Este ano começará a ser vendido nos EUA e Japão o modelo Leaf da Nissan. Ele é somente elétrico. Puro, nada de híbrido, nada de motor a combustão para ajudar a tracionar ou trabalhar como gerador de energia elétrica. É só bateria e motor elétrico. Simples.
Não sou engenheiro, mas estou tentando entender o que vem por aí, mesmo que muitos queiram ou não queiram, gostem ou não gostem.
Segundo a Nissan:
A bateria de íon de lítio dá autonomia de 160 km. Ela tem a capacidade de armazenar 24 kW.h. Uma tomada 220 V caseira carrega essa bateria do zero a 100% em 4 a 8 horas.
Estações de carga rápida – que serão instaladas nos Estados americanos onde o Leaf primeiramente será vendido – carregarão do zero a 80% em 25 minutos. Os últimos 20% de carga demoram mais, pois a bateria tem mais trabalho para organizar a carga dentro de si (os engenheiros que desculpem esta explicação simplista). Resumindo: quanto mais carregada, mais demora para socar energia lá dentro.
O Leaf terá ar-condicionado, ar-quente, som bom, vidros elétricos, etc – todas as amenidades de conforto atuais.
Sua aceleração será forte, tal qual um carro com motor V-6, e a velocidade máxima será de 145 km/h. Motor elétrico é assim: 100% de torque logo de cara, e torque mais alto que o motor a combustão quando o relacionamos às suas potências máximas.
Ao frear, o motor vira gerador e aproveita essa energia carregando a bateria.
Parado no trânsito ele não gasta nada – o motor está desligado –, a não ser que o ar-condicionado esteja ligado, o som, luzes, faróis etc.
Preço de venda: US$ 25.280, isso porque lá o governo dará um subsídio de U$ 7.500, senão seria de US$ 32.780.
Mais de 80% dos americanos rodam diariamente bem menos que esses 160 km, que é a autonomia do Leaf.
Bom, à primeira vista o Leaf parece viável, ao menos para o uso urbano diário, ir pro trabalho durante a semana etc. Já viajar para longe a coisa complica e dá margem para muitas discussões de soluções de carga rápida e futuras melhorias na tecnologia das baterias, que são muito promissoras. Para uso urbano acho ótimo. Silencioso, econômico, pouquíssima manutenção.
Nos EUA, com a tarifa da energia elétrica de lá, que em média é de R$ 0,19/kW.h (segundo a Nissan), custará R$ 4,50 carregar os 24 kw.h, ou seja, do zero à carga total. Então, lá nos EUA, com R$ 4,50 o sujeito vai rodar 160 km, o que é baratíssimo.
Já aqui, por incrível que pareça, nossa energia elétrica custa mais que o dobro dos EUA. Em São Paulo, por exemplo, ela custa R$ 0,45/kW.h!!! É revoltante, ainda mais quando sabemos que 85% de nossa geração de energia elétrica provém de hidrelétricas, o modo mais barato de produzi-la, quando nos EUA a base é carvão, óleo e nuclear. Mas brasileiro é mais rico ou mais trouxa que americano – um dos dois (segundo eu, um trouxa, porque mais rico que americano sei que não sou). Então pagamos mais que o dobro do que eles pagam.
Então, aqui esses 24 kWh nos custariam R$ 11,00. Com isso o Leaf roda 160 km. Então, comparando-o a um carro a gasolina que faça 11 km/l – o que é bom para um carro médio com todos os confortos, e em uso misto –, o a gasolina precisaria de 14,5 litros a um custo de pelo menos R$ 36,00.
Já um a álcool, hoje, com o álcool “barato”, R$ 1,30/l, ele gastaria ao redor de R$ 25,00.
Bom, aí estão alguns números para serem estudados e discutidos, porque os elétricos estão chegando e darão o que falar.
Como digo entre meus amigos, pra mim, tudo bem andar com carro elétrico neste trânsito estúpido, desde que eu possa acelerar um bom a combustão, alavanca de câmbio na mão, pedal de embreagem, nos fins de semana.
Este é o site oficial do Leaf: www.nissanusa.com/leaf-electric-car/
AK
Continuo curioso sobre de onde vai vir tanta energia pra abastecer essas baterias se esses carros elétricos se tornarem tão populares quando os atuais à combustão.
ResponderExcluirAinda mais com essas autonomias "redículas".
As geradoras e distribuidoras de energia mal dão conta da demanda que temos hoje, imagina se lançarem esses carros elétricos...
ResponderExcluirJa da apagão com o consumo atual, com os elétricos então...
ResponderExcluire a energia esta mais cara hoje, pois estamos usando reserva de energia gerada por usinas termo eletricas, essa medida se não me engano continuara até 2012 pelo que vi na TV...
Eu usaria numa boa, a despeito do custo Brasil embutido nas tarifas absurdas que pagamos por uma energia pouco confiável.
ResponderExcluirMas, se a trapitranca custa 25 mil doletas, com incentivo de 7.500 , qual será o custo de aquisição por aqui?
Taí, estraguei a brincadeira.
Fique tranquilo Arnaldo; vc ( e eu mais um monte) ainda iremos usar embreagem e o cambio na mão por muito tempo.
Lendo esses números e as fotos do carro, que até é engraçadinho, dá pra ficar pensando num desses pra ir ao trabalho e tal. O problema é que, como os colegas já disseram acima, "isso" aqui é Brasil, sendo assim tudo é diferente, pra pior, começando pelo preço do carro.
ResponderExcluirAK,
Se levarmos em conta os engarrafamentos, a autonomia pode ser bem menor caso se utilize os equipamentos de conforto a bordo. Nesses casos, a autonomia também deveria ser divulgada em horas, levando em consideração, por exemplo, o funcionamento de todos os equipamentos ao mesmo tempo.
Carro elétrico? Hm.... não, obrigado. Pelo menos não por agora.
ResponderExcluirInteressante mesmo! Achei ótimo para ir trabalhar.
ResponderExcluirPeguei um exemplo de A/C de 9000 BTUs, o consumo é de 0,82 kWh.
O som é irrisório, ainda mais para um carro que não faz barulho, não será necessário algo muito potente.
E outra... assim eu preservo a caranga deste trânsito, que só deteriora o carro e só tiro da garagem para rodar na estrada.
O seu "xodó" também agradecerá... hehehe... por rodar em pistas melhores e em regimes de rotação melhores também. Perfeito!
Ainda não tenho certeza dessa onda do puramente elétrico. Acho que o veículo ideal teria motor elétrico para se deslocar e um pequeno motor a combustão (pequeno mesmo, de moto 125, não esse 1.4 turbo do Volt) para gerar energia para o motor elétrico. Funciona muito bem há décadas em locomotivas.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAK,
ResponderExcluirEstá desculpado. :-)
Não é só na energia elétrica que pagamos o dobro, nos combustíveis também.
Eu desconfio que esses números não estão muito corretos. Então convido a todos a revê-los. Vou fazer uma comparação:
No prédio onde moro, há um transformador de 100kVA (agora eu vou pedir desculpas aos demais Engenheiros para dizer que isso "equivale" a 100kW).
Acabamos de colocar um gerador de 100kW. Então hoje temos duas opções: ou consumimos até 100kW da rede elétrica, ou 100kW a partir de diesel.
100kW de diesel, convertidos em energia mecânica e em seguida em energia elétrica, equivalem a 7,5 ml/s, ou então 27 l/h. Atualmente isto custa R$54/h. Isso significa que, em diesel, o kWh custa R$0,54, enquanto que o valor cobrado pela concessionária de energia é, como voce mesmo disse, R$0,45.
Isso significa que, em termos energéticos, diesel é 20% mais caro do que energia elétrica (comparando varejo x varejo). Com álcool a coisa piora, e com gasolina nem se fala.
No caso do carro elétrico, a diferença de custo que voce aponta é de aproximadamente 3:1, ou seja, gasolina tendo custo equivalente ao triplo da energia elétrica.
Caso o gerador adotado no prédio fosse a gasolina, ele consumiria, em plena carga (lembrando que plena carga, no meu caso, é 100kW) 9,3 ml/s, ou então 34 l/h.
Atualmente isso custa R$79/h. Isso significa que, em gasolina, o kWh custa R$0,79, ou seja, quase o dobro do custo da energia elétrica.
Destes numeros já podemos chegar a uma conclusão: em termos energéticos, a gasolina é extremamente mais cara do que o diesel. Será que a gasolina ainda subsidia o diesel? Essa diferença de custos se deve a diferença de preço por litro e também diferença de eficiência dos motores (ao redor de 32% para gasolina e 40% para turbodiesel).
Considerando que o carro elétrico sempre possui frenagem regenerativa (como voce mencionou no seu texto), é possível que essa diferença de custos energéticos de 2:1 se torne 3:1, o que significa que o carro elétrico tem rendimento 50% maior do que o mesmo a gasolina (ou seja, seria equivalente a um gasolina com quase 50% de rendimento). Isso é plenamente possível!
Portanto, seus números são realmente plausíveis. Mas devemos avaliar as consequências disto. Uma delas é a troca dos ICE (motores de combustão interna) de rendimento nessa faixa de 32% a 40% por novas usinas hidrelétricas ou termonucleares, que tem rendimento altíssimo. Se a troca for por termelétricas convencionais, o rendimento não é tão bom, mas ainda é bem acima dos 40% do diesel. Portanto, é uma troca energeticamente benéfica.
Outra consequência já foi mencionada e é a falta de infra-estrutura de GTD (geração, transmissão e distribuição de energia). Isso vai exigir um investimento monstruoso, mesmo nos USA.
Agora, a pior, a que ninguém menciona, é que essas baterias, além de causarem um enorme problema ecológico, se inutilizam num prazo de 5 anos! E depois? Compra-se tudo de novo ou troca-se de carro. Não é necessário dizer que o valor do carro despenca, ou seja, o que o sujeito economiza em energia ou combustível não cobre o que ele perde no valor do carro. Basta verificarmos como é a depreciação do Toyota Prius, e aplicarmos um fator igual a 2 (ou mais) para a depreciação do Leaf (pois ele é puramente elétrico, e não híbrido), e pronto, temos uma boa noção de quanto se perde neste tipo de carro ao longo do tempo.
Portanto, será que, no final de todas as contas, esse negócio é realmente viável? Ou é mais uma conspiração mundial anti-black-oil?
O Bussoranga botou o dedo na ferida: o impacto ecológico resultante da fabricação e do descarte dessas baterias.
ResponderExcluirMas não me sinto à vontade para tirar conclusões sobre essas iniciativas, muito menos para condená-las. Acho que estamos no começo de uma fase de transição que ainda verá o surgimento de uma série de novas tecnologias e a aplicação inovadora de tecnologias já existentes em prol da viabilização do automóvel elétrico. Daqui a uns 15 ou 20 anos, as coisas deverão estar bem mais claras.
Pois é, 2 problemas gravíssimos ao mesmo tempo: o ecológico e o econômico (não o financeiro).
ResponderExcluirA principal bandeira dos ecochatos é que o processo do petróleo consiste em se retirar carbono do subsolo e jogá-lo no ar. Talvez essa alegação seja parcialmente verdadeira. Digo parcialmente porque é compensável com plantas. Como sabemos, plantas realizam respiração e fotossíntese, de tal forma que a taxa de fotossíntese supera por larga margem a taxa de respiração, portanto, ao longo de 1 dia, ela realmente retira carbono da atmosfera.
Se a "moda" do carro elétrico pegar (e vai pegar, pois está todo mundo "doido" para provar que o petróleo é substituível), estaremos basicamente trocando o petróleo por metais pesados. O grande perigo é que não existe fotossíntese para metais pesados!!!
Alguém vai argumentar que os metais não são lançados no ar. Correto, porém, após a vida útil da bateria, eles serão lançados em algum lugar. Até lá quero crer que haverá reciclagem, mas como sabemos, todo processo de reciclagem tem perdas, e estas perdas podem ir para o ar, água ou solo (e sempre vão para algum lugar). Resultado: estaremos trocando um problema contornável por outro MUITO pior.
Lixo eletroquímico é o pior dos lixos! Sorte nossa que combustíveis não deixam lixo. E antes que alguém grite por aí que deixam sim, basta escolhermos combustíveis que geram pouco ou nenhum SOx e NOx.
E me antecipando de novo: hidrogênio não serve! Mas essa eu deixo para o CZ responder (cadê ele hein?)
Quer dizer então que tem que deixar o carro plugado no posto carregando por mais de meia hora... pra rodar 160 km? E ainda ter que lidar com todos os problemas relacionados à geração/distribuição de energia elétrica e produção/descarte de baterias com metais pesados violentamente tóxicos? Simplesmente genial...
ResponderExcluirAh, e baterias enormes, aposto. Então, uma avalanche de baterias gigantes, cada uma com grandes quantidades desses metais pesados. Lindo.
ResponderExcluirAssunto fascinante.
ResponderExcluirAcho que foi por aqui mesmo que vi uns mosaicos montados com descartáveis recolhidos em lixões. O mais impressionante era um só com pilhas AA. O troço era um baita painel. Até bonito visto a distancia. Se, de um lado o politica e ecologicamente correto (odeio a expressão) valoriza as virtudes de um veículo elétrico, resta o terrível problema do descarte após o fim da vida útil. Sejamos francos. Quem é que REALMENTE recicla todo o lixo que produz diariamente? Só os xiitas mesmo, e eu tenho minhas dúvidas a respeito.
Eu tento e reconheço que posso mais, porém vou empurrando com a barriga aquilo que dá um tanto a mais de trabalho.
O fato é que, estamos num período de transição, pleno de argumentos pró e contra.
Quem trará a melhor resposta serão os cientistas, se conseguirem encontrar um jeito de armazenar energia a um custo baixíssimo , em recipientes não poluidores. Parece utopia? eu penso que não.
Quem imaginava a 15 anos que estariamos conversando, literalmente com todo o planeta, sentados atras de um teclado?
assunto fascinante, repito.
Certa vez eu estava discutindo (ferrenhamente) com uma amiga "metida à ecochata" que dizia ser a primeira a comprar um carro elétrico, se já houvesse no brasil, só por questões ambientais.
ResponderExcluirQuando citei para ela que na verdade estamos substituindo um problema por outro, ela quiz argumentar. E nessas argumentações vieram de tudo.
Muita gente imagina que carro elétrico é sinônimo de "carro verde" (só se esta for a cor predominante da carroceria!) ou carro com emissões zero.
Sinceramente eu gostaria de entender o por quê das pessoas defenderem tão veemente algo que só "escutaram".
Que todos me perdoem o comentário que farei agora. Mas "ecochatos", pra mim, são como políticos. Falam muito e fazem pouco.
Querem um "mundo melhor"? Querem menor isso, menor aquilo? Só se existir controle de população.
Algum político maluco (ou "ecochato") assumiria a "bronca" de um projeto como esses?
Afinal, eu não vivo sem as comodidades do mundo moderno. E você? E o próximo?!?
Pra quê fazer um carro elétrico de perfil urbano com grandes dimensões como este? É coisa pra americano ver. Esses japoneses não dão ponto sem nó.
ResponderExcluirÍtalo, Anderson e Renan
ResponderExcluirNossa produção de energia elétrica provém em sua maior parte de hidrelétricas, coisa de 85%, daí que vc sabe que não dá pra ficar abrindo e fechando torneiras e elas trabalham para suprir o pico de demanda, que é tipo 8 hs da noite. Na madrugada sobra energia, que é praticamente jogada fora. Essa aí é a que vai carregar as baterias dos elétricos.
Já trabalhei com irrigação na fazenda, motor elétrico de 150 cv, e sempre que possível só o ligávamos de madrugada, pois havia um bom desconto. Isso está programado pra acontecer nos EUA e países da Europa e Japão, onde os governos se preocupam mais em trabalhar.
Regi nat rock,
Com o tempo e maior economia de escala os custos tendem a cair e o elétrico fica mais viável. E note que o Leaf é um carrão para os nossos padrões. Para os americanos é carrinho, o mínimo.
Marlos,
De acordo, mas com o tempo essas questões aparecem e as soluções também.
Fabio,
Exato. Uma mulinha marchadeira pra ir pro trabalho e um puro-sangue de pelo brilhante pra arrepiar nos fins de semana. Na roça é assim...
Bianchini,
Um Hondinha 125 gera coisa de 12 cv e ele até carrega a bateria, mas quando a bateria acaba ele só estará injetando nela os tais 12 cv (na melhor das hipóteses) e dela não há como sair mais que isso, o que não leva o carro a mais que uns 30 ou 40 km/h. sacou?
Bussoranga,
O consumo que vc diz do motor diesel e do a gasolina é com eles em regime fixo de rpm, em seu regime ideal de aproveitamento do combustível. Isso não é o que acontece se o motor está num veículo, pois abaixo ou acima dessa rotação ideal o rendimento se cai, e muito. Cai pra baixo de 20%. Acelera e para, etc, isso tudo ferra com tua conta.
Paulo Levi,
As batrias do Leaf devem durar de 5 a 10 anos com boa eficiência, e já há planos para utilizá-las depois disso em outras finalidades. E dá pra reciclar. Novas baterias compostas de outros materiais estão por vir em breve e dizem que não serão poluentes, além de terem maior capacidade e maior velocidade de recarga. Muita grana está sendo gasta em pesquisa e pode crer que vão resolver essa encrenca.
Eduardo,
Ecochatos que usam sandália de pneu também acho um saco. Pouco objetivos.
AnÔnimo,
O Leaf é o mínimo que um americano engole. Outros, menores, virão em breve, principalmente para Europa e Japão. Isso pra não falar na China, que está entrando com tudo nessa área. Cuidado com ela...
Só espero que as baterias não venham para o "terceiro mundo" lotar os lixões como tem acontecido a décadas com os computadores inutilizados lá, que são vendidos já danificados e/ou com pouca vida útil para países africanos, sob bandeira de estarem incentivando reciclagem e inclusão digital e na verdade estão vendendo lixo.
ResponderExcluirOutra coisa que não entendo é... antes você retira petróleo, transforma em gasolina (e outros), pega essa gasolina e transforma em movimento. Agora vamos pegar petróleo, queimar em termoelétricas, transformar em energia, levar essa energia elétrica, transformar em energia quimica, depois transformar em movimento? Tipo, a cada transformação tem-se uma perda grande... o pior é quando as termo não são a petróleo, mas sim a carvão ou nucleares...
Sei lá, isso aí tá parecendo saia curta, puxa pra baixo pra cobrir mas mostra em cima os pelinhos... puxa pra cima mas mostra o fundo... enfim, vcs entenderam.
Carro elétrico é mais marketing do que outra coisa. Ok, deve ser legal ter um torque violento a qualquer rotação.
ResponderExcluirMas pra gerar energia no mundo pra alimentar estes veículos as emissões de CO2 dessa produção seriam tão grandes quanto às atuais.
O carro realmente é pra americano ver. Muito grande pra um urbano. O design em si até me agrada, dentro e fora.
Espero que seja um primeiro passo de muitos pra aperfeiçoar novas tecnologias da mobilidade.
Pra mim carro verde é também um mais leve, mais reciclável, novos materiais, mais eficiência de propulsão. E mais importante, teremos que rever o uso que fazemos dos carros (transporte público, car sharing, aluguel, etc) e sair da estupidez que São Paulo vive por exemplo no trânsito... isso é mais importante AGORA...
Imaginem em 20 anos: Brasil entupido de carros elétricos. China, Índia, Rússia, Europa, Japão, México e EUA (!)... e produzir energia pra tudo isso nos moldes atuais? Durma com um barulho desses...
ResponderExcluirA questão é séria, e "deveria" ser tratada tecnicamente e globalmente, sem política no meio. Mas isso é quase utópico...
No lugar do Leaf, eu prefiro um Fusion híbrido, muito mais prático e racional. No atual estado da arte, eu não me arriscaria a pegar um carro 100% elétrico...
ResponderExcluirAK,
ResponderExcluirVoce tem razão. Fiz as contas com motores estacionários. Na verdade não é que os motores automotivos tenham rendimento muito pior (é apenas um pouco pior), o problema é a energia que atiramos no lixo ao ficar acelerando e freiando no trânsito. No final das contas concluí que seus números estão corretos (o que era a minha dúvida inicial).
Voce disse que baterias melhores e realmente recicláveis estão por vir. Bom, não duvido disso, mas o fato é que este carro em questão, por se tratar de um projeto feito recentemente e quase pronto para produção, vai utilizar a tecnologia disponível hoje, portanto, terá as consequências já apresentadas. Só quero que fique claro que não sou contra veículos elétricos, e sim contra trocar problemas atuais por problemas futuros piores, ou seja, o "mudar por mudar", sem se avaliar se é para melhor.
Não duvido que esse problema de reciclagem, durabilidade e carga útil das baterias será resolvido. Mas até lá, não seria o caso de se investir muito mais em P&D de motores elétricos mais leves? Eu conheço motores elétricos, e sei que eles são MUITO pesados (em kW/kg).
O interessante é que até agora ninguém discutiu sobre o aspecto econômico!!! Vamos fazer um levantamento sobre os custos de manutenção/depreciação vs custos de energia?
Voce mencionou também que ocorre desperdício de energia nas hidrelétricas quando é descartada água excedente. Não é bem assim que a coisa funciona. Isso só acontece quando há uma previsão de transbordamento, ou seja, energia que não se tem meios de ser armazenada. O descarte noturno que voce mencionou não acontece, pois a vazão de água é reduzida pelas comportas.
O motivo de se fornecer energia mais cara ou mais barata em determinados horários se deve a melhor utilização da capacidade de GTD, ou seja, evitar que o máximo de potência seja atingido.
De qualquer forma, caso o veículo elétrico seja realmente viabilizado, com baterias eficientes, duradouras e recicláveis, motores leves, autonomia grande, tempo de recarga razoável, desempenho bom (não basta ter muito torque, tem que ter potência para manter alta velocidade), em termos de GTD a única solução possível é termonuclear. Nem todo o potencial hidráulico mundial junto daria conta da demanda.
Termonucleares são excelentes, pois não lançam carbono na atmosfera (nem enxofre nem nitrogênio, ou seja, não são fontes de chuva ácida) e também não lançam metais pesados na água ou no solo. Tecnologia para blindagem do lixo radioativo já existe, portanto neste aspecto os ecochatos não podem reclamar.
Enfim, solução ecológica não duvido que será obtida (a muito longo prazo), mas quero ver obterem solução economicamente viável. Como eu havia dito, economizar energia a troco de custos astronômicos na hora de trocar ou manter o carro, não rola!
Para os entusiastas, sempre é bom rever isto:
http://www.youtube.com/watch?v=UAYrsEOxqYc
Para que essa preocupação de longo prazo?
ResponderExcluir2012 está logo aí... (ironia)
O que importa pro consumidor no final das contas é: CUSTO BENEFÍCIO! Simples!
ResponderExcluirDo ponto de vista "motorístico" deve ser muito bom ter torque total desde velocidade zero. Pisar no pedal e sentir um empurão. O chato é ficar olhando toda hora pro nível da bateria...
Bussoranga, desculpe a redundância, mas seu último comentário só apareceu pra mim depois deu ter publicado o meu.
ResponderExcluirConcordo também quanto as TermoNucleares.
Do ponto de vista econômico, não justifica tamanho subsídio pra esse carro! Ainda mais com a dívida dos EUA aumentando dia-a-dia.
Volta e meia alguém cita Thomas R. Malthus (1766-1834) e sua HIPÓTESE do excesso de gente... É precido por um ponto final no malthusianismo, ele não sobrevice a lúz dos fatos. Sua teoria abriu caminho para a Eugenia, para o extermínio em massa. A evolução lógica do malthusianismo leva a conclusão: Salvar a humanidade nem que seja preciso exterminar a humanidade!
O pior problema de todos atualmente à meu ver, e que muitos esquecem, é que salvo o Brasil e pouquissimos países , se utliza geração de energia 100% limpa, ou seja, de que adianta não queimar gasolina e queimar carvão e óleo nas termoelétricas?
ResponderExcluirNa Europa por exemplo, a maior parte da energia ainda é gerada por carvão ou óleo, que carro verde será esse elétrico hein?
Caros,
ResponderExcluirMuito boa esta discussão.
Estou com o Rodrigo Ciossani: muita "marketagem", pouca solução.
Em tempos caóticos como o nosso, as pessoas buscam uma panaceia, algo que resolva todos os problemas que elas mesmas causaram com seus hábitos.
O carro elétrico virou um símbolo, uma bandeira.
Mas a mais imediata melhoria na questão da mobilidade está na conscientização individual e na mudança de hábitos.
Só que isto é tedioso, requer autocontrole, não impressiona colegas e não o fazem ser visto como politicamente correto pelos transeuntes.
Algumas perguntas para reflexão:
Que tal escolher seu próximo carro com mais critério, e mantê-lo por um maior número de anos?
Diminuir a frequencia de troca de carros novos seguramente poupará energia, no que diz respeito ao processo de projeto e fabricação de veículos.
Por que não racionalizar o uso de seu veículo no dia-a-dia, planejar melhor rotas e horários, fazer mais trajetos a pé, de transporte público? Os ônibus/ metrô não são entupidos o dia inteiro e caminhar faz bem para a saúde.
Será que toda família de classe média/ média-alta precisa mesmo de 2, 3, 4 carros, comprados "zero" e trocados a cada três anos para uso diário? Porque não utilizar mais o aluguel, o car-sharing ou o velho e bom táxi?
Sou a favor do desenvolvimento do carro elétrico e das novas tecnologias em geral.
Mas tecnologia sem atitude é ilusão.
Abraços,
Fernando Silva
No meu nome há um link para o verdadeiro carro do futuro!!
ResponderExcluirDevia ter deixado para postar hoje, ia combinar carro eletrico no autoentusiastas com primeiro de abril... :D hehehe
ResponderExcluirUm exemplo: alguém aí já andou de ônibus elétrico?
ResponderExcluirViu o que aquilo acelera forte?
Anda macio, silencioso, não polui a cidade, é econômico.
Pois é, pra mim transporte urbano é isso. Ir daqui pra ali do modo mais silencioso, econômico, confortável e menos fedido possível.
Só isso.
Agora, pra me divertir, inverta tudo.
Alguém lembra do carro movido a ar?
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=t--egYQ0tts
Sds,
Cristiano.
Arnaldo, a malha de trolleybus (trolibus) de Santos era muito boa até 1989. Hoje só possui uma linha. O cheiro característico de motor elétrico, as hastes duplas que sempre faiscavam quando passava por uma emenda, somente o zum do motor. O melhor ônibus urbano que já andei...
ResponderExcluirBoa lembrança dos ônibus elétricos. Tem uma saída fantástica, boa aceleração, o que estraga são as curvas, onde os chifres escapam com mais velocidade e eles tem por isso que andar devagar empatando o trânsito. E tem cabaço ao volante que sabendo disso que não ultrapassa logo o dito cujo antes de chegar a curva...
ResponderExcluirAo produzir o carro elétrico, as empresas irão jogar o problema da poluição na mão dos outros, especialmente governos, que daí terão que ter produção de energia para suprir a demanda, controle de lixo e poluição na produção e garantia de recolhimento/reciclagem das baterias no pós-vida delas. Ou seja, joga a batata-quente na mão dos outros, e pronto. Resta a curiosidade de ver em que mãos vai parar a batata depois que os governos pegarem ela.
ResponderExcluirGente,
ResponderExcluirDesculpe chegar atrasado para a discussão. Uma coisa que o AK não colocou é o "pulo do gato" da Renault-Nissan. O Leaf, que é baseado na mesma plataforma do Tiida, mas que foi redesenhada para acomodar as baterias e outras coisas típicas dos elétricos, tem as baterias removíveis.
Haverá alguma parceria nos países em que serão vendidos os carros da marca, como a Better Place em Israel, que se encarregarão de colocar postos de carregamento rápido e lento nos principais pontos da cidade como um shopping ou estacionamentos públicos e privados como por exemplo bolsões de metrô. Uma bateria solar ou usina eólica custa o mesmo que um carro médio novo, mas é um preço irrisório para um shopping ou órgão público que quer ganhar a simpatia do público mais "verde". Quanto tempo você leva para fazer compras e ir ao cinema? E tem postos especiais que permitirão trocar a bateria em menos de três minutos, bem mais rápido que encher o tanque. E o usuário que adquirir o Leaf irá comprar as baterias em separado. E tem que lembrar que os Europeus planejam uma "fazenda solar" nos desertos da Mauritânia e a energia viria por cabos submarinos.
Você pagará 30 mil euros pelo carro e outros 20 mil pelas baterias que serão vendidas em forma de leasing.
Digamos que com os juros baixos de lá, e pagando um plano de, digamos 5 anos, o cliente pagaria algo em torno de 350 euros mensais e renovaria esse leasing por mais cinco anos. Lembre que veículos elétricos duram uma eternidade, tanto que em cidades que insistem em utilizar trólebus, alguns veículos rodam por 30, 40 ou 50 anos, e nos casos mais extremos só é refeita a carroceria que recebe uma versão mais moderna.
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