google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 TAMPA BAY MUSEUM - PARTE FINAL - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

TAMPA BAY MUSEUM - PARTE FINAL


No post Tampa Bay Museum – Parte 1 contamos a história dos primórdios dos carros com motor dianteiro e tração dianteira viabilizados pelo desenvolvimento de juntas de velocidade constante (homocinéticas). Destacamos dois modelos representativos e bem interessantes, o Ruxton 1939 e o Tracta A 1929, que provou sua confiabilidade nas pistas.

Mas a coleção desse museu ainda tem outros carros muito interessantes com tração e motor dianteiros.

Um dos carros que eu mais gostei é o francês Tracta Type E de 1930. O que me atraiu nesse modelo é carroceria baixa, a baixa altura do solo e a combinação do longo capô com as rodas grandes. A baixa altura da carroceria foi possível graças à tração dianteira, que elimina a necessidade de cardã. O motor desse Tracta é um 6-cilindros em linha de 2,7 litros com 66 cv feito pela Continental. O capô não é tão longo apenas pelo design. A caixa de câmbio, de três marchas, fica à frente do motor.

A linda carroceria foi feita pelo coachbuilder (encarroçador) francês Henry Le Moine. As informações sobre a quantidade de unidades feitas do Tracta E são desencontradas, mas acredita-se que tenham sido construídas não mais que 10 unidades. Trata-se de um belo e raro exemplar.

Tracta Type E 1930 "rebaixado"

Outro francês de tração dianteira é o Derby 1933. Há pouquíssimas informações sobre a Derby e sobre esse modelo. No início dos anos 1920 a Derby começou a fazer carros compactos e leves utilizando motores de motos, em "V", como os cyclecars (carros-moto) da Morgan e da BSA. Esse lindo modelo 1933 utiliza um V-8 de 2,0 litros.

Derby V-8 1933

Morgan todo mundo conhece, mas a também inglesa BSA talvez seja mais conhecida pelos motoentusiastas. A Birmingham Small Arms, como o nome diz, fabricava armas. E além de armas também produziu bicicletas, motos, triciclos, carros, ônibus, carrocerias de aço, motores e mais uma grande variedades de componentes. Foi dona da Daimler antes dela ser vendida para a Jaguar e também da Triumph. No final da década de 1950 a BSA era o maior fabricante de motos do mundo. A história da BSA é riquíssima e daria um belo post daqueles que só o MAO sabe fazer.

Voltando ao museu, há dois modelos BSA expostos, um carro de três rodas, o BSA Three Wheeler, e o mais convencional BSA Scout, ambos com tração dianteira.

O Three Wheeler de 1930 competia diretamente com o Morgan e inclusive chegou a vender mais que este. Para eliminar a corrente entre o motor dianteiro e a tração traseira o BSA usava tração dianteira. Porém, para diminuir custos, não usava juntas homocinéticas. O motor usado era um V-2 1-litro refrigerado a ar projetado pela Hotchkiss e fabricado pela BSA sob licença. O Three Wheeler foi fabricado de 1929 a 1936.

BSA Three Wheeler de tração dianteira

O BSA Scout, que apareceu em 1935 e durou até 1939, utiliza a mesma configuração do Three Wheeler, porém além das 4 rodas também tem um motor V-4 de 1,2 litro refrigerado a água. Lembra muito os MG TA da época, estes com a tradicional tração traseira.

BSA Scout com motor V-4

Outra marca inglesa que fabricou modelos com tração dianteira é a não muito conhecida Alvis. O bonito Alvis F.D. 12/75 exposto é de 1928 e usa motor 4-cilindros de 1,5-litro sobrealimentado por compressor Roots. Sua carroceria e chassi são feitos de alumínio e o capô sem pintura dá um toque adicional de esportividade. Apesar da sua boa performance e do sucesso desse modelo em competições da época, depois dele a Alvis abandonou a tração dianteira considerando que os clientes ainda não estavam dispostos a arriscar nessa novidade.

Alvis F.D. 15/75 1928

O museu ainda tem outros representantes importantes com configuração de motor e tração dianteiros como os Citroën Traction Avant 7CV e 11CV e dois modelos do 2CV, um convencional e o curioso Sahara, com dois motores, um na frente e um na traseira. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o cofre do maravilhoso Citroën SM.

Lançado depois que Citroën comprou a Maserati em 1968, o SM combinou a tecnologia de suspensão da Citroën com o coração esportivo da Maserati. Com motor V-6 Maserati de 2,7 litros (que depois passou a 3,0 litros, como usado no Maserati Merak) e tração dianteira, o SM é na minha opinião o Citroën mais legal de todos os tempos – merece um post só pra ele. Na foto pode-se ver uma verdadeira parafernalha para controlar a suspensão hidroativa e o inovador sistema de direção. Pode-se também notar o transeixo à frente do motor, como no Tracta E do início desse post.

Cofre do motor do Citroën SM

O dono do museu, que é francês, tem uma empresa que fabrica máquinas de embalagens e adora tecnologia. Por isso sua coleção é muito seleta. Abaixo estão outros carros interessantes com suas principais particularidades. Talvez cada um deles merecesse um post exclusivo.

Voisin C7 1927
Usa motor Knight 4-cilindros de 1,55 litro que apesar de ser 4-tempos usa janelas como nos dois tempos, só que no topo dos cilindros – aqui o André Dantas poderia nos ajudar. A carroceria é chamada Lumineuse que significa aberto para luz. Típico nos modelos Voisin, a carroceria era mais estreita na parte superior: “é necessário menos espaço para a cabeça do que para os braços”, dizia o próprio Voisin. Mas pelo que eu sei do Voisin, não é difícil de imaginar que ele usava esse artifício para reduzir o peso da capota e assim diminuir a altura do centro de gravidade. Para melhor distribuição de peso há três (elegantes) caixas usadas como porta-malas, uma de cada lado e outra na traseira, além de todos ocupantes ficarem entre-eixos.



Panhard Dynamic 1938
Usa motor 6-cilindros de 2,8 litros com janelas superiores – como no Voisin acima e construção monobloco – o maior carro com essa construção na época de seu lançamento - , suspensão independente na dianteira e circuito duplo de freio. O estilo art déco com cobertura nas rodas dianteiras e grade nos faróis era avançado para época. O para-brisa plano é complementado por dois vidros nas colunas A, como no Tatra T-87. Possui três limpadores de para-brisa e as portas dianteiras são invertidas. Mas o ponto mais interessante desse modelo é a coluna de direção central. Com certeza um carro à frente do seu tempo.



Allard P1 1948
Inglês, usa chassi Ford com carroceria de alumínio e madeira, motor Ford 3,6-litros V-8.



Salmson S4E 1950
Usa motor 4-cilindros de 2,3 litros, caixa de câmbio Cotal pré-seletivo com acionamento eletro-mecânico e suspensão dianteira independente. A Salmson fabricava cyclecars ao estilo dos Morgan e motores aeronáuticos.


Delahaye 235 1952
Os Delahaye com carrocerias feitas por encarroçadores de luxo, como Figoni & Falaschi, estão entre os carros mais bonitos de todos os tempos. O modelo 235 do museu tem a carroceria de aço e alumínio feita pelo encarroçador Henri Chapron. Apenas 83 unidades do 235 foram produzidas com carrocerias feitas também por Letournent ET Marchand, Antem, Farnay, De Villars e Saoutchick. O 235 do museu tem um motor 6-cilindros de 3,5 litros, com caixa Cotal de acionamento eletromagnético e tração traseira. O dono original do carro solicitou que a sua carroceria viesse sem os vidros laterais traseiros.


Talbot-Lago 1953
Com carroceria também Talbot – assim como Delahaye os Talbot são mais conhecidos com outras carrocerias - , o modelo do museu é equipado com um motor protótipo de 2,7 litros com câmaras hemisféricas. As linhas dessa carroceria são tipo pontoon, três volumes, com para-lamas integrados à carroceria, porém salientes.


Jensen 541 1953
Carroceria feita com plástico reforçado com fibra de vidro – portas em alumínio -, motor Austin 6-cilindros em linha de 4,0 litros e caixa de quatro marchas com overdrive Laycock de Normanville – opcional acoplado na saída da caixa. Onde deveria estar a grade dianteira existe uma cobertura tipo flape que pode ser aberta ou fechada de acordo com a temperatura externa, que quando fechada ajuda no rápido aquecimento do motor no rigoroso inverno europeu. A unidade do museu é o protótipo feito para o Salão do Automóvel de Londres de 1953. Foi produzido de 1954 a 1959.


Maserati Sebring
Um representante italiano na coleção do museu, o Sebring Series II foi desenhado por Alfredo Vignale. Usa um motor de 6 cilindros em linha de 4,0 litros e injeção direta Lucas com caixa ZF de cinco marchas.



DeLorean DMC-12 1982
Está no museu por razões óbvias, carroceria em aço inoxidável e motor traseiro. A carroceria, desenhada por Giorgetto Giugiaro, é fixada em um chassi derivado do Lotus Esprit (com duplo Y) feito de plástico reforçado com fibra de vidro, que teve as mãos do próprio Colin Chapman. Originalmente o DMC-12 deveria utilizar um motor Wankel feito pela Citroën, mas os modelos de produção são equipados com motor PRV (Peugeot-Renault-Volvo) V-6 de 2,85 litros.


E por último deixei outro carro maravilhoso, o Peugeot Darl’Mat 1937. Não vou escrever nada sobre ele, pois vou deixar isso para um futuro post específico.



Veja também os posts anteriores:

Tampa Bay Museum - Parte 1 - Motor e tração dianteiros
Tampa Bay Museum - Parte 2 - Motor e tração traseiros, Tatra

PK

6 comentários :

  1. PK,

    Que museu fantástico!

    Grandes fotos, para variar...

    MAO

    ResponderExcluir
  2. Rogerio Amancio15/09/2010, 17:01

    caranba que museu fantastico!
    adoreiiiiiiiiiiiiiii.

    ResponderExcluir
  3. Mais um na já imensa lista de lugares para conhecer.
    Preciso arrumar uma boquinha no governo. Parece que por lá a grana rola fácil...

    ResponderExcluir
  4. Mais um na já imensa lista de lugares para conhecer.
    Preciso arrumar uma boquinha no governo. Parece que por lá a grana rola fácil...

    ResponderExcluir
  5. PK,
    Nunca tinha pensado em ir a Tampa - até ler os seus posts sobre esse museu.

    A propósito, o proprietário do museu está de parabéns por investir seu dinheiro na conservação e exposição dessas obras primas.

    ResponderExcluir
  6. O Jensen é meu número !!!
    quwro um meu amigo.

    ResponderExcluir

Pedimos desculpas mas os comentários deste site estão desativados.
Por favor consulte www.autoentusiastas.com.br ou clique na aba contato da barra superior deste site.
Atenciosamente,
Autoentusiastas.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.