No caso de você ter chegado do planeta Urano ontem, o Nissan GT-R vem causando uma enorme comoção nos meios de comunicação dedicados ao automóvel.
Não é para menos. O GT-R é um tour de force tecnológico praticamente incomparável e por um preço de saldão de desconto na 25 de Março.
Mas não quero falar aqui sobre a sua incrível relação preço-desempenho, nem sobre seus 325 mil gadgets eletrônicos, nem muito menos sobre seu motor feito em câmara climatizada e hipercontrolada, para que nunca debite menos de 480 hp (carros já foram medidos a 505 hp, ou 512 cv, NAS RODAS).
Quero falar de como a Nissan deixou os engenheiros de casaco branco daquele reduto, daquele bastião de excelência automomotiva localizado em Zuffenhausen, corados de vergonha. E não foi com o recente imbroglio sobre tempo de volta em Nürburgring.
O começo dessa história já contei uma vez em uma revista eletrônica, na História do Porsche 959. O 959 só apareceu porque a Porsche queria um carro de Grupo B FIA com tração total permanente com vistas ao Campeonato Mundial de Rali. Naquela época, como eu disse naquela história, a Porsche via o seu futuro no 924/944 e no 928 e pretendia descontinuar o 911. Mas acreditava, como todo mundo, que era ridículo pensar que um carro com motor dianteiro e câmbio traseiro (transeixo atrás, sistema usado no 924, 944 e 928) e tração nas 4 rodas. Como levar a tração até as rodas dianteiras? Confesso que na época pensei exatamente como a Porsche e achei lógico usar o 911 como base do 4x4.
Foi necessário que a Nissan mostrasse a solução óbvia para o dilema. Como levar a tração até as rodas dianteiras num carro de transeixo traseiro? Ora, é só colocar OUTRA árvore de transmissão -- também chamada de cardã -- levando a potência de volta para a frente do carro, de onde saiu originalmente! Ridiculamente óbvio.
Imagino que alguém tenha feito piadas desse gênero na época, em Zuffenhausen: "Orra, famos colocar um árvore de folta lá parra o frrente! Oahahahahah!"
Eles não devem estar rindo agora...
MAO
carros nao sao feitos apenas de numeros. tem que haver feeling, paixao.coisa que japones nunca vai ter.ja ja vem resposta de Zuffenhausen.deixa o gtr viver seus 15min. de gloria. depois vai ser figurinha de velozes e furiosos.
ResponderExcluirRealmente os carros japoneses não têm o mesmo romantismo dos alemães, principalmente quando se trata de Porsche. Talvez os japoneses com um pouco mais de brilho sejam o Mitsubishi Lancer Evolution e o Subaru Impreza WRX, ambos com história em ralis. Ainda falando de Porsche, há alguns dias vi num conhecido site o anuncio de um 356 "tunado", uma blasfêmia. Uma heresia...
ResponderExcluirConcordo que existe o romantismo qdo se trata de Porsche, mas dizer que não há paixão nos japoneses, não concordo. Um exemplo de paixão em fazer um carro, o Honda NSX. Um fruto da união de uma empresa cujo fundador era um apaixonado assumido pela velocidade, Soichiro Honda, com um consultor técnico do qual não duvidamos de sua paixão pelos carros, Ayrton Senna.
ResponderExcluirOs japoneses aparentam ser frios e detalhistas, mas eles têm sentimentos sim.
nao esquecer que honda se criou na f1somente quando a porsche se retirou. lembram do tri campeão mclaren-porsche? tinha apoio financeiro da TAG(tecnnique de avant gard). ainda assim nao acho que f1 seja laboratorio de tecnologias.a julgar pelos resultados,teriamos que ter fiat(ferrari)como top,bmw e toyota como lixo.
ResponderExcluirComplementando meu comentário anterior, o Honda S2000 talvez tenha sido o japonês que mais chegou perto de ter uma "alma" (parafraseando o Sr. Paulo Keller) com sua estúpida potência específica com aspiração natural. De fato os japoneses são extremamente técnicos, inovadores, precisos e confiáveis em seus carros, o S2000 é uma prova cabal disso. Porém, romantismo e tecnologia não são a mesma coisa e não necessariamente precisam estar juntos. Que diga o 911 Carrera RS (assim como os demais 911), com seu motor traseiro, má distribuição das massas e, ainda assim, um ícone do romantismo...
ResponderExcluir"Orra, famos colocar uma eixo de folta lá parra o frrente! OAhahahahah!"
ResponderExcluirBoa!
GT-R é um grande carro, mas eu ainda sou mais o Vette ou mesmo o 911. Volta mais rápida num autódromo específico não significa superioridade absoluta. O GT2 é pura força bruta e sem um playstation debaixo do painel pra corrigir a trajetória, um legítimo CARRO.
O mais engraçado é ver esse superesportivo do proletariado que nos EUA custa menos de U$80.000,00 sendo vendido a R$800.000,00 por espertões aqui no Brasil, ridículo.
Acho o GT-R um tesão. Tem atitude de sobra. Mas 1730kg é uma piada de mau gosto. Seria como um prato ultra-sofisticado mas sem um dos ingredientes básicos, sal ou pimenta.
ResponderExcluirHá boatos "quase oficiais" de que virá uma versão NISMO do GT-R, com alguns pôneis a mais, e o mais importante, várias peças da carroceria em fibra de carbono. Vamos ver o quanto eles conseguem na dieta....
[]s!
Juliano
para mim a única marca japonesa com alma é a Subaru. por insistir no motor boxer, na tração integral simétrica, nas portas sem molduras (apesar de o novo Impreza tê-las abandonado. a marca vende pouco, faz poucas concessões, não se rende a qualquer modismo - até para fazer um motor à diesel foi um parto.
ResponderExcluire outra coisa que me faz pensar que os Subaru têm alma é o fato de que a marca admite que certas coisas são melhores deixadas nas mãos dos outros: o volante do Legacy é Momo, as rodas são BBS, o som é Kenwood ou Harman Kardon, os pneus são os tops da Yokohama. só pegam coisas boas dos outros, isso parece lógico, mas só a Subaru leva a esse nível.
claro que alguns outros modelos japas, como o GT-R, o 300ZX e o NSX também têm alma, mas são casos pontuais. marca mesmo, só a Subaru.