Falei há poucos dias sobre rotatórias e o leitor Franklin lembro-me de comentar as minirrotatórias, a diabólica invenção da Companhia de Engenharia (?) de Tráfego de São Paulo. Diabólica porque sua construção impede que haja faixa de segurança para pedestres no prolongamento das calçadas, como deve ser, para não obrigar quem está caminhando a se afastar do cruzamento para chegar a uma eventual faixa localizada recuada rua acima ou abaixo.
Pior, quem for tentar atravessar no ponto onde deveria haver uma faixa de pedestres terá grandes possibilidades de tropeçar num dos tachões de separação de faixa de rolamento e eventualmente levar um tombo. Veja a situação:
Deveria haver faixa aqui mas a minirrotatória não deixa; note os perigosos tachões |
E no site da CET (www.cetsp.com.br) há uma mensagem "Primeiro o pedestre". Parece piada.
Até aqui falei dos pedestres. Mas, e os carros? Para início de conversa, a minirrotatória como essa no cruzamento da Avenida Moema com Alameda dos Tupiniquins, bairro de Moema, capital paulista, duas ruas de largura contida, é contraproducente no sentido de inverter o conceito universal (de mão direita) de preferência, que é o veículo que vier da direita a tê-la. Nas rotatórias e minirrotatórias, como se sabe, a preferência é de que estiver nela, portanto vindo pela esquerda. Só esse fator é bastante para lançarmos toda a crítica sobre a minirrotatória.
Até aqui falei dos pedestres. Mas, e os carros? Para início de conversa, a minirrotatória como essa no cruzamento da Avenida Moema com Alameda dos Tupiniquins, bairro de Moema, capital paulista, duas ruas de largura contida, é contraproducente no sentido de inverter o conceito universal (de mão direita) de preferência, que é o veículo que vier da direita a tê-la. Nas rotatórias e minirrotatórias, como se sabe, a preferência é de que estiver nela, portanto vindo pela esquerda. Só esse fator é bastante para lançarmos toda a crítica sobre a minirrotatória.
O segundo ponto é: para que minirrotatória? Se há um cruzamento, alguém há de ter preferência. Se quisermos alterá-la, institua-se no local a parada obrigatória ("PARE"). Se for preciso conciliar fluxos, há o recurso do semáforo.
Mas antes de recorrer ao semáforo há a possiblidade da Parada de Quatro Vias (4-Way Stop) muito usado nos Estados Unidos. À medida que os carros vão chegando ao cruzamento e parando, sai o que chegou primeiro e assim por diante. Quem já dirigiu lá sabe como é fácil e como funciona bem:
Nada mais fácil, arranca um de cada vez (foto safety.hhwa.dot.gov) |
Mas é a velha história: a falta de educação de trânsito e de fiscalização reduziram a placa "PARE" praticamente a um enfeite.
Fugindo rapidamente do assunto, estão vendo a placa de rua sobre a via, Harrison ave? Por volta de 1980 vi essa sinalização lá, na Flórida, e na chegada falei com o presidente da CET de então, Gilberto Lehfeld, sobre as inegáveis vantagens de ver o nome da rua com antecipação. Ele prontamente adotou-a e hoje temos várias ruas assim sinalizadas na capital paulista.
A solução tem outro problema: veículos maiores. Notem no primeiro vídeo que um caminhão pequeno, de 4 toneladas passa no liimte do traçado. Qualquer veículo maior tem de passar por cima da marcação e a CET autoriza isso! O que seria multa gravíssima, R$ 191,54 e 7 pontos na carteira, deixa de ser porque o veículo não cabe na minirrotatória.
Como vocês poderão ver nos vídeos, a bagunça nas minirrotatórias é total. Tem motorista que não respeita a preferência e há os que pensam que minirrotatória é chicana de autódromo, especialmente motociclistas, denotando total falta de noção de perigo.
BS
'
BS
'
Eu adóro cantar pneu nessas mini rotatórias.
ResponderExcluirÉ, Bob, vc realmente está ficando velho!
ResponderExcluirAqui perto de casa tem uma dessas pragas, com a diferença de que o cruzamento é mais largo e as ruas se encontram em ângulos diversos. Mas, como não poderia deixar de ser, a maioria das pessoas ignora o bom senso e entra em velocidade normal na minirrotatória, como se todas as vias do cruzamento fossem preferenciais. Para piorar, têm alguns "ilustres" que resolvem usar a minirrotatória para atravessar a rua em ângulo, ao invés de atravessar uma rua na perpendicular e, daí, atravessar novamente na perpendicular para outra.
ResponderExcluirPor segurança, eu sempre paro antes de entrar na famigerada minirrotatória (ou seja, só atrapalha...)
PS.1: Fica feio demais escrever minirrotatória pela nova gramática...
PS.2: Faltaram os vídeos...
Sério, Clementino? Não é bom local para isso - a menos que a rua esteja fechada ao tráfego e pedestres sejam mantidos afastados...
ResponderExcluirAnônimo
ResponderExcluirTodos estamos, a partir do momento em que nascemos. Mas seu comentário está ligado a quê?
Road Runner
ResponderExcluirÉ mesmo mau exemplo de engenharia de tráfego esse seu. Também não gosto das novas regras ortográficas. Cor é color nos EUA e colour na Inglaterra, e daí? Por que o nosso português tem de ser igual ao de Portugal? Falta do que fazer mesmo.
Os vídeos não haviam entrado porque o post subiu antes do carregamento, inadvertidamente, algum erro meu aqui.
Olá, Bob, obrigado por postar algo sobre minha sugestão. Os vídeos que você postou falam por si só. E a primeira foto também: a valeta numa das vias automaticamente atrapalha todo o conceito (aliás, as valetas dariam um bom post, o que acha? Qualquer lugar com melhor drenagem pluvial consegue viver sem elas).
ResponderExcluirVocê acredita que a CET tinha tanto orgulho da minirrotatória que chegou colocá-la na tela de abertura do site? E eles queriam expandir esta maravilhosa invenção para muitos outros cruzamentos.
Bob,
ResponderExcluirAqui em joinville essas pragas também tomam conta (ao invés da CET temos a CONURB). Eu costumo chamar de ROTATORIAS DO MAIS CORAJOSO. Pq qndo a grande fluxo tem que ser corajoso pra entrar na frente.
Abs.
Bob,
ResponderExcluirO problema está na rotatória ou do mau uso que os motoristas fazem dela?
Aqui na Alemanha existem mini-rotatórias também e ao que parece não atrapalha muito, mas elas são grandes o suficiente pra saber exatamente quem está rodando e ter preferência.
As faixas de pedestre e ciclistas são recuadas. Minha experiência como motorista diz que funciona bem. Como pedestre é indiferente e como ciclista é bem melhor que um cruzamento entre ruas de bairro.
Caramba!
ResponderExcluirBob, 2014 e 2016 é aqui no Rio e a grana tá acabando aí em SP!!!!
Ô economia porca essa!!!
Seria mais sensato intalarem um sinal de trânsito, mas isso é caro...
O negócio é economizar e que se danem as vidas e a tranquilidade perdida....
Estão querendo transformar o trânsito daqui num igual ao da Índia...
Agora, como tem motorista que, ao invés de para no meio, para fechado a rua de descida (à esquerda do vídeo)
Um abração,
Talles Wang
Já visitaram Brasília? Cruzamento aqui nunca existiu. Só essas rotatórias. Então por aqui não é novidade nenhuma. Inclusive acho mto estranho qdo vou a outras cidades com cruzamentos perigosos, onde não há nenhum modo de se reduzir a velocidade de quem vem nas vias... Mas aí a gente cai novamente na educação - ou a falta - dos motoristas brasileiros.
ResponderExcluirRodrigo Ciossani
ResponderExcluirO problema é de tamanho. Tem que haver uma definição clara de que ali se roda. Quando, por ser pequena, se confunde com cruzamento normal, temos problemas. Foi como você disse, são grandes o bastante aí. Qual a sua cidade aí? Gostaria de ver no Google Earth como isso tudo está resolvido.
Marlon José,
ResponderExcluirIsso não é maneira de equacionar trânsito, correto?
Talles Wang.
ResponderExcluirSemáforo é para regularizar fluxos que se cruzam. Só precisam ser usados quando o volume de tráfego é alto. Antes do semáforo vêm a regra de preferência e a parada obrigatória.
Pedro Miranda,
ResponderExcluirEm Brasília tem rotatória, não minirrotatória plantada no meio de um cruzamento de bairro.
Quando o órgão (ir)responsável pelo trânsito não sabe como organizar o tráfego num cruzamento (por falta de competência, suponho), ele cria uma minirrotatória. Imaginem que fosse criada uma placa de trânsito que indicasse "cruzamento sem ordem de preferência" (ou "dane-se"). O resultado é mais ou menos esse.
ResponderExcluirMas eu já vi minirrotatórias ainda piores, com o canteiro central elevado.
Me assusta a freqüência com que se vê os órgãos de trânsito brasileiros cometerem erros primários. E salve-se quem puder.
FCardoso
ResponderExcluirÉ mesmo assustador o que se vê.
E em Brasilia temos centenas de milhares de lombadas, demonstrando a total falta de educação do motorista daqui. Como me irrita a tal da lombada! Mas que há de se fazer? Sem elas os filhinhos de papai saem atropelando pessoas quando não estão queimando índios.
ResponderExcluirKantynho
ResponderExcluirO inventor da lombada vai arder no inferno por toda a eternidade. Merece.
É Bob,
ResponderExcluirJá falamos muito nisso. O CET de engenharia não tem nada. Eu posso citar aqui uns 30 erros clássicos, mas qdo voce escreve p/o Estadão, vem uma tal de Adele (talvez seja isso) Nahan como RP do CET com respostas padrão, aquelas que servem para tudo. Mas não adianta, estive na sala do presidente uma vez, era o Scaringella e não acreditei no que vi ! Sala de 100m2 com sofás de couro etc.... Vergonha
Acabei de enviar um e-mail p/o Water Feldman, com cópia p/vc. Esse é um político sério, um dos raros.
ResponderExcluirVeja aí e comente !
Abração
Aqui em Santos também temos destas minirrotatórias e a quantidade delas vem crescendo a cada dia.
ResponderExcluirInclusive instalaram rotatórias em cruzamentos entre duas vias de mão única!! Nunca consegui entender para que existe isto!
Ah... o Link para ver a minirrotatória de duas vias de mão única...
ResponderExcluirhttp://maps.google.com.br/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=santos&sll=-14.179186,-50.449219&sspn=103.697693,158.027344&ie=UTF8&hq=&hnear=Santos+-+S%C3%A3o+Paulo&ll=-23.962798,-46.324964&spn=0.000868,0.001206&t=k&z=20
Sds
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirkakakak 'Engenharia de transito' nunca vi esses caras acertarem 1 aqui no Rio se fossem construir predios não ficaria um em pé, é impressionante a quantidade de coisas erradas que esta cambada de amadores fazem no trasnito das cidades....
ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirSegue um link com uma foto (também está no Google Earth) da rotatória de bairro que falei:
http://commondatastorage.googleapis
.com/static.panoramio.com/photos/or
iginal/13471826.jpg
Estou em Pforzheim, mas várias outras cidades adotam. O local em questão está em:
Latitude: 48°53'57.62"N
Longitude: 8°41'27.87"E
Talvez no Google Maps as encontre mais facilmente. O Earth tem captura de imagens de 2000 a 2002.
Busque no google em imagens por "Kreisverkehr". Há várias fotos dessas minirrotatórias por aqui.
Bob,
ResponderExcluirO "STOP 4-WAY" é algo que teremos por aqui em uns 4 ou 5 séculos, pela minha previsão. Se não acabarmos como País antes disso.
Se minirrotatórias já incomodam por aqui, o exemplo que o MFThomas mostrou beira o surreal. Confesso que não entendi o porquê daquela aberração no meio do cruzamento. Só se o sujeito acha bonito pintar "zebras" na beira das esquinas, só pode ser...
ResponderExcluirJá a que o Rodrigo mostrou tem razão de ser, uma rotatória de fato. Mas, se fosse "neste país", haveria um "PARE" no lugar da placa para dar a preferência...
MFThomas
ResponderExcluirAbsolutamente doida essa mini-não-sei-o-quê. A autoridade de trânsito de Santos enlouqueceu.
Rodrigo Ciossani
ResponderExcluirA localização segundo as coordenadas fornecedidas representa foto de 2000 do Google Earth, com imagem ruim. Já a da foto que você mandou via link mostra claramente as placas de "Dê preferência" e caminhos para pedestres. Aproveito e mando o link de texto da Federal Highway Administration dos EUA sobre minirrotatórioas para você e demais leitores. Ali diz que foram inventadas na Inglaterra e veículos maiores têm de passar sobre a ilha central. É o máximo da bagunça.
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://safety.fhwa.dot.gov/intersection/roundabouts/fhwasa10007/ppt/images/s26.jpg&imgrefurl=http://safety.fhwa.dot.gov/intersection/roundabouts/fhwasa10007/ppt/&usg=__2xFgHxTWflchEpxQM_k3fXYC1Mw=&h=442&w=459&sz=42&hl=pt-br&start=14&sig2=viC6B6D25qrx_b5JUh3Hkw&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=s9VPs0uBc53FeM:&tbnh=123&tbnw=128&prev=/images%3Fq%3Dmini-roundabouts%2Bgermany%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26sa%3DN%26biw%3D1024%26bih%3D583%26tbs%3Disch:1&ei=SFSvTPV8gtWeB8SKkeEF
Corretíssimo MFThomas, em Santos essaqs pragas "brotam" da terra.
ResponderExcluirO padrão no trânsito é a falta de padrão: em cruzamentos onde deveria existir o "pare", há mini-rotatórias; e em rotatórias "de verdade" espetam um "pare". Condicionam mal o motorista.
Eu tenho medo de passar em rotatórias, sejam grandes ou pequenas, só Deus mesmo!
Morei em Brasilia muitos anos e as rotátórias quando bem feitas funcionam maravilhosamente bem.
ResponderExcluirEu batí em um Corola 4 meses atrás em Moema. Um "senhora" motorista que devia estar apressada passou por cima da rotatória e eu, mesmo andando devagar, apliquei o freio ao máximo mas não conseguí evitar uma batida na porta do carona do carro da senhora. No final foi até bom pois mais 1,5 segundo e ela me atropelava. Eu estava em uma Honda Biz+.....
Sergio,
ResponderExcluirO grande problema das minirrotatórias é muitas serem malfeitas e, principalmente, sinalizadas erroneamente, como assinalei em Sai Carro, Entra Cavalete (http://autoentusiastas.blogspot.com/2010/10/sai-carro-entra-cavalete.html)