google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): spider
Mostrando postagens com marcador spider. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador spider. Mostrar todas as postagens
Com uma semana de atraso, cansado de protelar o momento de relatar aqui nosso passeio, decidi que era hora de falar sobre o Encontro Paulista de Autos Antigos. Mas sem apelar pro clichê e o jornalismo comum. Esse tipo de coisa você leitor encontra em qualquer outro lugar.

Fizemos um passeio legal, eu e o amigo MAO, saindo de São Paulo com o raiar do sol. A estrada tranquila e vazia, a capota aberta na montaria do dia (uma Alfa - sim, sempre elas - Spider, mas dessa vez uma 96, V-6.) e o Who tocando alto no rádio combinavam como poucas coisas na vida. MAO, velhinho que é, reclamou do frio boa parte da viagem, mas aproveitou o passeio, temendo por sua vida só no trecho final de serra entre Lindóia e Águas de Lindóia.

Chegando à cidade ainda dormindo, vazia, sem trânsito, tranquila, pudemos estacionar o carro numa boa vaga, atrás de um Chevette S/R que deixou MAO pirado. Depois de alguns minutos, seguimos para a praça, onde o mesmo de todos os anos nos aguardava. Nada de excepcional, nada de fenomenal, porém, nesse ano nada de situações ridículas como no ano passado. A média geral dos carros subiu, algumas peças interessantes, mas nada tão digno de nota assim.

Uma bela Corvette de primeira geração e a sombra de nosso intrépido colunista MAO



Como prometido, o troféu AUTOentusiastas para o veículo que mais gostaríamos de dirigir vai para o belo MG TC da foto abaixo, de um colecionador de São Paulo:



Criando um novo troféu, o do veículo que mais gostaríamos de levar para casa e chamar de "meu", vai para o inerentemente cool Chevy 56 abaixo:


Das negativas

Num evento já marcado pela falta de significado e ganância, o desse ano surpreendeu por não ter afundado ainda mais que o anterior. Ponto para a organização, ou para a sorte, ou para a crise, não sei. Só nos resta torcer para que ano que vem o evento talvez volte a ser o que era há 7 ou 8 anos. There´s always next year.
Ontem, na hora do almoço, fui buscar um carro para um amigo; ele mora em outro estado, e tendo comprado à distância um automóvel, não tinha como buscar o carro. Fui recebê-lo, e hoje ele está guardado na garagem secreta dos Egan. O carro? Uma Corvette 1972, amarela, targa.


Um sonho deveras comum é se imaginar num lugar rodeado de pessoas conhecidas, escola, faculdade, trabalho, que seja, porém nú. Posso dizer que ontem tive o equivalente automotivo desse sonho. Cruzar o trânsito da metrópole paulistana, cruzando favelas, bloqueios políciais, túneis, buraqueiras e etc.. a bordo de algo discreto como uma mulher na mais sexy e vulgar lingerie, falando as frases mais indecentes na voz mais alta possível, cruzando uma movimentada rua no centro paulistano é algo que incomoda um pouco. Posição de dirigir OK, peso dos comandos OK, motor meio desregulado, mas OK, mas meu deus, aqueles pára-lamas invadindo a vista, naquele tom de amarelo que queima as retinas... credo!
Um outro amigo contava um "causo" de que uma "amiga", que, tendo visto uma Corvette de terceira geração, como a 72 amarela de meu sonho (ou seria pesadelo?), exclamou: "Uau! Meio que me lembra meias-arrastão... que vulgar!"

Mas, como todo homem que se preze, não vou dizer que não gostei. A little kinky, sexy, in a sick, twisted way, but cool nonetheless.

E por que AMOR E SEXO? Porque ao guardá-la no esconderijo secreto dos Egan, eu precisava de um carro para vir para casa; escolhi a velha companheira Alfa Spider. Leve, ligeira, delicada. Um amor. Para apresentar aos pais. Para levar à missa no domingo. Para levar almoçar na casa da vó no domingo...

Hoje, depois da chuva feia do final de tarde, duas travas foram destravadas e do meu banquinho, travado no meio do trânsito paulistano, joguei o teto para trás e voilá! As estrelas me aguardavam me olhando lá de cima. Lovely. Just Lovely.
P.S.: Vale notar que, procurando fotos para ilustrar o texto, o Google devolveu como resultado da busca de fotos de Corvette 1972 uma mulherzinha bem vulgar em poses idem sobre uma Corvette. Logo, não sou só eu não...
P.S.2: Post devidamente corrigido pelo autor. Aos Pasquales de plantão, o autor recomenda Veríssimo.
P.S.3: Preaching to the wrong choir perhaps, mas aos cricas de plantão, LEIAM o texto. Eu gostei da Corvette. Gosto de Corvettes. Mas essa aí de terceira geração é vulgar demais. Não gostaria de ser pego morto numa. E o texto nem sobre a Corvette era!


M16 é um conhecido modelo de fuzil, mas agora pode ser relacionado também a um foguete bem caro. Foi apresentada a versão Spider do Ferrari Scuderia, diretamente da Itália, pelo presidente da empresa, Luca di Montezemolo. Nomeado Ferrari Scuderia Spider M16, por conta do 16º título do Campeonato de Construtores de F-1 obtido neste ano.

Na verdade é a versão showing off do Scuderia Spider, não foram divulgados números de rigidez estrutural, mas provavelmente são inferiores aos do Scuderia. O carro é mais leve em 80 kgf que o F430 Spider convencional (1.440 kgf no total), e com uma preparação para 510 cv no motor V8 4,3-L de alumínio. O M16 acelera até 100 km/h em meros 3,7 s e atinge 315 km/h de velocidade máxima.

Não é um dos melhores desenhos vindos da Scaglietti, mas é admirável e ainda Enzo performance level. Cool.

Sábado passado acordei de um modo que não acordava há tempos num sábado: sem programação nenhuma. Sem ter que comprar peças da Vespa, sem ter que levar a Alfa em algum lugar, sem ter que ir ver algum carro em algum bairro distante, nem nada disso. Sol forte, cabeça ainda centrada no passado, achei melhor dar uma volta. E what better way to do it do que num conversível, para limpar a mente?

Apelei à garagem de Egan Sr., onde ele guarda sua Alfa Spider 73. Capota aberta, tanque quase cheio, óleo de motor e circuitos hidráulicos (you never can tell, diria Chuck Berry) checados, saí pelas ruas da cidade, debaixo do sol forte. Pouco trânsito (fato cada vez mais incomum em São Paulo durante os sábados) pelas avenidas, atravessei a cidade, curtindo o passeio. Relembrei a primeira vez em que dirigi uma Spider como aquela, muito anos atrás, quando Egan Sr. tinha um carro idêntico. Eu tinha 10 anos de idade à época e, como presente de aniversário atrasado, meu pai dirigiu o carro até a Cidade Universitária e me deixou guiá-lo à vontade, "no lugar onde um dia eu estudaria". Pensando no assunto, me dei conta de que estava chegando à Cidade Universitária, então resolvi fazer ali meu passeio a esmo.

Rodei bastante pelas ruas da USP, ora me imaginando num fictício "Grande Prêmio da Cidade Universitária" (thinking about it, dá pra fazer um belo circuito lá dentro), ora pensando em inúmeras memórias que surgiam à cabeça conforme os prédios iam passando, e a Alfa roncando. Lembrei daquele dia, com meu pai ali, quando coloquei pela primeira vez a terceira marcha num carro. Lembrei de quando estudei lá, por seis meses, até abandonar o curso de medicina. Lembrei dos amigos que ficaram lá e se formaram, e hoje levam uma vida completamente distinta da minha. Lembrei do que fiz e do que fazia quando saí de lá. Lembrei de dias e fatos, de aprendizados, de pessoas.

Dirigir algo que gostamos, em um belo lugar, é algo realmente excepcional. O prazer de dirigir se mistura ao prazer de estar lá, e a mente viaja no ritmo do ronco do 4-cilindros. É algo realmente especial, recomendado e sem contra-indicações.

Dirigi sem rumo por três horas, sob o sol forte. Hoje exibo um bronzeado avermelhado, F1-bleachers-style e os braços dóem das queimaduras. Mas, a cabeça, apesar de queimada e com a marca dos óculos de sol, está mais tranquila.

Vale notar que no passeio vi meu próximo brinquedo, parado na rua, à espera de um novo dono. Um belo e simpático Citroën AX GTi, verde escuro. Pintura original, bem faded, quase todos os detalhes de acabamento lá (faltava uma moldura no pára-lamas dianteiro esquerdo), interior novo, o que já vale o carro. Conversei com o dono, que disse que pretendia vendê-lo, sim. Mas que droga. Limpei minha cabeça de um lado e enchi de outro. Não vendo mais a GTV, mas acho que a restauração dele vai demorar um pouquinho mais pra sair...
 


Essa vontade toda de ter um esportivo me fez lembrar onde tudo isso começou. Quando eu tinha por volta de dez anos de idade, meu pai comprou um Alfa Spider 2000, 1974. Dirigi o carro no meu aniversário, na cidade universitária, para meu deleite. Quatorze anos depois ele voltou a ter um carro desses. E aí embaixo vai o relato de um final de semana que passei com ele, para um evento de subida de montanha no interior paulista. Desculpem o português ora chulo, ora simples demais, mas é um texto que tenho guardado, escrito no calor do momento:

"Rodar 850 km numa semana faz tudo parecer natural, mas não deixa você encarar com naturalidade a falta de rigidez do Spider. Mas tudo bem, é só levá-la com calma que não tem galho.

Dos pontos, o óbvio. Conversível é tudo de bom e do melhor. Viajar à noite, sob o céu estrelado, e de manhãzinha, com o nascer do sol são experiências que todo mundo devia ter uma vez por mês. Ainda mais ao volante de um Alfa e ouvindo Simon e Garfunkel. Carro de veado o kct!