Pérez e Rodríguez foram os vencedores na classificação geral
O bólido Sudebaker Commander de Pérez e Rodriguez, vencedor absoluto |
Mais uma vez os Studebaker Commander foram os bichos papões da Carrera Panamericana, uma das últimas provas de velocidade pura disputadas em estradas em todo o mundo. Misto de evento esportivo com happening familiar e uma grande festa o evento terminou na quinta-feira passada em Zacatecas e em meio às festividades do "Dia de los Muertos" data que os mexicanos celebram com festas, oferendas e alegria. Isso inclui desfiles de "calaveras", como são chamadas as fantasias que lembram caveiras — as calaveras —, e fantasias de extremo bom gosto, conhecidas como Katrinas.
Uma Katrina, aliás uma "calavera" |
Na competição, porém, nem mesmo Porsches 911 super bem-preparados ou um Datsun 280Z que parecia recém-saído de fábrica mostraram-se capazes de roer o osso que o veterano vêoitão americano se mostra a cada prova. Verdade que dos velhos sedãs dos anos 1950 eles muito pouco: a carroceria é praticamente toda feita em fibra em compósito de fibra de vidro e apenas o formato aerodinâmico mantém-se fiel ao velho Commander. Duas edições atrás os carros de ponta chegaram a ser cronometrados a 315 km/h e como a situação ameaçava ficar tão caliente quanto a gastronomia famosa pelos calientes chillis, Lalo León (o promotor da Pana) resolveu adotar um sistema de ignição padrão e medidas de rodas e pneus de aro 16" como forma de reduzir a velocidade final e manter a situação mais ou menos sob controle.
Studebaker Commander: mesmo? |
Mesmo assim o vencedor da edição desde ano "experimentou" pneus slick (Pirelli P7230/660 R), recurso proibido pelo regulamento. A opção mais comum para os concorrentes é o Toyo "street race", na verdade um slick com algumas ranhuras. Esta opção pode ser legal e garantir uma pegada mais forte no asfalto, mas nos trechos de montanha, especialmente e na subida dos Mil Cumbres, revelou-se demasiado arriscada: a região alta e de densa floresta é marcada por nevoeiros e alta umidade, o cria situações tão perigosas quanto complicadas. Em uma das passagens por esse frecho nada menos de seis carros ficaram pelo caminho devido a rodadas e saídas da estrada. A causa foram trechos semi-alagados e um motor estourado, que pegou muita gente de surpresa, incluindo o belo Porsche 356 1956 de Renné Brinkerhoff, americana mãe de quatro filhos que se tornou a primeira mulher a vencer uma etapa da Carrera Panameriacana. Renné venceu não apenas uma, mas várias etapas da classe Sport Menor e só não levou o caneco para casa por causa dessa escapada que maculou a traseira do belo brinquedo.
O Porsche 356 da americana Renée Brinkerhoff |
Quem andou maculando para valer a carroceria do seu possante foi o astro Memo Rojas: ele acabou em segundo em sua estréia na Pana, mas até começar a pensar na sua participação no ano que vem terá que passar um bom tempo fazendo a funilaria do seu possante. Já os vencedores na classificação geral estão mais tranqüilos. Foi a terceira conquista de Gabriel Pérez, que venceu em 2006 com Angélica Fuentes como navegadora, posto que Ignácio Rodriguez ocupou em 2012 e 2013 e isso certamente fez a diferença. Conhecedor do carro e dos segredos de manter a banheira — ou como diriam os puristas "aquele moderno carretera" — sempre em cima do asfalto, Pérez usou o chassi mais antigo entre os cinco preparados por Efrain Vega e o único equipado com motor Ford, cujo cárter mais baixo em relação ao Chevy exige uma instalação diferente e mais cuidado na condução. Depois de vencer as quatro primeiras etapas, a dupla vencedora apenas administrou a vantagem nas últimas três, explorando muito bem os percalços de Hilaire Damiron e Liz Tejada, vencedores do prólogo e dos quinto e sétimo dias de prova. Conduzindo um carro finalizado pouco tempo antes da prova, porém, Damiron e Tejada pagaram o preço de conduzir o modelo mais sofisticado já fabricado pela oficina de Vega, o preparador mais vitorioso na história da Pana.
Em meio aos abraços e sorrisos que marcaram a festa de encerramento da 26ª. Carrera Panamericana da era moderna já se ouviam planos para voltar em 2014. Planos que tinham várias cores, sotaques e conjuntos mecânicos: os americanos Taz Harvey e Steve Vadjak receberam consultas para construir três exemplares do belo Datsun Z 280 (11º na geral), o suíço Roger Furrer e o inglês Julian Pitts celebravam ter concluído a prova com o que certamente era o carro mais conservado, aliás muito bem-conservado, de todos que iniciaram a prova e a dupla Douglas Hampson pai e filho comemorava ter se divertido e gastado bem pouco: o velho Volvo que usaram para curtir cada minuto de oito dias de prova custou apenas US$ 5.000, ou seja, menos de 5% do preço de um carro de ponta. A felicidade de completar a Pana, porém, não tem preço. Veja o resultado completo da Carrera Panamericana de 2013 clicando aqui.
Divertindo-se gastando pouco: este Volvo custou apenas 5 mil dólares |
WG
Porsche 356 ... que bela "joaninha"!
ResponderExcluirJorjao
Jorjão, esse carro me lembrou a Janis Joplin, ainda que o carro dessa Ninfa fosse conversível. Havia vários 356 e 911 na Pana, inclusive um 911 com a clássica pintura da Gulf. Em breve mais fotos. Abraços, Wagner
ExcluirDúvida: Para que serve aquele espelho concavo a direita do para-choque do Porsche 356?
ResponderExcluirMendes
Nao e espelho.
ExcluirApenas um farol de neblina. Aparentemente o vidro se quebrou e colocaram um pedaço de papel alumínio para nao entrar água...
O Anônimo acima ganhou o prêmio "Olho de Lince by Enciclopédia Barsa": acertou na mosca e no farol....
ExcluirUm Volvo Amazon provando que os Volvo são feitos para durar pra sempre!!
ResponderExcluirQue coisa legal essa Carrera Panamericana, e que fotos lindas. Deixo de sugestão para o autor apenas o desejo de ver mais conteúdo em vídeos e fotos. Achei este vídeo bem interessante no youtube :
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=M8x4He1oQJY que mostra a saída dos carros, é incrível como esses carros são lindos.
EduardoJosé, em breve teremos uma galeria bem legal de fotos e vídeos. Obrigado por suas palavras, um abraço, Wagner
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