Foto: Andrea Keller |
Foram doze dias sem sequer entrar num carro. Na praia, meus modos de locomoção se resumiram a sola do pé, bicicleta e uma Honda Biz, que, por sinal, continuo mantendo afinadinha, eu mesmo lhe dando os devidos tratos.
A Biz ali está por ter um “defeito” que, devido às necessidades se torna uma qualidade essencial: por não ter manete de embreagem, nela posso levar uma prancha de surfe sob o braço esquerdo quando quero surfar na praia vizinha, onde vou por estradinha de terra. Um scooter, que também não tem manete de embreagem, não me serviria, pois suas rodas pequenas são péssimas para encarar os buracos da estradinha de terra. Por não podermos nós mesmos acionar a embreagem, as trocas de marcha da Biz são, por mais que caprichemos, meio na base dos tranquinhos. Não gosto disso, mas, como disse, é o jeito, fora que ela está mecanicamente preparada para as maiores bestialidades que o ser humano é capaz de fazer sobre uma moto, enquanto que eu a trato na doçura. Em troca ela está sempre disposta a me atender. Às vezes fica parada por semanas a fio e mesmo assim basta uma quicada que lá está ela funcionando como se já quente estivesse. Para essa presteza, basta ter o cuidado básico de, antes de deixá-la parada por semanas, secar-lhe a cuba do carburador. Basta fechar a torneira da gasolina e deixá-la funcionando até que a gasolina da cuba acabe. Para agilizar, a uma determinada distância de casa fecho a torneira do combustível, e assim já chego com a gasolina acabando.
Biz 100, a moto certa para certa função |
Gasolina aditivada, sempre. Não custa nada abastecê-la com ela. Na verdade, custa tão pouco que até dá vergonha de parar para abastecer, pois sempre é pouca gasolina que lhe cabe no pequeno tanque de 4 litros sob o banco. O trabalho para o frentista é o mesmo que o de abastecer um sedento e suarento suve. Meio tanque da Biz dá dois litros e com isso rodo quase que cem quilômetros.
— Pode completar? — alguns frentistas sarristas fazem a piada de perguntar.
— Pode completar? — alguns frentistas sarristas fazem a piada de perguntar.
Nada mais prático e arejado para as curtas locomoções praianas. Mais uma vez, cada veículo no seu devido uso. O que pode não ser tão bom cá, pode ser o ideal acolá.
Fim de tarde lá no fundo, um pouco após a linha de arrebentação e eu lá com a cuca limpa e cristalina e só pensando em onda, quando me veio a maior do dia, e perfeita, e para a direita, meu “front-side”, para os que entendem de surfe. A prancha, uma Channin de 1973, com 7 pés e 4 polegadas de comprimento. Monoquilha, claro, do tempo em que o Emerson Fittipaldi ainda lutava para ser bicampeão mundial. Já fazia coisa de uma semana que eu estava surfando todo dia, uma surfada pela manhã e outra no final de tarde — e eu já estava quase que totalmente desenferrujado —, cada dia brincando com uma das minhas queridas pranchas que, ao longo dos anos, foram se tornando clássicas. Nada intencional. A pequena coleção só nasceu do fato de na época saber comprar pranchas boas e simplesmente não ter coragem de vendê-las, muito menos desejo. Coisa boa não se vende. Se eu pudesse teria feito o mesmo com os bons carros da minha vida.
Para um surfista que conhece a história do surfe, essa pequena coleção de pranchas californianas e havaianas é o mesmo que uma coleção de carros clássicos para o autoentusiasta. A gunzeira 7’6” Dick Brewer seria um Ferrari 250 GTO, a Lightning Bolt sheipada pelo Tom Parrish seria um Maserati 300 S, a Channin 7’4” seria um Jaguar E-type, e assim por diante, a Hobie, a azul da foto, a Barry Kanaiapuni, a Bahne, assim vai, todas lindas, cada uma ideal para um tipo de mar, cada uma ótima do seu jeito.
Lotus Eleven, o despertar da aerodinâmica |
Para um surfista que conhece a história do surfe, essa pequena coleção de pranchas californianas e havaianas é o mesmo que uma coleção de carros clássicos para o autoentusiasta. A gunzeira 7’6” Dick Brewer seria um Ferrari 250 GTO, a Lightning Bolt sheipada pelo Tom Parrish seria um Maserati 300 S, a Channin 7’4” seria um Jaguar E-type, e assim por diante, a Hobie, a azul da foto, a Barry Kanaiapuni, a Bahne, assim vai, todas lindas, cada uma ideal para um tipo de mar, cada uma ótima do seu jeito.
A Channin veio da Califórnia. Originalmente era branca, porém, com o passar desses 40 anos amareleceu um pouco. E é classuda que só ela. Tão classuda ela é, que nos ensina a surfar com classe. Seria como dirigir um Jaguar E-type, como já a comparei, porque esse é um esportivo que nos incita a dirigi-lo com classe, seja devagar ou rápido.
Extrema fluidez, barco a remo |
E assim fiz com a minha velha e boazuda Channin, desci a onda reto, mais reto um pouco, e lá no “flat” da onda, ou seja, à frente da onda, no plano, comecei a curvar uma curva longa com um movimento forte mas sem pressa, sem brusquidão. Com forte pressão nas pernas e o braço direito fincado na água para ajudar a quilha a fazer a curva, fiz com que ela estilingasse adiante numa velocidade deliciosa, nos lançando de volta à parede da onda, bem no exato ponto da onda, nem um metro adiante, nem um metro atrás de onde deveríamos, e na velocidade exata, na posição exata para voltar a receber a energia da onda e seguir com fluidez correndo feito uma flecha.
Resumindo, finda a onda a Channin ganhou merecidos beijos e elogios chamando-a de rainha e por aí afora. Só ela mesma para fazer aquilo com tanta classe, só ela. Outras fariam, porém, não com aquela classe, aquela sabedoria, aquele jeito de fazer o difícil parecer fácil.
O antigo dono, o amigo que ma vendeu há 35 anos, arrependido, tentou replicá-la. Levou a Channin a um grande shaper que a mediu em milímetros de cabo a rabo, porém, a réplica, apesar de boa prancha, não chega aos pés da original. C'est la vie... Algumas coisas não têm medidas, não têm fórmulas; são como traços de um mestre pintor. Algumas coisas são arte.
Saindo mar, já escuro, tendo ainda vívidas as recentes emoções daquela curva com a Channin me trouxeram lembranças da Curva do Lago em Interlagos, uma das curvas que mais gosto, por compreender não só uma curva, mas sim duas, até que atinjamos o ponto ideal para a tomada da Curva do Laranja, e por ser uma curva veloz, normalmente feita usando-se as 3ª e 4ª marchas, por exemplo, de um Jaguar E-type.
Curvá-la perfeitamente é um trabalho de exatidão que começa a ser feito muito antes de a iniciarmos. Ainda na reta de aproximação já devemos ter previsto o exato traçado e as exatas velocidades a cada momento. Tudo deve estar previsto, tudo; principalmente o comportamento do carro, ponto e intensidade da frenagem, os limites de aderência na curva, as marchas a serem usadas e pontos exatos em que serão trocadas, a potência despejada etc. Tudo tem que estar programado na nossa mente, tudo tem que ser feito como o programado, senão a curva não sairá perfeita.
Tudo calculado, tudo. A diferença é que a onda se mexe e a pista, não. |
Todo e qualquer carro — estando em ordem — fará direitinho a curva? Sim, fará, desde que esteja sob o comando de um bom piloto. Até aí, tudo OK, mas nem todos darão a plenitude do prazer ao seu condutor, que só é atingido quando o condutor, em vez de se preocupar com os vícios do carro, passa a admirar sua ausência de vícios e a agradecer sua colaboração nessa difícil meta. É aí que, além do prazer dessa dinâmica toda que a velocidade naturalmente nos traz, passamos a curtir as boas qualidades do carro.
Numa prancha de surfe, quase todo o seu comportamento se resume à sua forma, ao seu shape. A outra parte, menor, recai sobre a quantidade e distribuição de sua flutuação. À primeira vista parece coisa simples, mas, assim como a aerodinâmica, a hidrodinâmica é complicada e, portanto, interessante, onde pequenos detalhes fazem grandes diferenças.
Casco do meu barco, um Boston Whaler de 15 pés. Cada linha tem sua função. |
Todos os meios de locomoção, de algum modo, estão ligados. Aerodinâmica, hidrodinâmica, aproveitamento de diferentes fontes de energia, forças agindo. Carros, motos, caminhões, barcos, veleiros, navios, balões, aviões, e, por que não?, pranchas de surfe. A mente curiosa que se interessa por um, tende a se interessar por todos. Seja em busca de fins utilitários, seja somente em busca de diversão, vale se interessar, pois, afinal, o Nosso Pai fica feliz com a nossa felicidade.
Que ao longo deste ano que começa nunca nos esqueçamos de buscar a felicidade.
AK
Esse texto também é pura arte, AK, assim como suas pranchas.
ResponderExcluirEu poderia tentar replicar as sensacoes que você transmite e não conseguiria.
Nada como as sensações e sensibilidade que só o tempo e uma vida bem vivida pode nos trazer, e o talento para conseguir transmitir tudo isso aos mais novos.
Feliz 2014 a você e aos seus.
Obrigado, Marcos. Obrigado. Para você e os seus também, um ótimo ano.
ExcluirAssino em baixo, posso?
ExcluirÊta, férias gostosas renderam um post gostoso!
ResponderExcluirAK, eu juro que tentei. Tentei MESMO curtir uma tocada no E-Type mas ainda não consegui. Desde quando encontrei com você e o Bob em Araxá que venho aproveitando toda oportunidade que posso de guiá-lo, das mais diversas maneiras (À moda não, tenho juízo). Acho que falta-me familiaridade com a máquina ainda, superar os receios ou aprender a tal tocada classuda. Ou então essa porcaria tá com defeito, rs. Não me sinto à vontade, confesso que melhorei bastante, mas ainda morro de medo daquele volante de madeira envergando na minha frente. Vai saber, talvez seja porque eu não sei surfar. No mais belo post, bela mescla de "veículos"! Abraço!
ResponderExcluirBom, Adlei, o jeito é você fazer o sacrifício de guiar bastante o bicho pra ir pegando o jeito dele. Mas, falando sério, se ele não estiver com um comportamento justo, preciso, ágil, é porque tem alguma coisa errada aí e convém checar.
ExcluirParabéns, mais uma vez, pelo carro. Aproveite-o bastante.
Não é meu Arnaldo, é do chefe supremo. Faço a manutenção mecânica e mantenho rodando (junto com uma equipe) o E-Type e mais alguns carros. Como rodar é obrigatório, aproveito sempre que posso, no limite do bom senso. Mentira dizer que não me divirto ou curto bastante, mas não relaxo. Sacrifício? Sacrifício é não acertar a tripla de SU's e ter que deixar o rolé pro outro dia. Abraço!
ExcluirMelhor assim, Adlei, você usa e ele banca. É que nem amante.
ExcluirQue beleza Arnaldo, você descreveu tão bem que me senti pegando a onda,kkkkk. Abçs e um ano repleto de felicidades.
ResponderExcluirObrigado, Moisés. Muito obrigado. Desejo-lhe o mesmo, muitas felicidades e cuca fresca.
ExcluirBaita coleção que você tem eim! E na ativa, parabéns AK.
ResponderExcluirQue gente nanica nesta última imag... não, espera!
ResponderExcluir"Todo e qualquer carro..."
ResponderExcluirEsse parágrafo explica o porque de podemos ter prazer em que carro for.
O que tem de surfista aqui em Santos e adjacências que vai de Biz pegar onda é uma grandeza.
ResponderExcluirEssa moto, num relevo plano como o da Baixada Santista, é mais que suficiente.
Show!
ResponderExcluir"Algumas coisas não têm medidas, não têm fórmulas; são como traços de um mestre pintor. Algumas coisas são arte." Mulher é exatamente isso... e algo mais.
ResponderExcluirSensacional post AK, parabéns.
ResponderExcluirSou surfista (prego) desde os 15 anos de idade, e ano passado voltei a pegar onda depois de muitos anos parado, sabe como é, faculdade, pós-graduação, longas horas de trabalho, etc, e quando notei já não surfava há tempos. Enfim, aquele tipo de coisa que não se deve nunca deixar acontecer.
Excelente 2014, e que a mistura de gasolina e água salgada não saia nunca de nossas veias.
GFonseca, e o que é que você está embaçando, rapaz! Trate de nunca deixar de pegar onda! Isso é uma dádiva que não se pode abandonar.
ExcluirOlha lá, hein! Dá um jeito aí e volte pro mar.
Abraço
Realmente um belo post. Parabéns.
ResponderExcluirVou tecer comentários sobre a Biz. Tive uma Biz 100 e realmente ela é simples, porém cumpre (mais até) o que promete. Também estranhei a troca de marchas barulhenta, parece que algo vai quebrar a qualquer momento, mas, pelo contrário, ela é muito robusta e não quebra. Desfiz da Biz 100 e recentemente comprei uma Biz 125 flex. Fiquei impressionado pela boa potência da 125, além do consumo no álcool. A média geral com esse combustível está em 31 km/l. Essa média é a mesma que eu conseguia com a Biz 100 a gasolina, por isso a surpresa. Agora, depois de 700 km rodados, enchi o tanque de gasolina para fazer a média.
ResponderExcluirPois é Arnaldo, estou quase convencido a comprar uma dessas Biz. Parece consideravelmente prática e econômica no dia-a-dia.
ResponderExcluirSó que não tenho habilitação "A", então do mesmo modo, estou pensando em fazer.
Sempre vejo você falar muito bem desse tipo de motocicleta. As novas continuam tendo carburador?
CSS, a minha já tem uns anos no lombo e, na verdade, nem sei o ano dela. Minha filha a comprou de um amigo sem me avisar, e assim que apareceu em casa com ela -- moramos em SP --, eu confisquei a moto, pois acho muito perigoso para ela rodar em SP de moto. Comprei a motinha dela e mandei pra praia, que ali tudo bem. A moçada toda roda com ela e eu rodo um pouco e cuido, porque não consigo ver máquina fora dos trinques, seja carro, moto, bicicleta, etc.
ExcluirRespondendo ao CSS
ExcluirA Biz 100 nova é carburada assim como as antigas, as 125 são injeção eletrônica desde 2010 se não me engano.
CSS, confirmando o que o Anônimo disse, a 100 é carburada e só gasolina, e a 125, injeção, e flex.
Excluir...Em tempo: e não se esqueça: o E-Type seria 12 cilindros!
ResponderExcluirOff Topic: Os incríveis ônibus Zepelin de Belem - PA
ResponderExcluirEu nunca tinha ouvido falar, até ver este link:
http://carrosantigos.wordpress.com/2008/12/20/viacao-triunfo-belem-do-para-1957/
Muito legal!
Abraços
ZÉ DO GALO
Muito legal mesmo, pena que não sobrou nenhum inteiro, visto que o último virou lenha para fogueira.
ExcluirUso uma honda Biz para trabalhar, velha, ano 99, logo quando comprei já bem usada notei muitos trancos ao passar as marchas, bastou fazer a regulagem da embreagem naquela porca e parafuso que tem ao lado do pedal de partida que as trocas ficaram suaves. Dá até pra fazer aceleração interina nas reduções, o que faço sempre para evitar o travamento da roda traseira. E ao contrário do que você comentou no texto, a embreagem é acionada pelo piloto, não por manete e sim com o próprio pedal da marcha. Na primeira metade do curso do pedal acontece o desacoplamento da embreagem, pisando-se até o fim, acontece a troca da marcha. Simples e funcional.
ResponderExcluirO procedimento para regulagem está descrito no manual do proprietário que pode ser baixado no site da Honda.
http://www.honda.com.br/motos/pos-venda/conheca-melhor-sua-honda/paginas/manuais-do-proprietario.aspx
Um abraço!
Vinícius, obrigado pela dica. Vou eu mesmo fazer essa regulagem Nem sabia que existia, já que a moto veio sem o manual. Vou baixá-lo. obrigado. Faço as trocas como você disse, mas mesmo assim não acho suave o bastante.
ExcluirCertos ajustes a gente mesmo tem que fazer.
São 2 embreagens. A normal para troca que é no inicio do curso do pedal e a centrifuga que desacopla ao entrar na ML. Pelo menos na Dream.
ExcluirAK
ExcluirA minha também não veio manual, mas sempre procuro manuais na internet para tudo que tenho, é hábito meu.
Essa motinho me quebra um galho danado, curto muito o bagageiro dela, pena o tanque de combustível ser tão pequeno.
Fábio Alexandre
O mecanismo é idêntico em todas, Biz, Dream, Sundown Web, Yamaha Cripton, etc, é característica das Cub's, exceto a Pop 100, que tem manete, mas o design dela é um tanto polêmico, eu não tenho nada contra, pelo contrário, o fato dela ter poucas carenagens faz dela mais silenciosa que a Biz que vai soltando e batendo plástico. Além de facilitar a manutenção. Moto racional.
Vinícius, Alan e Fabio, fui este fim de semana pra praia e logo tratei de ajustar a embreagem da minha Biz. Moleza, um parafuso e uma porca. Em 5 minutos de mexida e testes, ficou perfeita! Nada de tranquinhos, perfeita.
ExcluirMuito obrigado.
Bem simples né! Que beleza! Agora é só curtir!
ExcluirHoje chegando do trabalho com a minha biz velha, lembrei deste post e resolvi conferir se você havia postado o resultado da motoca :-D Fico feliz em poder ajudá-lo!
Um abraço!
Tive uma C-100 Dream. É o mesmo sistema. Da, inclusive, para controlar a embreagem no pedal do câmbio, Fazia isso quando queria sair mais rápido, bastava segurar o pedal de troca das marchas no fim do curso, e só retornar com o motor acelerado.
ResponderExcluirNa verdade essas motos têm duas embreagens; a centrífuga para a saída e uma normal acionada pelo pedal do câmbio para as trocas de marcha. O ajuste, que o Vinícius citou, é vital para a suavidade das trocas.
Valeu, belo post.
Romulo, valeu a dica do Vinícius. Pode deixar que vou ficar craque nesse ajuste. Ruim ela não está, mas se dá para ficar como deve, vai ficar.
ExcluirAh, e o ajuste correto da folga do acelerador pode ajudar também em conseguir operação mais suave, pois facilita a "afinação no tempo" (tempo correto de cada passo - "timing") de toda a operação de troca de marchas.
ExcluirTesão de texto, como sempre. Contudo, um tanto a mais inspirador... Obrigado!
ResponderExcluirO que umas férias fazendo o que se dá prazer não fazem à nossa existência? Um ótimo 2014 "pra" você também...
Realmente encontrar o ponto de ajuste de deslizamento/acoplamento correto da embreagem pode melhorar a situação - ou disfarçar, em caso de ajuste incorreto, com deslizamento além do necessário, comprometendo a performance e acentuando o desgaste deste item.
ResponderExcluirE a depender do tempo de uso, os 4 coxins do cubo (conhecidos também como "buchas de coroa") podem estar ruins, fazendo com que todo o "tranco" seja repassado ao sistema; convém verificar isto também.
Conjunto (conhecido como "kit") de tração no final de vida útil - corrente com desgaste acentuado (folga entre elos) e desajustada (folgada em excesso), como também coroa e pinhão com dentes pequenos e afilados - também contribuem para este tipo de comportamento. Claro, sei que a maioria dos leitores deste blog sabem deste pormenores sobre o conjunto de tração; não estou dando puxão de orelha em ninguém, apenas deixando informação que pode ser útil para alguém com pouco conhecimento no assunto.
Excelente suas dicas!
ExcluirDepois de uma manutenção desse tipo fica muito gostosa de pilotar, a diferença é enorme.
Allan, corrente, coroa e pinhão, tudo OK, porque isso eu já sabia cuidar por ter tido motos ao longo da vida. E toda essa história do ajuste da embreagem da Biz tem boa lição, pois eu nunca havia andado numa Biz, então, por não saber como essa moto é quando está perfeita, eu achava que era assim mesmo, que dava uns leves tranquinhos, algo que incomoda, e segui tocando assim mesmo, pois, afinal, não é de uso diário, só eventual, e trajetos curtos. Além do mais, há uns 2 anos a levei a uma oficina e mandei fazer revisão geral, etc, e quanto às trocas de marcha ela voltou do mesmo jeito.
ExcluirQuando compramos um veículo usado, o bom é saber como o modelo é quando está em perfeita ordem, pois defeitos do veículo podem ser confundidos com características do modelo, o que foi o meu caso com a Biz.
Obrigado a todos pelas dicas. Longa vida à Biz!!
AK, que baita texto! Valeu mesmo! Excelente a descrição do bottom! 8 )
ResponderExcluirEu preciso voltar pro mar também, faço uma quedinha esporadicamente, mas não é a mesma coisa. Na verdade nunca fui exímio surfista, o board que ocupa a "primeira posição" na minha vida é o skate, mas com mais idade devido ao impacto talvez eu não consiga ter um desempenho satisfatório, tudo vai depender da disciplina e estilo de vida, e possivelmente o surfe volte com mais força. Como você disse "A diferença é que a onda se mexe e a pista, não."
Foto do "quintal de casa"...
http://www.fpsk8.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2011/02/A-pista-Velha-602x357.jpg
Outra prancha que conheci há pouco foi o SUP, muito bom! Pretendo me dedicar mais nesta modalidade também.
Acredito que nós, amantes da velocidade, na verdade somos entusiastas da física! Não consigo entender como grande parte da população consegue ser sedentária. Ao meu ver, estar em movimento é uma necessidade básica.
Abraço
Fabio, o que é SUP. É o Stand Up? Se for isso, experimentei, mas não gostei muito, não. Os caras ficam remando feito uns condenados às galés. Prefiro o windsurf e deixe o vento levar.
ExcluirTem uns tontos que saem fazendo umas travessias e não entendem patavinas de mar. Uma hora vai aparecer no jornal:"Sujeito ficou perdido, marinha efetuando buscas, correnteza e ventou terral levou, etc"
Caro AK,
ExcluirVocê não imagina o que este texto fez por mim. Apesar de já ter sido chamado aqui, por "anônimos", de "ex-surfista quando jovem e atual velho reacionário", quando comentei uma juventude de (muito) trabalho e (muito) estudo, mas nas horas vagas (muita) guitarra e (muito) surf, estava sem surfar há quase dois anos.
Assim, li o texto ontem de noite (10/01/2014). Como efeito, acordei hoje bem cedo e parti com minha prancha rumo às praias da Zona Oeste do Rio, como Barra e Prainha (que certamente o Bob Sharp conhece bem). Caí no Quebra-Mar da Barra, mas foi ficando cheio e rumei à Prainha, onde fiquei pegando onda até às 16:30h/17h... que beleza! Até esqueci de almoçar (um lanche 'mata-fome' no quiosque resolveu isso). Como nos velhos tempos... rsrsrs. O bom da Prainha é que, apesar de um pouco cheia (não tanto quanto outros points do Rio, pela distância), ainda dá para surfar tranquilo por lá.
O seu texto me fez ter um dia de free-surf... Totalmente renovado, até a esposa gostou do meu estado de espírito.
Devo agradecer à influência de suas palavras. Aliás, acho que todos que escrevem no AutoEntusiastas, de alguma forma, influenciam os leitores, positivamente, com os que escrevem.
Por fim, assino embaixo sobre a "onda" do Stand Up Podle (SUP). Muita gente, sem a menor noção de mar (e sem a menor intenção de conhecer as manhas do mar), está embarcando arriscadamente no SUP.
Em Copacabana, então, onde o mar, na maioria das vezes está uma piscina, vemos as vezes mais de 60 pessoas em SUP... remando sem rumo e sem atenção. Tenho uma foto feita do Forte Copacabana (local do encontro de carros antigos de 7 de Setembro) onde faço uma panorâmica do mar, repleto de SUP... a maior parte sem qualquer rumo.
Mesmo o mar estando uma 'piscina', continua com correntezas, valas e outra forças. Fiquei vendo gente remando no SUP de volta à areia em plena vala... remando contra a vala e sem sair do lugar. Idem com alguns tentando voltar à areia perto das pedras, local de entrada no mar... Um total absurdo. Mas, enfim... um dia o pessoal aprende.
Novamente, valeu pelo texto.
Leo-RJ
Obrigado por me contar essa, Leo. Obrigado!
ExcluirFoi como voltar ao lar, não foi?
Boas ondas!
AK, windsurf não tive oportunidade de tentar, mas achei o SUP (stand up paddle) interessante, trabalha muito o equilíbrio na base da remada e acredito que é necessário algum tempo de prática para "colher bons frutos", um amigo que já tem boa experiência surfa um metro em Juquehy na boa.
ResponderExcluirQuanto a pessoa ser levada, acho difícil, se o cara cansa é só sentar na prancha e voltar pra praia como se fosse um caiaque, não requer muita habilidade.
Aguardemos, Fabio, aguardemos. E você, não invente de fazer travessias com vento terral, só de manhã cedinho, sem vento, ou vento maral, principalmente no verão, que de tarde o tempo pode virar num záp. E sempre levar bastante líquido, .
ResponderExcluirBarco tem âncora, ou deveria ter, justamente para isso. Acontece qualquer coisa, joga a poita.e passa o rádio.Tem muita gente que não é do ramo abusando com esses stand-ups, pode estar certo disso.
Valeu o lembrete AK, mas a ideia seria pegar onda com remo mesmo, umas valinhas, só lazer, essa de fazer travessia não me apetece. Aliás, foi bom comentar, minha irmã tem remado mais distante, vou alertá-la.
ResponderExcluirAbraço
Mais um aqui que se sentiu "dentro" da onda... brilhante sua descrição AK!
ResponderExcluirFeliz 2014!!!!
Nada como tirar umas boas férias e fazer aquilo que gostamos para dar um reset na cachola! A descrição de pegar a onda perfeita ficou excelente, nos transporta diretamente para o local.
ResponderExcluirSobre manutenção em carros, motos ou o que seja, cada vez mais me convenço que, para ficar bom, do jeito que a gente gosta, só mesmo pondo a mão na massa para sair a contento!
Arnaldo,
ResponderExcluirDelícia de post.
Frase sábia essa sua: "Coisa boa não se vende". É uma grande verdade.
Forte abraço
Júlio