Lá está o carro parado na garagem. Ele está em ordem, com bons pneus, amortecedores justos, suspensão justa, motor afinado como um violino, faróis e freios bons e bem regulados, e seu tanque está cheio. Ele está a postos. É só entrar, virar a chave e partir.
E partir para onde? Bom, isso não importa muito. Vai de cada um e vai do momento. O importante é poder cair fora.
Todo homem tem que ter uma porta de saída, uma de escape, uma pela qual ele simplesmente suma como num feitiço, e com isso se afaste daquele vozerio chato, atordoante, aquele vozerio que o cutuca, o fustiga e cobra, um vozerio que pede, pede, e pouco dá, e agride.
Um carro em ordem; uma ferramenta pronta para zarpar.
Seria bom se cada um soubesse qual o seu limite. O galho é que o nosso limite não é claro como o esticar de um barbante. Ele é variável como o esticar de um elástico, então, apesar do gradual aumento da resistência à distensão, o elástico segue esticando e esticando; porém até o elástico tem limite, só que, infelizmente, esse limite não é claro, não é evidente como o do barbante. Ninguém sabe qual é o limite de algo elástico. Ele dá a impressão de que sempre terá o que se distender, mas não, ele também se rompe, o problema é que sabe-se lá quando isso vai acontecer.
Além de ferramenta de transporte diário, aquele carro lá, parado na garagem, é uma excelente ferramenta de escape. É também para isso que ele serve, é para isso que também uma moto serve, e era para isso que no passado o cavalo estava na cocheira, com o pelo liso, ferraduras novas e com feno fresco no cocho. Eles lá estão para ajudar o homem a dar o basta.
Não se deve encurralar animal nenhum. Animal encurralado não é animal, é fera. O animal homem não escapa dessa condição.
Quando estou de saco cheio volta e meia me imagino saindo viajando de carro por aí. Às vezes penso em ir de moto, às vezes a cavalo, mas na maioria penso em ir de carro. Com carro dá para ir mais longe e também sair a qualquer momento, faça chuva ou faça sol, faça calor ou faça frio, faça dia ou faça noite, sozinho ou acompanhado.
É bom que saibam que você tem um carro, e um carro em ordem, na ponta dos cascos, um carro que fica lá que nem um cão fiel doidinho para sair por aí sem te perguntar para onde, bastando a ele o estar com você. É bom que saibam que você tem um carro, um carro no qual você pode entrar e jogar o relógio de pulso pela janela e partir sem nem dizer bye-bye. É bom que saibam, é bom.
Qual carro? No fundo, tanto faz. Bastando que esteja em ordem ele cumprirá essa valiosíssima função. Sendo assim, meus amigos, mantenhamos nossos carros sempre nos trinques, OK? Como já disse, ninguém sabe quando precisaremos deles.
Obrigado, carro! Obrigado por você estar aí quieto na garagem.
AK
Mas a partir de algum momento futuro, dentro em pouco, o governo passará a desativar remotamente nossos veículos, ainda que parados na garagem, caso o IPVA, seguro e multas não estejam pagos. Já existe projeto do executivo federal prevendo isso.
ResponderExcluirSe fosse só isso estaria bom. IPVA e multas é para estarem pagos mesmo, ou então começa a "brasilidade" de uns que pagam e outros que não como se a lei não fosse para todos (normal nessa terra em que tudo é uma desculpa).
ExcluirO problema é que sabemos muito bem que isso vai servir para explorar o cidadão com pedágios urbanos, radares arrecadatórios e até mesmo proibição da locomoção dependendo da boa vontade do governo.
Se é para estar pago, não tenho dúvida. A questão é que a quem possui mais de um carro, em algum momento, por endividamento ou esquecimento, deixará de pagar uma ou outra coisa. Aconteceu com meu pai, que para tratamento de câncer deixou de pagar duas anuidades de IPVA, e que eu estou em processo de quitação de espólio. Nesse caso, estaria parado na garagem, inerte, por intervenção do governo. Será correto isso ? Interferirá diretamente no direito de ir e vir. Porém, até considero melhor ficar parado na minha garagem que em algum depósito do Detran sabe lá onde, debaixo de sol e chuva. E até isso é questionável : - Qual o direito ou legalidade de um governo de remover da tua posse um bem que é seu, apenas pelo fato de que está devendo alguma coisa ? E quando governos devem e não pagam, há intervenção do governo federal ?
Excluir"Como estragar um bom texto iniciando uma discussão irrelevante e fora de contexto". Essa é a cara dos comentários atuais. Se fosse numa mesa de bar, mereceria o silêncio. Ou o início de outro assunto.
ExcluirEduardo Trevisan
O Eduardo, disse tudo amigo, fiquei pasmo com esses 2 malas acima. Encaixa o termo sem noção neste caso. Texto maravilhoso do AK, pura sensibilidade humana.
ExcluirPensando bem, realmente a discussão não é das melhores num texto otimista. Nem me apercebi.
ExcluirMendonça, você corre o risco da apreensão em qualquer caso. Num deles só ficaria com o carro parado na garagem, o que seria o melhor mesmo. Mas isso dá para regularizar a qualquer momento. Sobre a legalidade, só acho questionável a parte dos governos nunca darem contra partida. Realmente se eles estão devendo, possuem todo o tempo do mundo para pagar e ainda não são apreendidos em nada.
Do resto, não só com carros mas com qualquer outra dívida a sociedade estabeleceu que o jeito mais prático e justo é apreensão ou transferência. Como dever algum pagamento para alguém, em caso de recusa do devedor em pagar, acontece o bloqueio direto em conta ou de algum bem de valor equivalente ao devido. Tem seus problemas, mas com certeza muito mais sano do que só resolver a questão depois de muita discussão sobre algo que a lei e os princípios já determinaram, que dá margem para gente explorando a lei e interpretações fantasiosas (tipo o excesso de direitos humanos).
No caso dos carros, o exagero é a tal apreensão de um bem que vale muito dinheiro por apenas alguma dívida que vale uma fração de seu valor. Talvez o certo seria apreender apenas ao atingir o valor do carro ou mais que ele. Mas sem a apreensão como fariam para impedir de usar o carro na rua? Talvez uma obrigação de alguma trava nas rodas manendo o carro parado no domicílio do dono, mas convenhamos que é difícil por em prática isso.
Um dos melhores texto que já li sobre carros !
ResponderExcluirO meu antigo está quietinho na garagem, mas amanhã vou fazer exatamente isso, passear bastante.
ResponderExcluirSou pai há poucos meses e já comecei a ter inveja da minha filha.
ResponderExcluirUm dia ela vai escutar um disco dos Beatles pela primeira vez.
Ela vai dar o primeiro beijo.
Ela vai ler um álbum do Tintin pela primeira vez.
Ela vai assistir Vertigo de Hitchcock pela primeira vez.
Tudo isso é uma delícia.
Mas nada se compara a dirigir um carro, sem ninguém do lado, de noite, numa estrada perdida, pela primeira vez.
Que o carro dela esteja em ordem, então!
Jean
Excluir"nada se compara a dirigir um carro, sem ninguém do lado, de noite, numa estrada perdida"
To contigo e nao abro !
Principalmente a bordo de um conversível.....
Tendo teto solar numa noite de lua cheia, já é mais do que suficiente...
ExcluirEspero que o meu fique pronto logo pra deixá-lo na garagem, me "pedindo" pra sair.
Logicamente guiar um conversível - daqueles de gelar as orelhas de noite - é um tesão ímpar, mas o teto solar é bem vindo, sim. E o cara nem precisa estar sozinho: com a pessoa certa é prazer garantido.
ExcluirNa virada deste ano, depois do estouro da espumante, chamei a patroa para dar uma volta de carro e apreciamos os fogos de artifício através do teto solar do carro.
A primeira vez que guiei sozinho de noite, tinha uns 15 dias de habilitação. Fui logo para a estrada e caiu um toró. Foi um batismo e tanto para mim - não para o Fusquinha, pois aquele carrinho era velho de guerra.
Meu exercício para pegar no sono à noite é imaginar que estou dirigindo um carro bacana.
ResponderExcluirAcalma o meu corpo e deixo os sonhos me levarem pra longe.
Eu sonho em fugir da patroa e da sogra a 200 por hora! .
ExcluirMas o carro tem ficado em casa.... tenho me virado pelejando sinuca com a moçada no boteco do Sel. Manoel.
Jorjao
É Jorjao...
ExcluirMe convida para essa sinuca .... lá em casa a situação não ta fácil nao...
Tá nao !
Perfeito! O meu já está indo pro 5o ano de vida e neste começo de ano tratei de colocar todo em ordem! Multas antigas pendentes quitadas, manutenção em dia, estética em dia também, uma beleza!
ResponderExcluirRoberto Mazza
Comentário fora do tópico
ResponderExcluir--------- Acompanho há algum o AE e fico imaginando que bom seria se houvesse um encontro nacional dos leitores deste respeitável blog e seus respectivos colunistas. Outra ideia boa seria uma loja com artigos com o logo do sítio. Seria um prazer conhecer o sr. Bob. Até a próxima.
Ass. Baptista.
O que está na moda, é fácil e bem legal seria fazer um Hangout do Google entre os autoentusiastas.
ExcluirPenso que um bom local de encontro seria o Rali de Regularidade em Interlagos do Jean Balder.
ExcluirO que acham?
Boa, anônimo! Essa era a minha idéia, nos ralis do Jan Balder. Local mais apropriado, impossível. Mas o ano passado foi meio atrapalhado para mim, porém tudo indica que neste poderei participar do torneio de regularidade com mais regularidade... e assim chamar o pessoal.
ExcluirConcordo plenamente. Há pouco tempo adquiri meu primeiro carro, e por várias vezes me peguei tirando essas mesmas conclusões, por mais que eu ande pouco, só o fato de ele estar na garagem sempre a minha disposição, me deixa tranquilo. Quando penso na palavra "Liberdade" logo me vem a imagem de meu carro.
ResponderExcluirTexto excelente AK, me fez lembrar o porque quero um segundo carro que tenha mais "coração" que meu Stilo. Nada melhor que sair dando uma volta meio sem rumo, somente você e o carro curtindo o asfalto.
ResponderExcluirLeandro Lovato
É, o meu ultimo "carro predileto" já se foi... Mas, para "desanuviar", tratei logo de comprar uma motocicleta. Já a desmontei inteira e está nos 50% de montagem. Em breve ela será a tal válvula de escape... alias, já é, o processo de reforma também é uma das fases da terapia...
ResponderExcluirExcelente Arnaldo, que belo texto!!!!
ResponderExcluirMuito bom, ótima leitura para sexta ! Os posts do Arnaldo sempre são legais.
ResponderExcluirArnaldo
ResponderExcluirSurfar também é uma ótima pedida....
Aproveite sua coleção de tábuas vintage!
Sei não Arnaldo, pelo jeito alguém te juntou com um carro estrupiado e o cabra ainda estava acimado de seu limite. E pelo jeito tentou se explicar.
ResponderExcluirOff: Acabei de receber seu livro, que alegria só de pegar o danado já senti emoção, justificada (emoção se justifica?!) por partilhar e compartilhar suas ideias e experiências deste tema que tanto me agrada. Seus textos aqui são poesias, muito mas muito grato AK. Rafael, Londrina-PR.
ResponderExcluirRafael, deixa disso, meu!
ExcluirEu aqui é que agradeço.
Espero que passe bons momentos ao ler, que seja uma boa distração.
Abraço,
Arnaldo
Minha fuga é abrir o teto solar do meu 307 e sair pela noite sem destino ouvindo "In the air tonight"... ou voltar da casa da namorada, 20 km de distância porta-a-porta, ouvindo "Tonight Tonight Tonight."
ResponderExcluirSanto Genesis, Santo Phil Collins!
Amigo Martin Ávila Witt31/01/14 13:38, na impossibilidade de reaver meu 4100, comecei com uma motinho, 50cc, e hoje se tornou algo viciante, catar peça velha de moto e montar de 50cc até 1100..... mas logo retornarei aos roncos de 4 rodas, estilo motor3 que devorava, se esta válvula já estaria em uma clínica.
ResponderExcluirSENSACIONAL, AK !!!
ResponderExcluirObrigado Arnaldo, por fazer nosso dia menos enfadonho.
ResponderExcluirUm dia quente, sufocante, está fazendo aqui no Rio Grande do Sul. Um ar pesado, quase que irrespirável. Chego ao escritório, depois de enfrentar uma hora de ruas congestionadas. Ligo o computador. Acesso o blog AE e... uma grata surpresa. Uma crônica irretocável, quase uma poesia.
E de fato, como é bom ter um carro "em ponto de bala" para sair madrugada adentro, para sair na chuva, para sair ao vento.
Cada um tem sua válvula de escape. A minha é colocar uma roupa de ginástica e fazer uma boa caminhada no parque. Às vezes faço isso no meio do meu horário de expediente. Simplesmente troco de roupa e saio.
Ao mesmo tempo, estou cada vez mais convencido a comprar uma motocicleta. Quem sabe um dia eu abandono o plano dos pensamentos e parto para a realidade. Abraço, Arnaldo.
Bela leitura para uma sexta-feira.
ResponderExcluirMas o que eu queria deixar registrado, AK, é que tão gratificante quanto ter um carro totalmente em ordem, é ter uma garagem (sim!) tão em ordem quanto.
Lamentavelmente, nem todos os entusiastas dispõe de garagem, mas recomendo, uma garagem organizada, adequadamente iluminada, com ferramentas boas e organizadas, é um dos melhores investimentos que um fã automotivo pode fazer.
É um sonho dourado, uma garagem só minha! Infelizmente moro em apartamento, com uma maldita garagem coletiva, e todas as limitações que este coletivismo implica.
ExcluirIsso é o que mais sinto por ter me mudado de uma casa para um apartamento (com sua garagem coletiva). Pelo menos minha mãe ainda mora na mesma casa, onde deixo as ferramentas e demais quinquilharias automotivas. Mas ter de rodar quase uma hora para fuxicar por lá as vezes cansa...
ExcluirLeo-RJ
Já eu estou construindo a minha. =D não vejo a hr de ter ela desse jeito aí que estão comentando.
ExcluirO meu está lá na garagem, e totalmente nos trinques, me esperando para ser meu cúmplice caso eu queira dar uma "escapada" dos problemas. Tem 5 anos e um mês, e chegou aos 18.200 Km hoje. Podem ver que não "escapo" tanto assim, mas como já disseram, é ótimo saber que ele está lá, só me esperando. E nem ligo que muita gente o despreze, por ser um "Dacia". Como diria o Tiririca, "ele é um "Dacia" mas é meu amigo",he, he, he! Nunca me decepcionou
ResponderExcluirMr.Car e seu Dacia!
ExcluirCarro tao novo assim e voce quer vender.?
ExcluirEu nao venderia se fosse meu.
Deixe de ser "mimado" e consumista Mr.Car
Arnaldo, meu amigo
ResponderExcluirMaravilhoso! Poesia pura ! Um carro nos trinques, ali na garagem, prontinho para nos levar seja onde for, é algo maravilhoso. A liberdade que isso nos permite não tem preço e é tão importante para o nosso equilíbrio.
Ao ler os comentãrios, percebi algo que eu não sabia: voce escreveu um livro " Um Corvette e outros contos potentes", pela Editora Alaúde. Eu não sabia do livro! Vou adquirir o livro para me deliciar com seus textos excelentes!
Forte abraço,
Julio Neves
Arnaldo! Estou encerrando uma sexta, final de mês, um calor do cão na rua e a dois meses sem uma lata velha para chamar de meu! estou usando o da patroa por necessidade e não sabia o que estava me incomodando... Lendo o teu artigo descobri! Deu vontade até de pegar meu velho ford f 7000 mesmo ( o que me restou, por enquanto! ) e visitar meu velho pai, fazer uns 150 km de estrada antiga, lembrando do passado e escutando alguma radio antiga enquanto passam os kms... mas tem que ser no meu carro ou na minha moto, não interessa quantos anos tenha, não pode ser o carro da patroa nem de ninguém, tem que ser o meu! Descobri o motivo de minha amargura: Estou sem o meu carro! Castigo pior para um autoentusiasta não há! Ah, em tempo: Delícia de texto!
ResponderExcluirBelo texto, mas pelo menos pra mim, essa visão de pegar o carro, viajar tranquilo, curtindo a paisagem e ouvindo uma boa música tem se tornado cada vez mais utópica...quando vc menos espera surge no seu retrovisor algum sujeito com tanta pressa que mal pode esperar vc concluir a ultrapassagem e fica a 10 cm do seu parachoque piscando luz alta....ou ainda, qdo vc esta na bandeirantes, em uma bela manhã de domingo, e "do nada" surgem aquelas motos superesportivas a 200 km/h, fazendo manobras arriscadas, etc...enfim hj em dia viagem pra mim é sinônimo de stress....
ResponderExcluirO AE não vai se pronunciar sobre o trânsito no Rio? Essa semana tivemos uma tragédia na linha amarela e para os próximos dias o caos já está anunciado.
ResponderExcluirPor favor, não se limitem ao universo paulistano. Vocês são maiores do que isso.
Sempre leio o AE, mas raramente escrevo. Esse texto me fez lembrar de uns meses atraz quando mandei meu carro pra oficina trocar anel de pistão e bronzina, o carro ficou na oficina por duas semanas, e eu sonhei que tava dirigindo ele todas as noites nessas duas semanas. Pra se ter uma idéia minha namorada mora numa cidade distante a gente só se vê duas vezes por mês. Eu nunca sonhei com a minha namorada. Só com o carro.
ResponderExcluirLuiz Vitorio, não deixe que sua namorada leia este seu comentário. OK? Senão você terá que pegar seu carro adorado e sumir do mapa por uns tempos...
ResponderExcluirO pior é que ela já sabe, eu contei pra ela. Mas são amores diferentes.
ExcluirArnaldo,essa de jogar o relógio pela janela lembra o gesto do Peter Fonda em Easy Rider... Apesar da apologia do filme às drogas,que filmaço!!!
ResponderExcluirUltimamente tenho pensado muito em repetir a experiência que vc mencionou,só que na Brasília 1980 que foi do meu velho.Tá em perfeito estado,e às vezes penso que ela me olha pedindo justamente isso!
Isso esmo, Daniel, Easy Rider. De onde acha que tirei a idéia? Filmaço, ótima trilha sonora.
ResponderExcluirFazem 2 anos que venho trabalhando em um Chevette 1975, colocando atenção especial em cada mm quadrado - seja da lataria; seja das câmaras de combustão, sem pressa para que fique pronto. Muita gente não entende o porque de tanta bajulação em um carro sem muito valor, manco por natureza, sem glamour, sem qualquer grande diferencial... Na verdade a bajulação é porque ele tem sim um diferencial, e no lugar certo, no eixo traseiro. Enfim, este belíssimo texto explica com exatidão o OUTRO porque de se ter um carro, seja ele qual for. Eu li os três primeiros parágrafos como alguém que visualiza o pote de ouro no fim do arco-íris, claro, coisa de auto entusiasta e não de consumidor.
ResponderExcluirTexto muito legal, que ficou mais legal ainda por causa do Tintin!
ResponderExcluirUm carro parado na garagem, nos trinques, limpinho por dentro e por fora... só esperando dar partida... que tentação!!!
ResponderExcluirPô, Arnaldo, tá certo que o texto é bacana, mas a foto de abertura... não precisava exagerar, né?
ResponderExcluirAbraço.
Já imaginei.............eu.....saindo com meu impala............. no final de semana.............ou.......um conversivel no amanhecer..........zarpando!!!!! Excelente texto...............abraço aos autoentusiastas!!!!
ResponderExcluirEsse texto me deu um certo saudosismo. Minha esposa morava numa cidade a 450 km de São Paulo, e durante quase 6 anos namoramos à distância. Todo feriado, e também alguns fins de semana, fazia um bate-volta para vê-la. Os 900 km de ida e volta eram mágicos. Eu colocava meus cds do Pink Floyd, Nick Cave, dentre outros, torcia para chover, fazia caminhos diferentes, parava em postos. Toda decisão dependia única e exclusivamente de mim. Nesse período troquei de carro algumas vezes, mas o que mais me deixou saudade como companheiro dessas jornadas foi a Escort SW GLX 2001, aquelas da frota da Ford, com air bag. Eu na época com 20 e pouquíssimos anos, um carro grande, macio, bem acabado, câmbio longo, motor forte e bancos de delicioso veludo. O tempo passou, ela se mudou para São Paulo, casamos, tenho filho. Continuamos viajando muito de carro, mas faz muito tempo que não viajo sozinho, e sinto falta. Por isso me deixou com nó na garganta ler o parágrafo sobre a necessidade que temos de uma válvula de escape. Como é difícil, às vezes como é difícil....
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