Mike Costin (esq.) e Keith Duckworth; em segundo plano, Graham Hill e Colin Chapman |
Já que o Marco Antônio de Oliveira falou em Walter Hayes mais abaixo, há uma história que merece ser compartilhada com o leitor. Hayes era um jornalista e havia entrado para a Ford da Europa como diretor de Relações Públicas. Colin Chapman, da Lotus, de quem era amigo, convenceu-o a apostar em dois engenheiros que conheciam muito motores de competição. Colin queria um motor 1,6-litro para aplicar em uma série especial chamada Lotus Cortina e um 3-litros para o seu Fórmula 1. Hayes, por sua vez, convenceu Henry Ford II a investir nos dois engenheiros, que não tinham o capital para montar uma firma, mas garantiram que poderiam criar esses dois motores. A Fórmula 1 recém havia passado para motores de 3 litros de aspiração natural ou 1,5 litro superalimentado. O 4-cilindros seria um 1,6-litro em linha e o 3-litros que os dois engenheiros tinham em mente era um V-8.
O papel de Walter Hayes foi convencer Henry Ford II de ter o nome Ford na Fórmula 1. O executivo comprou a idéia, pois confiava na visão do seu colaborador direto.
Os dois sócios, Keith Duckworth e Mike Costin, com apoio financeiro da Ford, fundaram uma empresa chamada Cosworth, a fusão de seus sobrenomes. Contaram eles pouco depois que a primeira providência foi comprar um dinamômetro e, com espanto, souberam que nenhum preparador inglês tinha o equipamento...
O motor 1,6-litro era um duplo-comando de 4 válvulas por cilindro e foi chamado Cosworth FVA (four valve, motor "A", de duplo comando de válvulas). O 3-litros recebeu o nome de Cosworth DFV (double four valve) e ambos ostentavam nas tampas de válvulas o nome Ford. Na foto no dia da apresentação do motor de F-1 ao mundo (da esquerda para a direita), Keith Duckworth, Graham Hill, Colin Chapman e Mike Costin, conversam sobre o motor Ford que venceria logo na estréia, o Grande Prêmio da Holanda, em Zandvoort, com Jim Clark no Lotus 49-Ford.
Agora, o por quê do título deste post: os motores Cosworth, que trouxeram um prestígio inestimável à Ford, custaram à companhia apenas 100.000 libras esterlinas, divididas entre 25.000 libras para o FVA e 75.000 libras para o DFV. Para comparação, no mesmo ano a Ford introduziu a primeira sincronizada em toda a sua linha de automóveis e precisou gastar...1,5 milhão de libras esterlinas.
Essa foi a pechincha do século 20. E Hayes se tornou posteriormente vice-presidente da Ford da Europa, onde ficou até se aposentar.
BS
O papel de Walter Hayes foi convencer Henry Ford II de ter o nome Ford na Fórmula 1. O executivo comprou a idéia, pois confiava na visão do seu colaborador direto.
Os dois sócios, Keith Duckworth e Mike Costin, com apoio financeiro da Ford, fundaram uma empresa chamada Cosworth, a fusão de seus sobrenomes. Contaram eles pouco depois que a primeira providência foi comprar um dinamômetro e, com espanto, souberam que nenhum preparador inglês tinha o equipamento...
O motor 1,6-litro era um duplo-comando de 4 válvulas por cilindro e foi chamado Cosworth FVA (four valve, motor "A", de duplo comando de válvulas). O 3-litros recebeu o nome de Cosworth DFV (double four valve) e ambos ostentavam nas tampas de válvulas o nome Ford. Na foto no dia da apresentação do motor de F-1 ao mundo (da esquerda para a direita), Keith Duckworth, Graham Hill, Colin Chapman e Mike Costin, conversam sobre o motor Ford que venceria logo na estréia, o Grande Prêmio da Holanda, em Zandvoort, com Jim Clark no Lotus 49-Ford.
Quem assistiu à prova notou que o motor produzia explosões no escapamento na desaceleração e achou que era sinal de problema. Qual nada, viria a ser uma "marca registrada" do motor, que seria campeão de 1968 em diante até chegar a era turbo 1,5-litro, inaugurada pela Renault em 1976. O DFV destronou o Repco usado pela Brabham, campeão em 1966 e 1967 com Jack Brabham e Dennis Hulme, respectivamente. Esse mesmo: o motor V-8 cujo bloco de alumínio era do Oldsmobile F-85...
Agora, o por quê do título deste post: os motores Cosworth, que trouxeram um prestígio inestimável à Ford, custaram à companhia apenas 100.000 libras esterlinas, divididas entre 25.000 libras para o FVA e 75.000 libras para o DFV. Para comparação, no mesmo ano a Ford introduziu a primeira sincronizada em toda a sua linha de automóveis e precisou gastar...1,5 milhão de libras esterlinas.
Essa foi a pechincha do século 20. E Hayes se tornou posteriormente vice-presidente da Ford da Europa, onde ficou até se aposentar.
BS
(Texto atualizado em 31/10/08 com a colaboração do leitor Clóvis Maia de Mendonça Jr., a quem agradeço)
Bob,
ResponderExcluirMuito bem lembrado! História genial essa.
Para os leitores dispostos a saber mais sobre Heyes, a Cosworth e a compra da Aston:
http://www.amazon.com/Ford-Glory-Racing-History-1968-2000/dp/076800814X/ref=sr_1_2?ie=UTF8&s=books&qid=1224956932&sr=1-2
MAO
com excessão da segurança(que evoluiu muito) devia ter ficado ai.ronco bonito,encorpado diferente do "enxame de abelha" que e a f1 atual.bons tempos!
ResponderExcluirIsso mesmo, Ary, era um ronco muito mais cativante. Bem observado.
ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirHistoria fantástica, do tipo que hoje não tem mais como acontecer.
Tem razão,Alexandre, nunca mais.
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