![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvgcwJqdQBUzd47yKN0rSQzDtFpj-2H58wcqYIUTj_HP6TaVCPEughDvppi2pSqpNX3Dxkp8fKCKN1M4oQ6RXtR6e6im7O2kDdbWqk7QlrxcMsyK9GbDyWV_y8OqibYUE1mq8nCkMc4wQ/s400-rw/00_cobaltssturbo.jpg)
Quando abri essa caixa de pandora de listas relacionadas ao deslocamento volumétrico de motores, imaginava que esta seria a mais fácil, e mais efadonha. Ledo engano... Foi a mais difícil delas para compilar. Por pouco não a dividi em 10 posts diferentes, visto que há muito que falar de cada um dos eleitos. Mas como o André Dantas há tempos tornou obsoleta uma regra do blog que pedia posts curtos, resolvi colocar tudo junto aqui mesmo.
Queria muito incluir aqui o Miller 122, com seu magnífico oito-em-linha supercomprimido, antecessor do 91 sobre o qual já falei aqui. Mas carro de corrida não vale, muito menos monoposto. O Bill Egan vai ficar chateadíssimo por isso, mas regras são regras... Muito ficou de fora, queria ter lugar para um sedã BMW moderno com o seis-em-linha DOHC, para o AC 16/20 seis-em-linha do pré-guerra, para o Peugeot 205 GTI 1,9 (close enough)...mas de novo, regras são regras e só cabem 10 deles.
Sem mais delongas, e sem nenhuma ordem particular, vamos a eles então:
1) Ferrari GTB turbo
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1BgW9ZapkGUBnbjCc6FpwajvtKG8zeMXHJ2irRHbw4pI7Tt_gePaN795fe6PtqUsiR8-0_ljrqYaMUL8S-GpC5oKnmBFoO8oEouEHu6n-bo-h-PpSe9Pp394EvpwzMP5GzOY1GqgvvVA/s320-rw/2205_1.jpg)
Já falei bastante da Ferrari “popular” em um post anterior, e portanto não vou demorar nela.
Apesar de pessoalmente preferir a 208 GTB turbo produzida de 1982 a 1986 (10 vezes mais bela), a lista é dos melhores carros, portanto fico com a última geração, de 254 cv, produzida até 1989.
2) Porsche 904:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ4fldllvE5XepJMtM61BPAgl8EUARlbhcjoTVASi6lPb0g_R7TOwmlbzjawfwGoEeteI6NsNdI1YFahS6j7pcoTL5clcQ6GLnxSaK9T9zbBPDug8UOXzqYkMMffLP_NXGL0dW8B02eJU/s320-rw/porsche-904.jpg)
O 904 foi um carro de competição desenvolvido concomitantemente com o famoso 911, durante o início dos anos sessenta. Era a evolução de um conceito que estreara no famoso 550 spyder, 10 anos antes: um carro esporte de competição que também podia ser usado na rua e, portanto, podia (e devia: a FIA exigia pelo menos 100 veículos produzídos para enquadrá-lo nas categorias de carro-esporte pretendidas) ser vendido ao público.
O 904 (na verdade uma designação interna da empresa que “pegou”; o nome oficial é Carrera GTS) acabou por se tornar o último de seu gênero. Seu sucessor, o Carrera 6 de 1966, já era um carro exclusivo para competição, fruto de um relaxamento das exigências da FIA. Muitos ainda acham que o 904 era melhor como carro de rua do que de competição e que a Porsche errou feio em não fazer mais que os 120 carros (aproximadamente) que produziu.
Foi o primeiro Porsche vendido ao público a não usar a clássica suspensão dianteira com braços arrastados sobrepostos e barras de torção, usada desde os Auto Union dos anos 30 (e que a maioria conhece por equipar o onipresente Fusca). Tinha um chassi exemplar, com motor central, suspensão de braços triangulares desiguais sobrepostos em cada roda e direção por pinhão e cremalheira (outra relativa novidade para a empresa) posicionada à frente da suspensão dianteira. Sua carroceria de resina poliéster reforçada com fibra de vidro era laminada a mão e formava com o chassi tipo escada (longarinas de perfil “C” fechadas por um reforço) uma estrutura indivisível e muito rígida, mas que deve dar pesadelos a quem pretende reformar um hoje em dia.
Junte-se isso a um desenho de carroceria que é reconhecido por seu criador, Butzi Porsche, como sua obra-prima, e têm-se um automóvel que, somente pelo dito até agora, bastava ter um motor de 2 litros qualquer que já merecia estar na lista. Mas na verdade, o que torna este carro indispensável a ela é justamente o fato de que não apenas um tipo de motor equipou-o, mas nada menos que três motores totalmente diversos, e todos deslocando dois litros!
E que motores! Como não podia ser diferente naquela época, e naquela empresa, todos os três eram motores de cilindros contrapostos e refrigerados a ar. Mas as similaridades param por aí.
O primeiro deles era a última evolução do 4-cilindros de Ernst Fürmann, o mesmo lendário e excelente motor de 4-comandos, oito válvulas e duas velas por cilindro que desde os anos 50 vinha sendo montado em spyders e nos 356 Carrera, além de monopostos de Fórmula 1 e 2 (em versão de 1,5 litro). Nesta versão, chamada internamente de tipo 593/3, deslocava dois litros e debitava algo entre 180 e 190 cv, uma impressionante potência específica para um motor dos anos 50, e ainda por cima refrigerado a ar.
O segundo foi na verdade o motor para o qual o 904 foi desenvolvido para usar, o depois famosíssimo flat-6 que seria lançado em 1965 no 911. A Porsche acabou por lançar o 904 com o 4-cilindros “Carrera” por considerar que o novo motor ainda não estava pronto para o público. Como consequência, todo 904 vendido ao público tinha motor de 4 cilindros, apesar de várias unidades que pertenciam a fábrica usarem o seis cilindros, na maioria dos casos para competição em sua equipe oficial. Peter Porsche, filho mais velho de Ferry e irmão de Butzi, usou um 904 de seis cilindros laranja como seu carro particular até meados dos anos 70, o que significa que pelo menos um deles foi usado nas ruas.
O seis-cilindros usado era obviamente a versão de competição do motor de série (tipo 901/2), que usava duas velas por cilindro e debitava entre 190 e 200 cv. Mais barato, por derivar de um motor de alta produção, que os outros dois usados no carro, era tão integrado ao veículo que muitos ainda acham que a Porsche deveria ter esquecido o 911 e vendido o 904 de seis cilindros em grande escala.
O terceiro e último motor é também o mais interessante. Usado em talvez meia dúzia de carros da equipe oficial de competições, o tipo 771 era um motor de oito cilindros contapostos, quatro comandos de válvulas, duas velas por cilindro e nada menos que 240 hp debitados a partir dos dois litros de deslocamento. Derivado diretamente do motor de 1,5 litro do 804 de Fórmula 1, era altamente complexo e caro (cada motor precisava de dois dias para ser montado por um funcionário experiente), mas era leve e minúsculo, pesando praticamente o mesmo e ocupando o mesmo espaço do 4-cilindros “Carrera”. Girava com segurança até mais de 10 mil rpm.
Todos os 904 eram extremamente velozes, capazes de mais de 250 km/h, mas o de oito cilindros era obviamente o mais potente deles: já foram cronometrados a mais de 300 km/h.
3) Chevrolet Cobalt SS
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisv2VJQ8d2QefHmxQUxw3uqy0G26t7SIYNp9gKmjTsRXt-XFjSfgQZyg_0SPc4SCVRSVOyVgFV9aj5lxWGneoimRH4HzuA6EMZDd9eaBwBILKY_ziXXJthtro6miM8A5d9m8CHuYL6OKA/s320-rw/2008_chevrolet_cobalt_ss_10_gallery_image_large.jpg)
Pessoalmente adoro este tipo de carro: barato, mundano e comum, mas capaz de desempenhos avassaladores.
Independente do que tenha ouvido por aí na esteira da crise que quase faliu a GM ano passado, a empresa hoje em dia dificilmente erra em seus lançamentos. Movidos pelo megaentusiasta Bob Lutz, seus carros são simplesmente geniais, um lançamento após o outro.
Vejam o caso deste Cobalt: o carro-base é antigo e ultrapassado, mas como ainda demoraria para chegar o moderno Cruze ao mercado americano, investiu-se algum dinheiro para se lançar uma versão melhorada no ano passado.
O carro passou simplesmente da água para o vinho. E o SS recebeu um moderníssimo 4-cil em linha, com injeção direta e turbocompressor, e 260 cv. O propulsor é uma verdadeira jóia, suave, econômico e com potência abundante em qualquer rotação. Chega a 100 km/h na casa dos 5 segundos e a velocidade final ao redor de 250 km/h.
Mas o mais incrível é que o carro não é só motor como se poderia esperar. A GM sempre foi muito boa em motores, mas os carros em que eram montados muitas vezes deixavam a desejar, principalmente quando de tração dianteira como o Cobalt. Mas não agora. O chassi foi desenvolvido em Nürburgring, e o carro tem um desempenho exemplar em pista e em rua.
O resultado é um carro que, custando apenas 22 mil dólares nos EUA, é um perfeitamente dócil e econômico carro pequeno (para os EUA), mas ainda assim é capaz de, numa pista, ser mais rápido que alguns ícones modernos como o Mitsubishi EVO, o Subaru WRX, o Golf R32 e pasmem, até o Lotus Elise!!!
Para os que ainda reclamam do acabamento e outros frufrus, para mim é reconfortante ver um carro assim. O investimento foi no que faz o carro andar, não em alças de teto com retorno amortecido e outras besteiras. Até o motor não tem aquelas ridículas capas de plástico que escondem tudo, o motor está lá para quem quiser ver, e sem nenhuma decoração.
Vejam também:
http://www.autoblog.com/2008/10/13/in-the-autobog-garage-2009-chevy-cobalt-ss-turbo/
4) Ford Sierra Cosworth
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgvKvZgFwB1m1EHsGSXbKELSAXt1Eg_iCwuJ242qoP6_0aticujxUKrgae5mzelBv0ruPsOa8kqRpnt2jNPCb3_VvmcDmo0cgLFu-AEezy7lPi-OC3fGaTpfc8RruRetTSLoNKnAd9Jyk/s320-rw/1986_ford_sierra_cosworth.jpg)
O carro em que se baseou esta homologação especial, o Ford Sierra original de 1982, teve como principal característica um revolucionário desenho aerodinâmico, baseado em estudos avançados da Ford neste campo (mostrados ao público como a série de protótipos “Probe”). Apesar de eficiente, o desenho não agradou e de novo os grandes fabricantes, por muito tempo, viraram as costas a esta ciência...Ou pelo menos colocaram-na em segundo plano.
Não é de espantar que na equipe original da Ford responsável pelo desenvolvimento do carro possa-se distinguir os nomes de Bob Lutz e de Patrick le Quément (of Twingo and Scénic fame).
Uma verdadeira instituição britânica, o famoso “Cossie” foi durante os anos 80/90 o que hoje são os EVOs e Subies, praticamente carros de competição que podem ser comprados em concessionárias com garantia.
Uma verdadeira instituição britânica, o famoso “Cossie” foi durante os anos 80/90 o que hoje são os EVOs e Subies, praticamente carros de competição que podem ser comprados em concessionárias com garantia.
Tração traseira, motor de 4 cilindros com cabeçote Cosworth DOHC de 16 válvulas, turbocompressor e mais de 200 cv.
5) Citroën C4 Picasso
Por mais que alguns entusiastas chiem e bufem, esta é uma lista de Melhores Carros e, portanto, este Citroën cabe nela sim senhor.
5) Citroën C4 Picasso
Por mais que alguns entusiastas chiem e bufem, esta é uma lista de Melhores Carros e, portanto, este Citroën cabe nela sim senhor.
Falando-se de carros modernos, a linha da marca francesa, na minha opinião, é imbatível hoje. Modernidade e novidade com substância e um ambiente alegre, leve, que só podia vir da França. Desempenho não é prioridade, como sempre nesta marca, e nem por isso deixam de ser máquinas únicas e fantásticas.
O C4 Picasso é tudo que uma família moderna precisa.
6) Bristol 404 ![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNsOtrLSEmTUc0ITo0PATYo7SsUTWcN2xdMH_nXMh-vhQytUWUoAY07PiSs1YKnKm_RJVcw3HaiNS2mF4YkZ6i3SsGj5YkPDiymvRtwspGGVLvTwybJpCuAOu4xnkPGgfldEmikEGcUAs/s320-rw/bristol-404-2.jpg)
A mais exclusiva e tradicional marca inglesa criou sua marca produzindo carros de dois litros, usando uma unidade de seis cilindros em linha BMW, que no pós-guerra se tornou inglês como reparação de guerra. O 404 de 1953 foi o melhor deles; único Bristol de dois lugares apenas, era leve o suficiente para que os 125 cv do motor fossem suficientes para mover com vigor o carro. O motor tinha comando no bloco, mas válvulas dispostas como em um DOHC, acionadas por varetas.
7) Fiat Dino 206 cupê
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIjMrMWBXBAryi_ZkCdJkHIxpQ1y46BrfmKYcKI8KE7s6fkZm4upQYPZe9H2CcB_GletX1kVbO1LMSFPD5dCdVyZ65Xjsj-Nh8lpIW8srjMLimXho-QEZ_ydy3gxRU6iXzKX9FJQY4LVA/s320-rw/1968_Fiat_Dino_2000_coupe_r3q.jpg)
Muito mais raro que o já raro 246 Dino (de 2,4 litros), a versão de dois litros da clássica união entre a Fiat e a Ferrari é bem mais interessante, por contar com bloco de alumínio (ferro fundido no 2,4).
O motor V6 DOHC era fabricado na Ferrari, para ser usado tanto nos Fiats (cupê Bertone e Spider Pininfarina) como nos Dino 206, depois 246, da empresa de Maranello.
O Fiat spyder é o mais conhecido e adorado, mas acho o cupê discreto, clássico e muito mais útil. Um puro-sangue incógnito.
8) Honda S2000
Criado para comemorar os 50 anos da Honda, este magnífico roadster de alumínio carregava debaixo do capô o dois-litros de aspiração natural mais potente da história montado em um veículo de produção em série: um moderníssimo 4-em-linha DOHC com o famoso VTEC e 240 cv.
9) Toyota 2000GT
8) Honda S2000
Criado para comemorar os 50 anos da Honda, este magnífico roadster de alumínio carregava debaixo do capô o dois-litros de aspiração natural mais potente da história montado em um veículo de produção em série: um moderníssimo 4-em-linha DOHC com o famoso VTEC e 240 cv.
9) Toyota 2000GT
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe1Mg_Sv3dqy6kqqMQ-bOTaXts_jkqjJLeNVTOMhRGQp08Hu0wgBa0xb9mS_Omo7CPe51px5WGJvUtcmKvsFtDyBJdAryoGe2bMParGRS95Lnt5DWyEUrzC8Gep9__awGh8YfxhT0PQTs/s400-rw/1969_toyota_2000_gt.jpg)
Nos anos 60, querendo se livrar do estigma de fabricante de carros bons mas chatos (um estigma verdadeiro do qual ela obviamente nunca vai se livrar), a Toyota resolveu fazer um carro esporte. O resultado foi o 2000GT, um carro magnífico, mas que pelo preço não foi o sucesso que merecia.
Usando um seis-em-linha derivado do usado no Crown, mas com um cabeçote DOHC desenvolvido pela Yamaha, o 2000GT tinha suspensão independente nas 4 rodas e uma semelhança não-intencional com o Jaguar E-type, o que acabou por ajudar o mito de que ele seria uma cópia do carro inglês. Na verdade, postos lado a lado, descobre-se que nada é similar, mesmo porque o japonês é muito menor.
10) Porsche 911S
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixFPQ9jae2BWwFMVZgBnpEbiBglQhcBNrxu1PnhnXIFPsth_2QNpCNZQElsaD1-M6Z3-OFteGYlrapjJYwIfUQLfxTqKfwJHKNMyxhMlfNRZn6uSRhpQRNVvBXcs74hoJy2jtXS7ULCwE/s320-rw/ex-le-mans-porsche-911s.jpg)
Vamos combinar: se um 911 é elegível, está na lista. Qualquer lista. Nada é mais legal que um alemão que não é totalmente lógico!
Para esta lista, ficamos com o melhor dos dois-litros, a versão S. Com 160 cv equipando o levíssimo e belíssimo 911 de primeira hora, o 911S ainda por cima foi a primeira aparição das clássicas rodas Fuchs de alumínio forjado, hoje objetos de fetiche e desejo de uma geração inteira!
Aaaaahhhhhh, rodas Fuchs forjadas....aiaiaiai...
Quem não gosta, ou é ruim da cabeça ou doente do pé!
MAO
MAO
Boa lista MAO, mas se querias BMW nela, poderia ter colocado a 2002 Turbo ou a 320 Turbo Gr5.
ResponderExcluirAbs!
Alfa Spider, não o melhor, o mais divertido :)
ResponderExcluir[]s!
Citröen C4 Picasso
ResponderExcluirSaiu de férias e voltou normal demais...
Acho que o Honda S2000 foi, juntamente com o Nissan Skyline GT-R e R390 GT1, um dos carros mais interessantes feitos na Terra do Sol Nascente, mostrando que mesmo lá existem entusiastas. Senti falta do 356B Carrera 2, mas como foi já citado o seu motor... Talvez a lista de carros com motor 2 litros pudesse quebrar o protocolo e ter mais de 10 eleitos, para não ser injusto com ninguém. Sobre o Toyota 2000GT, nessa foto, de "perfil", está lembrando o Ferrari 250 GTO!
ResponderExcluirbravo amigo MAO, bravo. Obviamente senti falta do Miller 122, mas...
ResponderExcluirabraco
Egan