google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): GTV
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No final de semana, aconteceu de novo. Minha sina me alcançou, por mais que eu a evitasse, viajando para um lugar ermo bem acompanhado. Perdido em alguma rua em Itatiaia, RJ, cruzei com mais uma Alfa GTV em busca de um dono. A namorada, já escolada, nem esperou eu pedir:"Pode ir lá ver o carro. Acho que tem um anúncio de vende-se na janela", e lá fui eu.

Prata, rodas de liga-leve, volante de 2300, vidros elétricos, e, segundo o anúncio, com direção hidráulica. Crap! Mexida demais, mas não custava nada ligar. Nada, a não ser o custo de uma ligação DDD de um celular fora de área + impostos. Caixa postal, deixei recado, e segui viagem, obviamente pensando em um donor car para a esquecida neguinha na garagem.

Chegando em São Paulo, o celular toca, um número com prefixo do RJ. Atendo, e obviamente, guio logo a conversa para o preço.

(Interrompo agora para deixar uma nota ligeriamente relacionada: alguém se lembra do Citroën AX GTi que encontrei tempos atrás num passeio de Alfa Spider? Aquele cujo dono ficou com um cartão meu, e disse que entraria em contato quando fosse vender o veículo? Pois é, ele me contatou, perguntando se ainda havia interesse, há cerca de uma semana. Respondi que sim, e ele não respondeu. Flertei com a idéia de um carrinho com a pintura faded com o preço FIPE equivalente ao que pagaria de seguro esse ano no daily-driver mais a franquia, caso eu necessitasse dos serviços, mas como não houve resposta, deixei para lá.)

O dono da Alfa prontamente respondeu, 45 mil reais. Na minha cabeça, pelo estado do carro, 10 mil era muito bem pago. Funilaria porca, nada de original... mas desconversei logo, e falei que nesse preço compraria um carro aqui em SP mesmo, agradecendo o retorno da ligação.

Hoje o dono do Citroën respondeu, 11 mil reais. Por um carro cuja tabela FIPE é 5500 reais, e que necessita de pintura!!! E por que escrevo aqui se achei tudo caro e não vou comprar nada?

Para agradecer, isso sim. Preciso mesmo guardar dinheiro, venho gastando muito. E nem um AX GTi barato, muito menos uma GTV barata poderiam me ajudar agora.

Fim de semana e, como tal, duas coisas pulam à mente (sim, o texto está atrasado há alguns dias -- ficou em "rascunhos" e, sobrecarregado de trabalho, simplesmente esqueci dele). Uma é a solidão, que ainda demorará um pouco a passar. E a outra, como sempre, são os projetos abandonados na garagem.

Sábado pela manhã viajei à uma oficina especializada em freios e circuitos hidráulicos automobilísticos. Um amigo havia comentado que eles eram capazes de recondicionar os cilindros do circuito da embreagem hidráulica da Alfa, e então lá fui eu, carregando o mestre e seu escravo, para um retrabalho que espero ser definitivo. Quando mostrei as peças ao atendente, ele logo retrucou "Isso é de quê, de Alfa?" -- bom sinal.

Depois de algum tempo retrucando que eu não queria de modo algum tentar adaptar algum cilindro-escravo moderno no bellhousing da Alfinha, o atendente aceitou ficar com as peças para fazer os reparos. Me pediu um mês de prazo e logo pensei: "Ah, um mês livre de gastos e dores de cabeça com a Neguinha. Que delícia!".

Desse modo, a GTV se une à Vespa, ficando abandonado na garagem à mercê da boa vontade do serviço alheio. As peças da Vespa ainda não voltaram da pintura, preciso ligar para o meu amigo lá, e a Alfa só terá embreagem mês que vem.

Com a cabeça livre para pensar, no domingo, a solidão voltou. E com ela a vontade de fazer algo sozinho e egoísta. Decidi então apelar para a Grazi, que apesar do nome e do que posts anteriores podem sugerir, não é uma loira alta de seios fartos.

Acordei-a do sono após o encontro com o Scania e ela, alegremente, me levou por um longo e demorado passeio. Andei pela Av. dos Bandeirantes, pela JK, pela Faria Lima. Passei em frente de bares de motociclistas, cruzei com um amigo passeando num antigo Golf GTi, curti o sol. Curti o ronquinho do motorzinho Sachs a uma velocidade que seria confortável pedalando e curti a brisa.

Mind-cleansing indeed, my friends, indeed.


Sábado passado acordei de um modo que não acordava há tempos num sábado: sem programação nenhuma. Sem ter que comprar peças da Vespa, sem ter que levar a Alfa em algum lugar, sem ter que ir ver algum carro em algum bairro distante, nem nada disso. Sol forte, cabeça ainda centrada no passado, achei melhor dar uma volta. E what better way to do it do que num conversível, para limpar a mente?

Apelei à garagem de Egan Sr., onde ele guarda sua Alfa Spider 73. Capota aberta, tanque quase cheio, óleo de motor e circuitos hidráulicos (you never can tell, diria Chuck Berry) checados, saí pelas ruas da cidade, debaixo do sol forte. Pouco trânsito (fato cada vez mais incomum em São Paulo durante os sábados) pelas avenidas, atravessei a cidade, curtindo o passeio. Relembrei a primeira vez em que dirigi uma Spider como aquela, muito anos atrás, quando Egan Sr. tinha um carro idêntico. Eu tinha 10 anos de idade à época e, como presente de aniversário atrasado, meu pai dirigiu o carro até a Cidade Universitária e me deixou guiá-lo à vontade, "no lugar onde um dia eu estudaria". Pensando no assunto, me dei conta de que estava chegando à Cidade Universitária, então resolvi fazer ali meu passeio a esmo.

Rodei bastante pelas ruas da USP, ora me imaginando num fictício "Grande Prêmio da Cidade Universitária" (thinking about it, dá pra fazer um belo circuito lá dentro), ora pensando em inúmeras memórias que surgiam à cabeça conforme os prédios iam passando, e a Alfa roncando. Lembrei daquele dia, com meu pai ali, quando coloquei pela primeira vez a terceira marcha num carro. Lembrei de quando estudei lá, por seis meses, até abandonar o curso de medicina. Lembrei dos amigos que ficaram lá e se formaram, e hoje levam uma vida completamente distinta da minha. Lembrei do que fiz e do que fazia quando saí de lá. Lembrei de dias e fatos, de aprendizados, de pessoas.

Dirigir algo que gostamos, em um belo lugar, é algo realmente excepcional. O prazer de dirigir se mistura ao prazer de estar lá, e a mente viaja no ritmo do ronco do 4-cilindros. É algo realmente especial, recomendado e sem contra-indicações.

Dirigi sem rumo por três horas, sob o sol forte. Hoje exibo um bronzeado avermelhado, F1-bleachers-style e os braços dóem das queimaduras. Mas, a cabeça, apesar de queimada e com a marca dos óculos de sol, está mais tranquila.

Vale notar que no passeio vi meu próximo brinquedo, parado na rua, à espera de um novo dono. Um belo e simpático Citroën AX GTi, verde escuro. Pintura original, bem faded, quase todos os detalhes de acabamento lá (faltava uma moldura no pára-lamas dianteiro esquerdo), interior novo, o que já vale o carro. Conversei com o dono, que disse que pretendia vendê-lo, sim. Mas que droga. Limpei minha cabeça de um lado e enchi de outro. Não vendo mais a GTV, mas acho que a restauração dele vai demorar um pouquinho mais pra sair...
Terça passada levamos o Mini ao Sambódromo, onde haveria um desfile de carros pequenos. Vão aqui algumas fotinhas.
Sim, um Renault 4CV. E com o Ventoux original ali atrás, não um motor de Gordini, ou pior, Corcel.
Rovin, acho que 1957; o carro atrás (e que parece grande) é um Nash Metropolitan, para um efeito de escala. O motorista é um humano de tamanho normal.


Ah, o meu favorito. Um NSU Prinz 1000, e está à venda. Dirigi o carro e me apaixonei. Pena que desisti de vender a Alfa...
Sim, amigos, estou de volta. As últimas semanas bem que tentaram, mas não tiraram o melhor de mim. Continuo aqui, e mais calmo quanto a algumas coisas, e menos preocupado com outras. Hard times indeed.

Voltando aos projetos, um update rápido: Anunciei a Alfa, mas pra ser sincero, acho que desisti da venda. Por enquanto ela ficará guardada, e depois verei o que fazer com ela; quanto à Vespa, algumas peças precisaram ser repintadas, e as levei de volta à oficina do meu amigo, para a repintura. São principalmente os componentes do guidão, e portanto, a montagem está on hold pelo momento. O Mini está parado, pois Egan Sr., o verdadeiro dono do carro, está vendendo ele.

Na verdade, não tinha muito motivo para escrever. Ânimo me faltava, como também assunto, pelo mesmo motivo. Mas hoje ajudei meu irmão a ir buscar um carro dele (sim, ele também é como nós). E para facilitar, levei junto meu outro moped italiano, no porta-malas do carro dele, para voltar de sua casa. Grazi, como eu costumo chamar minha Carnielli MotoGraziella, se acomodou no chiqueirinho, e quando chegou sua hora, acordou do seu sono de um ou dois meses na segunda pedalada. O pequeno motorzinho acordou nervoso, inebriando vosso escriba com o delicioso cheiro de gasolina podium misturada a óleo 2 tempos. Engraçado como certas coisas trazem sorrisos instantâneos e naturais, como se nada de errado houvesse. Subi nela, e saí, lá dos Jardins, para vir para Moema, às 21h precisamente.

O caminho é curto, esburacado, e em alguns trechos, escuro, mas cruzar o parque do ibirapuera à noite é um raro prazer. Confesso que, apesar de ter feito a viagem toda a Wide-Open Throttle, senti medo apenas num trecho, quando estranhamente cruzei com um cavalo-mecânico Scania próximo ao parque. Caminhões imensos são really scary quando vistos a poucos centímetros de sua moto, ainda mais quando a moto calça pneus aro 8. Mas cheguei em casa. E menos triste. E é para isso que curtimos tanto nossos carros e motos, para fazer nossa existência algo mais divertido e menos triste. Aproveitem a semana!
Semana dura, essa que passou. Aperto financeiro, perdi a oportunidade de entrar num negócio memorável (compraria um Porsche 911, a preço de banana!), a namorada me largou, bateram no meu carro (não a Alfa, nem o Mini e sim aquele meio de transporte amorfo que uso no dia-a-dia) e, pra completar, um pneu furado.
Nessas horas, já disse aqui, não há nada melhor do que virar a mente transtornada para algum projetinho com o tempo livre. Comecei a montar minha velha Vespa, que estava esquecida desmontada e recém-pintada na oficina de um amigo.
Um dos grandes prazeres secretos dos homens é desmontar coisas. No dia do desmonte da Vespa, com a ajuda de algumas latas de cerveja, convenci três amigos a me ajudarem a tornar aquele adorável brinquedo em nada além de uma pilha de peças num armário e um conjunto de chapas estampadas. Hoje, preferi atacá-la sozinho, ouvindo música, para clarear a mente. Para limpar a mente, melhor dizer. Tirar da cabeça todas aquelas aflições mundanas e etéreas que nossa cabeça teima em nos propor.
Acordei cedo (cedo demais para um domingo, anyway), e fui para a garagem, sem nem tomar café. Separei logo as peças que sabia que usaria no começo da montagem e apoiei o monocoque da Vespa sobre o carrinho de ferramentas, para que o trabalho ficasse a uma altura confortável. Primeiro passo, repassar o chicote elétrico dela por dentro do casco fechado, levando os fios aos devidos lugares dos componentes que eles alimentarão. Nada simples, graças à moderna e complexa construção da nossa amiga artrópode. Terminada essa parte logo antes do almoço, decido passar pelo casco o conduíte do cabo do acelerador, mas não termino antes da fome chegar. Parada para o almoço e para cumprir meus deveres com a democracia.



Ao retornar do almoço, termino de passar o cabo do acelerador e passo para a instalação de todos os outros conduítes. Parece pouco, mas é uma trabalheira danada. Justo o que eu precisava, depois dessa semana.
Para a semana que começa, o objetivo é montar o guidão, outra trabalheira danada. Depois disso, it´s all downhill from there. Fica moleza terminar ela. E os domingos solitários pela frente pelo menos terão a companhia do inseto barulhento que sempre me fez rir.



Esse final de semana pensei em escrever um pouco mais por aqui. Há tempos que não escrevia nada sobre o Mini, nem sobre o Alfa, então decidi que andaria com eles. Invariavelmente algo ocorreria, digno de nota.

Sábado, saí com o Mini. Tirei-o da garagem e pude notar que ele olhou para o Alfa como que se dissesse a ele, "Está vendo? É a mim que ele prefere!". Tentei ignorar, melhor não dar corda para o inglês maluco e nem para a ciumenta italiana.

Saímos, em direção ao MG Clube, pela Marginal Pinheiros. Os 90 km/h demoram a chegar, mas uma vez lá, é difícil reduzir desse ritmo. O Mini segue sólido a essa velocidade, porém com alguma vibração, provavelmente vinda de toda a rigidez da suspensão lutando contra o asfalto de nossa metrópole paulistana.


Como vocês já sabem, há mais de uma semana, estou com English fever. Achei uns Lotus desmontados por aí, pensei em mil maneiras de como comprá-los mesmo sem saber os preços, sonhei com Lucas, Lockheed, Girling, Chapman etc. E, por estranho que possa parecer, me lembrei que tinha levado "a amante italiana" para um polimento. Não tanto me lembrei, na verdade, fui lembrado, pelo dono do ateliê que cuidou do tratamento. Tinha esquecido completamente da danada, desde que o Mini surgiu em nossas vidas...

"A amante italiana", como o apelido indica, é algo que gera inveja nos olhos dos mais atentos, é algo que provoca as mentes mais sórdidas, é algo que fala alto para que todos notem, é algo que mexe com nossos mais profundos sentimentos, e é algo que tem um custo de manutenção absurdamente alto frente à diversão que proporciona, e que pede acessórios caríssimos. "A amante italiana" é um Alfa Romeo GTV, 1973, vestido no mais belo nero. Passeando com os olhos pelas curvas de sua carroceria, alguns não podem deixar de se sentir provocados. (Pais, tirem as crianças da sala) tocar suas partes internas, e ouvir a sinfonia dela gritando alto é algo que faz homens crescidos corarem (ok, ok, esse não é o nível esperado nesse blog familiar, me desculpem — mas só aqueles que já tiveram no mínimo um íntimo final de semana com uma amante dessas pode concordar sem corar).