O pé de cana absorve CO2, ninguém discute isso. Todo CO2 expelido pelo automóvel que queima álcool proveio do ar que o pé de cana antes absorveu.
Quando dizem que, por essa razão, o álcool é mais "verde" que a gasolina, só dá pra rir, pois o "vendedor de álcool" está supondo que na área em que a cana foi plantada não haveria nenhuma outra planta para exercer essa função de absorver o CO2. Teria, sim. Teria mato, capim, soja, milho, beldroega, maconha etc – todos eles também são absorvedores de CO2. Portanto, papo furado, corta essa, pra cima de mim não.
Um pé de cana é formado basicamente por carbono e minerais. Descontando-se a água, ele tem em torno de 95% de seu peso seco em carbono e 5% em minerais. O carbono veio do ar e os minerais vieram do solo, incluindo aí os adubos químicos usados no plantio.
Quando se queima totalmente um pé de cana, o carbono volta pro ar e os minerais são as cinzas que sobram. Entendendo isso, conclui-se que uma planta absorve mais ou menos CO2 dependendo da quantidade de massa que ela produzir. Mais massa, mais CO2 absorvido. Mata nativa é o que mais absorve CO2 por área.
A diferença está em que o mato, ou a palhada da soja, palhada do milho, capim etc, não é queimado, enquanto toda a cana, sim, é queimada. O álcool é queimado pelos carros e o bagaço é queimado na usina para produzir eletricidade em termelétricas. Sobram sem queimar só as chamadas pontas da cana, ou seja, as folhas, quando a colheita é feita por máquinas. Quando a colheita é manual, no facão, queimam tudinho, até cobras e lagartos, além de coelhinhos, abelhas e outros bichinhos mimosos.
O CO2 que o carro a gasolina emite também provém de plantas, mas de plantas que viveram há milhões de anos, além de animais que comeram plantas. Era um CO2 que estava guardadinho lá no fundo da terra que há de comer todos esses filhos das... que andam enrolando todo mundo e se dando bem.
Décadas atrás, na época do carburador e da inexistência de catalisadores, o carro a álcool emitia menos CO2 que o carro a gasolina, porém, hoje, inverteu, e o carro a gasolina emite menos CO2 que o carro a álcool, pelo simples motivo que o mundo inteiro desenvolveu tecnologia para diminuir as emissões de carros a gasolina e no Brasil não foram atrás do mesmo para o álcool. Aqui é só ir enrolando o povão desinformado, que tudo bem. Pensam os embromadores: "Até os trouxas se tocarem eu já estarei em Miami tomando uma piñacolada no abacaxi".
Essa fama antiga do álcool ser mais verde que a gasolina ainda persiste na cabeça dos desinformados e os "vendedores de álcool" ficam na moita a respeito, claro.
Em post passado o Felipe Bitu disse que no plantio de soja e feijão são usados adubos nitrogenados, mas o fato é que sendo leguminosas, quase não se usa nitrogenados em seu plantio. Leguminosas absorvem nitrogênio de bactérias chamadas rizóbiuns, bactérias essas que envolvem suas raízes e sintetizam o nitrogênio do ar e o disponibilizam para a leguminosa.
A cana, sim, consome muito adubo nitrogenado. Ela é uma gramínea e as gramíneas praticamente não se favorecem desse esquema de bactérias.
A fórmula básica de um adubo é N-P-K. O nitrogênio, N, vem do petróleo. O fósforo, P, vem de minas ou de caixinhas que se vende na padaria. O potássio, K, também vem de minas.
O Brasil é um país muito imprevidente e pouco investiu na mineração de P e K. Temos muito desses dois aqui, mas há décadas que não se investe nisso, como se não fôssemos um país agrícola.
O balanço energético da produção do álcool de cana está ao redor de 5 a 7 para 1. Gasta-se uma unidade de energia e colhe-se de 5 a 7. Não tenho informações se nessa conta entra a energia elétrica produzida com o bagaço.
Já o balanço do álcool do grão de milho, como é produzido nos EUA – lá é muito frio pra cana, só dá cana no Estado do Havaí – é de 2 para 3, ou seja, gasta-se 2 e colhe-se 3. Muito pior que a cana, portanto. Queima-se um mundo de petróleo pra produzir álcool e isso é muito ecológico, muito “cool”. Tá bom...
E o pior é que isso inflacionou uma barbaridade o preço de todos os grãos lá produzidos. Hoje, 40% do milho dos EUA vai pro álcool. O bushel do milho, que historicamente variava de US$ 2 a US$ 3, hoje está em US$ 7. Muitos deixaram de produzir outros grãos e partiram pro milho. Conclusão, sobem os preços de todos os alimentos, não só lá, mas no mundo inteiro. Grão mais caro é leite mais caro, é carne de vaca e de frango e de porco, tudo mais caro. Ainda mais agora que chinês está deixando de só comer arroz e, com todo o direito, porque trabalha pra isso, quer comer comida de gente grande e ficar forte.
Os mexicanos pobres também se lascaram feio com isso, porque na base de sua alimentação está a tortilla, que é feita de milho, e o milho lá produzido está sendo exportado pros EUA e encareceu igualmente. Que comam brioches, alguém diria.
O Estado de São Paulo sofreu uma mazela imensurável com o avanço dessa maldita cana, tanto econômica quanto socialmente. Desmantelou-se uma estrutura agrícola que antes produzia de uma infinidade de produtos para concentrar-se num só, a cana.
Usina de cana não é agricultura, é indústria. Todo o esquema é industrial, linha de produção, monocultura, mecanização pesada, rolo compressor.
Todo mundo sabe que não se deve colocar todos os ovos numa mesma cesta. Todo mundo sabe que a variedade de produção traz maior segurança; se um produto está mal, o outro compensa e a coisa não emperra nunca.
Lojas de tratores fecharam. As usinas compram tudo direto da fábrica e têm suas próprias oficinas. Os fazendeiros e sitiantes mandaram seus empregados embora e esses coitados foram pra cidade, onde não há emprego para seu conhecimento.
Nas colônias das fazendas e sítios eles tinham casa de graça, além de outras regalias, além de segurança e paz. Na cidade eles não têm onde morar ou, se têm, moram mal. Na roça seus filhos se orgulhavam deles, por eles terem conhecimento e terem muito que lhes ensinar em como ganhar a vida na lida da roça. Na cidade eles passam a ser uns bostas e seus filhos se envergonham de terem pais ignorantes e frustrados e buscam ídolos, claro, nos que lá se dão bem, tipo traficantes, cafetões e políticos.
Os fazendeiros e sitiantes, hoje, perderam seu know-how. Venderam seu maquinário de plantio, venderam seu gado e se a usina lhes devolver a terra, dizendo que não mais a querem arrendar pra cana, já era. O agricultor está totalmente desatualizado, tanto em conhecimento quanto em equipamento. Além do mais ele já amoleceu, e na roça só vinga gente dura, de fibra.
Em suma, a cana no Estado de São Paulo é um crime nunca antes sabido na história, principalmente para quem não sabe nada de História.
Tem maluquice e irresponsabilidade nisso tudo aí. Uma hora essa bolha estoura e a casa cai.
AK
PERFEITO. Sério, das melhores coisas já escritas. rsrrs até o fósforo by caixinha.
ResponderExcluirAbraços.
Parece que no Brasil, preferem escolher sempre a mentira conveniente do que a verdade.
ResponderExcluirE vou dizer mais:
ResponderExcluirO governo ainda subsidia o diesel, ou seja, ajudamos a bancar a economia das Hiluxs, L200, pajeros, etc....
Onde é que eu assino? PARABÉNS pelo ótimo texto. E tem gente que a única diferença do álcool pra gasolina é a mangueira que ele escolhe pra completar o tanque...
ResponderExcluirSobre essa "guerra" entre os combustíveis, tô quase é comprando uma bicicleta pra trajetos curtos. Uma hora a gente cansa de ser roubado...
Pois é AK, acho que este é o grande problema, a concentração na produção de uma só cultura e a depreciação dos pequenos/médios produtores em favor dos conglomerados.
ResponderExcluirPois o argumento muitas vezes usado contra a cana é de que a terra tem que ser usada para produzir alimento, que há escassez deles e por isso a fome no nosso país e no mundo se agravaria por conta disso. O fato é que a comida sobra no mundo, o problema não é a produção e sim a distribuição dela entre todos, sem contar o desperdício.
Dessa maneira que ocorre hoje e que você bem exemplificou, todo este custo social não está sendo levado em conta. Famílias e seu bem-estar, sabedoria e diversidade de culturas (de plantas e humana) também estão sendo devoradas pelas moendas e se tranformando em bagaço.
Thales, amanhã ao invés de encher o tanque do meu Celta pra vir pro trabalho, vou levar a minha bike pra oficina, dar aquela revisão, e a partir de segunda venho de bike. São 13 km, vou ter melhor qualidade de vida, economizo dinheiro, e dou realmente minha contribuição pra histeria do CO.
ResponderExcluirCANSEI!!!
Ahh, ontem houve outro aumento de combustíveis aquí em Goiânia. Gasolina à R$ 3 e álcool à R$ 2,50...
Excelente Post! Todo o impacto social que você relatou no estado de SP está corretíssimo! Porém, o ser humano não serve mais como força de trabalho. Não acho certo alguém se acabar trabalhando na lavoura. O que falta é educação. O peão tem de virar técnico, seja em máquinas agrícolas, em eletricidade, em eletrônica, em informática. Todos temos cérebros, e neurônios são bem mais poderosos que fibras musculares no que tange a transformação social.
ResponderExcluirOutro ponto que discordo, como você bem disse, o CO2 proveniente do petróleo estava enterrado embaixo da terra enquanto o do etanol é provenientes de plantas na superfície. O etanol não altera significativamente o balanço de CO2 na atmosfera enquanto os combustíveis fósseis o fazem. O etanol só não é neutro em emissões de carbono justamente porque usa óleo diesel e máquinas em sua cadeia produtiva.
Perfeito, perfeito.
ResponderExcluirFidel Castro disse isso há um tempo atrás e disseram que ele estava gagá,além desse impacto social descrito por vc a cultura da cana exauri a terra como aconteceu no nordeste, acredito que essa balela só vai ter fim quando o pre-sal estiver a plena produção.
ResponderExcluirKiko,
ResponderExcluirNinguém aqui defendeu que o sujeito da roça tem que lascar o lombo debaixo de sol. Não sei de onde vc tirou essa ideia. Só deixei claro que o sujeito da roça está sendo expulso e creio que ninguém gosta de ser expulso de onde mora e trabalha.
Quanto ao CO2 que estava guardado do petróleo, a coisa não é tão simples, pois, veja, a cana vc queima, enquanto o mato, a soja, o milho, o pasto, vc não queima, e esse carbono absorvido por eles vai virar matéria orgânica no solo, enriquecendo-o e em nada contribuindo para aumentar o carbono na atmosfera, ao contrário, fixando-o. De um plantio de grão, da terra só se tira o grão, uma porcentagem pequena em relação ao pé inteiro, e ele só contribui para a poluição se o consumidor emitir puns. A palhada fica no solo e isso é bom.
Não é tão simples assim a coisa.
Totiy
ResponderExcluirMelhorou muito agora que a colheita mecanizada da cana está crescendo muito. Antes, quando toda colheita era manual, eram obrigados a queimar antes de colher, porque simplesmente não dá pra colher à mão sem queimar. Tem cobras, abelhas, aranhas, é perigoso pacas, além de render muito pouco se não queimar a roça.
Totiy,
ResponderExcluirMais uma coisa: Em Cuba a colheita é manual justamente para empregar MDO, que lá é praticamente de graça. Coitados dos cubanos, que não passam de escravos da família Castro.
Este blog está se tornando bastante CHATO devido a essa insistencia nesse mesmo assunto. Que pretendem fazer, começar uma campanha anti-etanol?
ResponderExcluirDeveriam fazer uma pagina dedicada somente a isso então. Já encheu.
concordo sobre a escravidão em cuba , mas é uma agricultura de sub-subsitencia uma vez que nem a produçao de cana local consegue abastecer o mercado interno, uma sugestão para qum não gosta do tema , basta não ler, tem muitos posts que nem leio em vez de reclamar, respeito o interesse dos meus colegas que tem interesse.
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirO texto chega a ser um tanto quanto lúdico. As pessoas não estão saindo do campo devido única e exclusivamente à cana de açúcar. No mundo inteiro, a lavoura passou a ser automatizada e fazendas passaram a produzir em escala industrial. É uma grande ilusão culpar a cana por todos os problemas sociais do Estado de São Paulo, há décadas o pib do nosso estado não depende mais da agricultura e há, pelo menos, 30 anos a população paulista se concentra nas cidades, ou seja, antes mesmo da cana a população já saía do campo para a cidade. Se não tivéssemos tido a cana outra cultura iria ocupar a mesma área de forma industrial e lógica. Que se olhe outros estados brasileiros em que temos a predominância da soja no Paraná, da aveia no Rio Grande do Sul etc. Acho o seu texto AK um tanto quanto superficial e oportunista para o que se vem argumentando no blog. Não acredito nessa histeria de CO2 e suas balelas. Acho que no molde atual os preços da gasolina e do etanol sempre continuaram a subir, pois a nossa gasolina é "aditivada" com álcool anidro. Se tivéssemos gasolina pura os dois produtos seriam independentes, em relação ao preço, e, dessa maneira, o consumidor poderia regular a demanda pelo álcool pelo consumo da gasolina. Do jeito que está o usineiro poderá simplesmente compensar a queda na demanda pelo etanol com a produção do anidro que está em nossa gasolina.
Aquele tempo de inocência no campo, como você descreve já acabou faz um bom tempo.
Prezado Arnaldo;
ResponderExcluirJá mexi com soja, cafee e cana o que me credencia para fazer comentários.
Leguminosas utilizam fertilizantes nitrogenados apenas no plantio, em quantidades ínfimas. Depois, a batecria inoculada na semente no pre plantio cresce (no caso da soja, parece até um caroço) nas raizes e absorvem o nitrogênio do ar.
Já a Cana, como toda planta necessita de NPK, mas principalmente o N e o P (café utiliza bastante o N e o K. O P as folhas secas fornecem), e como existe a necessidade do Nitrogenio sintético, o Nitrogenio é produzido a partir do gás natural na forma de Uréia e Nitrato de Amonio cuja materia prima básica é o Petroleo, mais precisamente a Nafta. A ureia (se não me falha a memoria) é feito a partir do gás natural.
De todo jeito, o Petroleo tem que sair da terra para fazer o fertilizante que irá ser colocado nas plantações de Cana
Então, Etanol é viável sim para automóveis. Mas não como fonte alternativa de Energia, como substituto da gasolina. Esse é o grande absurdo do Alcool.
E o mesmo raciocinio vale para o Biodiesel (que tem a vantagem de utilizar o mesmo ciclo diesel comum, sem adaptações), o Butanol (nos EUA, funciona em motores a gasolina também sem adaptações) e assim por diante. Algo COMPLEMENTAR e não substituto como se vende por ai.
Ainda prefiro o fréquis!!!
ResponderExcluirSai dessa xará!!
ResponderExcluirHaja desodorante!!!
No meu caso será quase o mesmo de encher o tanque de álcool
TallWang
Arnaldo, trabalho numa usina de açúcar e álcool, e dependo dela. Incrível a forma exponencial com que ela cresceu, em absolutamente todos os aspectos, e se consolidou nos últimos anos, quero dizer, menos de uma década atrás. A compra de equipamentos e veículos, anexos industriais e arrendamento de terras é muito farta, além da enorme contratação. Não refleti se discordo de alguma coisa dita por você, mas, caramba (!) Arnaldo, como você é inteligente, e principalmente: Lúcido. Não me sinto envergonha por trabalhar numa dessas, nem tenho raiva contra meu próprio emprego. Mas não há como negar, o seu ponto de vista é o único a se considerar.
ResponderExcluirps: mas não é porque trabalho numa usina que sou um bicho papão também. Todos os (poucos) 72 cavalos do meu carro bebem gasolina. Sempre...
Paulo,
ResponderExcluirConcordo em gênero numero e grau que as públicas públicas em relação ao etanol estão erradas, e que é hipocrisia defender o etanol por que é ecológico, é por que é mais barato que a Gasolina (em algumas épocas). Como o Bob já disse: não é carro flex, é Gersonflex, é o Brasileiro querendo levar vantagem em cima do preço (quando está mais baixo) aí a sensação de estar levando vantagem. Então o sucesso de vendas. Mas... tem algumas perguntas sem respostas.
O petróleo é muito nobre para ser queimado como combustível, é preciso de um substituto isso é um fato. As reservas de petroleo terão um fim.
Quais são as alternativas?
Etanol, Metanol, gás Natural, Diesel, Bio Diesel.
Paulo,
ResponderExcluirEsqueci de comentar: belo Post!
Testando!
ResponderExcluirFuncionou!
ResponderExcluirOlha a foto do meu Amigãozão aí ó:
Talles
Percebe-se que a sociedade atual é extremamente dependente de fontes de energia não-renováveis e poluidoras (gás natural, petróleo, carvão). Todas as nossas atividades dependem delas, em algum ponto da cadeia produtiva. Tire-se isso e a máquina para, voltamos à idade da pedra lascada.
ResponderExcluirE será que vai faltar álcool?
ResponderExcluirhttp://www.noticiasautomotivas.com.br/etanol-producao-so-atende-45-da-frota-nacional/
E dê-llhe Flequis páuer goela abaixo.
ResponderExcluirIncrível como esse país anda pra trás.
Independente de ser bom ou não, de absorver ou não o CO2, tanto faz. O importante é que a paisagem do campo paulista virou um deserto verde.
ResponderExcluirViajo muito pelo nosso interior, o que antes era mato, laranja, café ou qualquer outra coisa, e que dava uma beleza singular, hoje é cana, que é alta, verde e feia - parece um capinzão mal roçado.
Cidades incríveis como Brotas estão com seus arredores lotados de cana.
Mesmo com as leis ambientais de colheita mecanizada, as queimadas acontecem muito, e quando queimam, haja pulmão pra respirar nas cidades próximas. E quem vai provar que a queimada não foi "acidental"? Se nem guarda na rua tem, no campo terá?
A cana e a soja são duas culturas devastadoras, horríveis, é jogar fora o solo em prol dos interesses até de outros países, e cobrar pouco por isso.
Por mim, esse fato ecológico já basta para evitar o plantio em larga escala da cana, se quer energia limpa, desenvolva-se energia limpa, a partir de fontes como o sol, vento, mar, hidrogênio, etc. chega de fingir ser o bonzinho e acabar com nossas cidades.
Até pasto de boi é mais bonito e ecológico que uma plantação de cana.
BOX666, se você analisar todos os posts do blog perceberá que muitos deles estão interligados, pois um assunto acaba puxando o outro.
ResponderExcluirÉ uma forma que a equipe do blog tem para interagir entre si e também com os leitores. Parece que a maioria aprova esse formato, então não vejo motivo para mudar isso.
De qualquer forma, não temos uma linha editorial definida: o trabalho dos editores se resume a uma revisão para que os posts se adequem a um padrão mínimo de conformidade, com atenção especial à formatação e às normas cultas da língua portuguesa.
Cada integrante da equipe tem autonomia e liberdade total para falar sobre o assunto que bem entender. Falaremos sobre o etanol sempre que a pauta for relevante e não pelo suposto exaurimento do assunto.
FB
P.S. - Meu carro é movido a etanol.
A cana deixará de ser queimada em 2014, aliás algumas usinas já aboliram essa técnica desnecessária para a coleta mecanizada. Concordo que você não disse que é a favor da exploração de mão de obra na agricultura. Só quis deixar clara minha posição. Só não acho tão triste assim a saída do homem do campo... muitos querem realmente sair, como você disse, a vida é dura na roça. Mas, voltemos aos hp's e kgfm's. Arnaldo, a adoção de tecnologia flex em motores turbocomprimidos não resolveria os problemas técnicos associados à atual geração de carros flex? Abraço!
ResponderExcluirKiko,
ResponderExcluirBrasileiro tem aversão a carro turbo (original), associa com vileiro ou o playboy e logo o seguro fica inviável, o comércio de usado despenca...
Brasileiro nasceu pra andar de 1.0.
[]s
Esse poste me fez pensar.
ResponderExcluirPor exemplo, nas absurdas e desumanas condições de trabalho dos cortadores de cana.
João Paulo
Esse assunto é importante. Só que você falou dos vários problemas da cana mas não mostrou detalhadamente como no carro o álcool emite mais CO2 que a gasolina. Não estou falando de queimadas, preço de alimentos, mas sim no escapamento dos carros nas grandes cidades. Pode detalhar com números como no carro a gasolina emite menos CO2 que a álcool?
ResponderExcluirMuito boa a sua postagem!
ResponderExcluirMas e aí, no fim das contas, qual é o menos poluente? Álcool ou Gasolina?
ResponderExcluirEmpata?
To de mal com o alcool!
ResponderExcluirAlcool agora só no copo, hehe.
E gente, por favor, parem de queimar bichinhos mimosos.
Duzinho,
ResponderExcluirNão fui lúdico nem pretendi ser. Lúdico sou quando escrevo sobre carros esportivos, uma de minhas diversões prediletas.
Toda monocultura é ruim, principalmente sob o ponto de vista ecológico, ou seja, sob o ponto de vista da saúde da natureza da região. Sob o ponto de vista econômico, também fragiliza a região. Se aquele produto deixa de interessar ao mundo, vai tudo por água abaixo.
O preço da gasolina, aqui, não cai, porque se cair um pouco só, quebra tudo quanto é usina.
Soja não costuma ser monocultura. A grande maioria assim que planta soja já planta uma cultura de inverno, tipo trigo ou aveia, e é recomendável que no verão seguinte plante milho, ou arroz ou algodão, etc. O bom pra saúde da terra é variar.
Ninguém aqui falou em inocência no campo. Quando eu era moleque aprontei cada uma na roça que te deixaria de cabelo em pé...
Daniel Shimomoto de Araújo,
ResponderExcluirAcho que eu disse a mesma coisa que você. Não é? A soja só precisa de um pouco de nitrogênio, só para supri-la até que ela enraize e o obtenha das bactérias. Na verdade, em terra bem trabalhada já fiz experiências de plantar soja sem adubo algum e a gente colhe a mesma coisa. Você, que sabe das coisas, sabe que tem muita conversa mole de vendedor de adubo por aí que faz o agricultor ignorante meter mais adubo do que realmente precisa. Onde tem ignorância, tem o aproveitador.
Cabe a nós, os que tiveram o privilégio de sair do limbo da ignorância, alertar, dizer o que sabe.
Anônimo de 1/4 às 22:49,
ResponderExcluircara, não esquente com isso. Quem trabalha no setor não tem culpa alguma. A crítica vai pra quem deixa isso tudo acontecer, ou seja, principalmente o governo.
Imagine então se vc fosse bancário...
E sem essa de lúcido. Tenho 54 anos e nesta idade a gente já tem que estar sabendo alguma coisa.
Marcelo,
ResponderExcluirNo caso do Brasil, pros carros, é gasolina mesmo. Temos gasolina sobrando. Isso mesmo, sobrando. Gás é ainda pior. A Petrobrás vem sendo multada pesadamente por não aproveitar o percentual mínimo do gás que sai de seus poços. Ela queima. Fora que importamos gás da Bolívia sem que precisemos dele, uma idiotice malandra do FHC e perpetrada pelo Lula.
Pros caminhões, o diesel é o mais racional. Infelizmente nos falta um sistema ferroviário competente. Um país continental como o nosso deveria tê-lo. Parece que um trem gasta 10% do que gasta um caminhão, quando se calcula a tonelada transportada. O transporte por hidrovias é ainda mais econômico.
Tudo isso encarece os produtos que nos chegam.
Kiko Lanari,
ResponderExcluirUma coisa é o cara sair da roça porque quer. A outra é ser expulso.
Inverta a situação. Imagine que vc está sendo expulso pra roça, sem retorno.
O que ajudaria muito seria terem fabricado motores exclusivamente a álcool, ou seja, basicamente aumentar a taxa de compressão para algo acima de 14 ou 15:1. Aumentaria a potência e diminuiria o consumo, além de baixar as emissões. Se vc quer a mesma potência, baixe a cilindrada, que diminui ainda mais o consumo e tudo. Ou seja, um motor de 700 ou 800 cm3 faria o serviço do 1-litro.
Anônimo das 23:51,
ResponderExcluirO carro que menos emitiu no ano passado foi o Focus 2,0-litros a gasolina. Não era flex. Foi feito só pra gasolina, como manda o figurino.
Emitiu menos que todos os flex de 1-litro usando álcool.
Quer maior prova?
marcos052,
ResponderExcluirOlha, os flex são cruza de urubú com pavão. Esse casal queria um filho que voasse que nem o urubú e fosse lindo que nem o pavão, mas nasceu o perú, que é feio que nem o urubú e voa mal que nem o pavão.
Então, o que sei é que um motor exclusivamente a gasolina, hoje, polui menos que o flex usando álcool. Mas realmente não sei se um flex usando gasolina polui menos que ele usando álcool.
Essa bagunça toda de combustíveis que armaram aqui vai acumulando e ninguém mais sabe onde é a cabeça ou o rabo desse bicho.
Anônimo 1/4 23:51
ResponderExcluirPermita-me responder. A emissão de CO2 é diretamente proporcional ao consumo. Se com álcool o consumo é maior, as emissões de CO2 acompanham. Só é menor quando o ciclo de crescimento da cana é levado em conta, mas é o que o Arnaldo apropriadamente disse, os interessados no álcool usam a hipótese de na área não haver vegetação alguma antes de haver o canavial. Também precisa ficar claro que na legislação brasileira de emissões veiculares não existe limite de CO2, ao contrário da União Europeia, que estabeleceu 120 g/km a partir de 2014.
"Ou o Brasil acaba com o álcool, ou o álcool acaba com o Brasil."
ResponderExcluirNão é o que dizia o grande Gurgel?
Prezado Arnaldo;
ResponderExcluirÉ exatamente isso: Falamos a mesma coisa de maneiras diferentes!
Quanto a eliminação do sitiante e fazendeiro da terra, uma triste realidade. O estado de São Paulo hoje só é auto-suficiente em...Cana!
______________
Mudando de assunto, Arnaldo...minha grande briga com vendedores não era nem tanto com os de fertilizante. Era os de defensivos agricolas! Uma empurroterapia criminosa, de produtos de elevada toxidade vendidos como se fossem areia.
Um grande Abraço!
Arnaldo Keller,
ResponderExcluirBelissimo texto AK achei especialmente interessante o trecho "e se a usina lhes devolver a terra, dizendo que não mais a querem arrendar pra cana, já era. O agricultor está totalmente desatualizado, tanto em conhecimento quanto em equipamento".Acontece que em meus verdes anos, cheguei a frequentar curso técnico em Açucar e Álcool(não cheguei a terminar)e uma coisa que era dita e repetida por um dos professores que era agrônomo é o fato de que a terra que é usada para plantio de cana é produtiva por no maximo 7/8 anos,isso dependendo da adubação que for submetida e da qualidade da propria terra, as vezes mal chega aos 6 anos.Ápos esse periodo o solo deveria permanecer em descanso e recebendo cuidados por no minimo 5 anos antes de se pensar em plantar alguma coisa nela outra vez,cana ou não.Quero frisar bem que essa era a realidade de 30 anos atrás,pode ser que com modernas técnicas de preparação de solo,plantio e adubação isso seja coisa do passado(se alguem estiver atualizado a esse respeito por favor me corrija)Mas se as coisas ainda estiverem no mesmo pé daquela época,quando o agricultor recebe a terra de volta da usina a unica coisa que lhe resta é cuidar do solo esgotado por mais 5/6 anos e só depois pensar em plantar alguma coisa,isso se ele tiver reservas pra isso se não é obrigado a vender a preço de banana e ir pra cidade como vc citou.
Daniel S. de Araújo,
ResponderExcluirVc tem toda a razão. Empurram defensivos sem precisar, o que é um crime ainda maior. Já colhi soja e milho sem ter usado uma gota de veneno enquanto que vizinhos de cerca pulverizaram as deles mais de 2 ou 3 vezes, e colhemos o mesmo.
É que nem vendedor de farmácia. Socam antibióticos a 3 por 4 nos coitados. Crime.
Johnconnor,
ResponderExcluirHoje não é mais assim, principalmente se logo em seguida á cana se faz plantio direto, sem arar a terra, o que ajuda muito na recuperação da terra, tanto do ponto de vista fisico quanto biologico.
A colheita mecanizada da cana melhorou muito, muito mesmo, o aspecto físico e biológico do solo, pois a colhedeira deixa uma boa palhada que protege razoavelmente o solo e cria um ambiente sombreado, mais fresco e úmido, mais propício à vida.
Esse foi um bom adianto.
A terra não volta mais em pandarecos pro agricultor. É ele, agricultor, que está desestruturado, perdeu a mão da coisa, não sabe nem mais por onde começar, se é que tem grana e coragem pra isso.
Na década de 80 eu achava que o Amaral Gurgel estava maluco. E, incrível, 25 anos depois, me convenço cada vez mais que o cara estava certo. Uma coisa eu posso garantir, burro ele não era mesmo.
ResponderExcluirComentário sobre o texto:
Isso não é um post de um blog, é uma tese de mestrado para qualquer faculdade de agronomia.
Quando acontece da terra voltar para o agricultor, geralmente a infraestrutura dele já se foi...seja ela um curral, um terreiro de café, ou as cercas das pastagens. Geralmente não tem mais dinheiro nem ânimo pra recomeçar.
ResponderExcluirO pequeno produtor usa mais mão de obra em geral e movimenta o comércio da cidade, desde oficinas agrícolas a postos de combustíveis, lojas de peças, e revendas de insumos.
Quanto ao ciclo de carbono, na minha opinião, é válido o carbono fixado como matéria orgânica estável no solo, o resto é bobagem.
Sou eng. agrômomo, trabalhei em usina de açúcar e álcool e hoje trabalho com café, milho e feijão. gostei muito deste post do Arnaldo Keller, diz boa parte do outro lado do etanol no Brasil.
Muito bom, mas acho que tem algumas falhas.
ResponderExcluirQuando dizem que, por essa razão, o álcool é mais "verde" que a gasolina, só dá pra rir, pois o "vendedor de álcool" está supondo que na área em que a cana foi plantada não haveria nenhuma outra planta para exercer essa função de absorver o CO2. Teria, sim. Teria mato, capim, soja, milho, beldroega, maconha etc – todos eles também são absorvedores de CO2. Portanto, papo furado, corta essa, pra cima de mim não.
Não acho que há essa suposição, me parece um "espantalho". O ponto é que o petróleo não tem um equivalente nessa parte de absorção de CO2, ele é "só CO2 armazenado", sem ter como compensação a absorção na "produção imediata" (que literalmente, é algo que nem existe, uma vez que é mais propriamente "extração").
Supondo que nunca tivéssemos descoberto o petróleo ou que ele não existisse por qualquer razão, mas se tivesse desenvolvido o etanol de cana, o "balanço natural" do CO2 absorvido e do emitido estaria em algo mais preservado, a humanidade teria despejado menos CO2 "extra" na atmosfera. Mesmo imaginando que seria possível ter tido a cana como substituto absoluto do álcool e os mesmos níveis de consumo (mas é bem possível que nem a população nem pudesse ter chegado aos 7 bilhões atuais). Simplesmente porque quem produz não quer parar de ganhar e continua plantando cana.
Então, se ainda consideramos questão da necessidade de energia alternativa ao petróleo, energia de mover máquinas, não só pessoas e animais, não é possível comparar cana com outras culturas ou mata nativa.
Fazer essa comparação não só omite esse aspecto meramente energético, mas também uma outra realidade social, possivelmente bem pior do que essa atribuída ao consumo de cana. Energia, vinda do petróleo ou do álcool, é o que movimenta a economia. É o que permite que as coisas sejam produzidas em massa e baratas, assessíveis a um grande número de pessoas. Inclusive a produção de alimentos.
O que houve na crise do petróleo foi um dilema entre só ter petróleo caro e se tê-lo, mais uma alternativa/complemento mais barato. Não foi puramente uma jogada de marketing pseudo-ecológica ou qualquer coisa assim. Foi uma necessidade, a menos que considerássemos aceitável o empobrecimento da população em decorrêrncia do encarecimento de um único combustível do qual a sociedade depende.
Não estou dizendo que o pró-álcool foi a coisa ideal, em retrospecto sempre podemos imaginar alternativas melhores ao que foi de fato feito. Mas uma comparação razoável não pode simplesmente assumir uma realidade paralela em que tudo teria sido feliz e maravilhoso se não tivesse havido a produção de álcool para dar conta do encarecimento do petróleo. Isso não teria se dado sem conseqüências, muitas das quais iguais ou até piores do que aquilo que se atribui à produção do álcool.
É um assunto bem importante, e embora tenha origem num episódio mais ou menos "antigo da história recente", o progressivo esgotamento das fontes comuns de petróleo (do "petróleo barato") frente a uma crescente demanda/necessidade nos trás um dilema parecido novamente, apenas sem a expectativa de uma baixa duradoura nos preços do petróleo assim que fossem satisfeitos os caprichos de burocratas em poder das maiores reservas.
Sou fã deste blog e este post do AK é válido, mas faltam números para embasá-lo melhor. Como diria um ex-diretor meu: "Show me the data".
ResponderExcluirAlguém consegue mostrar EM NÚMEROS o que é melhor do ponto de vista ambiental?
HOJE: cana -> etanol -> CO2 -> reabsorção pela cana
ANTES: combustíveis fósseis -> CO2 -> absorção por outras plantações -> outros produtos que não são queimados (exceto lenha).
O balanço de CO2 era positivo ou negativo?
E tenho dito.
Neste sentido, gostaria de levantar uma outra questão:
ResponderExcluirNos dizem que carros mais antigos poluem muito, e por isso devem ser trocados por modelos novos, mais "limpos".
Perfeito, se fosse assim simples!
Contudo, a emissão de poluentes pelo automovel rodando é só uma das muitas variáveis desta equação.
Por exemplo: quanta energia é necessaria, e quanto de poluente se gera, para se fabricar um novo carro? Mineração, siderurgia, etc, etc, etc.
E quanto de energia se gasta, e quanta poluição se gera, para se retirar este carro velho de circulacao, reciclando-o, por exemplo?
Sera que este processo todo (fabricacao de um novo automovel, e reciclagem do autoovel velho) eh menos poluidor do que manter-se o velho rodando?
Ha ainda a questao de que, para se comprar um automovel novo, eh necessario dinheiro, que, para sua producao, com certeza gerou mais poluicao e consumo de energia (ou existe alguma outra forma de se produzir capital)?
Nao seria este um grande lobby das montadoras, para continuarem vendendo seus automoveis em um volume que a humanidade simplesmente nao precisa?
Elas sim, neste caso se "lixando" para a poluicao gerada?
Anônimo, das 16:06
ResponderExcluirEu não estou aqui dizendo que gasolina é uma fonte verde de energia. Só estou dizendo que o álcool não é tão verde quanto propalam. Sacou?
A diferença está em que nas outras culturas, normalmente grãos e pastos, não se queima nada, nem grãos nem palhada, enquanto que na cana se queima quase tudo, ou melhor, tudo menos as folhas das pontas.
Esse é o alerta, só isso nesse aspecto.
Franklin,
ResponderExcluirNão é necessário números nem é meu objetivo neste post. Só quero que entenda o ciclo do CO2 direito. Planta, queima, ar, fixação, solo, etc.
E também tenho dito, e periquito.
Anônimo das 17:24
ResponderExcluirOlha, carro véio polui muitíssimo mais, coisa de dezenas ou centenas de vezes mais. Não me lembro o quanto e espero que alguém aí que saiba no diga.
E tem outra, as pessoas precisam de máquinas confiáveis e ponto. Se vc viaja à noite com a família vc quer um carro confiável e carro véio não o é.
BOX666,
ResponderExcluirmandou bem! já deu no saco mesmo, ainda mais ler essas coisas escritas por quem não entende nada do assunto e acredita apenas nas suas convicções.
Duduzinho,
é cara, falou algumas coisas que eu nem me preocuparia em explicar, já que este post do AK está tão ridículo e infantil.
Johnconnor,
Isso de axaurir o solo não existe mais, e mesmo se existia podia ser balela de lobby petrolífero.
Em adição, o que torna o post do AK totalmente inválido é a imcompressão do ciclo do carbono do autor.
A natureza também emite CO2, pois todo dia estão morrendo plantas, insetos, animais e estes respiram (exalam CO2). Mas ela também o absorve na mesma proporção que emite. Isso ocorre desde beeem antes da invenção da roda. A planta ou bicho vamos chamar de biomassa. Com a biomassa que morreu, temos a decomposição, a decomposição libera CO2 e a biomassa que está viva libera CO2 pela respiração, apesar de ter uma boa quantidade de carbono armazenada nela. Mas ao mesmo tempo temos biomassa nascendo e crescendo. Biomassa ao crescer absorve CO2 para incorpora-la e ganhar tamanho. Temos ai um ciclo fechado, ao mesmo tempo que está sendo liberado esta sendo absorvido, tanto com a morte como com a respiração.
localização do CO2:
caminho1:
atmosfera -> planta-> animal-> atmosfera -> planta (seja pela morte ou pela respiração do animal)
caminho2:
atmosfera -> planta -> planta (seja por morte da planta ou pela respiração noturna dela).
Podemos afirmar que diante deste ciclo, temos uma quantidade fixa mas instantaneamente variável de CO2 na atmosfera e também de biomassa. Biomassa representa carbono fixo, o oposto do CO2 na atmosfera.
O ciclo do álcool também age como uma transformação natural do carbono, apenas em velocidade e caminho a percorrer totalmente diferentes:
atmosfera -> planta (cana, milho, etc) -> etanol -> atmosfera -> planta.
Não adianta falar que o etanol libera CO2 na combustão também na forma de crítica, é somente algo que a natureza também faz. Desse jeito daria pra criticar a natureza também porque ela emite CO2 ao respirar ou decopor matéria morta. O fato que torna a emissão de CO2 do etanol ser natural é a reabsorção proporcional que ocorre.
Com o petróleo há apenas a emissão, uma vez que a biomassa não pode ser aumentada ao ponto de armazenar toda essa quantidade extra de carbono e também porque praticamente não há petróleo se formando em reservas (considera-se isso porque é um processo muito lento, parado até em relação a emissão e também não são conhecidas condições atuais ou locais onde há formação).
O conceito de biomassa quando não compreendido em todas as suas esferas, nos faz ter percepções erradas. Pode-se dizer que no cana, a biomassa é constante porque ao mesmo passo que a cana é colhida ela será plantada de novo. Pode se dizer ainda que no Brasil a biomassa em relação a cultura canavieira é crescente porque o cultivo de cana está crescendo e ocupando áreas vazias (sim, no Brasil existe muitas áreas não cultivadas ainda e sem vegetação nativa, isso vários estudos já mostraram), ou seja sem ou com pouca biomassa. Ocupando até mesmo pastagens, onde o volume da biomassa é bem menor comparado ao de plantações de cana. Único pesar é que infelizmente as vezes a cana ocupa lugar da mata nativa (culpa do governo e etc, porque já foi demonstrado em vários estudos que o Brasil é capaz de cultivar combustível e alimentos pra dar e vender sem precisar derrubar mais uma árvore sequer).
Tentei mostrar várias abordagens que demonstram que o ciclo do etanol é equivalente ao ciclo natural onde há a emissão mas a a absorção totalmente proporcional, tonando-o assim ecológico.
AK, etanol é ecológico do ponto de vista do ciclo do carbono, pode queimar quanta palha e etanol que quiser, que sendo plantado na mesma quantidade, será perfeito o ciclo e em nada vai perturbar o nível médio de CO2 (não vai mudar nada pra aquecimento global, se é que existe). Existem sim os fatos poluidores infelizmente, mas que estão sempre a ser contornados. E outra o que mais interessa nesses tempos, a prioridade número 1 é não contribuir mais com o aquecimento global (se ele existir, se ele não existir, em nada afeta tais medidas).
ResponderExcluirO sr. reclama da queimada de canavial e etc com razão, mas o problema é outro: qualidade do ar, ou seja material particulado e CO (monóxido). A qualidade do ar se relaciona com a saúde.
Há quem diz que o vinhoto não é utilizado corretamente, não sei se posso concordar ou não.
Ou seja, todos os problemas são resolvíveis. E vale a pena resolve-los, afinal a vantagem de ser ecológico do ponto de vista do aq. glob. é determinante.
Particularmente, acredito que os problemas ambientais relacionados ao álcool hoje são mínimos e caminhamos a serem nulos. Acredito que vale a pena tudo isso porque seu lado ecológico do aq. glob. é irrefutável e é o que todos almejam existindo aq. glob ou não. Temos que aproveitar que a tecnologia, cultivo, economia está tudo aí e só precisa de acertos invés de abandonar para caminhar a um 'desconhecido' carro elétrico ou a hidrogênio ou etc.
Murilo Branco,
ResponderExcluirNão vou chamá-lo de ridículo nem de infantil, como fez comigo, porque não sou ridículo nem infantil para fazê-lo.
Mas lhe faço uma pergunta, já que vc é o sabichão.
É possível aumentar a matéria orgânica do solo, ao plantarmos corretamente milho, por exemplo?
Não precisa me responder, pois tenho certeza que sim, que podemos, pois ao longo de 26 anos plantando lavoura e análises de solo constatei isso, além do que li a respeito.
Sendo assim, de onde veio essa matéria orgânica que foi fixada no solo?
Por outro lado, concordo plenamente com vc quando diz que o CO2 proveniente do petróleo é um extra que entra nesse ciclo. Claro, não sou tão idiota quanto pensa, e sei que isso desequilibra o sistema.
O que eu quis dizer é que a cana não é tão verde quanto propalam. Espero que essa verdade não lhe seja muito inconveniente.
Murilo,
ResponderExcluirNão sou contra nenhuma inovação. Quando no começo da década de 80 comecei a fazer plantio direto meus vizinhos me achavam doido, um idiota. Hoje, quem não o faz é que é doido, idiota.
A inovação que vingar, beleza. A gente nunca sabe a tacnologia que pode aperecer e viabilizar a coisa. Querer matar as coisas no ninho é desprezar as novas gerações, é cagaço de se sentir incompetente, é insegurança.
Mas as novidades vêm, queiram os conservadores ou não queiram, e as boas vingam, que nem o rock-and-roll, e é assim que a civilização evolui. E veja bem, hoje temos TAMBÉM o rock-and-roll. O rock não matou os outros e a civilização se enriqueceu. O mesmo acontecerá com os carros. Teremos TAMBÉM carros movidos a outras fontes de energia.
Arnaldo,
ResponderExcluirEstremamente lúcido e bem escrito esse seu post, gostei muito de montão mesmo.
MAO
Deixei um comentário com link que foi postado e depois sumiu.
ResponderExcluirPeço ao pessoal do blog que verifique a pasta de Spam.
AK,
ResponderExcluirHum, me desculpe. Mas agora entendi o que o sr. está pensando, deixe-lhe explicar. Essa tal matéria organica fixada no solo não armazena carbono normalmente. Toda matéria organica abandonada ou enterrada sofre decomposição liberando CO2 ou CH4 (dependendo da situação) liberam também gases de nitrogênio em pouca quantidade. O que então a matéria orgânica fixa no solo são compostos de N ,P e K e nada de carbono, salvo algumas situações onde há prédisposição a formar carvão mineral (um tanto raro atualmente). Mesmo assim a maioria do carbono é liberado na atmosfera novamente e não 'fixado' no solo.
Portando AK, não faz diferença, no ciclo carbônico, largar a matéria orgânica no solo ou queima-la.
Certo? Ou está pensando em outra coisa?
Ela não é tão verde apenas por conta dos problemas que podem ser resolvidos os quais já falei e alguns outros mais.
Não, não falei de esquecer outras tecnologias nem que o sr. não está aberto ás outras. Só disse que não podemos abandonar a que já temos em detrimento de outras pouco conhecidas. Devemos deixar que muitas tencnologias coexistam até o ponto de podermos falar com certeza e propriedade: apenas a tecnologia tal dará conta do recado.
Muito bom o post! É legal pra quem é totalmente leigo no assunto entender melhor sobre essas verdades inconvenientes.
ResponderExcluirBelo texto. Muita discussão, e isso é bom.
ResponderExcluirQuando mais novo, fui um entusiasta do álcool de cana. Hoje tenho minhas dúvidas, mas a gasolina não é o caminho ideal. Um produto extremamente tóxico e poluente.
Acredito que temos um potencial imenso não explorado de outra fonte de energia vegetal: as oleaginosas nativas brasileiras.
A idéia do motor multicombustível, infelizmente, não vingou (se algum dos colunistas souber o porquê, peço que esclareçam). Aquele que queimava qualquer óleo.
O cultivo de palmeiras oleaginosas é muito mais correto do ponto de vista ecológico e de rendimento de energia por área plantada. Sendo nativas são perfeitamente adaptadas ao meio ambiente, necessitando de menos fertilizantes e agrotóxicos. Nosso país, imenso e de grande incidência solar, é um gerador de energia vegetal fabuloso. Como li num site de um defensor do óleo vegetal como combustível, este é energia solar acumulada. Além do motor a óleo ter um rendimento muito melhor em relação que os do ciclo Otto, o óleo vegetal é mais um caminho para diminuir a dependência do petróleo e sua queima.
Será que alguém poderia enriquecer a discussão nesse tema?
AlemãoSS
Amaral Gurgel era um grande visionário,ele sempre foi contra o carro a alcool e isso é fato!
ResponderExcluirExiste um vídeo do youtube sobre Amaral Gurgel dizendo porque não do alcool,dura uns 10 minutos,que tal relembrarmos isso num próximo post!???
ResponderExcluirUniblab
ResponderExcluirO blog não tem nenhum controle de spam/Bob Sharp/editor
Anônimo 2/4 21:20
ResponderExcluirA gasolina não é mais tóxica e poluente que outros combustíveis, álcool inclusive. Tanto que atualmente ninguém mais morre se deixar o motor a gasolina funcionando numa garagem fechada. Tudo o que se fala de dependência do petróleo se refere ao do Oriente Médio, uma região politicamente instável.
Obrigado pela resposta Bob.
ResponderExcluirO link era deste artigo/palestra de Michael Crichton, o melhor que já li sobre o assunto de mudanças climáticas e ecologia em geral. Acho que o sr. e o Arnaldo (e possivelmente outros aqui) gostarão.
Arnaldo excelente texto!!
ResponderExcluirNunca entendi pq minha familia nunca plantou cana em suas terras aqui no interior de SP ao contrário da vizinhança, sempre achei que estavamos perdendo dinheiro, hj em dia mais velho e experiente entendo a razão de a cana não ter entrado na nossa fazenda. Assim não entramos nos mandos e desmandos da usina local ou de quem quer seja, se bem que está sendo difícil...
abraço
Arnaldo Keller,
ResponderExcluirValeu pela explicação Ak,sou velho mas não sou antigo(não é pra vc não)procuro não ficar apegado a velhos paradigmas e me sinto muito feliz quando alguem me ensina algo novo ou me mostra q eu estava equivocado(não importa q seja mais novo ou mais velho q eu)não quero ser o dono da verdade,por que a verdade não tem dono não(Rauzito).Valeu pelo esclarecimento,grande abraço.
Aos EtanolEntusiastas;
ResponderExcluirSe tratores e caminhões dedicados a produção de Etanol, bem cmomo motores estacionários fossem movidos a Etanol, provavelmente não sobraria alcool para ser colocados nos carros.
O consumo de um Chevrolet A-60, ou o dodge A-900 V8 era na casa de 0,7 a 0,8km/L para produzir APENAS 140 ou 150cv (muito abaixo dos 250 a 300cv que é a potencia dos caminhões canavieiros atuais...)
Aos EntaolEntusiastas: O Etanol emite menos CO mas emite algo extremamente tóxico também: Aldeidos.
Aos EtanolEntusiastas: O Etanol só substitui a gsolina. O óleo lubrificante, o diesel, a parafina, o piche, nafta, gás...permanece dependendo do petroleo...
Aos EtanolEntusiastas...vamos levar bastante álcool para regioes longinquaas do pais (tipo Norte do pais, sul do país, regioes distantes de usinas), esqueçamos os custos e vamos subsidiar...alguém pagará a conta do diesel utilizado no transporte....
Aos EtanolEntusiastas: em termos de aproveitamentento térmico, o melhor motor de combsutão interna ainda é o....DIESEL!!!!!!!
Agora a moda é falar em Bioquerosene para aviões. Pago para ver! Precisaria de um Brasil inteiro para produzir Bioquerosene.
Não sou contra o Etanol (embora essa seja a impressão que eu tenha dado): O que eu sou contra é essa mania que o Brasileiro tem de achar que é a salvação da lavoura que é o combustivel do futuro. Alcool pode até funcionar em alguns locais (tipo, estado de São Paulo e redondezas), mas dai a transformar isso num combustivel base da matriz energética brasileira é um crime contra a inteligencia e o bom senso.
O que eu sou contra é um determinado governante chegar ao ponto de ser ridicularizado internacionamlmente como "messias do Biocombustivel" ao tentar vender Etanol para o mundo inteiro enquanto somos incapazes de produzir o tanto de alcool que o pais necessita. Ignorar que comemos, precisamos de arroz, feijão, carne e ovos....
Atenção, uma grande quantidade de críticos do "Programa do Álcool", são de pessoas, ou organismos, ou empresas, etc, que não se beneficiam com esta tecnologia. O Brasil é o País que possui o maior conhecimento sobre este assunto e isso incomoda muita gente. Vejam a atual situação do norte da África e do Oriente Médio. Aina bem que temos o nosso "Proálcool".
ResponderExcluirAnônimo das 15:31
ResponderExcluirAtenção, uma grande quantidade de críticos do Proálcool é formada de gente patriota, que nada tem a ganhar pessoalmente com suas críticas, mas se sentem na obrigação de ponderar sobre o assunto e não somente dizer amém à opinião de quem leva vantagem com o Proálcool.
O Autoentusiastas é escrito e lido por gente esclarecida e de opinião; e livre.
Sou o cara que pediu números e o AK respondeu que o Focus 2.0 GASOLINA era o que menos poluia em 2008.
ResponderExcluirImpressionante como nós aceitamos certas afirmações e não procuramos saber se são verdadeiras. Parece que a emissão CO de carro a álcool é quase igual a gasolina. Já o de CO2 da gasolina é praticamente o dobro da gasolina, segundo a Nota Verde.
Outra informação retirada do 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários diz que os carros dos anos 1980 emitiam cerca de 58g/km de CO. Em 2010 os carros emitem uma média de 0,5g/km de CO (depende do carro, mas nos que vi é em torno de 0,25). Uma melhoria brutal.
Conforme dito acima joao Amaral Gurgel conhecia do assunto. Mas entendo que o alcool pode ser usado como componente da matriz energetica brasileira e nao como commoditie como querem os politicos do momento e a industria canavieira.
ResponderExcluirJa qto a emissoes e consumo acredito que a industria deveria evoluir com o hibrido pq conserva o investimento feito pela industria no motor a combustao e agrega um auxiliar eletrico.
Ao jovens de plantao pesquizem sobre o motor alemao Elko.
sds
O motor Elko não chegou a vingar na época por causa do alto nivel de vibrações e baixa potencia específica.Hoje com o avanço da tecnologia (turbo,injeção,coxins hidraulicos,etc)acho que isso seria facilmente resolvido.Se bem que na época que esses motores estavam sendo testados no Brasil ,os limites para emissão de poluentes não eram uma preocupação para as fabricas,hoje ninguém sabe quanto poluiria um motor Elko mesmo com toda tecnologia moderna.Além do que essa tecnologia até onde eu saiba não é usada em nenhum pais do mundo,será que a essa altura do campeonato seria vantajoso para o Brasil embarcar em outra rocambolesca aventura energética? Fora que por não serem utilizados em nenhum lugar do mundo(por favor me corrijam se eu estiver errado)o desenvolvimento desses motores teria que partir quase do zero e provavelmente só atingiriam sua melhor condição de uso depois de vários anos no mercado assim como ocorreu com os motores a álcool.Seria novamente o consumidor usado como cobaia.E mesmo que tudo desse certo e eles saissem melhores que a encomenda por causa da nossa legislação arcaica teriam seu uso restrito a caminhonetes e veiculos comerciais.Por tudo isso sou da humilde opinião que seria muito mais fácil,rápido,barato e seguro mudar a lei permitindo o uso de carros de passeio a Diesel que usariam motores já testados e aprovados no exterior(alguns inclusive são produzidos aqui para exportação)e usariam um combustivel com fornecimento sólido e seguro.
ResponderExcluirJohnconnor,
ResponderExcluiro galho é que aqui no Brasil, com a nossa produção interna acaba sobrando gasolina e faltando diesel. Ainda importamos petróleo em função das necessidades de diesel. Se liberar carro a diesel vai sobrar ainda mais gasolina e faltar ainda mais diesel e teremos que importar mais petróleo.
Essa é mais uma coisa que não bate no Proálcool. Produzir um combustível para substituir um que já nos sobra... Não é nada razoável, não é?
AK,
ResponderExcluirComo temos gasolina sobrando se já chegamos ao cúmulo de, recentemente, termos que importar gasolina?
O gás natural importado da Bolívia é uma longa história que tentarei resumir. Precisávamos sim daquele gás, mas depois da palhaçada do Chavez, o governo pressionou a Petrobras para que conseguisse outras soluções, e ela conseguiu poços fortes produtores de gás na Bacia de Santos. Então, depois disso (e de mais outras fontes 100% nacionais) perdemos a dependência que tínhamos da Bolívia. Então algo que voce pode considerar inútil hoje realmente tinha muita utilidade tempos atrás.
E quanto a cultura de milho nos USA para produção de álcool, o objetivo deles é uma necessidade: adicionar 10% de etanol à gasolina para reduçao da poluição. Eles não têm outra escolha, caso contrário voltariam ao tempo do chumbo-tetraetila???
Voltando à Petrobras. De fato algumas vezes ela paga multa por queimar o gas, mas isso é um mal necessário. A opção que ela tem é interromper a produção para não queimar o gas. Ao interromper a produção, perdemos petroleo, e consequentemente perdemos gasolina, diesel, querosene, solventes, asfalto, etc etc etc...
A razão é simples: de um poço sempre sai petroleo e gas juntos (em proporções que variam ao longo do tempo e de poço para poço). O petroleo é transportado via navio. O gas é transportado via gasodutos. Mas quando uma plataforma entra em produção, os gasodutos ainda não estão prontos, então voce faz o que com o gas produzido? Voce não pode jogá-lo na atmosfera, voce tem que queimá-lo.
Se voce proibir a queima (que é o que a ANP vem fazendo), voce inviabiliza totalmente a produção da plataforma, isto é, voce passa a permitir a operação dela somente após a conclusão do gasoduto, ou seja, adia MUITO a produção de petroleo. Isso traz ao país um prejuizo MUITO MAIOR do que a queima do gas natural.
Ou seja, a queima do gas natural nas plataformas é um mal muito menor do que a não queima.
O Daniel Shimomoto falou algo extremamente importante: a poluição gerada pelos motores a álcool!!!
ResponderExcluirO AK sugeriu que motores a álcool podem trabalhar com taxas de compressão bastante altas, entre 14:1 e 15:1. É possível, mediante controle eletrônico rigoroso. O resultado é uma máquina bastante eficiente (em termos de BSFC, ou seja, a relação entre kW produzido e consumo de combustível em l/h).
Porém, apesar de ser possível fazer tal máquina muito eficiente (em termos, pois ainda perderia para uma máquina turbodiesel), ela seria muito poluente, pois emite muitos aldeídos.
Os padrões atuais do CONAMA não permitem isso. Portanto, HOJE, produzir um motor a álcool com taxas de compressão tão elevadas é inviável.
É muito mais fácil fazer catalisadores que convertem CO em CO2 do que catalisadores que convertem aldeídos em N2, CO2 e H2O (pra não dizer que, com a tecnologia atual, isto é impossível). Portanto, a taxa de compressão moderada (em torno de 13:1) é a solução atualmente disponível para motores a álcool.
Outro problema crítico é que, quando se muda a taxa de 9:1 para 10:1, o ganho é bem perceptível (tanto em potência como em consumo), entretanto, ao se mudá-la de 12:1 para 13:1 tal ganho é bem menos significativo.
Arnaldo Keller,
ResponderExcluirRealmente,como diria o Dr Spock "é completamente ilógico".E é a cara do Brasil né não??shuashuashuashuashua
Bussoranga,
ResponderExcluiresse gás da Bacia de Santos até eu sabia dele muito, mas muito antes do FHC resolver importar o gás dos confiáveis hermanos.
Não tinha nada que inventar um gasoduto bolivariano de milhares de km, sendo que o da bacia está a 170 km do Boqueirão.
Lembro perfeitamente que achei um absuurdo isso na época.
Queimam gás quando não conseguem, ou não acham econômico, injetá-lo de volta no poço.
Vc não acha que essas coisas grandonas aí, tipo furar petróleo e tal, não acha que isso tinha que ter um plano? promover o consumo útil do gás que virá juntamente com o petróleo, ou acha que é vai furando e o que der, deu? depois a gente se vira.
Planejamento e cronograma é o mínimo que se espera dessa turma.
E importamos ocasionalmente gasolina porque temos contrato de exportação da nossa. Há ano e meio fui à Argentina e lá fiquei sabendo que eles regularmente compravam nossa gasolina a R$ 0,60/l.
Gostei muito do post e também dos debates na seqüência. Acabou gerando um material riquíssimo, como me interesso batante nesse assunto, aprendi muito lendo todos os comentários. Obrigado a todos.
ResponderExcluirBem, quanto à minha contribuição, acho que como tudo no mundo o álcool tem suas vantagens e desvantagens. Por isso cabe (ou caberia) ao poder público fazer o planejamento estratégico e tomar as medidas cabíveis para que as vantagens sejam maximizadas e as desvantagens minimizadas, sempre tomando em conta o melhor para o desenvolvimento do país a longo prazo.
O negócio é que o que fazem aqui nesse lugar é sempre pensar no lucro maior e mais rápido possível para o menor número de pessoas, no caso os que detêm o poder e a influência no dado momento.
Se aqui existisse planejamento estratégico a longo prazo e a lei valesse para todos, esse post não faria nenhum sentido, mas não é o caso, infelizmente.
Linha de raciocínio tosca essa sua, Arnaldo Keller.
ResponderExcluirA grande preocupação mundial não é com a *origem* do carbono (se há milhões de anos ou ontem), mas sim com o EQUILÍBRIO do gás carbônico no ar ATUAL enquanto gerador de efeito estufa e chuva ácida.
O grande mote da produção do álcool é que eu consigo em CURTO PRAZO um saldo praticamente ZERO de produção-consumo de gás carbônico.
Colocar combustível fóssil na conta como igual é BURRICE, já que não importa se/como o carbono foi absorvido no passado, e sim que vai gerar um saldo POSITIVO na atmosfera ATUAL, sem perspectiva de redução no curto prazo.
Queimar gasolina é jogar todo o carbono que estava no subsolo (justamente provindo de um período em que o CO2 na atmosfera a tornava inviável à vida de seres de grande porte multicelulares) de volta à atmosfera.
Produzir cana pode não ser a melhor das opções, pode ter seus problemas e mazelas (concordo com os problemas em SP, com a monocultura etc), mas é MUITO MENOS PIOR que queimar combustíveis fósseis.