google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 DE CARRO POR AÍ - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

DE CARRO POR AÍ













Coluna 0414         22.jan.2014   rnasser@autoentusiastas.com.br          
Novidades em tecnologia
Quem diria, o Data Parafuso
Brincadeira com o desenvolvimento da tecnologia. Depois dos Smart Phones, dos Smart Watches, chegaram os Smart Parafusos. É isto, curiosamente.
A fábrica para montagem de motores GM em Tonawanda, Nova York, usa parafusos com identificação por radiofreqüência — RFID, sigla em inglês —, monitorando as 50 fases de produção dos novos Small V-8, 5ª. Geração. Sem diferença externa, internamente pequena etiqueta RFID com 2 quilobytes de informação e miniantenas, lidos nas estações de montagem do bloco e cabeçotes.
Exigências de qualidade, produtividade, inexistente margem a custos com recall, deu caminho à General Motors para auditar o processo, prazo, padronizando nos 29 passos de usinagem dos blocos e 11 dos cabeçotes até o juntar peças e fechar o motor.
Os data parafusos são escaneados ao fim de cada um dos processos para confirmar o êxito da operação e dos testes de vedação.
Cada motor é monitorado 50 vezes permitindo ganhos e padronização de partes, excelência em processos e produtividade, pois qualquer falha é identificada na estação de trabalho e permite ao metalúrgico rastrear parte ou máquina  defeituosa, autorizando imediata substituição. No sistema convencional só ao teste final em dinamômetro — por amostragem — pode-se perceber o problema. Aí, considerado o volume, será grande e caro.
Diz-se, não há risco do data parafuso transmitir à NSA, a grande agência de arapongagem dos EUA, dados de uso e circulação do veículo equipado com tal motor. São recolhidos ao final da montagem e reaproveitados. Diz-se. E neste assunto se diz muita coisa.
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Roda d’água, um alívio
Nada com o romantismo das fazendas antigas, usando curso ou rego d’água para tocar uma roda de madeira ou em ferro fundido, com traves ou mãozinhas metálicas, fazendo girar uma árvore motriz e daí tocar implementos, de gerador de luz, debulhador de milho, moenda, pedras de mó para fazer fubá. A roda d’água referida é solução mais precisa de um drama desconhecido aos leitores desta Coluna em telas de computador ou jornais — o gasto de tempo, energia, de vida das pessoas para buscar água de consumo.

De larga ocorrência no nordeste brasileiro, nos países oprimidos, em desenvolvimento, África, Índia, cálculos generosos indicam, o consumo d’água para o mínimo de uma casa sem chuveiro ou banheiro com descarga, exige aplicação de inexistente energia pessoal e 25%, um quarto do dia, do encarregado do transporte, usualmente parco em alimentação e energia. Um gasto do que não tem.
Boa notícia, a Wello, ONG na Índia, melhorou projeto em uso na África, aprimorando roda em plástico, favorecendo transporte e estoque de água para consumo humano e pequena agricultura de sobrevivência.
A roda transporta 50 litros muito mais que os 12 ou 13 deslocados pelo atual método da lata d’água equilibrada sobre a cabeça. A operação tradicional consome quase toda a mínima energia destas populações hipoalimentadas.
A Roda d’Água, WaterWheel, ainda é protótipo, mas é fácil, simples e barata de ser feita. Plástico reciclado, eixo central, alça em metal, grande tampa para abastecimento.
Mede 47 cm de altura e 46 cm de diâmetro, é abastecida lateralmente via tampa projetada para evitar contaminação. Levantamentos da ONG indicam ganho social imensurável pela maior disponibilidade do líquido, capacidade de fazer pequena horta e criar animais pequenos para consumo, maior tempo de dedicação à família e criação de filhos menores, e vantagens paralelas como a redução dos casos de diarréia.

Roda d'Água. Barata, racional, ganho social

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Cardã, fibra de carbono
A fibra de carbono, dito CFRP, composto mais forte e leve comparado ao aço, formando mantas submetidas a cura em caldeira, é de extrema resistência e baixo peso, sempre utilizado em barcos de competição, lanchas milionárias, carros de corrida de pista e de rali. Mais em carroceria, menos em mecânica. Agora a BMW inovou, trazendo-a ao processo industrial: trocou o cardã, a grosso modo um pesado e oco tubo de ferro transmitindo o movimento do motor dianteiro às rodas traseiras após cruzar a caixa de marchas.
Em seu agora apresentado modelo M4 — M indica elaboração esportiva —, fez trabalho performático. Trocou o motor V-8 por L-6, mais em torque e potência, de 3.000 cm³: seis cilindros em linha, 24 válvulas com abertura variável, dois turbos, 430 cv!
Desenvolvimento grande, em todos os sistemas, aplicou-se a dado de incômodo restrito, tecnicamente dito velocidade crítica do cardã. Num desses comum, pequena diferença de peso e balanceamento, girando a algumas milhares de rotações por minuto, provoca vibração e desgaste. Num carro de elevada potência, altas rotações — no caso linha vermelha a 7.600 rpm — e com câmbios cada vez mais multiplicados — quer dizer, o cardã gira mais que o virabrequim forjado —, a nova tecnologia reduz problemas, riscos, aumenta conforto de uso e, sob o ponto de vista de desempenho, reduz a perda de potência na transmissão entre motor e diferencial — reduziu-a em 38%.
A árvore mede 75 mm de diâmetro e é feita com mantas de fibra de carbono e polímero, levados à autoclave. Acabamento por fita de proteção e, para idéia da resistência, os terminais metálicos para ligá-lo à saída da caixa de marchas e à entrada do diferencial são colocados por prensa a 12 toneladas de pressão. É tecnologia de corridas levada à linha de produção, dos BMW M3 competindo no DTM, o torneio alemão para carros de turismo modificados, e os Ford Shelby GT 500. O M4 o utiliza na estrutura da suspensão dianteira, e não é apenas um ganho adicional. O M4 é a aplicação da melhor engenharia de varejo da BMW, desde a ênfase ao criticado motor de seis cilindros em linha, e uma aula de tecnologia a permear a seus produtos.

Cardã em compósito de fibra de carbono, novidade BMW

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Roda-a-Roda
Blindado – Violência fomenta bom mercado, o da segurança. Fazer carro blindado não é forrá-lo com mantas antiprojéteis, mas um projeto completo para comportamento com o novo peso, que tudo exige — motor, transmissão, freios, direção, suspensão. Para isso a Audi reprojetou seu maior sedã, o A8L Security: 5,27 m, carroceria alongada, entreeixos 3,12 m, construção em alumínio e motorização forte, V-8 4,0 TFSI e 435 cv, ou muito forte, W-12 FSI e 500 cv.
Proteção – Resistentes a tiros de armas grandes, pequenas bombas, filtros para o ar da cabine, é bem feito para sua dura missão — transportar com segurança, impedir intrusões, fugir e voltar. Não está exposto em revendas Audi, mas elas aceitam encomendas e após cuidam do treinamento dos motoristas.
Caminho – O Nissan Leaf (folha, em inglês) registra 100 mil vendas, na proposta de andar sem poluir e mínimo custo operacional. Vende em 35 países. Pregando a prática da energia elétrica, a Nissan pretende grande efeito demonstração, indo, com determinação nipônica, disputar grande prova de resistência, a 24 Horas de Le Mans, com o contestado modelo elétrico Zeod RC.
Leilões – Hastas públicas para a venda de automóveis antigos marcam mercados, nos EUA. Neste ano, no espaventoso Barrett-Jackson, aqueceu o frio em Scottsdale, Arizona, levando a leilão mais de milhar de veículos. Três em especial destinando a verba à caridade.
Bom – Arrecadou US$ 1,3M — uns R$ 3,1M. Surpreendentes US$ 650.000 pelo primeiro Camaro Z/28. Rick Hendrick, com equipe na temporada Nascar e dono de revendas Chevrolet arrematou-o. Próximo mês Rick terá idênticos em suas lojas vendendo-os a iniciais US$ 75 mil. Versão especial, a Camaro COPO — Central Office Production Order, dita execução especial — conseguiu mais: US$ 700 mil — R$ 1.600.000.
Mercado – Primeira unidade do festivo e festejado Mustang — à venda no segundo semestre —, no mesmo B-J surpreendeu: apenas US$ 300 mil, menos da metade do Camaro que, como novidade, está distante do festejado Mustang, em 7ª. Geração comemorando 50 anos de história.

Mustang nº 1 foi a leilão de caridade: US$ 300 mil – menos que metade de Camaro Z/28 (foto divulgação)

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Menos – Mercado de 20 milhões de unidades/ano, o chinês tem incontável número de fabricantes de automóveis, e em seu país os estrangeiros batem recordes de vendas. Negócio é equilibrado. Produtores locais ficam em torno de 50.000 RMB, uns US$ 9 mil – R$ 22 mil. As estrangeiras, de 100.000 RMB acima. Paz? Não. As locais querem subir e as alienígenas, descer. A Ford quer festa em quintal alheio. O novo Ka, mundial com desenho baiano, custará US$ 8.200.
Aqui – A Ford já engata providências para fazê-lo seguir a Volkswagen com motor três-cilindros de 1.000 cm³. Cobra rapidez às empreiteiras do fazer fábrica de motores na usina de Camaçari, BA. O novo Ka utilizará este motor, e comenta-se, a JAC, futura vizinha seja cliente.
Segura – Para promover vendas a Lifan não repassará o incremento de preços pelo primeiro ajuste da gradual retomada do IPI. No caso, Jair Leite de Oliveira, diretor comercial, garante os R$ 54.777 pelo utilitário esportivo X60. O aumento representaria uns 2%. O freio vale até meados de fevereiro.
Fim – Também chinesa, a Chery quer limpar dos pátios os modelos S 18 e Cielo. Tais veículos, junto com o referencial QQ — deixa nome na história pelo total desacerto de comportamento — pavimentaram a presença da marca. Agora, aproximando-se de sua operação industrial em Jacareí, SP, quer dedicar-se apenas ao novo produto, o Celler. Diz, garantirá manutenção e peças.
Lançamentos – Período movimentado para o mercado nacional. Apresentação do Geely EC7, chinês montado no Uruguai; fugaz apresentação publicitária do Ford Ka em versão sedã; lançamento do Mercedes CLA, o pequeno sedã de enorme sucesso mundial; e próxima semana apresentação formal do VW up!
Promoção – Liquidação de janeiro: Peugeots 208, 308 e 408 em financiamento sem juros – caso de entradas com 50 e 60%. Menores, como 30%, diz-se, juros de 0,99% ao mês. Não é linear, variando de acordo com modelo e versão.
Chamado – Para rever o sistema de direção dos picapes RAM 2500, a Chrysler protocolou convocação na Secretaria Nacional do Consumidor, Senacon, do Ministério da Justiça. Inclui 5.130 veículos, produzidos entre 2002 e 2012, chassis de 3C6UD5FL0CG110462 a 3D7UT2CL3AG188297. Dúvidas, 0800 730 7060, ou pelo site www.picapesram.com.br
Conforto – Novo produto, o X Tire Blindagem de Pneus, contra furos e perda de pressão. Injetado, forma camada protetiva garantida a protusões de até 5mm. Vende conforto ao evitar furos, a mão de obra da troca, a visita ao borracheiro. Não conserta furo, evita-o.
História, mercado – Industriais do automóvel nos EUA bem aproveitam a história para fazer movimento e lucros. A Shelby American, criada por Carroll Shelby, há 50 anos desenvolveu o Cobra 289 FIA — o inglês AC Ace com suspensões e pára-lamas modificados para receber o motor Ford de 289 polegadas cúbicas. Começou ali a saga mantida por inquantificado volume de fabriquetas reproduzindo, bem ou mal, em construção e aparência, o mítico automóvel.
Especial – Para marcar meio século, a empresa reeditará a carroceria antiga, mais contida e elegante, com a pintura azul Vikking e faixa amarela. No painel placa indicará a série XCX7000, incluindo o automóvel no registro Shelby, definidor dos originais. Mecânica atualizada, sistema de escapamento assemelhado ao original, volante réplica, e carrocerias em compósito de fibra de vidro a US$ 95 mil — uns R$ 228.000 —, ou alumínio, como a original, a US$ 160.000 — aproximados R$ 380.000. Detalhe: sem motor, caixa e diferencial. 

Cobra 289 FIA, edição 50º aniversário

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De novo – Quer fazer um hot rod — aqueles carros com carroceria antiga e mecânica recente? A Ford disponibilizou a venda de carrocerias do 5-Window Coupe 1932, dentro de seu programa de peças de restauração, feitas pela empresa ou credenciados, atingindo 9.000 itens. Não é difícil importar, pois não se trata de veículo, mas peças soltas, e a carga tributária é muito menor. Mais para isto ou outras partes www.fordrestorationparts.com.

Ford 1932 5-janelas. Carroceria nova para fazer hot rod

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Emilio – Foi-se Emilio Zambello, 87, italiano, industrial em rodas de liga leve, representante, importador e comerciante de automóveis Alfa Romeo. Marcou-se na época áurea do automobilismo, desde as corridas com especial Fiat 500 preparação Stanguellini — motor 1.100-cm³ bialbero — quando sócio da Garagem Fulgor, até a série de vitórias com Alfa Romeo Giulia Super, GTV, GTA, GTAm, integrando a equipe Jolly-Gancia comandada por outro italiano elegante, o Piero Gancia. Era o penúltimo do grande time. Dela ficou o megaempresário Abílio Diniz — o Abillione, como chamado pelos italianos por sua altura.
Ocasião – Era um camarada reverenciado, por seus perfis pessoal e esportivo. Allah permitiu-me fazer gentileza a ele. Pré-lançamento, a Volkswagen emprestou-me um Passat — falo de 1973. Fui provocar um amigo, funcionário da Ford, morador na rua Teodoro Baima, no encontro das avenidas Ipiranga e Consolação — a rua era uma alegria noturna, na então dita Boca do Luxo. Lá o Emílio tinha misto de depósito e loja. Ao descermos, ajuntamento em torno do carro, o irmão mais novo do Emílio tentava tirar medidas das rodas. Perguntei se não seria melhor se eu a emprestasse, o que fiz. O Emilio foi o primeiro fabricante de rodas a tê-las como acessório concomitante à novidade a surgir nos dias seguintes.

RN


A coluna "De carro por aí" é de total responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.



6 comentários :

  1. Corsário Viajante24/01/2014, 10:56

    Para mim, o "parafuso inteligente" teria algum tipo de controle para garantir o aperto sempre no torque certo. Talvez uma cabeça independente, que ao chegar no limite do torque girasse em falso, sei lá.
    Isso seria excelente, como dá horror de ver as pessoas apertarem parafusos (e componentes como velas) no chute ou no "ouvi dizer".

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  2. WaterWheel,

    Parece pouco, mas isso é obra de gênio, pois sabemos que o transporte de água com recipientes equilibrados na cabeça ou ombros, data de mais de mil anos A.C.

    Parabéns ao inventor ou inventores.

    Isso é genial!

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    Respostas
    1. Corsário Viajante24/01/2014, 12:10

      Também achei legítimo "ovo de colombo". Parabéns ao inventor!

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  3. A WaterWheel é de aplaudir de pé, com lágrimas nos olhos. A simplicidade e eficiência na solução de um problema intolerável mostra que o mundo precisa mesmo de mais engenheiros.

    Quanto à importação da carroceria do 5-Window Coupe 1932, como fica o licenciamento de um carro desses, no Brasil? Como é gerada e marcada numeração de chassi, por exemplo? Alguém sabe?

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    Respostas
    1. sobre o aperto dos data parafusos, desconheço, mas devem ocorrer com alguma versão elegante das máquinas pneumáticas para soltar e apertar, utilizadas nas borracharias.
      no tema, tenho um mecânico no interior. levei a ele picape willys f75 para refazer o motor. disse que corrigiria os defeitos de fábrica - desbalanceamento, coletores poluídos e zarolhos, comando, curva de avanço, taxa. estas coisas de advogado.
      tenho boa literatura, perguntei se ele tinha a tabela de folgas e torques de apertos.
      ?
      indaguei do funcionar do torquímetro dele.
      ?
      expliquei ser uma ferramenta com um braço comprido, um reloginho ou um ponteiro regulável para mostrar a força aplicada na outra extremidade no apertar os parafusos.
      carece não, disse.
      e como você aperta ?
      cano curto.
      ?
      o que é isto ?
      seguinte dotô. motor a gasolina, cano curto - e apontou um pedaço de cano de ferro, uns 4 cm de diâmetro e uns 50 de comprimento. diesel, cano longo - coisa com um metro.
      ... a vida é assim.

      formidável a solução da roda d'água. poucas ferramentas terão tanto custo benefício. não chegará aqui. se, exigirá um órgão público com inúmeras diretorias, automóveis, secretárias, celulares, viagens com diárias pagas pelo erário. no final o custo seria maior que fazer tubulação com água mineral perrier ou san pelegrino.

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  4. Cardã em fibra de carbono não deve ser novidade nos carros da BMW. Pois Renault e Audi já produziam modelos com cardã nesse material no final dos anos 80. Em 1993, a Toyota tinha o sedã Mark II, cujo cardã era feito de forma bastante similar à esse mostrado no post, com as extremidades de acoplamento fixadas por interferência ao tubo de fibra de carbono.

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