google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VINTE E CINCO LONGAS HORAS - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

VINTE E CINCO LONGAS HORAS

O nosso Maverick num dos raros momentos sem chuva, Paulão ao volante (foto acervo pessoal de Paulo Scali)

Parece que foi planejado, mas não foi, falar de minhas corridas em dois posts sucessivos. É daquelas coisas, pegar o embalo e ser difícil parar. Fato é que essa corrida, a 25 Horas de Interlagos, em 13 de dezembro de 1975, me foi muito marcante.

Primeiro, porque a venci, até aí nada de mais, faz parte do jogo de qualquer esporte vencer ou perder. No automobilismo, entretanto, o "perder" é relativo, pois você chega atrás do vencedor e também tem seu mérito, inclusive pontos quando se trata de campeonato, e dinheiro, se há prêmios em espécie, não esquecendo os troféus. Keke Rosberg foi campeão mundial de F-1 em 1982 vencendo apenas uma prova, o GP da Áustria.

Mas marcante mesmo foi a tripulação do Maverick Quadrijet da Equipe Mercantil Finasa-Motorcraft, a representante oficial da Ford Brasil nas corridas, cuja responsável era a firma Greco Competições e o chefe de tudo, Luiz Antônio Greco, uma das figuras mais incríveis que conheci e para quem tive o enorme prazer de pilotar de julho de 1974 ao final da temporada de 1976. A tripulação do Maverick 22 era formada por ninguém menos que José Carlos Pace, o nosso inesquecível Moco, e Paulo Gomes, o rápido Paulão, além de mim, claro. E a equipe oficial só teria um carro nessa corrida, o nosso.

Naquela época as corridas de carros de turismo estavam no auge. O interesse geral era enorme e para o encerramento da temporada de 1975, nada melhor que uma prova do porte de uma 25 horas. Para mim, então, nem se fala, pilotar ao lado desses dois grandes nomes. Inclusive, o Moco havia vencido o GP do Brasil, no mesmo ano e no mesmo Interlagos, em janeiro, com o Brabham BT44B, dia de dobradinha brasileira com Emerson Fittipaldi chegando em segundo com o McLaren M23.

Eram mais de 30 carros na largada, entre os da classe A (até 2.000 cm³) e os da classe B (acima de 2.000 cm³), todos dentro do regulamento do Turismo de Série Divisão 1. Só marcas fabricadas no Brasil eram admitidas e lá estavam Chevrolet, Ford, Chrysler e Volkswagen, alta e baixa cilindrada, tudo junto.

Ficou decidido que o Paulão largaria, depois eu pegaria e em seguida, o Moco. Na largada, sob chuva, o Paulão foi para a ponta, seguido pelos Mavericks de Fernando "Toco" Martins, Arthur Bragantini e Ingo Hoffmann, depois os Opalas de Edgard de Mello Filho e Edson Graczyk. E tome chuva.

Na sétima das 25 voltas que cada um pilotaria, o limpador de pára-brisa do lado esquerdo do nosso carro "voou", caiu, mas o Paulão continuou na mesma toada até parar para reabastecimento e troca de piloto. Foi colocado novo limpador, braço e palheta, e chegou a minha vez. 

Nas várias paradas àquela altura, o Opala dos paranaenses Graczyk/Tedesco/Freire passou a comandar a corrida e saí do boxe na segunda posição. Ao longe vi a névoa que ia em ritmo parecido com o meu – havia a dos carros da classe A, claro –, era o Opala do Paraná. Ao final de três voltas alcancei-o e ultrapassei. Estávamos liderando novamente. Mal comecei a quarta volta e – zapt! – foi-se o limpador de novo. De noite, chovendo e numa corrida.

Parar, nunca, questão de responsabilidade por pilotar um carro de equipe de fábrica e liderando. O jeito foi seguir como dava, usando todas as referências visuais possíveis e às vezes não, como entrar na curva 3 e manter o volante na mesma posição para fazer a curva 4 sem ver direito o que estava acontecendo na frente.

Um parêntese. Até hoje, quando estou numa estrada à noite e chove, desligo o limpador para recordar o que foram aquelas 22 voltas na 25 Horas. Francamente, não sei como foi possível para mim e para o Paulão dirigir naquelas condições e ainda por cima liderando.

Mas ainda no meu turno comecei a notar que o câmbio começou a arranhar ao passar de segunda para terceira e tínhamos cerca de 22 horas de corrida pela frente. Decidi ali mesmo não trocar marchas mais, fazer as voltas só em quarta. O V-8 Quadrijet garantia as retomadas de saída de curva sem perder muito, até no apertado Bico de Pato. Era mesmo impressionante como levantava de pouco menos de 2.000 rpm. O mais incrível é que o tempo de volta piorou pouco, eu via pela placa, coisa de 2 segundos. O Greco, que não arredava pé da mureta nunca, mesmo em provas de tão longa duração, não mostrou preocupação, de modo que tudo estava indo bem.

Parei para entregar o carro ao Moco dentro do programado, após as minhas 25 voltas, outro limpador foi colocado. Foi quando avisei sobre o problema do câmbio e recomendei ao Moco para ficar só em quarta. O Greco e mecânico-chefe Mariano, como eu, ficaram surpresos com o fato de o Maverick rodar tão bem só em quarta.

Assim transcorreu a corrida, nós sempre liderando, até que quase noite de domingo o motor começou a cortar, que logo identifiquei como entupimento. E enguiçou em plena pista, na Ferradura! "Acabou", pensei. Eu havia tido uma experiência recente com um Passat de rua meu, em que um adesivo na bóia que se soltara causava interrupção do fluxo de combustível ao ir para o pescador, e depois que o motor era desligado e cessava a sucção, havia alimentação de novo. "Pode ser isso", imaginei, e esperei coisa de 1 minuto e dei partida, o motor pegando. Fui ao box, todos desesperados, contei o que aconteceu e o mecânico Luiz Carlos, magrinho, enfiou a mão pelo grosso bocal de reabastecimento e achou um tufo de estopa! Eureka, problema resolvido, e voltei à pista.

Mas havíamos perdido a liderança em meio a essa dificuldade toda, seguíamos em segundo e andando o que podíamos, mesmo em quarta, porém aproximando mais forte e gastando freio. Duas voltas depois o Opala líder capotou (não me lembro quem era, infelizmente) e estávamos novamente na frente, assim ficando até a bandeirada de chegada, que o Moco recebeu. O Maverick terminou a prova inteiro, com o câmbio "abandonado" não apresentando nenhum problema. Só fizemos uma troca de pastilhas.

Percorremos 2.833,760 quilômetros em 25 horas, 356 voltas, praticamente sob chuva, com média global de 113,35 km/h, tempo médio global da volta 4min12s. Em segundo chegou o Opala do Ingo Hoffmann/Alex Dias Ribeiro/Alfredo Guaraná Menezes e em terceiro, outro Maverick, o de Jayme Silva/"Toco" Martins e Walter "Tucano" Barchi. A classe A foi vencida pelo Passat de Francisco Artigas e dos irmãos Mário Pedro e Luiz André Ferreira.

A nota cômica do encerramento dessa memorável vitória para a Ford e para nós foi, após a comemoração com muita champanha no prédio da administração do autódromo, o Paulão ter ido embora com seu Maverick de frota, de uso pessoal, e ao sair pelo portão 7 olhando à esquerda para ver se vinha tráfego e ter enchido o poste próximo acelerando forte em primeira..."Ih, estraguei o meu Maverick", disse com a voz meio arrastada resultado de 30 horas sem dormir direito complementado por umas boas e merecidas taças de champanha...Mas justiça seja feita, o poste era mesmo mal-colocado, tanto que depois a Light (ainda não havia a Eletropaulo) deslocou-o mais para frente no sentido do tráfego da av. Teotônio Vilela.

Tenho que fechar o post rendendo minha homenagem a Luiz Antônio Greco (1935-1992). Que grande chefe de equipe foi! Como era reconfortante vê-lo na mureta do box sinalizando para nós sem arredar o pé, até em provas longas como essa. Quando viajávamos, as refeições eram para todos os membros da equipe, nada de distinção ou luxos. Que esteja descansando em paz, ele merece.

BS

(Atualizado nesta data às 12h30 e 14h10, correção dos resultados do Keke Rosberg em 1982, uma vitória no GP da Áustria, e o carro do Emerson no GP do Brasil de 1975, McLaren M23 e não Lotus 72D)

70 comentários :

  1. Bob,

    Mais um excelente texto.

    Apenas ficou a curiosidade de como era esse Maverick.

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  2. Ótimo texto, acho que o Keke teve uma vitória no ano que foi campeão...

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    1. Gilmário
      Ops, derrapei nessa, o Keke venceu o GP da Áustria, correção feita no post. Obrigado pelo toque.

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    2. Grande Bob, que texto maravilhoso! Fico aqui com meus 22 anos de idade babando quando leio essas passagens sobre as Divisões 1 e 3 e o nosso automobilismo nos anos 70. Agora se me permite, a única vitória do Keke em 1982 foi em Dijon, no GP da "Suíça".

      Abraço!

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  3. Mr. Sharp quando resolve abrir o baú das lembranças, sempre sai coisa boa, e cada vez mais aumenta a minha admiração por ele.
    Que venha o livro!

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  4. Otimos relatos mesmo, que venha o livro...

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  5. Segundo a internet, o Opala que capotou foi justamente do Alex Dias Ribeiro, Ingo Hoffmann e Alfredo Guaraná Menezes. Mas eles continuaram a corrida com o carro aos pedaços e chegaram em segundo. hehe

    Recordar é viver!

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  6. Mineirim
    Isso mesmo! E quem dirigia era o próprio Alex, informou-me o meu "HD".

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  7. Nessa época havia comunicação via rádio entre o piloto e a equipe?

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  8. Ainda não. Era tudo placa de tempos e muita mímica. Mas entendíamos e nos fazíamos entender bem. A propósito, meu irmão era o cronometrista da equipe e teve a iniciativa de construir uma placa de tempos de acrílico com iluminação interna que foi de grande valia tanto de dia quanto de noite. Os dígitos eram tipo computador, facilmente visíveis, e a ordem para ir para o boxe era a terceira seta exibida – a primeira significava 1/3 do turno, a segunda, 2/3 e a terceira, as três juntas exibidas, boxe.

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  9. Já suei e trabalhei muito sobre, sob e perto de Mavericks nestes últimos anos e, lendo relatos como esse, me faz surgir uma efervescência no ser, uma incontrolável vontade interna de respirar esta atmosfera dos tempos em que Maverick era cavalo de pista, e dos bons.
    Incrível, Bob, é que a cada vez que toco a lata crua de uma joia destas no aguardo de sua pintura, sento-me ao seu volante ou mesmo me ponho abaixo de seu generoso cofre, me vêm à cabeça suas memórias de pista aqui descritas, estas coisas doidas e inocentes de um tempo mais saudável para o nosso automobilismo, e de como era incrível que algo tão complexo e caro como o mundo das corridas na época pudesse ainda assim ser tão aconchegado no imaginário da população de então: eram mesmo mais entusiastas.
    Eu sou um dos muitos que aguardam por livro seu, por publicação que será livro de cabeceira de uns loucos apaixonados que deixam escorrer tímida lágrima no canto dos olhos a cada vez que tocam o asfalto sagrado de uma pista com história. E digo, foram homens como o senhor que construíram estas relíquias cá, a Meca a que todo o bom entusiasta deve peregrinar ao menos uma vez na vida.
    Se estiver nos planos mesmo o seu livro, tomara que o faça logo, enquanto lhe vêm tão bem as memórias, ainda tão lúcidas e vivas como descreve. Essa é uma herança que queremos a qualquer custo, a de ter suas memórias atreladas de forma indissolúvel da história do automóvel no Brasil, impressa, como sempre mereceu ser.
    Obrigado Bob.

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  10. Lindíssimo relato de uma incrível história de vida. Parabéns!

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  11. Parabéns Bob. Li na sequencia seus 2 últimos posts e muito da minha infância e adolescência voltaram à minha mente. Me lembro de pegar a minha "bike" e ir com frequência Interlagos pela facilidade de morar num bairro próximo. Final dos anos 70, começo dos 80, e um belo dia um senhor bigodudo de óculos de grossos aros se aproxima de mim e começa conversar sobre os carros, a pista, o porquê das coisas, etc. Vendo a minha curiosidade e natural empolgação percebi que ele propositalmente alongou mais do que devia o papo quando uma pessoa passou por nós e comentou: - Marazzi (Expedito), fazendo hora extra ?
    E assim eu tive a imensurável satisfação de conhecer essa figura inesquecível. Brincalhão, atencioso, grande coração e dono de um p... "dojão" preto que durante muito tempo povoou meus sonhos.
    Muito obrigado por resgatar essas lembranças.
    Como disse dias atrás, você é uma figuraça e seu livro será muito bem vindo.
    Valeu mesmo !!

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  12. Colecionador de miniaturas e um artesao, tomei a liberdade de confeccionar algumas minis do maverick greco. E ainda me solicitam volta e meia. Fiz dezenas de opcoes entre as variacoes de layout grafico do carro dentro das das diversas participacoes. Minha selecao se baseou pelo grau do resultado da prova, piloto participante e...o acesso à imagens que me dessem referencia em todos os planos do carro. Esse 22, vencedor dessa prova nao ficou de fora. Aos 50 anos, sempre me é prazeroso 'apresentar' aos mais novos e/ou desconhecedores da historia de nosso automobilismo e nossos herois autenticos, sem midia para construi-los. Invariavelmente, seja no facebook, no meu blog (http://alfaminiatures.blogspot.com.br ,onde pode conferir algumas imagens seguindo a tag greco, mercantil, maverick) ou em comentarios em outro blogs e/ou prozas ao vivo, finalizo citando este espaço e a sua pessoa. Um dos gladiadores do asfalto, ainda vivo e disposto a nao so falar de novos autos, mas contar os 'causos'. Voce, me permita abolir o 'senhor' nao por desrespeito mas pela 'intimidade' que ao longo de minha vida foi criada pelas inumeras materias lidas e relidas inumeras vezes nas, entao, 'revistas especializadas'. Voce foi um dos 'colaboradores' do meu apaixonar por esse universo, o mesmo que transmito a meus filhos...mas recorrendo justamente a historia, dada a mediocridade em que se encontra o esporte (que parece que ta se revitalizando). A voce,meu muito obrigado.
    Julio Cesar
    PS:terei o maior prazer de agracia-lo com uma miniatura da referida corrida.

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    1. Oba, obrigado Julio Cesar. Aceito sim, com prazer.

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  13. o bob poderia falar também da divisão 3.... cheguei a ver a divisão 3 funcionando , creio a uns 20 anos quando estava fazendo treinamento da seguradora em interlagos, era vw passat 2.0 colando nos opalas preparados, os pilotos eram humanos, conversavam e davam dicas numa boa.
    agora parece que tudo ficou sem graça....

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  14. Bob,
    bela história. Sempre bom ler sobre corridas, gosto muito.
    Quanto que esse Maverick gastava pneu ? Pelas fotos, está sempre arrastando em curva. Duravam mais ou menos quanto ? eram os Cinturato ?

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    1. JJ
      Os pneus eram o Pirelli CF67, depois o CN-36, mas os pneus eram especiais, com massa e estrutura para competição, senão não duravam nada.

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  15. Prezado Bob, mais um post maravilhoso! Somente uma correção: no GP do Brasil de 1975, Emerson pilotava um Mclaren M23, nos tempos da 'Texaco-Marlboro'. Grande abs!

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    1. Tuhu
      Isso mesmo, ele passou para a McLaren em 1974, quando foi bicampeão. Será corrigido em seguida e obrigado por lembrar.

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  16. Cara me senti lá no ano de 1975 ....... Tnks.

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  17. Bob
    Que tipo de preparacao o 302 v8 levavam nessa categoria? Quantos cv aprox voces tiravam? Quem eram os preparadores da epoca?
    Voce chegou a correr contra o terrivel Maverick Berta da equipe Holywood?
    Saudacoes

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    1. A preparação era relativamente simples. Mais taxa, um comando Iskenderian de maior duração, carburador quádruplo (Quadrijet). A potência era 180 cv. Não cheguei a correr contra o Maverick da Hollywood.

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    2. Os 450 cv a 6.200 rpm do motor do seu Maverick de 1976 era potência líquida?

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  18. Coisa linda essa derrapagem controlada!
    Separando os homens dos meninos !
    Jorjao

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    1. Isso chama-se drift.
      É para quem pode e nao para quem quer!

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    2. Nao voce esta enganado. Na foto trata-se de uma derrapada controlada ou a correcao de uma saida de traseira. Em ingles power-slide.
      Numa competicao de drift o objetivo e sempre andar de lado (deslizando nas curvas) controlando as derrapagens.
      O drift é muito mais uma exibicao que uma competicao .
      Eu nao vejo graca nenhuma nesse tipo de competicao e acho que a tecnica esta muito aquem da utilizada numa corrida de carro em cirquito ou em rally.
      Quando o anonimo acima falou em separar homens de meninos acho que o drift se encaixa muito bem na categoria dos meninos. Mas nao quero menosprezar nenhum piloto ou apreciador desse tipo de competicao.

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    3. Drift é coisa de menino, é uma exibição. Em corrida não serve pra nada.

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    4. Mandou bem AG, exibicionismo mesmo, mas em emergencia saber controlar um drift ou slide igualmente demonstra habilidade

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  19. Isso tudo realmente é para guardar com carinho e orgulho, Bob!
    Parecem aquelas situações em que tudo dá certo, apesar das adversidades que tornariam o "dar certo" improvável.
    Nada como a força de um V8 Quadrijet, não? O motor era o 302?
    O Fernando "Toco" Martins não tinha uma oficina em São Paulo?
    Abraços.

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    1. Ele continua por lá
      Rua Fradique Coutinho x Arthur de Azevedo , Pinheiros.

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    2. Rodrigo
      Era o motor 302, com alguma preparação oficial e homologada, envolvendo taxa de compressão mais alta, um comando de válvulas Iskenderian com tuchos mecânicos e um carburador quadrijet Holley. A potência no dinamômetro era 180 cv líquidos, contra 135 cv do motor original. Andava muito, mais de 210 km/h fim do retão de Interlagos.
      E para o anônimo das 14:36 também, eu soube há poucos dias pelo Fukuda que o Toco fechou a oficina.

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    3. Legal, BS, achava que o Iskenderian só existia para motor Chevrolet 6 cilindros. Vivendo e aprendendo.

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    4. Bob, percebi pela foto que o Maverick inclinava bastante nas curvas, provavelmente prejudicando o tempo de volta. Juntando isso, mais os pneus e freio usados na época, provavelmente um carro bem menos potente de hoje seria tão rápido quanto ele.

      Qual carro hoje teria tempos de volta semelhantes? Talvez os VW/Audi FSI, ou BMW 280, pra citar alguns que já apareceram em avaliações aqui?

      Abraço,

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    5. Marcos,
      Provavelmente sim, os tempos de volta seria parecidos, mas nada mais natural. E não tinha problema nenhum inclinar nas curvas.

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    6. Marco Alvarenga
      Mas assim vc complica!
      E muito difícil comparar um carro de corrida com carros de rua
      Freio e suspensão bem acertados fazem milagre numa pista muito mais que potência pura
      Os carros preparados p trackday focam em freio e suspensão e por ultimo em potência
      Abs

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    7. Por isso mesmo a pergunta. São muitas variáveis: pista x rua, suspensão, pneus, o fator tempo e outros.

      Lembrando outra comparação recente, colocaram um Lotus do Clark, o 49, acho, contra um Corvette atual nos EUA e o velhinho colocou 2s no moderno supercarro.

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  20. Bob;
    Post delicioso de ler! Senti-me dirigindo o Maverick!

    Grande Abraço

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  21. Saudades de um tempo que não vivi. Parabéns Mr. Bob!

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  22. Essa foi a última vitória de Pace, que não se deu bem em 76, e sofreu o acidente aéreo em 77.

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  23. Querido Bob Eu tbm participei desta 25 hrs de Interlagos - 1975 - em dupla com meu saudoso amigo Dante Di Camillo. Corri com um Maverick azul que adquiri do Fabio Crespi - Chuviscou quase a corrida inteira,,prova muito dificil...Nosso Maverck nao tinha autoblocante,, terminamos em 6o lugar,,,que considero um resultado excelente,,,abaixo a classificaçao até o 6o lugar Resultado 25 Horas de Interlagos 1975
    1º 22 Paulo Gomes,Jose Carlos Pacce e Bob Sharp – Maverick 356v
    2º 1 Alex Dias Ribeiro,Ingo Hoffmann e Alfredo Guarana Menezes – Opala 355v
    3º 10 Walter” Tucano” Barchi, Jaime Silva e Fernando Toco Martins – Maverick 354v
    4º 21 Aloysio Andrade Filho,Arthur Bragantini e Marcos Emilio Pires – Maverick 347v
    5º 11 Antonio Castro Prado,Ricardo Soares de Oliveira e Antonio Carlos Tala – Opala 345v
    6º 4 Luiz “ Aguia “Evandro,Paulo Costa e Dante Di Camilo – Maverick 343v

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  24. Bob, com toda a certeza, suas qualidades como piloto ficaram evidentes e deverá deixar isso bem claro aos que, talvez, pudessem ter alguma dúvida disso. Após terem lido a história de hoje, ficou a certeza de que para fazer parte de um time desse naipe é preciso algo mais - aquilo que você tem de sobra. À época, pude assistir essa corrida e relembrar alguns acontecimentos além de saber coisas de bastidores. Fantástico!
    Parabéns pelo relato, mas saiba que dessa forma nos deixa carentes de outros.

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  25. Belo texto Bob!

    Considerando toda a sua experiência de pista, qual foi o modelo/categoria que lhe deu mais prazer ou alegria?

    Abs.

    ______
    42

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    1. André Luís,
      Com toda certeza o Maverick Divisão 3, leia em http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2011/04/uma-volta-de-maverick-divisao-3-em.html

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  26. Bob,

    "Decidi ali mesmo não trocar marchas mais, fazer as voltas só em quarta. O V-8 Quadrijet garantia as retomadas de saída de curva sem perder muito..." Mais uma vez está provado que não faz sentido a atual "inflação" de marchas. Motor forte tem que dar conta do recado!

    A Mercedes lançou um novo classe E com 9 marchas! Não era melhor CVT?

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    1. Mineirim,
      Cada vez que penso no 911 Turbo de 1975 e suas quatro marchas, fico perplexo com a atual inflação de marchas.

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    2. Concordo em gênero, numero e grau!

      E o pior é que as revistas "especializadas" compram a idéia dizendo que o "modelo x é mais simples porque tem 'apenas' 5 marchas"...

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    3. O "apenas 4 marchas" já virou um clássico da mídia brasileira. Outro dia andei num Vectra 2010 automático de "apenas" 4 marchas e o bicho levanta giro que é uma beleza, e velocidade máxima em terceira. Mil marchas serve mesmo para economia, pra acelerar tanto faz. Ah, lembrando à turma do "apenas" que tenho um Cruze AT de 6 rsrs

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    4. E olha que o Porsche 911 Turbo de 1975 tinha um turbo lag absurdo e nada de sutileza na hora de despejar potência depois do turbo entrar em ação. Nove marchas são exagero total mesmo, ainda mais que os motores modernos têm uma elasticidade impressionante. Se em um simples motor 1-litro nacional 5 marchas dão e sobram...

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  27. Bob, posso transcrever esse depoimento no meu face e blog, citando claro, a fonte como sempre faço (o Autoentusiasta)? obrigado.

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  28. mais um post fantástico... sem mais.

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  29. Bob,

    Meu único comentário..... OBRIGADO!!!!!

    Marco

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  30. Bob,
    Aproveite o embalo e mande mais textos do gênero! Estou aqui ainda terminando de assimilar os detalhes, texto simplesmente maravilhoso e muito gostoso de se ler!
    Forte abraço!

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  31. Poxa, que recordação fantástica! Caramba, você viveu tudo isso! Incrível!

    AUTOentusiastas!

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  32. Prezado Bob Sharp,

    todos os dias vejo os artigos aqui do blog, hoje entrei já pensando em ver mais um teste de JACs, FOXs. FIESTAs e outros carrinhos, qual não foi minha surpresa ao me deparar com este post, QUE MARAVILHA.

    Espero que venham outros deste tipo.

    PARABENS !!!!!!!!!

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  33. Querido amigo Bob ,, Campeão Brasileiro ! esta 25 hrs de 1975 ficou gravada na minha memoria até hj,,( e nos dois ja tinhamos 37 anos de idade rsrs ) ,Os Opalas eram mais rápidos nas curvas de baixa,,,me recordo de uma disputa que tive durante a noite com o Opala do Waltinho Travaglini,, depois de varias voltas eu na frente entrei no sol,( que estava um sabão - escorregava muitoo ) por dentro para " tentar fechar a porta " rsrs e ele por fora ,, bem ao meu lado foi passando passando,quase na mesma velocidade ,e no final do sol ele quase saiu da pista e eu continuei na frente , ate que fui ultrapassado na freada do sargento,,,- Nosso 3o co-piloto Paulo " Pardal" Costa NAO conseguiu pilotar o Maverick naquelas condiçoes de pista molhada ( era uns 10 seg por volta mais lento do que nós ele só dirigiu uma vez ) dai eu e o Dante Di Camillo fomos nos revezando até o final da prova,,,SAUDADES !! " Prova muito dificil só pra gente grande " Entre os 06 primeiros 04 mavericks e 02 Opalas ,, Parabens Bob pela brilhante vitória nesta corrida de 25 hrs que considero que foi a mais dificil de toda minha carreira de mais de 150 provas disputadas de 1964 a 2004

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  34. Olha só, tinha patrocínio do saudoso Banco Mercantil de São Paulo.
    Tempos idos.

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  35. Um amigo me passou a seguinte informação que repasso aqui.

    O Opala da Itacolomy logo se transformou no maior, melhor dizendo, único adversário do Ford 22, que continuava na liderança, até que Alfredo Guaraná Menezes deu uma espetacular capotada na curva da Ferradura na metade da corrida. O carro ficou obviamente com a carroceria danificada, mas em condições de seguir, e fez com que os três jovens pilotos perdessem 3 voltas para a equipe veterana.
    A Equipe Itacolomy teria no Opala número 1 Alex Dias Ribeiro, Ingo Hoffmann e Alfredo Guaraná Menezes

    fonte:
    http://brazilexporters.com/blog//index.php/2007/10/19/25_horas_de_interlagos_de_1975?blog=5

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  36. Bob,
    Estou começando a me aventurar em track day com o maverick. O tem muito mais potência que o seu, mas nada de sustensão e pneu de rua. Um comando Iskenderian mecânico mais taxa escapes dimensionado cabeçotes e válvulas modificadas e com injeção eletrônica. Segue o vídeo que gravei levando um amigo de carona. Justo nesta gravação deu tudo errado. Rodei na primeira curva, (depois descobri que o amortecedor trazeiro direito havia soltado a porca de fixação inferior) caiu o parafuso do trambulador e sobraram apenas a 3 e 4ª marcha. No vídeo dá para ouvir o barulho da bomba de DH que havia fundido e fervido o fluído devido a alta rotação. (relação errada de polias, a mesma estava girando a 9600 rpm).
    Já fiz um upgrade de freios e estou providenciando as polias mas sem maiores pretensões estou só brincando de piloto. Toda vez que leio um texto seu com essas histórias volto ser criança só que com um briquedo grande.

    http://www.youtube.com/watch?v=3feshpyfyM0

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  37. Caro Bob Sharp, que delícia de texto!
    Lamento muito não ter assistido essa corrida (afinal, na data dessa corrida eu tinha 5 anos e 1 mês), a experiência de ver esse trio de pilotos ao volante de um Maverick deve ter sido espetacular. Aliás, ao ver a foto do carro me lembrei de outra, um poster desse Maverick Mercantil-Finasa, #22, com o Paulo Gomes ao volante, que meu finado pai tinha na parede da garagem de casa. Talvez por influência dessa foto posteriormente, quando comecei a acompanhar a Stock Car, virei grande fã do Paulão.
    Por falar nisso, e o livro, sai quando?
    Abraço!

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  38. Pois eu 'tava lá... eu vi!!!
    Já admirava seu estilo de pilotagem, Bob, e naquela ocasião, foi uma aula.
    Me lembro que fez um frio danado à noite e acompanhei aquela prova se arredar o pé do autódromo. Quantas lembranças, que saudades de provas como aquela. Pena que foi realizada poucas vezes.

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  39. Belo Texto, Este tem que fazer parte do Livro.

    BoB este Ford usado seria um divisão '2"? não tao forte como o usado por você na divisão 3 com suspenção e pneus e 4 48 weber mas mais esperto que os divisão 1,como era este regulamento ?
    Abraço

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  40. BOB TODOS TEMOS UMA GRANDE CURIOSIDADE SOBRE O MAVERICK QUADRIJET E ACHO QUE VOCÊ É A PESSOA MAIS INDICADA PARA RESPONDER: A FORD PRODUZIU O MAVERICK QUADRIJET DE FABRICA? A FOLHA DE SÃO PAULO DE 8/74 SEGUNDO A FORD FORAM FABRICADOS 48 CARROS .

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  41. Os Quadrijets eram carros normais modificados na Greco Competições, que era o representante da Ford no automobilismo. Não sei se chegaram a ter número Renavam. O Opala 250-S era produzido na fábrica de S. Caetano do Sul.

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  42. OLÁ BOB, ME CHAMO MARCELO, OUTRA CURIOSIDADE, EM OUTRO POST SEU, COM TITULO COISA DE JOVEM (NÃO MUITO JOVEM) VOCÊ CONTA A INTERESSANTE HISTÓRIA DO MAVERICK QUADRIJET DO PRIMO BILLY, POR OBRA DO DESTINO ESSE MAVERICK VEIO A SER MEU DE 84 A 91,E ATÉ HOJE GUARDO DOC. ANTIGOS EM NOME DE WILLIAM STONE SHARP, JUNTO COM O EMBLEMA " QUARIJET " QUE VEIO NA LATERAL DO MAVERICK... PERGUNTO A VOCÊ? FOI O PRIMO BILLY QUEM COLOCOU O EMBLEMA NO CARRO OU VINHA COM O KIT QUADRIJET, TERIA MAIS FOTOS DELE, OBROGADO.

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  43. Prezado Bob Sharp, que sensacional leitura,o maverick teve uma breve passagem pelo Brasil e foi o único muscle car nacional e tem uma legião de fãs, que no topo estão os lendários Maverick Hollywood e o Mercantil-finas pilotado pelo senhor e gostariamos muito de saber da história na forma mais integra,os bastidores das corridas,com o saudoso Luis antônio Grego, relação com a Ford e outras equipes etc. Por favor não nos deixem órfâs, aguardamos ansiosos pelo seu livro.

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