AUTOentusiastas Classic (2008-2014): CANO DE DESCARGA

Logo que encontrei o Bob no Autódromo Nelson Piquet, aqui no Rio de Janeiro, no evento de lançamento do Fiat Bravo, em novembro passado, ele fez o seguinte comentário a respeito do novo Fiat: “Esse tem cano de descarga aparente, do jeito que eu gosto”. No que prontamente concordei, de fato o Bravo tem um belo cano de descarga com saída dupla, bem aparente.

Essa peça tão importante, e por vezes esquecida, faz parte do visual do carro, ainda que alguns designers insistam em escondê-la. Um exemplo recente vem da mesma Fiat, no Stilo depois da leve reestilização que sofreu. Esconderam o cano e fizeram duas saidinhas falsas no para-choque traseiro, com um resultado, sob meu ponto de vista, pobre.



Como não reparar nas descargas de um Camaro atual, emitindo um som borbulhante digno dos melhores V-8? E as onomatopeias criadas inocentemente quando éramos crianças ? Eu e meus irmãos tínhamos uma coleção de sons de carros nas nossas mentes, e usávamos todos quando zanzávamos pelo corredor do edifício Sepúlveda, onde morávamos, cada um imitando o carro de sua preferência.

Mas nenhum foi mais marcante na infãncia que o som emitido pelo Opala cupê 4-cilindros do meu pai, que num desatino momentâneo, trocou a descarga original do ronronante Opala por um abafador de JK (se não me falha a memória). O resultado foi quase ensurdecedor, e o Opala ganhou, de nós três, um apelido: Garalhon, em alusão ao som emitido por aquela descarga, digamos, mais liberal. Um ultimato de minha mãe pôs fim à brincadeira.

Meu Uno está com o cano furado, e em breve levarei a um especialista em descargas para colocar algo condizente com o carro. Que emita um som legal, e que apareça na traseira do carro, como deve ser, porque do contrário, parece ter sofrido uma amputação. E vamos aproveitar enquanto é tempo, porque em dias de carros elétricos, acaba o som, acaba o cheiro. E guiaremos uma Brastemp.

AC