Esta é a posição do carbono na tabela periódica dos elementos químicos, fonte de inspiração do nome do mais novo conceito apresentado pela Lamborghini no Salão de Paris, aberto de 30 de setembro a 17 de outubro.
Em primeira análise, não parece ser nada além de um Gallardo depenado com uns pedaços a menos de carroceria para fazer uma versão "KTM X-Bow".
Na verdade, este conceito é um pouco mais do que isso. Não é apenas também um Gallardo com carroceria de fibra de carbono, que não deixa de ser verdade. Este carro foi o trabalho de anos de desenvolvimento e aprimoramento nas tecnologias de materiais reforçados com compósitos, os chamados CFRP (carbon-fibre reinforced plastic, ou plástico reforçado com fibra de carbono).
Na verdade, este conceito é um pouco mais do que isso. Não é apenas também um Gallardo com carroceria de fibra de carbono, que não deixa de ser verdade. Este carro foi o trabalho de anos de desenvolvimento e aprimoramento nas tecnologias de materiais reforçados com compósitos, os chamados CFRP (carbon-fibre reinforced plastic, ou plástico reforçado com fibra de carbono).
O Sesto Elemento pesa apenas 999 kgf, um tanto "marketeiro" mas enfim, e usa o V-10 de 562 hp (570 cv) e proporciona uma relação peso-potência muito boa. A Lamborghini divulga números de aceleração próximos do Veyron.
O grande lance do Sesto Elemento é como foi possível atingir o reduzido peso total. A estrutura principal do carro é um monobloco de fibra de carbono, bem como o agregado dianteiro e diversos elementos de suspensão e tração. Conta-se na lista itens como rodas, braços de suspensão, cardã, bancos e painel.
O processo tradicional de fabricação de peças de fibra de carbono é com o uso de diversas camadas de tecidos trançados do material, reforçado com resina epoxi e curado sob alta pressão e temperatura, em um forno chamado autoclave. Este processo é caro, demorado, e dificulta a fabricação de peças de complexas geometrias, pois precisam ser feitas em partes e depois unidas.
O novo processo criado pela Lamborghini, juntamente com diversos colaboradores como a Boeing, Callaway (não a preparadora de Corvettes, mas o fabricante de tacos de golfe) e a Universidade de Washington, elimina o uso dos tecidos umedecidos com a resina e em seu lugar utiliza um composto pastoso de fibra de carbono e epoxi que é injetado a alta pressão em moldes especiais, com liberdade de forma. Este novo material foi chamado de Forged Composite (compósito forjado, em alusão aos processos de forjamento de alta pressão em moldes fechados).
O resultado são peças mais baratas, leves e tão resistentes quanto a fibra de carbono convencional, com menor tempo de fabricação e maior liberdade de criação de formas. Como todo conceito novo, não vai ser amanhã nem no próximo mês que teremos carros fabricados por este processo, mas aos poucos essa nova tecnologia será aplicada em diversos itens do veículo, e quem sabe chegará aos nossos carros, meros mortais.
Nas palavras do executivo-chefe da Lambo, "Tudo em prol do desempenho e das baixas emissões."
MB
Milton,
ResponderExcluirTive a oportunidade de ir ao Salão de Paris. O design desse lambo tem tudo de bom e ruim ao mesmo tempo: o novo processo, algumas formas e os usos da fibra de carbono impressionam; já o estilo (mesmo sendo um showcar, e mesmo sendo Lamborghini - carro que quer chamar a atenção) penso que é quase pornográfico, óbvio até.
Penso que nesse ponto a Lamborghini poderia ter ido mais além... bem mais...
Rodrigo,
ResponderExcluirEu penso que eles poderiam ter feito um design diferente, pois assim os menos atentos podem achar que é só um Gallardo 'tunado'.
Por outro lado, serve para mostrar com é possível evoluir o projeto a ponto de mudar tão radicalmente o veículo sem alterar muito a aparência.
A coisa pende para os dois lados, e nenhum está errado no meu ponto de vista. O resto é gosto pessoal.
abs
Tudo indica que a BMW vai fazer coisa parecida com o Megacity, bem como com seu projeto de tornar a fibra de carbono tão popular quanto o aço.
ResponderExcluirPor lá, fala-se que mesmo os carros de massa usarão fibra de carbono, ainda que isso mude um pouco o tempo de vida de um modelo, que teria de passar para 15 anos. Uma solução para manter a renovação em um caso desses seria ter uma estrutura bem versátil e sem formas tão definidas e, sobre ela, fixar painéis que poderão ir mudando com o passar dos anos.
Anônimo,
ResponderExcluirO que você escreveu faz sentido. É bem provável que a BMW estude algo parecido. A saga BMW para os próximos anos é reprojetar a maneira de se construir um carro, e não apenas mudar a casca.
Minha única preocupação é que o aço é reciclável, já a fibra de carbono não... e aí já não sei mais se a vantagem do baixo peso/consumo se reverte em melhora ambiental.
Correção boba mas o nome do carro é seSto elemento, em italiano, e não seXto em português.
ResponderExcluirPergunta de leigo: como fica a resistência à fadiga e a impactos dessas peças de fibra de carbono em itens como suspensão e transmissão? Peças convencionais de ferro, aço, liga etc. avisam antes de quebrar (entortam, trincam).
ResponderExcluirNa Fórmula 1 o que costumamos ver são os braços da suspensão fazerem "plaf" e sairem voando, sem aviso prévio.
Bom questionamento sr.Italo, afinal foi por causa de um "plaf"desses, que perdemos nosso tricampeão.
ResponderExcluirItalo, quanto à fadiga, é mera questão de dimensionamento do componente.
ResponderExcluirJá no impacto, os compósitos apresentam característica de fratura frágil, ou como você disse, eles não entortam. No caso do monocoque isto não é um problema, pois ele é resistente o suficiente. Já os itens de suspensão, acredito que trabalham com o recurso de um inserto metálico, obviamente bem menor do que se a peça fosse inteira metálica.
Mas por outro lado, os fabricantes sabem dos riscos e acho muito dificil que utilizem materiais que possam apresentar esse tipo de fratura em itens críticos de um carro de passeio. A resistência do compósito deve ser muito bem dimensionada.
abs,
Bambino, o título havia sido 'abrasileirado' mesmo, mas deixamos na língua original para não gerar confusão.
ResponderExcluirabs,
Este processo semelhante a injeção de plastico vai com certeza reduzir os custos da fibra de carbono, é o caminho para o carro de plastico,so vejo vantagens e quanto a absorver impactos pode-se colocar peças de aluminio fora da celula de sobrevivençia para esta função.
ResponderExcluirA tecnologia está avançando cada vez mais rápido, motores quase totalmente de plastico ja existem, caminhamos para o carro descartável , isso terá o lado bom : veiculos baratos e o lado ruim ,veiculos descartáveis, é so uma questão de tempo.
Ô, João Ferraz, o que seriam veículos descartáveis? Você quer dizer carros com vida ainda mais curta que a dos atuais? Ô loco! E procede isso de que motores de plástico são mais baratos do que os de ferro e aço? O custo ambiental será certamente mais alto. Mas que carro horrível esse, hein? Jaspion é pinto. Não o Ford Pinto, claro, que era até simpático.
ResponderExcluirAntes de mais nada, o Sesto Elemento cairia bem em algum desenho animado futurista.
ResponderExcluirFicou medonho.
Já quanto à técnica, é louvável a redução de massa.
Queria ver como se comporta num teste de impacto, não creio que as peças vão se "esfarelar" como acontece num carro de F1.
para quem quiser avaliar a dimensão dos crashes na pratica:
ResponderExcluirhttp://www.wreckedexotics.com/
E vc joga papel e papelão no lixo. Brincadeira, mas que parece reciclagem de papelão, parece.
ResponderExcluirRoberto, se pensarmos no futuro acho que existirão veiculos descartaveis sim, veja que o plastico criou a possibilidade de injetar em um molde produtos feitos rapidamente e baratos, antes era tudo feito a mão,quer algo especial? faça voce mesmo ou pague para algum artista fazer, mas coisas em massa são baratas e ao alcance de todos,veja no link abaixo neste blog sobre motores de plastico, baixar os custos é somente questão de tempo.
ResponderExcluirMuitos criticam o plastico, mas esta foi uma das melhores coisas ja inventadas!
http://autoentusiastas.blogspot.com/2010/07/motor-de-plastico.html
Luca de Montezemolo franziu a testa...kkkk. Pelas declarações do presidente da Ferrari, a resposta virá só em 2012, com o seu milechilli (mil quilos), que será um V-8 biturbo e utilizará massivamente a fibra de carbono. Enquanto a Ferrari (que foi pega no contrapé, tanto que não vai lançar a 458 scuderia), planeja a sua reação, pergunta-se: quando afinal será lançado o sucessor do murcielago?
ResponderExcluirMilton Belli,
ResponderExcluirObrigado pela aula.
Como você disse, este Concept impressiona mais pelo novo material utilizado do que o seu desenho “Reventón Evolution”. Ele reacende a chama da guerra do menor peso-potência entre os superesportivos atuais.
Se futuramente uma derivação deste Lambo tiver estes mesmos valores e seja fabricado em série, aguardo ansiosamente os resultados dinâmicos em algum race track, como Autozeitung test track, Top Gear track, Hockenheim ou Nordschleife . Caso seja o esperado, uma festa de coroamento no mundo automobilístico será realizada.