A noite
caía e o céu vagarosamente ia se cobrindo com estrelas, como se puxasse sobre
si um manto fulgurante. O ar estava límpido, fresco, perfumado, o que fazia do
ato de respirar uma degustação.
A Lua nascia. O céu de certas noites na Serra da Canastra é algo inesquecível, apaixonante.
Os cinco cavalos aos meus cuidados já o estavam sendo. Dei-lhes feno fresco, ração, e os baldes de água deixei aos seus pés. Amarrados com folga ao redor de uma árvore, foram escovados, e agora, baixando a cabeça e deixando as orelhas penderem, descansavam da viagem de caminhão. O Sheik, meu cavalo, castanho, árabe com inglês, já semicerrava os olhos e amolecia o beiço, sinal que começava a embalar no sono.
Cavalo dorme em pé, que nem carro.
Meus quatro companheiros de araque, atrasados, vinham numa porcaria de SUV que o dono achava o máximo. Fui ao curral do sítio que nos hospedava naquela noite para olhar os outros cavalos que chegavam e ver se ajudava em alguma coisa. Ao todo chegariam 63 cavalos. Eu não conhecia, então, quase ninguém daquela turma, mas isso pouco importava, já que nesses casos todos já são amigos mesmo antes de se conhecerem.
Cutuca cavalo dali, puxa cavalo daqui, toma cuidado com coice dali, abre porteira daqui, escorrega em bosta dali, e a Lua já subira e iluminava forte criando sombras.
Sons abafados. Cães latiam ao longe, assustados com o incomum alvoroço.
Um caminhão encosta e da rampa do carregador desce suavemente, como uma bela dama desce uma escadaria, um Mangalarga alazão dos mais lindos que já vira. Até então eu não era lá muito fã da raça. Sempre preferi os de sangue Árabe, que, comparativamente, são os carros Lotus dos cavalos. Bicho leve e rápido, rápido como um raio, e ágil. Os Mangalarga são mais para um Mercedes sedã, maiores, mais pesados e macios.
Mas
acontece que esse tal garboso alazão de frente aberta (lista branca que desce
como uma pincelada do meio dos olhos ao focinho) tinha um algo a mais. De
olhada já se via que ele era tipo um Mercedes da AMG, era um cavalo preparado.
Bom de caixa, ou seja, grande perímetro toráxico, bastante pulmão, era também
descanelado, com aprumos perfeitos, e seus músculos eram bem formados e
definidos, de atleta. Pele fina, veias salientes. Porém, acima de tudo, dele
emanava um espírito de campeão. Pinta de corajoso, orgulhoso. Cavalo tem dessa.
É diferente de carro. Não é só máquina, não basta só sua máquina. Para ser um
baita cavalo ele tem que ter nascido com o espírito de um baita cavalo. Sem
espírito de campeão, sem coragem, sem orgulho, o cavalo não passa de um
pangaré.
Já com
carro é diferente. Por mais que os designers e engenheiros tentem lhe dar
espírito, ele não o tem. O motorista é que dá espírito ao carro. Sozinho o
carro não é nada, uma máquina inerte como um pedaço de lata qualquer.
Um carro forte pouco faz nas mãos de um motorista medíocre. Um carro fraco faz muito nas mãos de um ótimo motorista. Um carro forte faz coisas impensáveis nas mãos de um ótimo motorista. Por essas e outras que, de carona, o que me interessa é o motorista. O carro é absolutamente secundário.
Ah! E o
Mangalarga alazão, do qual não lembro o nome, ao longo dos dias de cavalgada,
subindo e descendo morro, saltando riacho, correndo sobre chapadões, mostrou
que era, sim, tudo aquilo que pensei dele. E seu cavaleiro, o João Junqueira, o
montava com mão leve, de quem bem sabia o que fazia. Deu gosto ver os dois.
Eles se mereciam. Coisa rara.
Isso foi
há uns 12 anos. E o Sheik? Bom, o Sheik foi um baita cavalo. Mesmo quando velho
manteve sua coragem e orgulho. Há pouco morreu. Enquanto o tive nunca desejei
outro. Um homem não deve chorar por perder seu carro. Um homem pode chorar por
perder seu cavalo.
AK
Aoooooooooo Arnaldo! Você é um cara bão!!
ResponderExcluir"Enquanto o tive nunca desejei outro. Um homem não deve chorar por perder seu carro. Um homem pode chorar por perder seu cavalo."
ResponderExcluirUm homem pode, sim, chorar pelo seu carro. Nós damos a eles nossa alma e ele a toma como gratidão, mesmo sendo um pedaço de lata, mas que nos proporciona o maior bem que homem pode ter, a liberdade.
Gostei de como definiu a coisa: "nós damos ao carro a nossa alma". E caso percamos um, sempre podemos dar nosa alma a outro carro. Já com bichos de estimação, é diferente: cada um é em si um indivíduo que quando perdemos, não podemos recuperar. Gosto especialmente de cachorros, e me lembro até hoje da raiva que eu tinha nas aulas de catecismo, quando a professora dizia que cachorros não tinham alma. Até hoje não me convenci disto. Não mesmo.
ExcluirNo meu texto acima, onde está escrito "e caso percamos um", leia-se "mas caso percamos um".
ExcluirSerá que maquina não tem espirito?
ExcluirQuando eu voava com um Queen Air, com motores chatíssimos de "pegar", vários pilotos muito mais experientes que eu não conseguiam dar partida no bruto. Ai o mecânico me chamava. Eu fazia o mesmissimo procedimento dos outros, e nos primeiros giros o safado pegava. Os mecanicos diziam que aqueles motores gostavam de mim...
Anônimo 29/07/12 12:15, descrição perfeita! Máquina tem espírito sim. Uma vez passou pela minha mão (tempos de vacas magríssimas) um Fusquinha bem judiado. Não pude fazer grandes coisas por ele, mas mais de uma vez ele "anunciou" algum problema no caminho, de madrugada, e seu motor só parou de vez no quarteirão de casa. Tive um Monza que era meio temperamental: quando eu tinha que ir para algum lugar muito contrariado, a parte elétrica dele apresentava todos os "gremlins" possíveis, parecia sistema elétrico Lucas, e eu acabava perdendo o compromisso.
ExcluirMr. Car
ExcluirEu sabia você foi coroinha na infância
O Miss Mobilete fez catecismo, mas nem na igreja corrigiram a boca suja dele.
ExcluirDetentor do recorde de post retirados do AE.
Uuuuuuuuuuuui, a mocinha fica escandalizada com palavrões, he, he!
ExcluirExcepcional! Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirKlaus
Klaus? Cunha, Teixeira, ou Cotril?
ExcluirIndependente, concordo! Bom texto...
Simplesmente perfeito. Parabéns!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirpior que chora que nem criança qndo perde cavalo... não importa a idade.
ResponderExcluirPerfeito, Arnaldo.
ResponderExcluirAnimais sim, têm alma, espírito, personaidade.
Carro é apenas um meio que a gente usa pra nos levar ou participar de grandes histórias. Penso como você. Com um bom motorista dá gosto de ser passageiro. Um carro que uns e outros dizem "com alma", na mão de um cretino, será apenas um carro cretino.
Ano passado fiz uma viagem de 3 dias com minha esposa e um casal de amigos. Alugamos um fiat idea, já que eu e o outro casal tínhamos 1,83m pra mais. Foi o carro perfeito pras nossas condições financeiras e altura. Mas ele foi apenas um personagem secundário, bom mesmo foi a viagem na companhia dos amigos. Ficar dizendo que esse fiat idea tem alma e cair de amores por ele é bobagem. Nem é um carro tão bom assim.
AK,
ResponderExcluirEu entendi o "espírito da coisa", mas tem algo que sempre comento com meus amigos, que é o de ter nascido no tempo certo para mim, que é a era do automóvel.
Não tenho nada contra cavalos, mas eu gosto mesmo é de automóveis. Nem consigo me imaginar naqueles tempos em que os meios de transporte eram feitos exclusivamente por animais.
O motor nos dá liberdade, emoção e uma sensação de bem estar indescritível.
Mas, embora eu sinta saudades de alguns carros que tive, jamais chorei por tê-los perdido, ou vendido, mas não posso dizer o mesmo de alguns animais que tive. Sem falar nas pessoas queridas, é claro.
AK
ResponderExcluirVerdade,a ligação afetiva entre um humano e seu cavalo faz marcas fundas,por onde podem,sim,correr as lágrimas.-É,afinal,uma relação em mão dupla.
Nunca poderia esquecer a Boneca,a egüinha que me levava e trazia todos os dias ao longo dos quinze quilometros q. nos separavam da cidade no meu quarto ano de Grupo Escolar.Era minha amiga,babá,anjo de guarda e até um pouco mãe; e Deus sabe que um moleque de dez anos precisa de tudo isso na hora das nuvens de poeira,das tempestades épicas,nas pirambeiras ensaboadas,etc,sem nunca falsear uma pisada nem refugar ou passarinhar.
Eu achava natural chegar em casa no meio da tarde e deixar para almoçar só depois de desarrear,escovar e tratar dela.E o domingo era o dia de lambancear em pêlo,dar uma ou outra galopada ou simplesmentee espichar debaixo de uma arvore enquanto ela degustava um capim novinho ali em volta
Meu primeiro carro(um KG)foi muuuito curtido,sim-mas chorar,mesmo,não foi por ele...
Resumindo: Gobila.
ExcluirCarros e Cavalos
ResponderExcluirJá chorei p/ambos.
Aki na roça damos mto valor aos 2, pois onde um não vai o outro vai e vice versa.
Cavalos Vapor...precisa dizer mais?
Belissímo texto AK parabéns!
ResponderExcluirPois é, tenho roça e atualmente acabei preferindo morar aqui, e digo que desde criança que meu pai teve cavalos aqui e me interessei pelo tanto de trabalho e amor que se dava a eles, tal quanto cachorros - eu já tive meu preferido e na morte deles nunca mais pois o cavalo, um puro sangue árabe morreu com um raio e o cão um fox paulistana de velhice bem cruel, e nunca mais me deixei levar a ter de novo esse mesmo sentimento a um animal, só que diferentemente de carros, na maioria das vezes o carro se conserta em uma acidente, mas, o animal se vai eu eu me tornei duro sobre isso, para sempre.
ResponderExcluirPenso que entre um animal ou um carro são mundos muitos diferente, mas carros eu posso te-los para sempre.
Carros são objetos inanimados, mas projetos bem executados deixam transparecer a alma de quem estava por trás deles.
ResponderExcluirExatamente isso.
ExcluirAnimais de estimação sempre nos marcam de alguma forma, ainda mais se você mora sozinho e só tem o animalzinho de companhia, já chorei muito pelos bichinhos que tive tanto pelos que morreram de idade avançada, como pelos que morreram por causa de doença, na qual a zoonose teve que vir busca-lo.
ResponderExcluirAgora carros, acho que nunca chorei, mas o que dá alma aos carros são os momentos que passamos com ele. Vide entrar num FUSCA 1969 e lembrar daquele cheirinho que trás a infância, da família, dos dias que pela tarde o meu velho,atrás do fusca, com a chave de fenda dando aquele ajuste fino no carburador.
Ou do Opala 1980 com aquele ronco gostoso, e lembrar de todo domingo de manhã o pai, ligando e tirando o "bruto" da garagem.
Carros são momentos, e é esses momentos que damos aos quadrúpedes motorizado uma alma.
Abraços.
Filósofo Arnaldo, sábias palavras! Valeu
ResponderExcluirBom, espírito e alma não são a mesma coisa. Objetos inanimados não tem espírito, um objeto recém-saído da fábrica ou loja nem alma tem. Mas acredito que um objeto que tenha importância e apego do dono pode adquirir uma alma.
ResponderExcluirFico pensando no meu carro, que ao ser dirigido por outras pessoas mesmo que por poucos quilômetros, sempre volta a mim com comportamento bem diferente e normalmente, piorado. Reações do motor, direção, freios, câmbio, tudo fica diferente. Não é por mau uso do carro, pois acontece mesmo quando eu ando junto no carona. É como se estivesse magoado por ter sido entregue a um estranho pelo dono. Então preciso dirigí-lo por algum tempo para "consolá-lo" e voltar ao normal...
Me recordo também de um Chevette a álcool que tivemos na família durante parte da minha infância, adquirido 0 km, e foi o carro mais problemático mecanicamente que já tivemos. Mesmo assim o Xexéu era o xodó da família, por ter sido nosso primeiro carro 0 km. Entre inúmeros outros problemas, frequentemente se recusava a pegar após ser desligado com o motor quente. Quando isso acontecia, minha mãe costumava conversar carinhosamente com o carro, alisando o painel, pedindo pra ele não deixar a gente na mão. Geralmente bastava pra ele pegar de primeira. Se não tivesse conversa não pegava de jeito nenhum, como se estivesse de birra.
Não sou religioso nem espiritualizado, mas creio que há mais coisas entre o céu e a terra... bem, vcs conhecem a frase.
Será que o Xexéu não voltava a pegar devido ao tempo passado durante a conversa? Eu tinha um omega que fazia a mesma coisa, mas eu passava um tempo xingando ele enquanto esperava o problema passar. Logo depois que troquei o controlador de pressão da linha de combustível não precisei mais dessa "conversa".
Excluir"Um carro forte pouco faz nas mãos de um motorista medíocre."
ResponderExcluirÉ, Arnaldo, e geralmente Deus dá asas a quem não sabe voar...
AK,
ResponderExcluirBelo texto ! Mas creio que um carro que tenha alguma preparação também tem alma, sem falar nas motos.
Abraço
Luiz
O carro preparado tem a alma de quem o preparou.
ExcluirLuiz Dranger
ExcluirTem toda a razão, ainda mais vindo de quem já teve um Chevette Lotus...
Belo texto, mas faço coro com muitos acima: o dono dá alma ao carro.
ResponderExcluirSò uma dúvida: qual era "a porcaria de SUV"?
Arnaldo Keller, um legítimo picapista! :D
ResponderExcluirArnaldo,
ResponderExcluirTexto sublime!
Qual era "a porcaria de SUV"? 2X
Arnaldo,
ResponderExcluirTexto sublime!
Qual era "a porcaria de SUV"? 2X
Sinceramente, não me lembro qual porcaria de SUV que era. Não sou chegado a nenhuma delas.
ExcluirIsso sim é sair pela tangente, hehe...
ExcluirPorsche Cayenne GTS
ExcluirO Michel ,
ExcluirNao insista ... ele nao tá lembrado sô...
CNN
Piloto de alto nivel sabe tangenciar muito bem....
Arnaldo
ExcluirTe convido para uma vortinha na minha Rural 67 !
É bem provável que prefiram Rural e Veraneio a um Cayenne...
ExcluirEste texto me deu uma pensata
ResponderExcluirSerá que um dos motivos para Ferraris e Porsches serem tão cultuados, seria a referencia dos cavalos em seus emblemas?????
Também tem o Mustang, mas acredito que não tem nada a ver...
ExcluirTambém temos os touros da Lamborghini.
ExcluirEu chorei por causa desse carro nesse episódio:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=obohciDCPZE
Bem lembrado! :) É uma das cenas mais memoráveis da série.
ExcluirInitial D pra mim é simplesmente a melhor obra de ficção autoentusiasta já criada em qualquer mídia, incluindo filmes, seriados, livros, etc. Considero obrigatório pra qualquer autoentusiasta, mesmo quem não tenha costume de assistir animação japonesa, pelo menos dar uma chance. Já assisti 2 vezes às 3 temporadas do anime, o filme, os ovas e acompanho o mangá.
Hachi-Roku! Concordo com o Adriano, recomendo a todos!
ExcluirBem no estilo Tex Willer e seu fiel " Dinamite "....
ResponderExcluirGrande Arnaldo!
ResponderExcluirComo de costume, texto primoroso. Parabéns!
De novo, o poeta Arnaldo Keller. Viajei pelo seu texto (texto não, poesia) como se fosse ao vivo. Show de bola! Quando você disse que de carona, o que importa é o motorista e não o carro, compartilho com esse mesmo sentimento mas não sabia como verbalizar. Obrigado, você sintetizou numa frase curta e profunda. Coisa de poeta.
ResponderExcluirÊeee Arnaldo, como disse o outro Guilherme no primeiro comentário.. ce é um cara bão!
ResponderExcluirAlém de escrever coisas bacanas demais, você transmite uma humildade grande. Sabe respeitar seres e coisas como poucos.
Guilherme Costa
Tambem acho o mensmo Guilherme
ExcluirArnaldo Keller : Um homem bom!
Grande texto Arnaldo, é por ali mesmo....existe muitas semelhanças entre um bom piloto tocando um bom carro, rodando macio e ao mesmo tempo forte; com um Valenzuela conduzindo Kelso até a largada.
ResponderExcluirOntem eu vi uma ótima montaria (para os meus padrões), sendo conduzido por um "cavaleiro" sem cérebro: Um Camaro SS sendo expremido em uma ultrapassagem para lá de otimista - o urro do V8 lá encima, melindrando até o reino mineral - que poderia ter acabado em acidente se tivesse um carro vindo do outro ponto cego....
Ótima montaria, mas com um condutor totalmente sem noção em gerir força e distância, que dureza!
MFF
AK
ResponderExcluirFalou pouco. Disse tudo!
Cavalos emitem muito CO2 também. Ainda bem que nenhum eco-tonto leu esse texto ainda...
ResponderExcluirMestre Nardo! Sem frescuras de babação de ovo, Mestre Nardo!
ResponderExcluirMais uma obra genial AK, que nos faz botar a cachola pra pensar no sentido de algumas coisas.
ResponderExcluirMas eu digo que um homem pode sim chorar por perder seu carro. Quando me desfiz do meu velhinho, confesso que uma lágrima escorreu. Quantas emoções ele me proporcionou. Me levou pra faculdade, pro casamento, buscou meu filho na maternidade e mudou de cidade comigo. Aquele tem alma sim.
coincidentemente to com a TV ligada justamente
ResponderExcluirna competição equestre. Cada cavalo daqueles!. O que vc escreveu é um poema aos animais.
Parabéns Arnaldo.
Os brinquedos metálicos, tem a nossa "impressão digital" . A alma não é incorporada.
Mas a gente supõe quê.
Eu falo com meu carro e "parece" que ele entende. O animal, além de entender, fala com vc. Do jeito dele, mas fala.
É difícil interagir com uma máquina como com um ser vivo ou um bicho de estimacao mas....
ResponderExcluirDe alguma forma, nós que gostamos de carro, imputamos uma aura ou alma neles também..
Ele nos leva a lugares que nao alcançaríamos com nossas pernas , nos levam a velocidades incríveis, nos dao liberdade e sao muito mais charmosos e interessantes que nós mesmos.
Fazem parte de nossas vidas com intensidade
Como admiramos e escolhemos um bicho de estimacao , escolhemos e admiramos um tipo de carro ...
Ambos sao como uma extensao de nossa. Expressam muito sobre nossa mundo, nosso Eu e nossa personalidade.
Um tropeiro poeta daqui do sul já escreveu e cantou " o boi é bicho, mas tem alma sob o couro"... imagine o que ele escreve e canta sobre seu cavalo...Com os carros ouso dizer que muda apenas a conotação da posição "alma": o motorista a leva e coloca quando senta no banco do condutor, tal qual a sela que usa para cavalgar...Gostei do post,só um entusiasta faria um comparativo assim, parabéns!
ResponderExcluirPouco tempo atrás eu estava vendo uma prova de laço, cavalos Quarto-de-Milha, claro, e "me pus" no lugar do cavalo. Olha, são tantos os comandos, rédeas, pernas, jogo de corpo, som, etc, etc, o cavaleiro ajeitando o cavalo no partidor, dar a ré, vira daqui e dali, e aí me toquei o quanto o bicho tem que estar ligado aos nossos comandos. É muita coisa tudo junto, e o bicho obedece com presteza, com prazer em nos ajudar. O bicho cavalo é muito legal com a gente. Merece todo o nosso cuidado, gratidão e amor. Merecem ser bem tratados. Ver um idiota maltratar um carro, tudo bem, é lata, passa, mas o cara que maltrata um cavalo merece ser espancado à moda.
ResponderExcluirPode estender a todo e qualquer animal na face da terra.
ExcluirMaltratar animais é um absurdo sem tamanho. Quando mais novo, várias foram as vezes que arranjei confusão por algum idiota estar fazendo brincadeiras agressivas com animais. E o que me chama a atenção são os animais perceberem as pessoas que gostam ou não deles, possuem um sexto sentido apuradíssimo.
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ResponderExcluirAnimais, para mim, tem alma sim. Gosto demais de todos os meus animais, cada um tem uma personalidade, até parece gente.
ResponderExcluirBelíssimo texto, daqueles realmente inspirados.
ResponderExcluirTexto muito bonito. Parabéns!
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirPutz! Agora depois de ler esse post tomei coragem de vender meu carro
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirParabéns, parabéns.
ResponderExcluirTexto para se emoldurar, e colocar na parede!
Sempre achei que meus carros tinham alma. Mas acho que vc está certo. Provavelmente sou eu quem lhes dou uma, fazendo deles seres especiais.
Novamente, meus parabéns.
Arnaldo!
ResponderExcluirSeu texto dá uma saudade danada na gente; também tive alguns cavalos como companheiros e um deles deixou muitas lembranças boas; fui comprá-lo em uma cidade distante 50 km. de onde eu morava e só pude ir já de noite, mas quando o dono o trouxe, de longe eu já ouvia sua marcha firme e ligeira; quando vi a criatura, manga-larga de uns seis anos, pelagem tordilha bem clara, crinas longas, bom de pernas, peito e cascos, bastou dar uma volta em cima que me convenci do acerto da compra; foi meu companheiro por seis anos e poucas não foram as vezes em que ia vê-lo no meio da semana e à noite, ocasiões em que saíamos passeando sob a luz da lua e não escondo que fazia minhas confidências a ele e cá prá nós, nunca recebi de volta um conselho ruim. Quando me mudei para Fortaleza, ainda o trouxe, porém tive que passa-lo para outra pessoa que dispunha de local melhor e mais tempo para cuidar dele.A propósito, animais têm alma sim e sentimos isso quando conseguimos nos comunicar com eles com um olhar , um gesto amigo, um carinho, uma conversa, na hora do banho, de cuidar do pelo, das crinas e dos cascos, quando estamos chegando e eles percebem nossa presença antes de sermos vistos;até hoje, sempre que me aproximo de um cavalo, a primeira coisa que faço é estender a mão para que êle cheire e sinta que venho em paz.Já estou me alongando, mas lembrei que alma vem de anima, ou seja, que tem movimento e vida e talvez por isso mesmo, tenhamos a tendencia de imaginar que um carro tenha alma, pois tem movimento e vida, mecânica, é bem verdade, porém, quando é estabelecida essa simbiose homem-máquina, pelo menos para mim, parece que estou interagindo com uma coisa viva, como se fosse um cavalo. Quem sabe!?
Que baita texto Arnaldo! O final foi de marejar... Por mais que gostemos de carros, não há como comparar com um animal.
ResponderExcluirOlha isso... http://equoterapiabahia.blogspot.com.br/2010/03/equoterapia-ajuda-no-tratamento-de.html
Sds