Não sei por que, se foi influência da minha professora de Linguagem
(era como se chamava Português na escola primária) ou se é mania cultivada há décadas, mas o fato é que acho
completamente fora de propósito certas expressões e termos que se vêem no dia a dia. Já que o blog é de automóvel, comecemos pela Ford.
Sempre achei muito esquisito a fabricante do oval azul chamar concessionária de “distribuidor”. Especialmente quando me lembro que concessionárias da marca já foram Agência Ford, bem no começo, nos anos 1920, e Revendedor Ford, na fase da indústria automobilística, a partir de 1956, ambas as denominações dando idéia perfeita da atividade.
Sempre achei muito esquisito a fabricante do oval azul chamar concessionária de “distribuidor”. Especialmente quando me lembro que concessionárias da marca já foram Agência Ford, bem no começo, nos anos 1920, e Revendedor Ford, na fase da indústria automobilística, a partir de 1956, ambas as denominações dando idéia perfeita da atividade.
Não dá mesmo para entender "distribuidor" em vez de concessionária (de vendas de veículos de determinada marca). Outro dia
falava sobre isso com meu amigo e jornalista Fernando Calmon e ele disse não ver nada de mais nisso, que tanto faz distribuidor ou concessionária. Pois acho que não está certo. Considero importante nome correto para os atos e fatos que nos
envolvem.
Distribuição implica vendas no atacado, não no varejo. Os fabricantes de automóveis costumam ter centros de distribuição de peças para fornecê-las aos varejistas, que são as suas concessionárias. A GM, inclusive, tem alguns distribuidores de peças, que tanto atendem varejistas da rede autorizada quanto das oficinas independentes; eventualmente, ao consumidor que procura uma peça.
Esses dias a fabricante de rolamentos SKF anunciou a inauguração de novo centro de distribuição de peças em Jordanésia, interior de São Paulo. Como não existe "Concessionária SKF", é mais do que óbvia a finalidade do centro, abastecer os varejistas de rolamentos, o comércio de peças de reposição e até mesmo concessionárias das várias marcas – a prática de elas comprarem diretamente dos fabricantes de autopeças, em vez de fazê-lo da própria fábrica que representam, é bastante comum (por aumentar a margem de lucro ao comprarem por menos e venderem pelo preço de lista da peça original).
Portanto, acho mesmo muito estranho a Ford chamar concessionária de "distribuidor". Mais estranho ainda
quando isto se resume ao Brasil, pois no resto das Américas não existe a figura do “distribuidor" para descrever a atividade de uma concessionária Ford.
O Calmon argumentou que o uso da palavra 'distribuição' em Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mais do que justifica chamar concessionária de distribuidor. Só que nesse caso 'distribuição' é um termo genérico, que
fala da atividade como um todo. É evidente que tem de haver um sistema de distribuição de veiculos – só que ele é feito por meio de concessionárias..
A Lei Renato Ferrari, nº 6.729/79, modificada pela Lei nº 8.132/90, regula as relações entre fabricantes e revendedores. Ela diz em seu Art. 1º que
“A distribuição de veículos automotores, de via terrestre, efetivar-se-á através
da concessão comercial entre fabricantes e distribuidores disciplinada por esta Lei
e, no que não a contrariem, pelas convenções nela previstas e disposições contratuais.”
Mas logo adiante, o Art. 2º, § 1º, a) esclarece que “intitula-se
também o produtor de concedente e o distribuidor de concessionário;”. Fica evidente a intenção do legislador em clarificar o que é o que por uma questão de bom senso. Nos Estados Unidos a Ford tem distribuidores (distributors) e concessionárias (dealers), atividades distintas.
Um bom exemplo dessa diferença está nesse trecho de um site da Ford:
Um bom exemplo dessa diferença está nesse trecho de um site da Ford:
DEARBORN,
Mich., July 30, 2001 - As further evidence of its commitment to customer
satisfaction, Ford Motor Company will restructure and expand its U.S. parts
distribution network to deliver vehicle service and repair parts to its dealers (revendedores, concessionárias)
faster and more efficiently.
A Fenabrave é formada por 48 associações de concessionárias
das várias marcas, e muitas empregam a palavra 'distribuidores' na razão social,
como a Assobrav - Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen, a Assohonda –
Associação Brasileira dos Distribuidores Honda e várias outras associações. Mas
há também a Abrac – Associação Brasileira dos Concessionários Chevrolet, e a
Abracaf – Associação Brasileira dos Concessionários de Automóveis Fiat, e outras. Das 48
associadas, 26 usam 'concessionária' na razão social, 22 usam 'distribuidores'.
Mas não importa o nome da associação, o que vale nesse
raciocínio todo é distribuidor ser uma coisa e concessionária, outra. É essa a
estranheza cada vez que vejo “Distribuidor Ford”, que informa mal. Não chega a ser uma falsidade ideológica no sentido estrito, que prejudique alguém, mas é como se fosse.
Veneno
Muitos anos atrás, ainda morando no Rio de Janeiro, eu,
minha mulher e os pais dela fomos fazer um lanche no Gordon, uma sorveteria e casa de lanches famosa na época, no final do bairro do Leblon. No menu em forma de painel afixado atrás do balcão liam-se os vários tipos de sorvete e sanduíches,
e havia o sub-item Sanduíches Envenenados.
Aquilo chamou a atenção do meu sogro, que era médico, e ele se dirigiu
ao gerente da loja explicando que aquilo era muito perigoso por mudar o sentido de
veneno, em que uma criança poderia ver em algum lugar um recipiente de veneno e
ingerir seu conteúdo. O gerente não deu a menor atenção, chegamdo a tratá-lo com certo desdém.
Como o sogro tinha cargo de chefia no Ministério da Saúde
(diretor de Saúde dos Portos e Aeroportos), foi-lhe fácil mandar uma intimação à
casa, que imediatamente mudou de envenenados para algo como exóticos.
Mesmo caso de uma concessionária Ford, ela não "distribui" nada, na acepção da palavra. Embora não haja o perigo do veneno citado, confunde.
Igual ao famigerado termo montadora de que já falei tanto aqui. As crianças em
alfabetização e os adolescentes que estão tendo maior contato com o
mundo têm o direito de saber que existe empresa que fabrica veículos (fabricante) e empresa
que monta veículos (montadora). Há uma diferença nítida entre elas. Nem toda montadora fabrica, mas toda fabricante monta, uma vez que a montagem é parte do processo de fabricação.
Outro dia uma fabricante chinesa informou em comunicado à imprensa: "Montadora chinesa vai construrir fábrica no Brasil"...
Outro dia uma fabricante chinesa informou em comunicado à imprensa: "Montadora chinesa vai construrir fábrica no Brasil"...
É evidete que distribuidor, envenenado e montadora são palavras que podem ser usadas, desde que no contexto correto.
Verbalizar é importante, senão acontece o que vimos cerca de um mês atras, o Sérgio Chapelin, da TV Globo, dando chamadas para o excelente programa "Globo Repórter" falando dos "animais que se arriscam atravessando as estradas", em vez de "animais ameaçados ao atravessar as estradas". Ou o Pedro Bial chamar os participantes do BBB de "heróis" ou banalizar a palavra "paredão", local de fuzilamento de pessoas.
Verbalizar é importante, senão acontece o que vimos cerca de um mês atras, o Sérgio Chapelin, da TV Globo, dando chamadas para o excelente programa "Globo Repórter" falando dos "animais que se arriscam atravessando as estradas", em vez de "animais ameaçados ao atravessar as estradas". Ou o Pedro Bial chamar os participantes do BBB de "heróis" ou banalizar a palavra "paredão", local de fuzilamento de pessoas.
BS
A Ford trocará o termo para "New/Novas Consessionárias", como tem feito, há tempos, com os nomes de seus carros..
ResponderExcluirQuem começou com isso foi a Honda com seu new civic
ExcluirBob, Você Tem Meu Total Respeito e Admiração, Também sou uma pessoa com forte espírito questionador. É Notável e Admirável a postura do AE com essas situações dificultam nossa cidadania.
ResponderExcluirAcho que poderia ser ainda mais simples: Todas são Lojas Ford.
ResponderExcluirConcessão, franquia, licenciamento de marca, são nomes aplicados ao tipo de relação comercial pelas quais a matriz e o proprietário da loja se contrataram.
Ninguém diz "Vamos almoçar no franqueado do Bob´s do shopping Rio Sul". Não interessa se aquela loja é de um franqueado ou é da própria rede. É uma loja Bob´s. Então dizemos: "vamos almoçar no Bob´s Rio Sul.
Não interessa ao cliente se é um revendedor, concessionário, franqueado ou licenciado.
Concordo. Parabéns pelo tema abordado e devidamente discorrido.
ResponderExcluirTive, quando estudante, um professor que ministrava tanto o português, quanto o latim ( é, já tive aulas de latim). Não sou, longe de mim, o supra-sumo (ainda se usa o hífen?) de nossa língua pátria, mas me irrito, profundamente, quanto a maneira que ela tem sido usada ultimamente.
ResponderExcluirÉ isso, Bob! O Febeapá cada vez mais onipresente na Pátria amada e inculta! O que dizer, então, do uso indiscriminado do apóstrofo seguido do S, como se fôssemos (não somos?) colônia inglesa; dessarte, vemos nomes de estabelecimentos comerciais, muitos em bairros chamados nobres, grafados como se em lingua inglesa, gerando jóias como "Paulinho's Pizzas", 'Rei's da Panelada" "Mundica's Grifes" e inúmeros outros atentados à nossa lingua. Essa história de distribuidor deve ter começado com algum imbecil que achou mais bonito esse termo, no lugar de concessionária,não se importando com a imprecisão e inadequação da palavra à finalidade.Outra palavra, dita e repetida por "cultos" repórteres, principalmente do "Sul Maravilha", é "curto-circuito" pronunciada equivocamente como "curto-circuíto" com ênfase no acento agudo inexistente no i; e assim vai, "ad-infinitum", com os erros sendo incorporados ao linguajar de tal forma que a pronúncia correta acaba arranhando ouvidos menos afinados.
ResponderExcluirParabéns, Bob, pelo texto. Também sou contra essas, que considero, agressões ao nosso idioma e a essa mania idiota de "inglesificar" as coisas.
ResponderExcluirSei lá Bob, concordo que distribuidor não seja a palavra mais adequada, mas "concessionária", não sei por qual razão, sempre me lembra as empresas de água e energia. Dá a impressão que é uma empresa que recebe concessão temporária para explorar determinado serviço de destino público.
ResponderExcluirParece-me que a palavra mais adequada ainda seja revendedor. Não que o estabelecimento não exerça outras atividades, como venda de peças, serviços de mecânica e afins, mas enfim... é como a história da injeção eletrônica MPFI, MPI, EFI, MI... Cada "montadora" teve que registrar uma sigla diferente das demais, mas no fundo é tudo a mesma coisa. Ainda bem que, com a popularização de tais adventos, a tendência das siglas é sempre desaparecer. Até mesmo o "flex" (que eu acho outra expressão ridícula) já anda sumido.
A Ford concede à empresa x o direito de "fornecer produtos e serviços" Ford à terceiros. A Ford concede à esta empresa o direito de representá-la perante aos seus consumidores finais. Assim, acho concessionária uma denominação correta.
ExcluirPor falar em concessionária, é incrível como elas estão sem qualidade nenhuma hoje em dia. As vezes fico pensando se não podiam melhorar só um pouquinho, mas me lembro que para o nível da grande maioria dos consumidores de automóveis, estão boas demais.
ResponderExcluirPior, e a musica então? Estava nesse fim de semana brincando com minha filha (2 anos) e a TV estava ligada no gugu (fazia tempo que não assistia), estava passando algo no programa dele como o antigo "qual é a musica?" do silvio santos (o qual eu gostava muito). Parei os canais e fiquei vendo e brincando com ela... até que o trecho da musica era "Assim você mata o papai".... minha filha ficou me olhando e repetindo isso.
ResponderExcluirSerá que quem faz uma musica dessas não vê o peso das palavras? Acho que é o mesmo caso do veneno...
Sou da epoca que todo mundo se reunia no domingo e o programa familiar comum era assistir o silvio santos... Não da mais pra ligar a TV independente do horario, tem apenas "veneno" para crianças nela.
Caramba, Bob, você puxou uma coisa que havia praticamente desaparecido da minha memória: estive no Rio ainda na infância, em 1969 e 1971, e estive nesse Gordon. Não tinha um na av. Nossa Sra. de Copacabana?
ResponderExcluirJá quanto ao termo "montadora", escrevo-o assim mesmo, entre aspas, para evocar também as acepções negativas que ele carrega. Não sei quem o inventou, mas acho que é um modismo surgido nos anos 80. Quando o texto é sóbrio, uso o termo "fabricante" (sem aspas).
Infelizmente, a imprensa, especialmente a FSP, tem promovido uma série de neologismos, por exemplo, dizendo que determinada residência ou empresa "foi furtada", quando o certo é "sofrer furto". Outra coisa irritante são os programas policiais, que propagam "o oitenta e seis DP", "o setenta e sete DP".
Lorenzo,
ExcluirOs termos "foi furtada" e "sofreu furto" me lembraram de um problema com voz ativa e passiva que já está enraizado em nosso vocabulário e estou me policiando para eliminá-lo do meu. É quando se diz que algo ou alguém foi reprovado em uma avaliação.
É comum lermos frases como "Reprovei no teste do Detran" ou "O produto reprovou no teste do INMETRO". Em ambos os casos, quem reprovou foi o avaliador e não o candidato/produto. Logo, o correto seria dizer, "Fui reprovado no teste do Detran" ou "O produto foi reprovado no teste do INMETRO".
Talvez por isso que há mais de 25 anos quero comprar um Ford e não consigo.
ResponderExcluirSe eles mudarem de Distribuidores para Concessionárias, será que seus vendedores irão ficar mais atenciosos e interessados em vender?
Mesmo que eles fiquem mais atenciosos e interessados em ganhar sua comissão, DUVIDO que os mexanicos da FORD ,que de nada intendem do que fazem, melhorem um pouco seu grau de profissionalismo.
ExcluirISM
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEsse comentário me fez lebrar do que ocorreu a algum tempo atrás quando fui até um revendedor Ford, aqui da minha região (Vale do Rio dos Sinos), para fazer um test-drive com a Ecospor. Na entrada da loja passei pelo carro que estava estacionado na frente da mesma. Quando disse que gostaria de fazer um test-drive com o carro a "simpática" vendedora perguntou-me se eu estava querendo comprar o carro ou se seria só fazer o teste-drive. Achei impertinente aquela pergunta, mas respondi com calma: Só o test-drivePara conhecer melhor o carro. Ela então desferiu: Neste caso teremos que ajendar. Eu achei que o objetivo dela era que eu desistisse e só por isso agendei e fiu fazer.
ExcluirNunca na minha carreira de test-driver eu havia sido tratado de tal forma. Se eu estivesse interessado em comprar um Ecosport, e isso não me fizesse desistir, certamente iria fazer questão de comprar em outra loja.
Só para completar: A mesma vendedora durante o test-drive passou-me informações incorretas sobre a mecânica do carro.
Hahaha já tentei com muita força comprar ford três vezes, em uma delas inclusive passei vergonha com meus pais. Nunca consegui.
Excluirkkkk, sabe que tentei várias vezes comprar Ford e não consegui? Os caras nunca quiseram me vender! Eles acham que seus carros vendem simplesmente por serem... Ford! Até os vendedores da VW são melhores, e olha que isto não é elogio não!
ExcluirLorenzo Frigerio,
ResponderExcluir"foi furtada", quando o certo é "sofrer furto". Outra coisa irritante são os programas policiais, que propagam "o oitenta e seis DP", "o setenta e sete DP".
Se os apresentadores falarem corretamente, o povão não irá entender sô!
"Verbalizar é importante, senão acontece o que vimos cerca de um mês atras, o Sérgio Chapelin, da TV Globo, dando chamadas para o excelente programa "Globo Repórter" falando dos "animais que se arriscam atravessando as estradas", em vez de "animais ameaçados ao atravessar as estradas". Ou o Pedro Bial chamar os participantes do BBB de "heróis" ou banalizar a palavra "paredão", local de fuzilamento de pessoas."
ResponderExcluirPerfeito amigo Bob! Nós temos que vigiar e fomentar a utilização correta dos termos e das palavras, ou correr o risco de vivermos em uma sociedade que terá como expressão magna o "KKKK"...
MFF
E ainda tem pessoas que chamam de "autorizada", pressupondo que todas as outras são "desautorizadas".
ResponderExcluirAbraço
Coronel Anônimo
Benveniste, famoso linguista, delimitou a diferença entre a linguagem humana, linguagem por excelência, e a "linguagem" animal. Ele aponta a diferença principal entre as duas no fato da primeira exigir como condição o pensamento, indissociando-os. A segunda é mera combinação de fatores que se perpetua independente do pensamento. Isso é bem oportuno para pensarmos de onde viemos e para onde vamos quando as palavras se descolam de seus significados: a economia intelectual. Nesse passo, a indiferença se transformará em vulgaridade. Por exemplo, hoje se caracteriza positivamente aquilo que é "a bola da vez" no sentido de ressaltar uma opotunidade única e imperdível, quando todos sabem que a bola da vez na sinuca é aquela prestes a ser encaçapada, morta, extinta.
ResponderExcluirLembro que o senhor escreveu um artigo aqui dizendo sobre a melhor qualidade das peças originais compradas em concessionária, do que a emsma peça comprada em uma autopeças. E neste caso das concessionárias comprarem direto da fábrica de peças e venderem como original, como fica?
ResponderExcluirMistérios de Bob.
ExcluirComprei uma "cebolinha" elétrica de freio para meu Renault Clio há alguns dias... Concessionária: R$ 90. Autopeças: R$ 30. Peças idênticas, mesmo fabricante e nenhuma das duas com gravação "Renault" como costumam ter as peças originais, nem na embalagem.
Antônio Martins e Ledoni
ExcluirÉ ficar atento se peça está dentro da embalagem da fábrica, se a embalagem não tem jeito de ser reaproveitada, se há logotipo da fabricante do veículo na peça, enfim, olho vivo.
Bob,
ResponderExcluirEndosso tudo o que você disse. Não nos esqueçamos da teimosia de alguns setores da imprensa em usar o termo "cilindrada" como unidade de medida! Uma moto de "duzentas cilidradas (sic)"...
Muito bem lembrado, Luiz.
ExcluirO pior é que muitas pessoas ainda interpretam o símbolo "cc" - como em "200cc" - como "cilindradas" e não "centímetros cúbicos".
Até pouco tempo atrás eu era uma das pessoas que lia o simbolo "cc" dessa forma. Só fui descobrir o seu real significado quando comecei a me questionar por que é que em publicações e manuais em inglês era utilizado "cm³" no lugar de "cilindrada".
Como o símbolo "cc" também é utilizado em textos em inglês, não foi difícil concluir que "cc" na verdade significava "cubic centimeters". Um artigo do Bob Sharp publicado aqui, que falava sobre isso, ajudou a esclarecer o assunto e hoje até sinto um certo desconforto quando ouço falar ou leio "cilindrada" como unidade de medida.
Quantas autorizadas / concessionárias tem na sua denominação / razão social o prefixo DIS (ex: DISNAVE, DISBARRA, DISBRAVA, DISVEL...)
ResponderExcluirTina umas que terminavam em "VESA". AEROVESA, STARVESA. Também tem umas que terminam em "VEL".
ExcluirDesculpe o que vou falar ,mas a Globo sempre tratou os brasileiros como retardados ,influenciado de forma negativa nas eleições,na cultura (funk e big brother),um ou outro programa que se salva neste canal , heróis do que só se for da baixaria e da vulgaridade ,que péssimo exemplo para as gerações futuras ,se eu fosse o Pedro Bial teria é vergonha de apresentar um programa deste ,um cara que já foi correspondente de guerra profissionalmente desta maneira agora ,por mais dinheiro que lhe paguem ,abraço.
ResponderExcluirSpeedster04/03/13 16:11 Só uma correção "influenciando".
ExcluirSpeedster,
ExcluirEu concordo plenamente com você.
Uma parte do problema também se deve à mania de ficar inventando novos adjetivos para velhas coisas.
ResponderExcluirBob, uma questão quanto ao uso do termo herói é que estamos condicionados a entender esta palavra somente na sua expressão nobre (alguém altruísta, que pratica ato de bravura, indivíduo divinizado, etc), porém este termo também encontra como sinônimo o protagonista de uma história ou acontecimento (especialmente no campo da literatura e do teatro, mas não restrito a estes).
ResponderExcluirSe formos nos apegar à etimologia da coisa, até que faz sentido: Os integrantes do BBB são os heróis de uma peça teatral/ Os integrantes do BBB são os protagonistas de uma peça teatral.
A interpretação que se pretende que o público tome para si não é esta, claro, mas não deixa de ser correta a denominação.
Quanto ao tema do texto em si, e com relação ao termo revendedor, como se posiciona? Eu francamente acredito ser o mais correto, pois exprime exatamente a função destes estabelecimentos, revendem um produto adquirido do fabricante. A palavra concessão, se por um lado expressa o vínculo entre o vendedor final e o fabricante, quando este segundo concede sua chancela para que operem-se as vendas revestidas do nome e imagem de quem fabrica, não é tão completa para englobar toda a atividade praticada por este sujeito na cadeia de consumo, além de o uso da expressão ter vínculos mais fortes com a delegação de atividades estatais à particulares (assim como funcionário se designa o servidor público estatutário, enquanto o celetista é empregado, para fins de definição jurídica).
Isso tá mais pra discussão de reunião de condomínio: belas palavras que não chegam a lugar nenhum... ou sessão de câmara de vereadores, que um fica jogando confete nos outros
ResponderExcluirLembro do "sequestro" do Silvio Santos. Na época, boa parte da imprensa noticiou que ele havia sofrido o crime de rapto. Juridicamente, rapto é crime sexual, uma privação da liberdade com fins libidinosos. Coitado do Silvio!
ResponderExcluirOu seja, pode parecer bobagem, mas não é. Cada palavra traz consigo uma carga de significado que não pode ser ignorada ou confundida, principalmente pelo meio especializado.
E o termo "abduzido", que entrou via "Arquivo X", tradução literal de "abducted", que é sequestado.
ExcluirE a confusão que os leigos fazem com o "trio" calúnia, injúria e difamação?
ExcluirE o irritante "legendário" ao invés de "lendário"?
ExcluirO problema maior é o uso incorreto do idioma, sendo que todos acabam coniventes com a situação. O idioma é um dos maiores orgulhos de um povo e deve ser tratado como patrimônio, não com o desleixo que presenciamos no nosso cotidiano, seja na grande mídia, seja em pequenos vícios como o caso descrito.
ResponderExcluirO texto em está ótimo, sou um manifesto fã do vernáculo. Gostei muito do último parágrafo!
ResponderExcluirBob.
ResponderExcluirConcordo plenamente a linguagem, a forma de dizer e nomear corretamente as coisas, funções e as ações são fundamentais, pois facilitam a comunicação, a educação, o treinamento e a compreensão dos ouvintes,leitores e etc. Eliminam confusão,permitem expor com exatidão os conceitos, as situações a realidade do mundo natural e em conseguencia a vida como ela é.
Fui casado por mais de 20 anos com uma jornalista e tenho uma sobrinha formada pela Cásper Líbero a mais de 10 anos, fico assombrado com jornalistas de rádio e tv, falarem não correm risco de vida, quando é obvio que não correm risco de morte.
ResponderExcluirAbraço
Coronel Anônimo
As duas expressões estão corretas. A expressão "risco de vida" contém uma figura de linguagem chamada de elipse.
ExcluirCoronel,
ExcluirEm meio a discussões sobre "risco de vida" e "risco de morte", algumas publicações passaram a usar o termo "risco à vida" para maior clareza, o que eu acho correto.
Perfeito, Patrick. "Risco de (perder) a vida".
ExcluirA morte jamais está em risco... a morte é certa, ninguém dela escapa. Já a vida...
ExcluirCerta vez, um professor de materiais para engenharia civil me perguntou se eu já havia comido "bolo de brigadeiro", em algum contexto sobre concreto. Eu disse a ele que não sabia. Afinal, que queria ele dizer com isso? Imaginei brigadeiros sendo transformados em bolo. Há uma diferença grande com "bolo com recheio de brigadeiro" ou algo assim.
ResponderExcluirBob Sharp ou quem puder...
ResponderExcluirTrocando de saco para mala...
Como faco para desentupir as esferas da rapida
do carburador do meu fusca?
Curioso
ExcluirHã algumas maneiras. Uma, usar o WD40,deixar quieto uns 10 minutos e ir repetindo o processo até soltar. Ou então mergulhar o carburador todo em gasolina e deixá-lo ali passando a noite. Deve soltar.
Bob, posso fazer isso no carburador do meu Corcel 73? O problema é o mesmo do amigo acima. Grato e abraço!
ExcluirFalando em uso errôneo de termos, o site Notícias Automotivas, que se autoproclama como o maior blog automotivo do Brasil, constantemente usa o termo "bloco" para se referir a motores completos, um exemplo:
ResponderExcluir"O bloco 1.4 TFSI entrega 110 cv e 20,3 kgfm em qualquer combustível."
Retirado desta notícia:
http://www.noticiasautomotivas.com.br/audi-a3-sportback-g-tron-e-apresentado-oficialmente-na-europa/
Isso leva o leitor a entender que apenas o bloco do motor é responsável por produzir a potencia e o torque e não todo o motor.
E isso é comum, pode ser visto em várias notícias desse site
http://www.noticiasautomotivas.com.br/renault-kangoo-com-visual-retocado-e-apresentado-na-europa/
http://www.noticiasautomotivas.com.br/citroen-c3-com-visual-brasileiro-comeca-a-ser-vendido-na-europa-a-partir-de-e-12-950/
Eduardo_CL
ExcluirTem que ser muito ignorante para escrever uma estupidez dessas, chamar motor de bloco!
Boa noite,
ExcluirTive acesso a uma coletanea de boletins de servico FORD (MODEL T
ESSENTIALS) e em 1919 a FORD USA ja utilizava o termo DEALER.
Tadeu
Eu quero é botar, meu bloco na rua.... música do saudoso Sergio Sampaio, um cara que foi muito à frente do seu tempo....
ExcluirMetonímia... quiçá inconsciente, mas ainda assim, metonímia.
ExcluirJosé de Paula
Bob,
ResponderExcluirCerta vez eu li que a Fiat teria deixado de produzir o Fiat Idea Sporting na linha 2013 devido a um acordo de racionalização de versões com a ABRACAF.
Quem teria interesse em diminuir o número de versões é a Fiat ou a ABRACAF?
Muito obrigado Patrick, vivendo e aprendendo.
ResponderExcluirAbraço
Coronel Anônimo
Quanto à nomenclatura Ford, o oval azul sempre gostou de fazer as coisas diferentes. Por isso tem fama de 'chatinha' em termos de peças de reposição.
ResponderExcluirAgora, no que diz respeito aos vícios de linguagem atuais, estamos cada vez mais perdidos. É um tal de 'foco' (que deve ser o marido da foca) pra cá, em vez de objetivo, propósito, escopo ou coisa que o valha. A expressão 'com certeza' virou uma corruptela do 'of course' inglês, o que revela o crescente anglicismo em nossa língua; e, para não alongar ou parecer pernóstico, o maldito uso hoje reservado ao adjetivo 'disponível' e seus correlatos 'disponibilizar' (argh!) - deve-se lembrar que 'dispor' tem também o significado de 'alienar', 'desfazer-se', o que ressalta ainda mais o caráter mercantil de uma cultura onde tudo é descartável...
Isto não tem nada com carros, mas em termos de linguagem, poucas coisas me irritam mais que as expressões "politicamente corretas" criadas para dourar a pílula. Assim, por exemplo, favela vira "comunidade", velhice vira "melhor idade", bandidos menores de idade viram "menores infratores", e além disso, nunca são presos, e sim "apreendidos".
ResponderExcluirMr. Car,
ExcluirNinguém tem como não concordar com você.
Eu estava escutando um jornal local de minha cidade, e ao se referir a um assalto o jornalista falou que o elemento deu "voz de assalto" para a vítima e "furtou" sua moto.
ExcluirMr. Car,
ExcluirEsses são exemplos da mais pura hipocrisia! E a plebe ignara (como diria o saudoso Sérgio Porto/Stanislaw Ponte Preta) segue feliz, acreditando que está tudo bem...
Montadora x fabricante, vejam só a confusão do "Sr. CAOA":
ResponderExcluirCaoa tem um sonho: o de instalar em Goiás, onde já está a fábrica da Hyundai, a fábrica para produzir o primeiro carro 100% brasileiro, de uma montadora 100% nacional. "Eu vou realizar este sonho antes de 2020", diz ele. "O Brasil é o quinto maior mercado de automóveis do mundo e não pode ser um país sem sua própria montadora".
http://www.mundopositivo.com.br/noticias/economia/20142628-caoa_ao_247_meu_foco_hoje_e_ultrapassar_a_ford.html
Tragicômica essa nota da CAOA... Fábrica de uma montadora foi a cereja do bolo!
ExcluirOs carros da Ford são ótimos, mas os "distribuidores" são péssimos de modo geral, deveria mudar de nome pra ver se o pessoal aprende a trabalhar e conhecer o que vende e o que repara.
ResponderExcluirCerta vez ouvi alguém comentar o seguinte:
ResponderExcluir"Se eu tivesse erdido o que ele erdeu, eu tava bem!".
Bob, publica isso vai... Eu ouvi em algum lugar e afirmo que é verdadeira.
Só faltou o "h" antes das palavras (embora "herdado" soe melhor)
ExcluirBob
ResponderExcluirGostaria sugerir que você faça um post sobre o acidente em Daytona que feriu alguns espectadores...
Grato
Guilherme
Hoje em dia é tudo assim. As pessoas falam qualquer bobagem, tais como:
ResponderExcluir- carro usado é vendido como semi novo;
- qualquer carro é erroneamente chamado de completo, quando na verdade só é completo o modelo com todos os opcionais disponíveis;
- menor de idade é chamado de "de menor";
- pré-ignição é chamada de "batida de pino" (o que deve bater é o pino da cabeça do infeliz que fala uma bobagem dessa;
- chuva forte é chamada de tromba d'água;
- palavras de idiomas diferentes são misturadas sem necessidade como Nova York ao invés do correto Nova Iorque ou New York;
- falam e escrevem record ao invés de recorde.
Enfim, é a Sociedade do Espetáculo.
As viaturas de Salvamento são viaturas de "Resgate"... porque alguém achou que a tradução de Rescue seria Resgate. Tenha dó!
ResponderExcluirBoa Tarde Bob, outro erro que se repete a muitos anos na mídia brasileira é a medida de áreas, como exemplo: O fogo queimou uma área equivalente a 30 campos de futebol.
ResponderExcluirQuer dizer que campos de futebol são uma medida? O certo neste caso seria: O fogo queimou uma área equivalente a 15 hectares, pois as medidas de um campo de futebol são de quase meio hectare, sendo um hectare uma área de 10.000 m², simplificando, uma área de 100X100m.
Para o povo que não entende sobre isso, poderia se falar a medida correta e fazer uma analogia com outro objeto/medida popular, mas ficar difundindo informações errôneas é um crime.
Essa coisa do campo de futebol é a tal ANALOGIA que tu falou agora. Tem algo mais POPULAR por essas bandas?
ExcluirE a maioria não tem a mínima idéia de quanto mede um hectare, nem tem interesse em saber.... pois não trabalham na roça.
kkkk, "performance" e "forças de segurança" são os termos que não suporto, no momento
ResponderExcluirPutz, "performance"! Odeio essa palavrinha com todas as minhas forças!
ExcluirInfelizmente, aqui no Brasil são poucos os que prezam em escrever e/ou falar corretamente, usando termos e nomes de acordo com a realidade.
ResponderExcluirNo caso dos fabricantes de automóveis, eles próprios fazem uma tremenda salada com montadora e fabricante. Raramente se vê uma propaganda onde se refira à marca como fabricante, é sempre o malhado e errôneo montadora...
Mas o campeão da cacofonia e da cacografia é o indefectível 'tipo assim', falado - e por vezes até escrito - por 10 em cada 10 jovens brasileiros... putz.
ResponderExcluir