Na França e na Suécia já tem há alguns anos. Na Alemanha, gerou muita discussão assim que começou a ser vendida no mês passado. É a gasolina com até 10 por cento de etanol, a E10. Como os alemães são muito exigentes quando se trata de especificações de maneira geral, especialmente com relação à paixão nacional chamada automóvel (não somos só nós!), veio a grita sobre a mistura ser ou não prejudicial aos motores.
A Alemanha, com a medida, atende a uma determinação da União Europeia de 10 por cento de que todo o combustível consumido na região até 2020 seja de biocombustíveis. A razão principal é reduzir a dependência do petróleo do Oriente Médio, com a questão ambiental pegando uma carona.
A Deutsche Automobil Treuhand (DAT), a respeitada instituição existente há oitenta anos, que é utilizada pelo comércio de automóveis como fonte de informação de valor de mercado, logo publicou lista de veículos compatíveis com E10 para o consumidor se informar se pode ou não reabastecer o novo combustível. A lista diz quais carros podem usar E10 e estar fora dela significa que não pode.
Muitos alemães, com receio de problemas no sistema de alimentação e nos motores, recusam-se a usar a E10, que substitui a gasolina super 95, e partem para a super 98 (os números se referem às octanas RON), mesmo pagando 1,62 euro em vez de 1,54 euro A super 98 é E5 e não E10.
No Brasil, como se sabe, toda a gasolina é E25 - na verdade, E20 a E25, embora a indústria automobilistica adote a E22 como padrão no desenvolvimento de motores. E todo mundo está sabendo também do rolo que está ocorrendo por causa da extorsão praticada pela indústria do etanol, conforme comentei aqui anteontem.
Pois hoje o jornal Valor Econômico noticiou que a presidente Dilma teria determinado que o controle e a fiscalização da cadeia do etanol passe para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). deixando de ser tratada como produto agrícola para ser um combustível estratégico.
A medida, segundo a reportagem, destinar-se-ia a maior controle sobre os estoques e as estatísticas de oferta e demanda no mercado interno. Também, que a presidente teria determinado estudos para reduzir o porcentual de etanol na gasolina diante dos preços e de ameaça de desabastecimento. Como não é necessário estudo para chegar a 20 por cento (E20), o sinal que capto é que Dilma está pensando numa mudança radical nesse sentido.
Como sonhar é de graça, o momento é mais do que propício para o país se livar de parte da maldição enérgica que há décadas o assola, a de sua gasolina ser única em relação ao resto do mundo, e passar a ficar nivelado com os demais países do planeta. Que venha a E10 para o Brasil.
Só não me venham falsos moralistas e ecochatos argumentar que com 10 por cento de etanol aumentaria a poluição e a gasolina perderia octanagem. Na Europa, como a foto do início mostra, chega-se às octanagens praticadas hoje sem recorrer ao chumbotetraetila ou ao MTBE, o éter metil-terciário butílico. E os europeus são bem mais preocupados com o meio ambiente do que nós.
E que não venha a indústria autombilística dizer que não dá para voltar para E10, pois é perfeitamente possível, basta querer.
BS
Que venha o E10, isso aê Bob!
ResponderExcluirA Dilma tem me surpreendido após a posse, ainda é cedo pra falar, mas estou gostando da postura da "presidenta".
Bob, uma pergunta, são poucos flex que aceitam gasolina pura, confirma? Poderia comentar sobre isso, acredito ser relevante ao post.
Bob, veja extorsão.
Abs
É uma guerra de interesse político do cacete!
ResponderExcluirAs últimas coisas em que pensam é na necessidade do consumidor, dos motores ou na eventual falta do petróleo...
E muito menos em questões ecológicas!!
Acho que só Renault, Honda, Toyota e o Siena tetrafuel rodam com gasolina "pura" sem problemas.
ResponderExcluirEstá mais do que na hora de termos gasolina pura!!! Mas acho que mesmo o E10 vai ficar só em sonho. Logo logo o Etanol fica "barato" (algo como $1,60) e todo mundo esquece do que aconteceu, compra aquela geladinha e vai assistir o jogo no domingão.
ResponderExcluirque seja urgente essa mudança, ontem abastecia 2,98 tendo que pagar 3,08 pra levar a aditivada...
ResponderExcluirSacanagem, aqui na ilha aproveitam e exploram mais ainda.
Bob,
ResponderExcluirMas que ótima notícia essa!
Uma curiosidade técnica: no processo de adaptação dos motores importados, o motor passa a consumir apenas a mistura brasileira, ou ainda reconhece a gasolina pura?
Escolher gasolina na Alemanha é quase como escolher um doce: muita variedade!
Grande abraço
Acredite se quiser...As agências reguladoras estão esvaziadas e já não tem moral p/ regular nada; o CADE aprova qualquer fusão, a ANEEL aprova qualquer aumento de tarifa, a ANATEL acha normal tudo normal nas tarifas de celular. Vem cá, se o preço dos combustíveis está na casa dos 3 reais, por que o governo não reduz a CIDE?
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ResponderExcluirAté que enfim uma esperança de melhoria para a nossa gasolina!
ResponderExcluirMas não sei se seria factível se adotar totalmente a E10. Não haveria problemas de compatibilidade com a calibração atual da injeção eletrônica dos carros?
Na minha opinião já seria um ótimo progresso se os padrões de gasolina passassem para:
E20 = Gasolina "tipo C"
E10 = Gasolina premium (podium)
E parassem de ficar variando os teores de álcool da gasolina.
A propósito, se um dia pensarem num "padrão sulamericano" de gasolina, provavelmente terá que ser a E10 (por ser um meio termo entre a nossa "alcoolina" e a gasolina pura dos demais países), não acham?
Fabio,
ResponderExcluirO que, com extorsão, que você me pediu para ver?
Também tenho me surpreendido favoravalmente com a presidente.
Se introduzirem uma gasolina E10, no lugar da atual E25, e mantiverem a "octanagem", é claro que todos os carros estarão aptos, seja flex ou à gasolina. E ainda melhorariam os números de consumo. Porém, se apenas diminuirem a porcentagem de alcool, deteriorando a "octanagem", muitos motores flex com taxa de compressão elevada sofreriam... mas sempre há a alternativa, de usar etanol, ou mistura.
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ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirO que o Fábio falou é que no 5º parágrafo do texto está escrito "estorsão".
Abraço!
Jackie Chan:
ResponderExcluirAí que está o problema... Será que esse monte de álcool também não serve para disfarçar que nossa gasolina é uma porcaria?
Fico imaginando se, pura, ela não teria uma octanagem PIOR que a da gasolina argentina...
Na teoria, sou mais um que vem se surpreendendo com a nova presidente.
ResponderExcluirMas vamos ver na prática...
Seria fundamental que, depois dos devaneios megalomaníacos de Lula, como estabelecer padrão único de tomadas no mundo, atrapalhando a todos, seria bom, repito, um pouco de realidade e bom senso. Adequar a questão energética às necessidades brasileiras aprendendo com o mundo seria o idel.
O surpreendente da notícia é que, apesar de usarmos álcool como combustível há quase 40 anos, apenas AGORA é que o controle sobre sua cadeia produtiva foi parar nas mãos de uma agência que tratará a questão como estratégica. Coisas de Brasil...
ResponderExcluirO Brasil é mesmo um circo: Mesmo que a presidente seja tecnicamente preparada e preocupada com a população, sempre terá que domar as feras dos grupos de interesses, enganar os "magicos" que cortam boas idéias ao meio, tiram absurdos da cartola e ainda desaparecem com recursos, e ficar torcendo para nenhum palhaço aparecer e estragar tudo na reta final. Por tudo isso, realmente acho que devem ocorrer coisas mais urgentes antes do E10.
Quanto ao E10, ainda que mais corrosivo, o álcool deve possuir alguma vantagem com relação ao MTBE, que foi posto no lugar do chumbo-tetraetila (que é ótimo antidetonante, e não faz mal ao motor, mas é tóxico e reage com o catalizador.
Antes tarde do que nunca. Espero que a Dilma continue assim, freando as babaquices que o moluscão largou aí.
ResponderExcluirMas E10 acho que ainda é um sonho meio distante de nós...
tem gente que queria que a Petrobras fosse privatizada assim como a cadeia de produção de açucar e alcool, oligarcas que interpretam a livre concorrencia somente pelo seu lado , bastou há algum tempo atrás os preços do açucar desabar nos mercados internacionais para que eles forçassem a anp a aumentar de 20% para 25% o de alcool na gasolina sendo que nesse percentual há uma parte de agua, chamam isso de "livre mercado"e a Petrobras de empresa ineficiente cabide de empregos do PT, se o metalurgico ainda fosse presidente , não tenho duvidas em quem os " especialistas" poriam a culpa
ResponderExcluirBem, o Etanol passou a ser regulado pela ANP, pelo que ouvi no rádio hoje.
ResponderExcluirE o governo pensa em taxar o açúcar.
Acho que seria melhor nao termos nada disso. Plantio é pra gerar comida.
Olha, se nossa presidente começar a trabalhar dessa forma... Iria fazer muita gente queimar a língua, inclusive eu!
ResponderExcluirErro de digitação.
ResponderExcluirPessoal, trago uma boa notícia para vocês:
ResponderExcluirEm maio os preços do etanol molhado e sopalina irão cair. A produção vai voltar ao 'normal'.
Porém quando isso acontecer a Petrobras vai vir com um aumento bem legal para compensar. Os usineiros acompanharão o aumento para dar aquela gersonada e ficar na relação 70% dos preços e facilitar a vida do gérson moderno em que ele escolhe qualquer combustível.
O governo agradece também pois quase todos os impostos aumentam com o valor final dos produtos subindo a cada dia.
Seja muito bem vindo o E10.
ResponderExcluirSó vantagens.
Espero que a expectativa do Bob se confirme. O governo Dilma parece estar prometendo ser de decisões mais técnicas que políticas.
ResponderExcluirVoltar a um percentual de àlcool menor na gasolina, seria uma demonstração de peso.
Queira Deus que seja realmente.
Por outro lado, não acho o preço do àlcool tão caro se comparado ao da gasolina e do gás natural. Penso que o custo de extração e produção é bem menor que o de cultivo e produção do álcool.
Mas, é um absurdo os usineiros darem as cartas na forma de utilização do álcool, inclusive forçando o ritmo da dança do crioulo doido que tem sido o valor do percentual na gasolina.
A Petrobrás anda sinalizando com aumentos nos preços da Gasolina...Só queria saber com qual fundamento uma vez que num pais auto suficiente em Petroleo, e com o barril em US$120,00, como paises como Argentina, Uruguai, Paraguai (este, ao que me consta, não tem Petroleo) pode ter uma gasolina mais barata que o Brasil.
ResponderExcluiresse negocio de aumento da gasolina não passa de terrorismo midiatico ela está subindo na proporção da parcela de mistura com o alcool faz tempo.
ResponderExcluirSei não...
ResponderExcluirComo o Galto disse, é uma "guerra de interesses" mesmo.
O interessante seria a liberação do diesel em modelos de passeio, uma vez que o diesel nesse tipo de veículo consome muuuito menos combustível, atraindo aqueles que rodam muito e procuram economia.
Com isso a procura da Gasolina/Etanol cairia e o preço também (usando aquela base da lei da oferta e da procura).
Abraços
Kiko Molinari - http://carrosrarosbr.blogspot.com
Kiko
ResponderExcluirNão temos diesel nem em quantidade nem em qualidade suficiente para atender à demanda adicional que seria criada segundo o q. você sugere. Fatores como as características da nossa matéria prima (alto teor de enxofre), o defasamento da nossa tecnologia de refino (veja só a qualidade da nossa gasolina) e o esforço da BR para máximizar o "yield" de diesel no processamento do bruto parecem tornar inviável, pelo menos a médio prazo, uma proposta nesse sentido. Fica sendoyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy coisa como o cobertor do indio - maior demanda de diesel(sobe o preço), MENOR oferta de gasolina(tambem sobe o preço...)
Temos que esperar o oleo do pré-sal, a modernização das nossas refinarias - e uma gestão BEM melhor da nossa política de combustiveis
Abs. a todos
Só a favor de uma gasolina com menos etanol.
ResponderExcluirE sou, principalmente, favorável a uma gasolina mais limpa e puro, com menos chumbo e mais qualidade.
Quanto a presidente, não tenho me surpreendido. Até agora é tudo promessa. "Quer fazer", "está estudando..."
De concreto, nem cimento...
Gasolina não tem chumbo a mais de 20 anos....
ResponderExcluirMantendo a mesma gasolina, retirar etanol vai cair octanagem, já que se soma a octanagem do etanol muito elevada (tecnicamente álcool não tem "octanagem" mas vai vai assim mesmo) para dar neste valor atual. Como aqui não há fiscalização pra nada, corre-se o risco de voltarmos umas décadas pra trás em termos de octanagem, não oficial desta vez, mas na prática.
ResponderExcluirMaldição continua...
Uma pergunta técnica:
ResponderExcluirPartindo-se de duas gasolinas com o mesmo valor de octanagem, mas uma com 25% de etanol e outra com 10%. Quais as diferenças no comportamento dos nossos motores?
Abraços
Leonardo, vai perder um pouco de performance em situações de rotacão baixa + pedal com muita carga.
ResponderExcluirLeonardo: Supondo octanagens iguais, a gasolina com menos álcool terá um poder calorífico um pouco maior. Isso é fato.
ResponderExcluirAgora, não sei exatamente quais seriam as consequências disso. Acredito que resulte em um consumo um pouco menor, e portanto maior autonomia.
Ops, confundi chumbo com enxofre.
ResponderExcluirQuis dizer, quero uma gasolina com menos enxofre.
Se não me engano o Uruguai também está utilizando E10, não?
ResponderExcluirQuanto ao preço do combustível, está em torno de um real o litro da gasolina pura na "origem" (antes de chegar às distribuidoras). É esse q deverá aumentar e, em tese, não precisaria ser repassados, pois gostaria de saber como é triplicado o preço após ser adicionado 25% de etanol (suponho q os impostos sejam escalonados desde a "origem" - já não deve sair sem)...
@Gabola: foi o que pensei logo depois de enviar meu comment.
ResponderExcluirMas tem o "tal" do biodíesel tbm, e acredito eu que daria para, em pequena escala inicialmente, disponibilizar motores a diesel para frotistas usando veiculos leves.
O fato do nosso petróleo "ser mais sujo" que o do pertóleo europeu infelizmente é verdade. E o que fode com isso ainda é que, segundo colegas que já trabalharam no meio, o diesel atual ainda vem com "óleos reciclados", ou seja, aqueles fluidos de motores e afins que são recolhidos em postos de troca eram (ou ainda é, não sei hoje) "re-refinados" e transformados em sua maioria em diesel. Eu não duvido nada pois já vi caminhões soltando fumaça preta mesmo com gerenciamento eletrônico e mais um monte de coisa para diminuir a poluição.
Vamos ver se em um futuro próximo ainda teremos a opção do diesel para autos de passeio.
Abraços
Kiko Molinari
Bob,
ResponderExcluirConfesso que no último sábado me surpreendi ao abastecer meu Escort Conversível e notar a rapidez com que a bomba de etanol alcançou o valor de R$ 30,00, suficiente para meu trajeto curto de fim-de-semana com tal carro. Quando olhei para a tabela de preços, o citado combustível custava R$ 2,599! Hoje conferi alguns postos ao longo do meu trajeto e notei que de sábado pra cá houve um aumento de aproximadamente 10%, indo para 2,899 onde abasteço!
Aí comecei a pensar numas experimentações, não visando exatamente economia de dinheiro, mas pelo lado didático e informativo... Numa situação hipotética, um carro originalmente movido a etanol com taxa de compressão de 12,3:1, como o AP 1.800S, toleraria aproximadamente qual porporção de gasolina, de alta octanagem como a Podium, adicionada ao etanol sem que o propulsor ou sistemas anexos viessem a sofrer danos?
Abraço.
Kiko
ResponderExcluirpra sua paz de espirito, deixa te informar q. a reciclagem de oleos lubrificantes, não só automotivos , como inustriais,é um processo sofisticado e complexo e que resulta em produto de otima qualidade -oleo mineral básico- e uma gama de sub-produtos utilizaveis ou, pelo menos,de disposição controlavel, de modo a não serem agressivos ao meio ambiente. Dessa forma,o seu maior temor- diesel reciclado misturado ao da bomba- não tem razão de ser, pois essa fração é consumida como combustivel na própria planta de processamento, como sucede tambem ao oleo pesado descontaminado.
Agora, a parte triste: dos lubrificantes usados no país, menos de um terço é encaminhada à reciclagem, sendo a sua maior parte lançada no meio ambiente ou usada como combustivel sem nenhum tratamento.E tome metais pesados,dioxinas e que mais residuis tóxicos esparramados por aí.
Nem é preciso ser um "ecochato" pra ficar indignado.
Em tempo- teu site é porreta!
abs pra todos