil – ele ordenou.
— Se eu voltar vai acabar a gasolina, olha aí, tá no um quarto, e vou ficar parado na estrada e amanhã quando o manda-chuva for inaugurar isso aqui com banda de música e tudo e depois rodar com o buzão vai ver que quem inaugurou fomos nós, a Laika e eu. É pior, seu guarda. Deixa eu cair fora, seu guarda, eu me escafedo rapidinho.
— Humm, hummm.... – o guarda ponderando. Então some daqui! Eu não te vi! Some daqui o quanto antes, entendeu? Some, cara, some, te manda.
Nos mandamos e a Laika e eu rimos pracacete e soltamos uivos bem legais.
E foi assim que a Rodovia dos Bandeirantes foi inaugurada.
Essa primeira Belina me serviu por uns dois anos, até que não aguentei e a troquei por uma branca com motor 1,6 de tampa de válvulas dourada, porque eu estava muito a fim de uma com aquele e câmbio legal de 5 marchas, meio que novidade na época. Essa andava legal: 130 a 135 km/h de cruzeiro e gastava só um pouquinho a mais de gasolina. Eu nem acreditava: carrão, com banco de veludo, chiquésimo, maior luxo, tanto luxo que achei até demais, achei que eu estava me afrescalhando e devo ter me afrescalhado um pouco, já que fiquei uma vara quando meu irmão a encheu de patos.
Bem, na verdade, cientificamente falando não eram só patos, porque tinha uns vinte patos misturados com marrecos e gansos. Pois é, eu vinha aqui pra fazenda e meu irmão me pediu carona, o sacana, e disse que não era pra eu esquentar a cabeça que ele carregaria o carro e tal, e eu logo fiquei cabreiro, o fiadamãe é preguiçoso pracaramba e não costumava ser gentil assim comigo, educado, sem me meter e bica no traseiro nem nada, me tratando feito gente. Era pra desconfiar ou não? Era sim! Ô se era!
Mas não deu outra: já antes de entrar na Belina já senti aquele aroma de bosta de pato, aroma que de tão espesso até dava pra ver saindo azulado pela janela, e aquela pataiada grasnando lá dentro numa tamanha bateção de asas que eu estava vendo que aquela perua ia decolar se eles se organizassem pra bater em conjunto aquele monte de asas. Flép, flép, flép! Quáák, quáák!
Se eu estivesse com minha espingarda cartucheira nessa hora essa pataiada ia ver o que era bom pra tosse! Ia voar mais pena do que já estava voando.
PQP! haja paciência!
Tá bom, o jeito era trazer aquele monte de pato aqui pra fazenda pro meu irmão soltar a pataiada no lago. O cara cismou e não tinha jeito, além do mais o estrago já estava feito, porque esse bichos cagam sem parar e já tinham cagado até nas janelas e no teto; o bicho caga pra cima, inacreditável! PQP!
Olha, o prezado leitor pode rir à vontade da desgraça alheia; pode ir rindo aí, mas por enquanto quem ri quieto sou eu, tem coisa ainda pior, tem sim, como quando esse meu irmão me fez trazer aqui pra fazenda um filhotão de tamanduá-bandeira, um desgraçado dum filhotão que comia uma desgraçada de uma ração tipo papinha com leite que o fazia soltar puns tão fedidos que só quem já sentiu o cheiro do pum de tamanduá filhotão é que sabe, e não vou descrever aqui como é que é que fede esse negócio porque não seria de bom tom, e bom tom é comigo mesmo. Mas, ó, só dou uma deixa: ovo podre é perfume da Chanel perto daquilo.
E meu irmão e eu na Belina branca, 1979, antes modelo de luxo, agora um transporte de patos desesperados e cagões de jatos quentes pra todo lado.
E pau na Belina, pé cravado na tábua, tipo 150, com tudo quanto é vidro aberto pra dispersar o gás sufocante e a pataiada em pânico se esgoelando mais que o motor 1,6 de tampa de válvulas dourada – na mesma rodovia que a Laika e eu havíamos inaugurado antes que o General Figueiredo.
Lá pelas tantas um guarda de botas e apito e com o bração esticado me esbarrou o caminho, sinalizando "Pára aí, encosta!"
Parei.
— O senhor estava a tantos por hora, muito acima dos 120 permitidos e tal e coisa – ele já começou com o sabão.
E eu quieto, esperando o guarda se tocar da minha situação.
Até que ele se tocou, acho que respirou aquele aroma bestial que passava pelo meu redor e ia em direção a ele, e se tocou, e parou.
— Ô cacete! Mas o que é que está acontecendo aí? – ele perguntou.
Foi a minha deixa. Fiz cara de infeliz, e estava mesmo, e bastou eu explicar exatamente a minha situação. Não menti nem um triz, e pra arrematar falei pra ele botar a cara pra dentro do carro pra sentir o drama.
— Pois é, seu guarda. O senhor vai me multar, tudo bem, tá nos conformes, mas se o senhor não me prender – eu, o meu irmão e essa pataiada – eu vou sair daqui e vou cascar a lenha tudo de novo, e vou no que a Belina der, porque isso daqui está inaguentável. Pode escolher. Qualquer coisa pra é melhor que essa fedentina aqui. Manda bala.
O cara se afastou, claro, porque ele não era trouxa, e pensou, e pensou – a pataiada de bico aberto gritando de ensurdecer –, até que lá de longe tomou fôlego e veio, e numa pulmonada só falou baixinho pra mim:
— Se manda, cara! Se manda! Tô com dó de você. Vai, te arranca – e erguendo a aba do quepe olhou feio pro meu irmão, merecidamente.
Bom, é isso aí. Me mandei mandando a lenha e deixando um rastro de penas estrada afora.
A história do tamanduá fica pra Belina marrom cor de mecônio. Êpa! dessa eu tinha esquecido! Então são seis Belinas e não cinco!
Depois eu conto, que agora vou tomar um banho pra ver se sai esse cheiro de pato que paira no ar.
AK
Rachei o bico aqui!
ResponderExcluirEsse teu irmão é o mesmo que tira as fotos pra vocÊ?
Se for terá que tirar fotos pra vc pro resto da vida e estar disponível 24 hrs por dia para se redimir pelas belinas...
kkkkkkkkkkkk
Obrigado AK por uma boa história nesse pequeno dia do ano.
ResponderExcluirArnaldo, bom mesmo é quando eu estou atrasado para a entrega de alguma coisa e lendo AE, dando gargalhadas no meio da redação - assim como está acontecendo agora.
ResponderExcluirBelina é um carrão, meu avô teve várias, várias mesmo. Sofreu um acidente em um Belina I vermelha que quase colocou fim à vida da família, por conta de um bebum que vinha atrás num Opala e acertou a traseira da perua. Teve mais uma Belina I, umas três Belina II. Del Rey foram mais 4 ou 5 também. Confortável demais, macia e boa de guiar. Um ótimo carro pra viagens ainda hoje.
Grande abraço.
Sensacional.
ResponderExcluirEssa época da saudades do que não vivi... até a polícia era decente nesses anos.
Só para comentar, tive um corcel 2, 80, 1.6 5 marchas, de herança.
ResponderExcluirNa época, não gostei, pois o carro não era muito esportivo... acabei vendendo... hoje, quando passo por ele, dá um arrpedimento!
Meu pai teve uma CHT e um tio meu uma Belina Del Rey AP1800. Realmente era um carro fantástico.
ResponderExcluirMeu pai teve uma Belina 1.6 83....que carrinho gostoso de dirigir. Viajamos muito com ela, muito econômica. Naquela época meu sonho era ter uma Belina Ghia...mas o tempo passa.
ResponderExcluirRá, rá, rá!
ResponderExcluirMa matei de rir. Olha aqui, meu caro, vê se escreve seu livro de memórias. Aposto como têm muita coisa pra contar, pra colorir o nosso dia com essa sua escrita leve e descolada.
E o seu post me fêz lembrar uma coisa: Já pensou se a Ford fizesse uma Belina GT! Acho que ia estourar de vender.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuando eu acabei a faculdade em Campinas e mudei pra São Paulo, precisava buscar minhas tralhas na república onde eu morava. Eu tinha um Voyaginho pelado, mas consegui emprestada uma espaçosa Belina Ghia nova em folha, a última antes do motor VW. Na ida, ainda na marginal, a Belina andava toda desengonçada em meio ao piso irregular - ao contrário do Voyage, que era um carro de suspensão bem mais firme. Eu ia devagar na marginal, sendo ultrapassado por todo mundo; eu naquela banheira, sentindo-me inseguro pela suspensão, mas me deliciando com os controles elétricos, ar, direção, som digital, etc. Quando me toquei que vários Corcéis velhos já haviam me ultrapassado, pensei: "balança, mas não cai". Comecei a descer o pé e logo me familiarizei com o carro. A ida, pela Bandeirantes, foi absolutamente tranquila; na volta, tive a pachorra de pegar a Anhnaguera e enfrentar as curvas fechadas em velocidade, o carro cheio (até estrado e colchão no teto, sobre o bagageiro) com a carroceria rolando de montão. Uma viagem divertida e inesquecível!
ResponderExcluirAqui em casa tivemos uma Del Rey Scala vinho 1986.Na época era carro de luxo. Lembro como se fosse ontem do cheiro de carro novo que ela tinha.
ResponderExcluirArnaldo, eu acho que ser autoentusiasta é justamente babar num carro desses porque babar num canhão modelo 2012 qualquer um baba, certo? Também tive uma prata modelo LDO e lembro que apesar do rolling, ela fazia curvas como ninguem...talvez fossem aqueles pneuzões...Muitas saudades dessa época dos cronometros tambem!
ResponderExcluirValeu.
O supra-sumo na época, esbanjar requinte e categoria, era ter um Del Rey Ghia. Maciosão, nas curvas adernava um pouco (ou rolling, como o pessoal gosta de dizer na TV), mas a turma mais tarde adotou o refrão..."carro de velho". Mas quando veio aquele com motor AP 1.8 eu tive dois deles, o primeiro com 4 portas (dificil encontrar o mecanismo de fechamento das portas traseiras), e o de 2 portas. Duas portas não, portões. Se o sujeito estava espremido com este carro no estacionamento, abrir a porta e entrar era realmente um contorcionismo. Valeu AK, boas lembranças.
ResponderExcluirluiz borgmann
Belina... Meu "carro dos sonhos" no final dos anos 80, início da década de 90. Depois de "gente grande" comprei uma Belina Del Rey 1.8 Ghia 1989/90, cinza Londres, que é meu xodó há quase 8 anos.
ResponderExcluirMeu pai teve 7 Belinas (74, 75, 76, 78, 80, 81 e 82) ao longo da década de 80. Quase todas brancas, exceto a 75 (vermelha) e 82 (azul). Mas sempre na linha Corcel. Ele não chegou a comprar nenhuma Del Rey. Partiu para a linha VW (Santana e Quantum) depois das Belinas.
Eu tenho verdadeiro xodó com minha Belininha. Cresci viajando de Bauru para o litoral norte paulista e sul fluminense dentro de Belina. Pai, mãe, irmão, as duas avós e eu. Além das malas...
E do bagageiro no teto que era comum instalar na década de 80? Nas Belina II meu pai sempre teve para levar as tralhas da família em férias. Quatro adultos e 2 crianças. Imagine a quantidade de tralha que ela TINHA que levar... *rs*
Descida da Tamoios... Até hoje quando passo por um trecho de curva onde existe um grande bambuzal, lembro-me de minha finada avó dizendo para eu abrir a janelinha do banco trazeiro para tentar respirar aquela neblina, por causa da minha bronquite... Coisa de gente antiga... *rs*
Mais de duas décadas se passaram. O carro hoje em dia é obsolteto. Projeto Renault, trem de força VW e acabamento Ford Ghia. Uma banheirona maior em comprimento que uma Chevrolet Zafira com um espaço interno não bem aproveitado.
Mas mesmo assim a danada me desperta aquela "vontade de guia-la" só pra sentir seus bancos macios com acabamento em veludo e sua suspensão macia totalmente voltada ao conforto.
Nos "momentos meus" (aquele que QUERO ficar só, pensando em nada...) gosto de pegá-la, descer a serra (Anchieta ou Imigrantes) bem devagarinho só para curtir a paisagem passar, assim como eram minhas viagens familiares durante a infância. Vou contemplando a paisagem, observando os detalhes da viagem, sem nenhum compromisso com o chegar ao destino. Curtindo minhas músicas no conforto do ar condicionado que ela proporciona, no rítmo lento como eram nossas viagens...
Saudosismo? Até pode ser. Mas ela é aquele típico carro que, pra mim, desperta aquela indescritível sensação de prazer ao dirigir.
Além de inúmeras outras histórias e aventuras com uma Belina.
Boas lembranças que ficaram na memória... :)
Belas histórias, AK!
ResponderExcluirBons tempos em que dava pra negociar com os guardas, hahaha.
A Ford deu mole nesse carro por nao ter colocado uma versao com o motor 4 cilindros do Maverick. Seria bem mais adequado no Belinao ou Del Rey ou mesmo nos corceis que no Mavecao pesado. Teria detonado os monzas e santanas.
ResponderExcluirAh! Eu tenho essa Belina que o Arnaldo não teve... Ghia, 1,8 litros, azul metálica. Que coisa mais linda o acabamento. Era, desde zero, da avó de minha esposa. Depois de seu falecimento, arrematei a belezura. Agora, está em São Manuel-SP, aos cuidados de meu pai, que a mantém com zelo extremo. Que texto! Rachei o bico.
ResponderExcluirMuito legal, adorei os patos, com estrago até no teto!!! Dá pra imaginar...
ResponderExcluirPutz, minha mãe teve uma 79 LDO azul metalica zero 1.6 5m, deve sr o mesmo modelo da sua branca, lembro direitinho dela, tinha volante de landau, muito confortável, painel que imitava madeira e mais um monte de outras coisas... boas viagens rumo ao litoral norte!! Depois ele trocou numa Scala 84 show tb!!!
ResponderExcluirEsse post me trouxe grandes lembranças!
Puxa, como eu gosto desse carro. Me lembro até hoje do teste que a Quatro-Rodas fez com a linha 89 (já com o AP). Tenho até hoje essa edição e posso lembrar mentalmente de todos os detalhes do painel completo, dos botões dos vidros elétricos, que luxo! Meu pai teve um corcel II LDO (acho que 1982) bege com interior marrom na qual fomos de São Paulo à Salvador em 1988 (tinha 4 anos) mas até hoje me lembro a dificuldade que era um jovem casal viajar pelas precárias estradas da época com 2 crianças pequenas. Para uma criança autoentusiasta como eu sempre fui, era a maior aventura da minha vida até então.
ResponderExcluirOutro comentário. Um dos atrativos da linha Del Rey era o famoso relógio de teto. Era muito chique ter o carro e todo mundo comentava o quão belo era aquele relógio de leds azul esverdeado, igual ao das calculadoras HP antigas. Vendo hoje, onde um relógio digital é algo banal, chega a ser algo romântico de lembrar. Éramos felizes e não sabíamos.
ResponderExcluirArnaldo,
ResponderExcluirÓtimo seu texto, como sempre!! Agora, você na juventude ter tido esse carro foi bem inusitado e surpreendente, haja vista suas características anti-entusiastas e ruins para descer a lenha(suspensão mole, motor que não gira muito, câmbio vago...)O que te levou a precisar ou querer comprar a primeira Belina?Abraço
Prêmio Esso para essa história! Sensacional! Rachando o bico aqui.
ResponderExcluirAK, impagável!!! Tive que parar o desenvolvimento do painel novo para ler e rir muito com essa pérola! Mais uma para o seu próximo livro!!! Abração!
ResponderExcluirEu também tive a minha. Era uma L 85 cinza, que comprei em 86.
ResponderExcluirOs bancos eram de tecido, mas lembro bem daqueles de plástico, porque meu pai teve um Corcel 75 com esses bancos. Eu sempre falava que a Ford os desenhou com minhas medidas, porque eu simplesmente os vestia.
Ela já tinha o bom, econômico e lerdo motor 1.6. Quando a rotação caía em alguma subida era uma desgraça, mas o que mais me deixou recordações, foi a sua estabilidade em retas. Ela era firme mesmo se estivesse em um furacão.
O meu grande sonho de consumo na época era comprar uma com motor VW, mas isso nunca ocorreu. Interessante é que quando criança eu sempre fui fã da Ford. Até aprendi a dirigir em uma pick-up Ford F-100 V8, mas depois da Belina nunca mais comprei um carro da Ford.
Certa vez, quando fui a uma revenda Ford com intenções de comprar um Fiesta 1.4, o vendedor queria que eu comprasse um Escort. Tempos depois quando tive interesse em comprar um Fiesta hatch, queriam me vender o Fiesta sedan importado do México. Depois estive lá para comprar o Fiesta sedan, já produzido aqui, mas o vendedor queria que eu comprasse o Focus. E assim estou sem Ford desde aquela época da Belina II.
Ô saudade da Belina L dourada 1984 que me pai comprou 0 km... bancos, portas e painel marrons, acabamento espatacular, coisa que é muito rara nos dias de hoje. Eu e meu irmão só andavamos no chiqueirinho. O carro pra gente parecia enorme...
ResponderExcluirPena que me pai ficou com ela só 1 ano e em 85 pegou um Del Rey GL prata que não tinha nem 10% da graça do Belinão... toda vez que eu vejo uma na rua (é raro, mas ainda tem) volta tudo na cabeça.
Nas priscas eras de 1982, os postos de gasolina fechavam a noite e nos fins de semanas, e eu sofria para chegar em Angra com o meu Passat de tanque pequeno.
ResponderExcluirAté um dia que caiu na minha mão um Corcel II.
O bicho não era nenhum foguete, mas fui e voltei com 1 tanque de gasolina ! Que felicidade !!!
Na 2a. feira aposentei o Passat e comprei uma Belina II, 1.6 álcool, preta, com vidros verdes e limpador traseiro ! Lindona !
E depois dela, ainda vieram + 2 !
Bons tempos !
Arnaldo,
ResponderExcluirque fantástica estória ! gargalhei aqui, atrapalhei os caras que estão cochilando depois do almoço KKKKKK !!!!
Corcel e Belina eram muito melhores do que a turma pensava. Azar de quem não teve.
Abração, e não esqueça de contar das outras 4 !
Tenho um Corcel 83 àlcool 5 marchas e o uso todos os dias para trabalhar (25 km de estrada).
ResponderExcluirFaz entre 9 e 11 Km/l de àlcool e a manutenção é moleza (as peças são baratas e fáceis de achar.)
O carrinho anda mais do que muito 1.0 de R$ 30.000,00.
"...além do mais o estrago já estava feito, porque esse bichos cagam sem parar e já tinham cagado até nas janelas e no teto; o bicho caga pra cima, inacreditável! PQP!"
ResponderExcluirChorei de rir! De sair lágrima mesmo.
JM
Tenho que endireita logo meu corcel verde 79 tampa azul, trocar a embreagem e todo sistema de freios, é mais confortavel que meu gol special 99.
ResponderExcluirMeu pai tem uma pampa 88, tampa preta, essa camionete é muito forte pra carregar betoneiras, valeu ter feito motor caixa e suspensão diateira.
Tem uma belina 89 alcool, branca p/ vende aqui na frente de casa, 9000,00 é caro, mas tá muito inteira.
Muito Bom esse texto!!!! Show!!!
ResponderExcluirMe fez voltar no tempo, quando meu pai tinha seu corcel II vermelho, 1979, LDO!!! Passava horas dentro dele, brincando, imaginando o que não faria pilotando aquele carrão!!!
E meus primeiros passos ao volante foram em um Del Rey GL Prata, 1988, com motorzão CHT a álcool!!! Com 15 anos e meu pai desconfiado ao lado, perguntando pq não deixei o carro morrer ao sair!!! kkkkkkk
Acho também o Del Rey Ghia 90 / 91 um grande carro...aquela suspensão maciiiiiia, aquele interior todo aveludado e muitíssimo bem acabado, um painel de instrumentos nota 10, farto material fonoabsorvente (inclusive uma manta entre o monobloco e o carpete) um ótimo e moderno motor 1.8. Quando vejo um destes inteiro nestes sites de usados, dá vontade de comprar só para guardá-lo.
ResponderExcluirAK, acho a Grand Tour bem parecida com a Belina, o que você acha? Claro que uma Belina bem melhorada, talvez pelo projeto Renault das duas.
ResponderExcluirAK excelente história, como é de seu costume. Agora estou no aguardo da história do gato negro e a 750! Bacio no cuore!!
ResponderExcluirMuito divertido este post. Ri demais.
ResponderExcluirArnaldo, ser autoentusiasta não é gostar só de Ferraris e BMW's, mas sim gostar de qualquer coisa que tenha 4 rodas e ande. Adoro Fusca, Passat, Corcel, Belina, Kombi, kart, buggy, cadeira de rodas, carrinho de rolemã, etc...
Bela história, AK!
ResponderExcluirGosto muito de conhecer causos novos e esse da pataiada é ótimo! Mande uns pra cá pra gente fazer eles com tucupi e jambu.
Meu segundo carro foi um Del Rey Guia, 1986, azul, 4p. Aos 18 anos... Jovem e cheio de amor pra oferecer, conseguia pegar umas nenininhas com o Del Rey. E os meus amigos diziam que era carro de velho...
Tudo bem que quando guiava segurava o volante com os joelhos, tamanho o espaço interno, mas isso era detalhe irrelevante comparado a maciez da suspensão, dos bancos e veludo cinza e a leveza da direção hidráulica.
Mas o melhor mesmo era guiá-lo a noite, com o painel e o relogio/cronometro do teto iluminados em azul. Aquilo até hoje me fascina.
Bons tempos...
A Ford já não vende Belina faz um tempão, mas p/ quem aprecia e tem $$$, existe um carro que me faz lembrar muito a Belinosa: BMW X1 branca - repara só!
ResponderExcluirhahahaha ri muito com a história, mais uma pérola do AK!
ResponderExcluirLembrei da belina que meu pai teve, não sei que ano mas era branca 1.4 e foi no começo dos anos 80, época que a criançada andava dentro do porta malas e ainda estamos vivos pra contar histórias! :D
Gosto é gosto!!! Nunca gostei de Belinas, que para mim eram muito moles. Preferia os Passats, Dodginhos, até Chevettes (dos primeiros). Um cunhado meu bateu o recorde: tinha 2 Belinas, uma para ele e uma para minha irmã! Nunca me conformei.
ResponderExcluirThiago,
ResponderExcluirSempre gostei de peruas porque sempre tenho tranqueiras pra carregar. Casando, as peruas da família ficaram para a minha mulher, como é o costume geral, e pra mim qualquer coisa tá bom pra rodar por aí. Há pouco compramos uma Scénic bem novinha, com 30 mil km, e por isso estamos vendendo nossa perua Mondeo, que é um carrão show na estrada e carrega tudo. Adoro a Mondeo e só a estou vendendo porque já está meio cansada.
As Belinas eram brutas também, aguentavam o batente mais que os Passat, e eu viajava bastante pelo interior, pois tínhamos uma fazenda no triângulo mineiro e sempre carregava selas, cachorro, etc.
Muito confortáveis eram os bancos da Ford. Hoje nem tanto. Uma pena.
E na prática a velocidade que vc andava era a mesma que andaria num Passat, estradas praticamente retas.
Mauro,
a Grand Tour é show, mas nada a ver com a Belina no jeito de andar, além de ser uma perua. Minha mulher queria uma Grand Tour, mas pintou uma Scénic no jeito, preço bom, e foi essa mesma. Boa também, a gente acostuma com a altura maior e boa. É estável. Além do mais, viajar com a família é pra andar maneiro, no conforto, e boa.
Realmente texto delicioso. Rindo até agora!
ResponderExcluirAinda mais, depois de um dia estafante. Mandou o stress às favas. Só por isso obrigado.
Tive duas, uma branca e uma marrom . Cabia o mundo nelas, não quebravam e tinham autonomia em tempos ruins de postos fechados.
Quanto ao "perfume", arrisque levar uns 1.500 pintinhos de uma semana de vida numa Kombi... Inacreditável. O cheiro nunca mais saiu dela.
Posso até "sentir" o maldito aroma....
E as histórias do que vivenciamos ao longo dos anos é o que mais prezamos e queremos partilhar.
É isso aí.
Abraço.
Tive uma Belina Del Rey Scala 1984 azul com interior cinza. Era muito luxuosa, macia e econômica. O carburador eu mesmo limpava e regulava a cada 3 ou 4 meses. Isso, quando ele não dava pau na bóia e na agulha antes.
ResponderExcluirComprei usada e viajei com ela muuuuito. Quando vendi o interior cinza tinha virado marrom...
O painel parecia de avião, inclusive com manômetro de pressão do óleo e carga da bateria. Uma vez o contagiros parou em 2.000 rpm. Desmontei o painel e resolvi: era a mola do ponteiro que tinha ficado presa. Simples e fácil.
Tá bom! Gostei da pataiada e dos pintinhos. Mas comigo aconteceu algo mais terrível, graças aos meus pais.
ResponderExcluirEm 2002 tive que transportar as ossadas de meus avós por 500 quilômetros, para que fossem enterradas em outro local.
Conforme os coveiros, essas ossadas foram embaladas em sacos plásticos hermeticamente fechados e que por isso, não teríamos problemas durante o trajeto.
Não foi bem assim. Depois de rodar alguns quilômetros em pleno sol de verão, em carro sem ar condicionado, eu e minha esposa começamos a sentir um cheirinho estranho que vinha do porta malas.
E assim foi durante toda a tarde e depois à noite, em alguns trechos desertos,também pintou um medinho.
É claro que ficamos apenas um mês com o carro e mesmo assim, nesse período, não colocamos mais nada no porta-malas.
Quando eu e minha esposa lembramos disso, ainda hoje rimos e falamos que se fosse hoje, jamais faríamos novamente.
Ahahahah, show de post AK; brilhante!!!!! imagino o alarido dos patos dentro do camburão!!!
ResponderExcluirCara, como não babar numa Belina Ghia 1.8? Com aquelas rodas de liga leve super elegantes, que falam mais de luxo e suavidade do que qualquer outra. O revestimento interno de veludo de qualidade, sempre combinando painel, laterais e bancos como só a ford SABIA fazer (hoje o padrão camaçari é fogo).
Já tive a 1.4 modelo 79, simples como a tua, verde metálica e com o famoso botão de luz alta/baixa no assoalho.
E a derradeira belina 1.800cm3, alcoolizada, com aquele acabamento especial. mais 98 hps que faziam os macios goodyear gps gritatem em agonia até nas passagens mais quentes de segunda para terceira. A melhor das belinas sem dúvida, pena que esse ótimo motor veio muito tarde para ela!
Mister Fórmula mFinesse
Sensacional, AK.
ResponderExcluirGrande Arnaldo, parabéns pelo post!!! Rí às pampas (para ficar no terreno Ford)!!
ResponderExcluirUm dos carros nacionais que eu adoraria ter (infelizmente nunca apareceu um negócio quando eu estava com dinheiro para o concretizar) é a Belina Ghia 1.8, simplesmente a união do melhor de dois mundos antagônicos (mecânica VW com acabamento Ford Ghia). Um dia, quem sabe...
Grande abraço!
Alguns carros da Ford habitavam minha mente nos 80, quando era criança: Escort L (sim, o básico), Escort XR3, Escort XR3 Conversível, Pampa 4x4, Corcel II LDO, Del Rey Ghia 4 portas e Belina Ghia. A última versão Ghia, com motor 1,8-L era realmente muito elegante e com detalhes sofisticados. O slogan dizia "Linha Del Rey, o requinte em matéria de requinte", mas as versões mais simples também eram "pau para toda obra". Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirAndei muito no parta-malas na Belina de um tio meu em SP. Era cinza, não sei o ano e o motor (devia ser 84 ou menos).
ResponderExcluirAdoro o som dos motores Renault/CHT. Tem um timbre único, imponente.
Enfim, adoro a família Corcel!!
João Paulo
AK, falei na questão de estilo e pelo fato dela ser macia, mas ela não é a barca, colchão que a belina é. Ela anda bem e faz muita curva deixando muito carro que se diz esportivo comer poeira.
ResponderExcluirLegal a história Arnaldo,
ResponderExcluirPorém Belina sempre tomou pau de caravan 4 cilindros.
Sei disso pois tive uma e era batata.
Isso, sem falar que com qualquer saco de ração na traseira, a belina já arriava toda.
Tive uma Comodoro 81 4 cilindros e Belina sempre ficava pra muito atrás. E todo dono de Belina me olhava com inveja...
AK;
ResponderExcluirCuide do Scenic. Ele merece. Acho que nunca mais teremos uma minivan como ela. Visibilidade única, só perde para o Uno. E quem vem de carros menores, é a que menos estranha nessa transição.
Carrega tudo e mais alguma coisa e ainda gasta pouco, com a vantagem de andar muito. Descendente direto do Belina.
Meu pai teve Corcel, teve dois, um prata LDO II e um vermelho LDO I (que na verdade ficava com minha mãe, que quase não o usava) Lembro de meu pai e minha mãe viajando para a região dos lagos aqui no RJ, saindo do suburbio carioca, pouco mais de duas horas de viajem, escutando um bom Bosch Rio de Janeiro, tocando fitas com boas musicas da epoca, eu era criança ainda, devia ter uns 5 anos de idade, mas lembro como se fosse hoje, era muito bom, viajavamos de madrugada, como o Arnaldo disse, as estradas eram tranquilas, eu ia deitado no banco trazeiro, muita das vezes dormindo, mas meu subconsciente estava tão alerta que parecia que eu estava acordado. Lembro quando meu pai vendeu o corcel para a compra do primeiro Escort dele, um 87 GL azul, chorei muito porque dizia que aquele carro seria meu pra sempre, eu tinha uns 10 anos de idade. Uma pena, se tivesse oportunidade de comprar alguns carros de minha vida, esse corcel prata seria, com certeza, um deles.
ResponderExcluirBelina: do tempo em que perua era perua, e não "station-wagon".
ResponderExcluirJoão Paulo
Arnaldo,
ResponderExcluirExcelente, espetacular, impagável. Li ontem mas só comentei hoje porque ri tanto que fiquei sem energia de comentar. Parabéns pelo talento e obrigado pela sessão de terapia.
Abraço
Mauro,
ResponderExcluiragora entendi melhor seu comentário. Mas tem uma coisa, a Belina não é tão molona assim como andam comentando aqui. Ela estava no ponto. E muito robusta de suspensão. E na estrada era bem boa, boa estabilidade direcional para a velocidade que podia manter.
TallWang,
eu não estava nem aí pra ficar tirando racha com as minhas Belinas. Pra isso eu tive uma Brasília com motor 2100 de uns 150 a 160 cv, um Passat Pointer e outros bichos encardidos.
Belina é pra outra coisa. Era um carro despretencioso, uma espécie de utilitário confortável.
AK
ResponderExcluirVê aí e faz um post dessa Brasília 2100. Me lembro que, em 1976 ou 77, não tenho muita certeza, cruzei com uma Brasília muito envenenada, à época, falava-se em "Brasília-Porsche", nunca vi uma dessas... Mas quando o semáforo abriu e aquela coisa começou a acelerar, meu amigo, me lembro até hoje, mais de trinta anos depois, a estupidez em que aquilo ganhou velocidade.
FGV
ResponderExcluirBoa idéia. Uma hora faço.
Essa acelerava mesmo. Levava tudo. Fazia o 0 a 100 na casa dos 6,5 seg, por aí. Os BMW e Opala 6-cil ficavam fulos de tomar pau de uma Brasília toda suja de terra, e quando vinham perguntar depois, eu dizia que não estava mexida, só pra encher mais o saco. Rodas originais. Nada indicava que era braba.
hahahahahahahahahahahahahahahaaaaa
ResponderExcluirTo chorando de rir..rs..
Meu pai era fã das Belinas, teve uma 1983 LDO Branca. Fui com ele, a pé, até a Sandrecar, em Santo André, buscar o carro. Foi a primeira vez que senti cheiro de carro novo. Lembro também que a Ford deixava uma cera escura na pintura do carro, diziam que era p/ proteção.
Eu tinha uns 5 anos na época. Em 1985 ele tinha ido pescar e voltou com ela suja de barro até no teto. Não tinha dado tempo p/ lavar e ele me levou para a escola daquele jeito. Me senti o navegador do Ari Vatanen, na porta da escola, todo mundo olhando. E eu com aquele sorriso orgulhoso que dizia "Meu pai é fodão, o seu é um bundão..rs.."
Pena que meses depois roubaram o carro.
Adoro Corcel e Belinas,de todos os anos e épocas...
ResponderExcluirMeu saudoso avô teve um Corcel II 1983 1.6 ,5 marchas,colava o vdo facinho...Era muito confortável,espaçoso,não é atoa que foi o carro de maior sucesso da Ford até hoje no Brasil...O Cavalo Blindado deixou saudades...
Em 1979, tivemos em casa dois cupês Corcel 75, um verde-oliva e um branco. Eu curtia muito os dois, principalmente por causa das janelas traseiras "abríveis" - aliás, por que ninguém mais faz carros assim?
ResponderExcluirNo final daquele ano, minha família mudou-se de Pompeia (SP) para Joinville (SC), a 700 km de distância. Fomos com os dois carros - meu pai e eu no verdinho, minha mãe e meu irmão no branco. A certa altura da viagem, o carro do meu pai começou a falhar: uma vela de ignição simplesmente caíra do motor. Meu pai parou no acostamento, desceu, voltou alguns metros a pé. Instantes depois, retornou triunfante com a vela na mão, colocou-a de volta no motor e pé na estrada.
Em Joinville, vendemos um deles e ficamos com o outro até o final de 1980, quando este último foi trocado por um Opala 250-S, mais potente que os dois Corceizinhos juntos...
Mais um belo texto, parabéns Arnaldo! Abraço
ResponderExcluirPoxa Arnaldo, meu Corcel ll GL sofre do mesmo problema: parece que falta motor aos 160km/h.... hehehe
ResponderExcluirHistórias impagáveis de um carro (ou linha) menosprezado pelo brasileiro. Econômico, confortável e 1 trator!
A suspensão do meu Corcel ll está com mais de 60 mil e não deu sinais de substituição;
Seu motor está a beira dos 400 mil e nunca foi retificado!
Parabéns!
Êh Belina!!!
ResponderExcluirMinha infãncia foi dentro de uma branca, LDO(Luxuosas Decorações Opcionais) branca, 81/82, motor CHT 1.6, cambio 5 marchas(um dos melhores que já tive o prazer de tocar), interior marrom, relógio digiral de números azulados no painel e espaço de sobra.
Desde que me entendo por gente, andava naquela belina. Passando da época que andava sentado no puxador da porta do motorista(entre minha mãe e a porta) até quando comecei a limpar as velas dela, só pro meu ái falar "deu um trato nela? agora testa!", isso com meus 15 anos! Bons tempos!Hoje tenho 23 e fico inconformado do meu pai ter dado ela no negócio pra pegar uma Escort SWw Zetec 1.8 pra minha mãe.... Podia ter deixado a Belina pros filhos...
Lembro de cada detalhe, pois lavei ela inteira inúmeras vezes. Lembro da tocada, do motor que subia de giro rápido, do cambio macio e preciso....de tudo. Que carro sensacional!
E aquele motor minúsculo naquele gigantesco cofre??? Motorzinho azul(exceto o cabeçote, prateado). Acho que a tampa de válvuals foi pintada de azul, pois era 1.6 à gasolina.
Viajens com a família inteira. Meus pais na frente, eu e meu irmão deitados no banco de trás e minah irmã num colchonete sobre as malas.
Suspensão dianteira duplo A. Coisa rara de se ver no mundo dominado pelas McPhersosons da vida.
Saudades daquele carro... Encontrei ele a um ano atrpas, detonado... Que raiva deu do dono pouco-zeloso que está com ela..... Mas ainda salvarei ela de um triste fim!
Abraço e belíssimo post, Arnaldo!