Lembrando o assunto dos câmbios automatizados, vale contar um pouco dos primórdios da tecnologia das trocas de marchas sem a total interferência do motorista.
Como foi comentado aqui sobre as caixas automatizadas do Idea e do Meriva, o sistema basicamente é uma caixa convencional com o acionamento das hastes de comando da troca de marcha feito por meios indiretos ao motorista.
Nos anos 1930 em especial, um sistema chamado de pré-seletor fazia a função do automatizado. O princípio era similar, mas mecanicamente diferente. A caixa era composta de engrenamentos do tipo epicicloidal (satélites e planetárias) como em uma caixa automática convencional. O sistema de seleção das marchas era feito por meio de um seletor comandado pelo motorista, que deixava a próxima marcha selecionada, mas esta só entrava em ação após um outro comando do motorista.
Alguns dos mais famosos carros a utilizar este sistema foram os Delahaye, Cord, Talbot, Maybach e Armstrong Siddeley. No caso do Delahaye, por exemplo, um dos mais requintados fabricantes europeus dos anos 1930, a pré-seleção era feita por uma pequena alavanca ao lado do volante, como se fosse uma miniatura de alavanca de troca. Após a marcha selecionada, o motorista pisava e soltava um pedal que dava o comando para a marcha ser acionada.
A vantagem deste sistema é que não era preciso habilidade para operar as pesadas e manhosas alavancas de troca de marcha. O motorista apenas movia com o dedo o seletor e pisava no pedal. Justamente esse era o slogan dos carros equipados com este tipo de câmbio, a suavidade e facilidade de uso.
Existiram muitos modelos destas caixas, entre as mais reconhecidas temos a Cotal dos Delahaye e a Wilson. Em diversos modelos, a embreagem era utilizada para iniciar o movimento e parar o carro, e em outros casos, era de acionamento independente do motorista.
O conjunto de seleção consiste em um sistema hidráulico de atuadores que libera e bloqueia o funcionamento de conjuntos de engrenamentos. A caixa era robusta e as trocas era rápidas, o que levou ao uso nas competições, como exemplares de Auto Union D, Talbot-Lago T26C e Bugatti 51.
Este tipo de sistema não era barato, tampouco de fácil manutenção, o que o levou ao desuso em prol das caixas manuais e automáticas convencionais. Um charme que marcou época e foi a inspiração para desenvolvimentos futuros.
Como foi comentado aqui sobre as caixas automatizadas do Idea e do Meriva, o sistema basicamente é uma caixa convencional com o acionamento das hastes de comando da troca de marcha feito por meios indiretos ao motorista.
Nos anos 1930 em especial, um sistema chamado de pré-seletor fazia a função do automatizado. O princípio era similar, mas mecanicamente diferente. A caixa era composta de engrenamentos do tipo epicicloidal (satélites e planetárias) como em uma caixa automática convencional. O sistema de seleção das marchas era feito por meio de um seletor comandado pelo motorista, que deixava a próxima marcha selecionada, mas esta só entrava em ação após um outro comando do motorista.
Alguns dos mais famosos carros a utilizar este sistema foram os Delahaye, Cord, Talbot, Maybach e Armstrong Siddeley. No caso do Delahaye, por exemplo, um dos mais requintados fabricantes europeus dos anos 1930, a pré-seleção era feita por uma pequena alavanca ao lado do volante, como se fosse uma miniatura de alavanca de troca. Após a marcha selecionada, o motorista pisava e soltava um pedal que dava o comando para a marcha ser acionada.
A vantagem deste sistema é que não era preciso habilidade para operar as pesadas e manhosas alavancas de troca de marcha. O motorista apenas movia com o dedo o seletor e pisava no pedal. Justamente esse era o slogan dos carros equipados com este tipo de câmbio, a suavidade e facilidade de uso.
Existiram muitos modelos destas caixas, entre as mais reconhecidas temos a Cotal dos Delahaye e a Wilson. Em diversos modelos, a embreagem era utilizada para iniciar o movimento e parar o carro, e em outros casos, era de acionamento independente do motorista.
O conjunto de seleção consiste em um sistema hidráulico de atuadores que libera e bloqueia o funcionamento de conjuntos de engrenamentos. A caixa era robusta e as trocas era rápidas, o que levou ao uso nas competições, como exemplares de Auto Union D, Talbot-Lago T26C e Bugatti 51.
Este tipo de sistema não era barato, tampouco de fácil manutenção, o que o levou ao desuso em prol das caixas manuais e automáticas convencionais. Um charme que marcou época e foi a inspiração para desenvolvimentos futuros.
Vídeo de um Ford Vedette com câmbio pré-seletor
Fotos: superars.net, wikipedia, divulgação
MB
É interessante ver hoje como muitas tecnologias que existiram no passado pararam no tempo e foram reaproveitadas somente agora. O mesmo aconteceu com o carro elétrico, que só hoje estão voltando a serem fabricados.
ResponderExcluirOuvi dizer que esse o Câmbio dos Cords é bem robusto, mas a parte elétrica (relés) precisam ser atualizados para unidades modernas nos carros dos colecionadores.
autoopinioes.blogspot.com
Alias esse tipo de caixa, de origem Cord foi aplicada nos 50 Tucker produzidos, já que a caixa automática de conversores de torque que Preston tinha idealizado inicialmente não se viabilizou. No blog Mahar Press tem até um vídeo demonstrando a utilização desse Câmbio num Tucker 48.
ResponderExcluirAs ideias sempre existiram, mas faltava avanços na metalurgia e na eletrônica.
ResponderExcluiruma duvida:as marchas eram sincronizadas?nao arranhava?
ResponderExcluirPô, Milton, tatanagem... O seu post foi como mostrar o doce para a criança e depois guardar... Fiquei curioso para saber maiores detalhes dessas caixas pré-seletivas. Tem algum lugar onde possa encontrar maiores detalhes do mecanismo? Ou tem como "rolar" um post mais detalhado sobre o assunto?
ResponderExcluirEsqueci de comentar: coisa linda o ronco desse Ford Vedette, hein?
ResponderExcluirSou somente eu quem tem (muitos) parafusos a menos na cachola, ou mais alguém acha bacana o ruído característico das transmissões antigas?
Esse sistema de transmissão parece um semi automático de hoje.
ResponderExcluirAquele Delahaye, é uma obra de arte. Embora se assemelhe a um Peugeot 202, é bem mais estiloso.
Post muito interessante, mas achei que faltou um esquema mais detalalhado do sistema.
Abs
Em breve um post mais técnico sobre o assunto, este foi mais pelo lado da curiosidade e "puxando o gancho" do assunto de transmissões.
ResponderExcluirabs.
Ary, não arranhava pelo tipo do sistema de seleção de marcha.
ResponderExcluirabs
Esse sistema ainda é usado no dia de hoje nos ônibus rodoviários da Scania, aonde ele é chamado de "confort Shift". Funciona dessa mesma forma: O motorista pré-seleciona a marcha, mas o cambio só efetua a troca quando o condutor pisa na embreagem. Já prestei atenção no funcionamento e achei muito interessante. Inclusive esse sistema é motivo de muitos elogios por parte dos motoristas.
ResponderExcluirAbraço
Ary
ResponderExcluirComplementando o Milton: como foi dito, a caixa Wilson/Cotal usava conjuntos de engrenagens epicicloidais("planetarias"),como as automaticas de hoje.O"engrenamento" de cada relação é comandada apenas pela frenagem da coroa do conjunto planetario selecionado,através de uma cinta perimetral, por sua vez acionada por atuador hidraulico.Não rem como "arranhar". O sistema de pré-seleção (um conjunto de eletrovalvulas)permite q. apenas um atuador seja ativado por vez, evitando assim o "encavalamento", q. seria apenasmente desastroso.
Dá para perceber que o conceito das automaticas atuais estava todo ali-o que se fez em sequência foi aplicar o desenvolvimento dos materiais e da tecnologia(conversores de torque , eletroeletrônica,etc
Milton
O assunto é fascinante,espero q. volte à mesa ASAP
Abs