Ao longo dos últimos anos, diversas novas tecnologias foram aplicadas aos veículos convencionais de uso “civil”. Praticamente todos os carros novos possuem, pelo menos como opcionais, ABS no sistema de freio e airbags. Itens de segurança cada vez mais obrigatórios em todo o volume produtivo do fabricante.
Além de itens classificados como de segurança, outros recursos como a direção com assistência elétrica também está crescendo mundo afora, inclusive no nosso mercado de carros mais acessíveis. Os veículos híbridos também já estão no mercado com preços mais razoáveis, tecnologia antes restrita aos carros de alto valor.
Algumas novidades no campo da assistência ao motorista também já estão disponíveis em nosso mercado, ainda em modelos mais caros, na faixa dos R$ 100.000,00. mas que até então também eram exclusivos dos carros de luxo. Sensoriamento de mudança de faixa, assistência de manobra e controle de velocidade adaptativo são os que chamaram a atenção.
Recentemente tivemos a oportunidade de andar em um carro com estes recursos. O mais interessante, de longe, é o sistema de controle de velocidade adaptativo. Com um sensor de distância, como uma espécie de radar, o carro é capaz de “ver” o carro à frente e alterar a velocidade de cruzeiro para manter manter uma distância segura.
Na prática, imaginem que você está na estrada e liga o controle de velocidade automático para 110 km/h. Em um carro sem o sistema adaptativo, o sistema vai manter esta velocidade até que o motorista tome alguma ação. Se houver um carro à frente na mesma faixa com velocidade de 90 km/h, e nada for feito, seu carro vai bater na traseira do carro mais lento.
Com o sistema adaptativo, o sistema freia automaticamente seu carro e mantém a mesma velocidade do carro da frente, no caso do exemplo os 90 km/h, até que ele saia da frente. Quando ele fizer isso, automaticamente o carro volta para 110 km/h. Se o carro da frente diminuir ainda mais, digamos para 60 km/h, seu carro também vai diminuir para 60 km/h, tentando sempre manter uma distância constante, que pode ser pré-programada.
Este recurso é muito interessante, deixa a viagem mais tranqüila, pois um trânsito eventual na estrada praticamente não necessita de constantes interferências do motorista.
Como ele atua? O sensor mede a distância do objeto à frente, que em conjunto com o o sistema de controle de velocidade, manda um sinal para a borboleta de aceleração do motor, que também é eletrônica, e ajusta a aceleração até que a velocidade desejada seja atingida. No caso de frenagem, o sistema interage com o ABS e aciona o freio, até chegar na velocidade necessária.
Este recurso existe desde os anos 50, com o Chrysler Imperial e seu sistema chamado Auto Pilot (Piloto Automático). Com um seletor no painel, a velocidade era selecionada, e um atuador ligado ao cabo do acelerador controlava a abertura da borboleta do carburador. Interligado com o velocímetro, o sistema ajustava a abertura para manter a velocidade. Na prática, a mesma teoria dos sistemas atuais.
Outra tecnologia disponível é o sistema de alerta de mudança de faixa. Por meio de sensores, o carro também “enxerga” as faixas na via e avisa o motorista se ele está muito perto de uma delas, podendo até fazer leves correções no volante para tentar manter o carro no centro da faixa de rolagem. Este recurso é utilizado com o intuito de prevenir uma mudança de faixa acidental caso o motorista esteja sonolento ou desatento.
O sistema notifica o motorista por meio de informações no painel, como avisos visuais e sonoros, até recomendando paradas para descanso. As pequenas correções no volante são feitas pelo sistema, que interage com a assistência elétrica da direção, posicionando o carro no centro da faixa, ou pelo menos afastando-o da faixa que estava sendo invadida. A sensação que passa é estranha, pois o carro não parece estar sob seu controle.
Na realidade, esta sensação de falta de controle nos leva a pensar que em algum futuro não tão distante, não estaremos mesmo no controle. Muitos recursos são muito úteis e podem evitar acidentes, mas acredito que ajuda demais atrapalha. A ação de dirigir um automóvel está cada vez mais simples e exige pouco do motorista. Por um lado, ótimo para quem não está preocupado com a relação motorista-veículo, mas ruim para quem procura isto durante a utilização do carro.
Obviamente, não precisamos voltar para o tempo em que era preciso regular o ponto do motor manualmente por alavancas no volante, nem dar a partida no motor com manivela, mas cada vez menos o motorista precisa estar atento com o veículo, pois “ele faz tudo sozinho”.
É um pouco preocupante quando o carro toma decisões pelo motorista, pois significa que o veículo está mais atento do que quem deveria estar no comando. É fato que quando não precisamos nos preocupar, simplesmente não damos a mesma atenção. O que o deixa acordado em uma viagem por uma estrada reta e chata? Ter que manter o veículo na faixa para não abraçar uma árvore. Se o motorista sabe que o veículo pode se manter dentro da faixa por conta própria, não seria uma brecha para tirar sua atenção?
Não digo que o sistema é ruim, pelo contrário, no caso de uma desatenção pontual do motorista, o carro evita uma manobra indesejada, mas o fato disto virar uma regra e não uma exceção, é o que chama a atenção.
O controle de velocidade adaptativo também teria este lado a ser considerado, mas talvez em uma escala menor. Realmente é chato ter que ficar retomando velocidade toda vez que um carro mais lento está à sua frente.
O motorista precisa ter controle total do veículo, é mandatório para segurança, e acima de tudo, ele precisa ter a sensação de que realmente está com o controle. Sem sensação de controle, a insegurança dá margem ao erro, pensando que o carro vai se corrigir sozinho.
Uma experiência similar foi com os sistemas de auxilio de partida em rampa, onde o carro entende que está parado em uma rampa e não libera o freio até que haja força trativa suficiente para o carro não descer. Ao primeiro contato, a sensação era de que quando se fosse dirigir outro carro sem este recurso, por condicionamento, deixaria de acelerar o suficiente e na velocidade correta, e o carro desceria.
Acostumar o motorista com menos atividades e preocupações não é bom, pois em uma situação em que uma ação que o carro faria por conta é necessária, pode haver uma falha de raciocínio por condicionamento, e ocorrer algum acidente.
As modernidades e recursos disponíveis nos veículos devem auxiliar o motorista em situações em que normalmente não há tempo ou habilidade suficiente por parte do motorista numa condição de risco, como um controle de estabilidade que corrige um excesso de velocidade em uma entrada de curva ou um ABS em pista molhada.
As ações primárias, como esterçar, acelerar e frear, e acima de tudo, estar atento ao ambiente e arredores, não podem ficar a cargo dos computadores do veículo. A tecnologia não pode emburrecer o motorista, mas sim auxiliá-lo. Uma opção que deixa estes recursos mais racionais é o simples botão liga-desliga. Quer usar o controle de estabilidade? Ligue-o. Não quer usar o alerta de mudança de faixa? Desligue-o. Simples assim.
Temos que ter cuidado com o uso dos recursos cada vez mais modernos e impressionantes do ponto de vista técnico, para não tirar do motorista a ação de dirigir. O dia que isso acontecer, o carro estará condenado, e teremos somente meios de transporte.
MB
Fotos: BMW, Volvo, Bosch, Audi, Imperialclub.
Há tempos vejo muitas pessoas comentando (não aqui) sobre o tal do air bag, muitas vezes medindo um carro todo pelo número de sacos de ar que ele tem, como se fosse o único fator de segurança de um veículo. Pior ainda é que, na cabeça das pessoas mais leigas, isso é verdade inquestionável.
ResponderExcluirMe pergunto se estes equipamentos de "pré-consciência" automotiva terão o mesmo destino no imaginário popular, sobre as funções que estes exercem. Se sim, estamos ferrados.
Acho que os carros estão tão padronizados e iguais (não digo isso como uma coisa ruim), que a decisão acaba ficando pela quantidade de equipamentos. É claro que o equipamento de segurança mais importante não segue qualquer padronização, o motorista (especialmente no Brasil).
ExcluirCharles;
ExcluirEncare o airbag com os mesmos olhos do seguro: é algo onde voce paga um valor certo para, em caso de sinistro, não ter de pagar uma grande soma indeterminada.
Eu, por exemplo, não compro carro com menos de 6 airbags, não porque estou pensando em bater, mas sim porque, se em uma fatalidade alguém me bater, vou sair viva do acidente.
Não sofrer um acidente não depende só de voce; hoje mesmo, vindo para o trabalho, tive de dar uma freada de emergência, porque alguém em um sandero, em alta velocidade, resolveu costurar entre o meu carro e o carro da faixa mais a direita. Imagine se eu não tivesse conseguido frear: o cara teria batido a lateral dele na quina do meu carro, provavelmente teria atravessado na minha frente e tomaria uma batida na laretal; sem airbags, ele certamente iria se machucar muito.
Luciana,
ExcluirPermita-me discordar de você. Ao citar airbag como um "seguro", você refere-se como se este fosse único sistema de efetiva segurança passiva de um veículo, o que se agrava quando diz que se "alguém me bater, vou sair viva do acidente." Isto é uma meia verdade - para não dizer que de verdade há muito pouco, e é o objeto da crítica de meu primeiro comentário.
O nome "de certidão de nascimento" do sistema de air-bag é SRS, sigla para "Supplemental Restraint System", ou Sistema de Retenção Suplementar. Por suplementar, entenda-se acréscimo, plus, bônus. Isso significa dizer que o air-bag apenas acresce à margem de segurança de um veículo em eventual colisão, mas por si próprio não constitui segurança alguma, tanto é que muitos carros o desabilitam caso o condutor ou passageiro não esteja utilizando o cinto de segurança, este sim, verdadeiro equipamento apto a salvar sua vida em eventual colisão.
Trata-se, portanto, de artefato de atuação estreita e altamente dependente da eficiência de outros sistemas, como cinto de segurança e estrutura da carroceria.
Ponto importantíssimo, inclusive, este da capacidade de absorção de impacto pela carroceria, de sua capacidade de deformação programada e de manutenção da integridade do habitáculo. Este fator estrutural, majoritário, ficou evidente como elemento chave quando vimos os primeiros crash-testes de carros chineses, onde a existência de air-bags pouco adiantou para manter a integridade dos ocupantes, vez que a carroceria como um todo falhou miseravelmente em absorver e dissipar a energia do impacto sem atingir o habitáculo.
O ponto da minha crítica é justamente este: cintos evoluem, possuem sistemas mais sofisticados de pré-tensionamento, carrocerias evoluem, com uso de novos materiais e técnicas de soldagem que permitem maior resistência e capacidade absorsiva de impacto, fora novas modalidades de testes criados pelas agências de segurança viária ao redor do globo (como Euro N-CAP e NHTSA) que obrigam os fabricantes a explorar melhorias estruturais nas carrocerias em pontos os quais pouco se investia anteriormente, dentre outros.
Mas quem leva toda a fama pelo acréscimo de segurança? Os air-bags, pois são os objetos que, em quanto maior o número de presentes em dado veículo, mais facilmente se veiculará pelo marketing hipocondríaco da segurança veicular passiva.
Aliás, neste ponto é interessante trazer o paper n.º 500 da NHTSA, agência estadunidense de segurança viária, no qual consta a metodologia utilizada para apurar a efetividade dos air-bags para diminuir as estatísticas de morte no trânsito:
http://www-nrd.nhtsa.dot.gov/pdf/nrd-01/esv/esv18/CD/Files/18ESV-000500.pdf
Na figura 1 do referido documento, note-se a efetividade do cinto em comparação com o air-bag (até 2001).
Na tabela 1, extraem-se os seguintes dados:
O uso do cinto com air-bag possui eficiência de praticamente 54% contra fatalidades. O uso de air-bag sem o cinto possui eficiência de 14% no mesmo sentido. O uso apenas do cinto possui eficiência de 48%. Perceba-se, inclusive, que a somatória da eficiência do uso dos dois equipamentos de forma concomitante (54%) é menor do que a somatória de eficiência individual dos sistemas (teoricamente 62%), o que significa dizer que o air-bag, dependendo da situação, pode causar mais mau do que bem.
em continuidade...
ExcluirE isto são números de 2000. De lá para cá, muito se evoluiu em termos de construção de carrocerias e pretensionamento de cintos, porém os sistemas de air-bag continuam praticamente inalterados, variando mais em número do que em evolução de projeto. É de se questionar se o "número de vidas salvas pelo air-bag" realmente se deve a ele ou ao incremento de outras características muito mais importantes na segurança passiva de um automóvel, vez que a metodologia utilizada para calcular a eficiência é o número de air-bags acionados em função da relação acidentes x fatalidades.
Como você mesma disse, sofrer ou não um acidente não depende só de mim, o que também significa dizer que, mesmo em condução arrazoada e correta, é possível sofrer acidente de grandes proporções, nos quais um air-bag instalado em carro de pouca estrutura somente servirá para manchá-lo de vermelho.
Aliás, já sofri batida direta contra obstáculo a 60 km/h em uma via certa vez. Não sofri um arranhão sequer, e com carro sem air-bags. O motivo? Além de um carro bem estruturado, o uso correto e bem ajustado do cinto, posicionamento correto do banco e volante, postura correta dentro do veículo e empunhadura correta das mãos no volante, que me ajudou bastante a evitar que meu rosto sofresse impacto. Com air-bag, talvez ainda terminasse com escoriações pela explosão do mesmo.
Reitero: É equipamento de atuação muito estreita, que bem serve em situações muito específicas e que não garante nem 1/10 da segurança que as pessoas que vêem nele como um santo salvador em colisão esperam de seu uso. É justamente essa falsa sensação de segurança que preocupa.
Luciana,
ExcluirDependendo da batida, o air-bag não vai adiantar de muita coisa, não... Nas velocidades simuladas em crash-tests, tudo bem, ele funciona. Agora, em velocidades bem maiores que aquelas, ou dependendo do ângulo do impacto, sem chance...
Charles, obrigado por compartilhar essas informações conosco.
ExcluirAssim como tem os entendidos de super-trunfo que avaliam um motor apenas pela sua potência máxima, os entendidos de super-trunfo avaliam sua eficiência apenas pelo número de air bags.
ExcluirA cada dia que passa as pessoas valorizam os carros mais pelos equipamentos embarcados do que pela suas características de uso.
ResponderExcluirConforto é muito bom, mas atualmente tudo peca pelo exagero desnecessário, sob o manto do obsoleto, velho e atrasado.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMilton, o grande problema dessas tecnologias embarcadas no Brasil, como o sistema de alerta de mudança de faixa e do controle de velocidade por identificação das placas de sinalização, é que elas pressupõem que a sinalização está devidamente conservada e padronizada. No Brasil não vejo isso. Cada localidade apresenta um padrão de placa de sinalização, limites de velocidade são definidos sem o menor critério técnico, a sinalização horizontal em péssimo estado de conservação, sem falar quando elas são "apagadas" (quando são) com tinta preta que, principalmente em condição de chuva e à noite, refletem tanto quanto a faixa pintada em branco ou em amarelo...
ResponderExcluirOu seja, não é possível querer usar tecnologia do século XXI com estradas em estado de conservação similar ao do século XIX.
Um abraço.
Octavio,
ExcluirIsso é verdade, precisamos de melhores vias antes de mais nada.
Existem sistemas que leem as placas, não foi o caso do que avaliamos.
abs,
Quando levantamos esse debate sobre novas tecnologias eu me lembro de aviões como o Sea Harrier e o Steath F-117, que sem o auxílio ativo de computadores esses aviões seriam humanamente incontroláveis.
ResponderExcluirSeguindo nesse caminho, acho fantástica a tecnologia da suspensão eletrônica da McLaren MP4-12C que não usa barras estabilizadoras e controla cada pneu de maneira independente. Essa é uma eletrônica que ajuda a chegar em um nível ainda mais alto de pilotagem.
Perneta, me permita um comentário. O Sea Harrier é um derivado direto do Harrier dos anos 60, e não tinha nada de computador em seu controle não. Era tudo manual mesmo, uma obra brilhante da engenharia inglesa no seu tempo.
ExcluirSou a favor de ter tudo, mas desde que seja possível DESLIGAR TUDO facilmente e não ter nenhuma interferência na condução. Assim fica a cargo do motorista decidir como ele que conduzir o carro e não o carro determinar o que deve ser feito.
ResponderExcluirAndré Castan, exatamente assim que deveria ser.
ExcluirA opção é do motorista, e não do fabricante.
Até considero o alerta de mudança de faixa bom, principalmente se tiver um botão de liga-desliga. Mas reafirmo as palavras Octavio, de que adianta ter tecnologia do século XXI nos automóveis, se nossas estradas são similares às do século XIX?
ResponderExcluirDe modernidade só existem os malditos pardais, que mais atrapalham do que ajudam.
Me imagino no dia que isso acontecer, eu falando pros novinhos que houve um tempo em que dirigir era divertido e requeria habilidade... E o espanto deles ao dar umas voltas num chevette ou opala se é que me entendem... ^^
ResponderExcluirPor falar nisso, imagino que se entregar um carro desse tipo a esses motoristas (não entusiastas) de hoje em dia, dariam PT no carro rapidamente...
O arremate do texto é exatamente o que penso. E se é para termos apenas meios de transporte, por que veículos individuais? Acredito que o excesso de automatismo acabe com a essência do carro, ele passa a não fazer sentido. Pegar a estrada em um carro com alta tecnologia embarcada? Melhor ir de trem, lendo um livro, conversando, etc.
ResponderExcluirO ponto crítico é essas benesses eletrônicas trazerem para o volante pessoas que, por falta de intimidade ou habilidade com máquinas, estariam melhor no banco do carona, para si mesmas e para a sociedade. E, ainda, tais tecnologias tornam o aperfeiçoamento ou mesmo formação de um instinto de como reagir em situações adversas totalmente desnecessários. Seria esse o melhor dos mundos?
Penso exatamente da mesma forma. O dia que o carro fizer a maior parte do trabalho por mim, deixo de usá-lo e vou de trem, ônibus, metrô etc.
ExcluirEsse texto se aplica muito também ao mundo da aviação. Muitas vezes pilotos se acostumam a voar os grandes aviões modernos apenas de forma automática, e quando precisam voá-los de forma manual, ocorrem dificuldades...
ResponderExcluir"Acostumar o motorista com menos atividades e preocupações não é bom, pois em uma situação em que uma ação que o carro faria por conta é necessária, pode haver uma falha de raciocínio por condicionamento, e ocorrer algum acidente.!"
ResponderExcluirMB,
Acho que esse parágrafo resume todo o problema.
Imaginem quando houver algum defeito em um destes assistentes de direção, o que pode acontecer...
É complicado Bob, entendo seu ponto de vista mas tem o outro lado da moeda, que tem gente que simplesmente não quer saber de aprender a dirigir corretamente, e dirige diariamente. São aquelas pessoas que não lembram nem de colocar água no limpador e quando precisam dele usam assim mesmo, sem água, espalhando sujeira e riscando o vidro, por exemplo...
ResponderExcluirSó que o que define se alguém pode ou não comprar carro não é a habilidade dela ou o cuidado com ela mesma, com o veículo e principalmente com os outros, na via pública, é simplesmente a pessoa ter dinheiro ou condições de pagar o financiamento... ou seja, qualquer um inclusive quem odeia carros pode comprar um carro e sair por aí fazendo besteira.
Exemplo, hoje na minha frente tinha um cara dirigindo e falando ao celular, ele invadia as faixas de rolagem, passou no farol vermelho (com foto), devagar (risco de ser pego lateralmente), quase bateu no canteiro central, etc... como ele estava devagar e travando o trânsito, todos tiveram que aguentar ele (e claro, nada de fiscalização nessas horas). Se o carro dele tivesse esses recursos pelo menos invadir a faixa ele não teria feito.
Daí fica o entrave: por um lado o carro que anestesia os motoristas e até tira o fator diversão ou adiciona riscos na tentativa de mitigá-los, por outro lado os motoristas que não querem saber de carro e arriscam a vida de outros no trânsito e para quem essas tecnologias poderiam ajudar a evitar acidentes. Acho que nessa equação ninguém ganha.
Sou contra o excesso de tecnologias. O autor do texto está corretíssimo.
ResponderExcluirE o Marcos Alvarenga das 12:38 tocou no ponto certo: conseqüencias decorrentes das causas atuais.
No futuro, quando a gente for bem velho poderá ser espantoso dizer: eu fui motorista! as pessoas serão conduzidas pelos "homenzinhos verdes" de dentro do motor.
Ricardo2
Ricardo2
ExcluirEspero não chegar esse dia nunca.
Pode ser que seja uma pergunta idiota, mas como não conheço, vamos lá... Será que esse sistema de alerta de mudança de faixas seria intrusivo ao ponto de, num desvio de um buraco (por exemplo aqueles que não necessariamente é preciso mudar de faixa, e sim só ir mais pro canto), intervir e jogar o carro mais pro meio da faixa - e pra dentro do buraco?
ResponderExcluiracho que ele funciona só quando não há um esterçamento muito brusco do volante. ele é feito para corrigir pequenos desvios de direção apenas
ExcluirGFONSECA,
ExcluirNão, ele só atua quando há uma movimentação muito sutil do carro em direção a faixa de rolamento. Com movimentações voluntárias no volante, mesmo que pequenas, o sistema não responde.
Tinham que popularizar o Abs para as motos, isso sim!
ResponderExcluirNa moto, frenagem mal sucedida é quase certeza que é chão.
Conversei recentemente com um motociclista e eles fez objeção a esse sistema, pois impediria o uso ativo da travagem do freio para algumas situações determinadas. Seria preciso um ABS muito bem regulado para que a pilotagem de uma moto não ficasse prejudicada.
ExcluirAcho difícil. As últimas gerações do ABS freiam bem até em estrada de terra, além de que ABS não precisa de regulagem depois que sai da fábrica.
ExcluirAnônimo das 21:09, é por isso que as BMW vem (ou vinham) com a opção de desligar o ABS. Que eu me lembre as Hondas de uso misto nem tem essa opção, mas como disse o Perneta funcionam muito bem mesmo fora do asfalto, foram bem elogiadas nas avaliações.
ExcluirNo uso "civil", cidade ou estrada, a pilotagem de uma moto com ABS não fica em nada prejudicada, muito pelo contrário.
Há tipos e tipos de tecnologia embarcada. Aquelas que não interferem na atenção do motorista são boas, como o freio ABS. Se o cara já ia frear forte em uma situação de pânico, nada melhor que haver um sistema que evite o travamento do freio (ainda que possa haver ao menos para veículos off-road a possibilidade de uma regulagem que permita o travamento leve das rodas). Logo, não é um sistema que interfere no ato em si, mas apenas está evitando excessos que possam prejudicar a realização a contento do tal ato.
ResponderExcluirO meu medo é quando começam a usar essas tecnologias para mascarar uma má execução de projeto. O mesmo ABS que aprecio pode perfeitamente ser usado para mascarar um sistema de freios mal elaborado, daqueles que só funciona mesmo se você pisar bem fundo e no qual não se tenha como modular direito a pisada. Sistemas de controle de estabilidade podem acabar se tornando máscara para suspensões mal acertadas e por aí vai.
Para mim, o melhor uso desses sistemas é em um carro cujo projeto consiga bons índices de segurança ativa mesmo com eles desligados. Logo, os mesmos tornam-se complementos mais que bem-vindos e que acabam servindo para seus reais propósitos de evitar o pior em uma situação bem extrema.
Para mim esse tipo de tecnologia não faz falta.
ResponderExcluirAliás, acho inclusive que pode ter um caráter perigoso: quanto mais recursos que tenham como propósito substituir a atenção do motorista, mais ele "relaxa" e menor será essa atenção.
O único recurso que achei realmente válido, e que vi em algum modelo da Mercedes, foi uma espécie de sensor que detecta calor (animais e pessoas) na rodovia à noite. Esse é sensacional. Todo carro deveria ter.
Morcegos utilizam recursos ecolocalização para movimentarem-se em ambientes extremamente complexos, como cavernas escuras e cheias de objetos pontiagudos, além de outros morcegos em movimento.
ResponderExcluirHá deficientes visuais que conseguem movimentar-se naturalmente usando técnicas de ecolocalização, por exemplo: estalando a língua, estalando dedos, produzindo ruídos com a ponta da bengala o pisando firme e ruidosamente com sapatos de solado de madeira ou de metal. Alguns deficientes visuais como Daniel Kish, jogam basquete e andam de bicicleta usando apenas a ecolocalização.
Enfim os "seres humanos" resolveram "evoluir" e investir em ecolocalização para se deslocarem em bandos e com segurança, como os morcegos, mamíferos que aprenderam voar movimentando braços em ambientes extremamente inóspitos. Acredito que em pouco tempo a nossa "espécie humana moderna" deverá superar os morcegos.
"...Com o sistema adaptativo, o sistema freia automaticamente seu carro e mantém a mesma velocidade do carro da frente, no caso do exemplo os 90 km/h, até que ele saia da frente..."
ResponderExcluirAqui no Brasil, isso não funciona. Os motoristas simplesmente não saem da frente nem se implorar, dar farol, buzinar, gritar, etc... Se for na faixa da esquerda, ai que você pode esquecer mesmo.
Extremamente irritante o sujeito achar que é dono da faixa e não deixar você passar. Nas rodovias isso é regra. Vez ou outra a besta no voltante lembra que tem espelho retrovisor e olha para trás e mesmo assim, as vezes, não sai da frente.
A regra é clara: ultrapassou? Vá para direita. Simples assim.
Aviso eletrônico de ponto cego pra quem tem lente esquerda como a da foto de abertura, é desnecessário.
ResponderExcluirA coisa já está começando a ficar over. Isso sem falar que serão mais dispositivos eletrônicos para dar pane sem que um sujeito que não seja altamente especializado possa resolver, e claro, com custo muito alto.
ResponderExcluirEm Minas, não me sinto seguro nem para usar o controle de cruzeiro convencional nas estradas: curvas, subidas, descidas, tráfego intenso, buracos etc. As outras tecnologias citadas, então, nem pensar...
ResponderExcluirO motorista tem que dominar o carro, sim. As tecnologias devem apenas auxiliá-lo a melhor efetuar essa condução. Do contrário, é mais lógico optar pelo transporte público automatizado.
Eu adicionaria nessa lista o câmbio manual. Que falta e que raiva que me dá...o cruze foi o último a possuir esse item que permite a comunicação do motorista com o carro. Sei que vende menos, mas podiam pelo menos respeitar aqueles que realmente gostam de dirigir e trocar as marchas. Isso vale para os modelos comuns e os premiums.
ResponderExcluirNo meu caso, que sequer câmbios automáticos, ABS e air bags me interessam, o que dizer então desses auxílios de mudança involuntária de faixa e auxílio para manter distância segura do veículo à frente? Isso é o básico do básico para dirigir. Quando eu precisar de auxílio para essas funções, rasgo minha CNH e não dirijo mais!
ResponderExcluirE os carros atuais já são muito mais fáceis de dirigir do que os modelos mais antigos. Confesso que foi quase um choque quando dirigi meu atual Opala pela primeira vez. Sistema de direção, freios e embreagem pesados, freios que requerem atenção para pararem o carro em linha reta numa pisada mais forte, estabilidade sensivelmente inferior e por aí vai... Fiquei muito incomodado em ter meio que desaprendido a dirigir carros antigos. Mas agora já voltei à forma de antes, pois todo final de semana "pratico direção arcaica" por alguns quilômetros (e é uma delícia!!!)
Gostaria de saber como um carro com sistema de alerta de mudança de faixa entenderia o trecho da BR-040 na entrada de Petrópolis-RJ, na altura da conhecida Casa do Alemão. vejam a imagem no link abaixo do Google Maps...
ResponderExcluirfile:///C:/Users/Rafael/Pictures/1/Estrada%20Ayrton%20Senna,%20Casa%20do%20Alem%C3%A3o,%20Petr%C3%B3polis%20-%20Rio%20de%20Janeiro%20-%20Google%20Maps.htm
Como é que nós vamos ver se esse link é um endereço dentro do HD do seu computador??
ExcluirO Rafael lançou um desafio - ele quer que invadamos o computador dele para visualizar essa imagem... Brincadeiras à parte, muito provavelmente quando as faixas não estiverem em boas condições, elas serão solenemente ignoradas por esse sistema de segurança veicular.
ExcluirNum futuro, creio que haverá carros com possibilidade de tornar a condução 100% autônoma (tudo automático) ou não (tudo ou parte de tudo, manual).
ResponderExcluirBastará selecionar o que mais lhe agradar no momento !
Pois é uma experiência incrível guiar um carro de maneira correta, sentindo-o literalmente. Só que fazer isso no trânsito caótico de São Paulo por exemplo é cansativo e certamente você vai agradecer essas tecnologias (Para quem não conhece essa fama de Sampa, há casos em que se leva aprox. 2h para transpor distâncias de 20km).
Acho que a melhor solução para a indústria automobilística será essa possibilidade do condutor escolher quais assistências de condução ele poderá habilitar ou não.
Me preocupo mesmo é com o fim da tração a motor a combustão. Não digeri bem o lance de dirigir um carro sem o barulho do motor (por menor que seja).
Qual vai ser a graça de um superesportivo elétrico sem um ronco?
Esse mercado vai ter muito trabalho daqui para frente.
Ronco do motor pode ser de mentira, artificial.
ExcluirPelo menos eu não vejo nenhum problema nisso.
Não comi, não gostei! Ou melhor, não posso ter, mas não gosto! Sou das antigas, com orgulho, aprendi a dirigir sozinho, observando, nada de autoescola, nem existia no interiorzão do Paraná e aprendi uma coisa que ainda hoje vale para mim e deveria valer, ou talvez valha, para quem gosta de carros realmente,o ato de dirigir um veiculo deve ser prazeroso, você participa e assume responsabilidades, interage com a máquina quase como se conduzisse um cavalo bem adestrado, conduzindo, mas sempre de olho nas reações e atento para corrigí-las sempre que necessário; esses acessórios que dirigem no lugar do motorista devem resultar melhor em trens, navios ou até em ônibus e transporte escolar, nunca no meu carro, o qual, egoisticamente, é meu transporte privado e individual, onde assumo os ônus das decisões e no qual não quero trafegar sonolentamente, ou talvez até, dormindo!
ResponderExcluirPois é. E o que dizer do novo Mercedes Classe S 2014, que está a um passo de se dirigir sozinho?
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