google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AS FALSAS SENSAÇÕES DE RISCO E SEGURANÇA – PRIMEIRA PARTE - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

AS FALSAS SENSAÇÕES DE RISCO E SEGURANÇA – PRIMEIRA PARTE




Muitos acreditam que o errado está certo e o certo está errado quando o assunto é segurança

Caros leitores, este é um post de desabafo, mas também é um post didático para que os enganos que causam esse desabafo sejam em parte diminuídos. Há tantas mistificações, erros, enganos e falsas sensações, que este artigo se estenderá por 3 partes, e mesmo assim só arranhará o assunto.

Ele foi motivado por dois posts bem recentes:

Tenho boas razões para estar chateado. Uma das minhas atividades profissionais atuais é a de atuar como perito auxiliar em casos judiciais oficiais, e o que mais vejo nesses casos são justificativas das mais absurdas e descabidas, com total desconhecimento dos princípios mínimos da física e da tecnologia automotiva até de quem teria obrigação de saber.

Os casos variam desde reclamações de qualidade do produto a até acidentes com mortes. Juízes e mesmo os peritos oficiais não estão preparados para lidar com as sutilezas técnicas desses assuntos, e é aí que eu entro. Rotineiramente tenho que explicar o estado da arte sobre o assunto e testar as hipóteses formuladas por advogados ou mesmo de mecânicos que atuam como peritos, onde geralmente a mecânica da descrição do acidente ou da falha não conduz à realidade dos fatos.

Existe uma estatística feita em nível mundial que demonstra que processos movidos contra a indústria automobilística resultam em sentença favorável em apenas entre 1 e 3% do total, variando essa porcentagem de país para país. Essa pesquisa não só levantou esses dados como também fez uma análise dos casos, e a conclusão não é a de um suposto favorecimento ao fabricante, mas sim que o reclamante geralmente perde a questão pelo péssimo embasamento das alegações.

Este fato é observado pelos peritos na forma de argumentos carregados de sentimentos e vazios de uma caracterização técnica bem fundamentada. A argumentação formada a partir de muitos sentimentos e pouca técnica carregam demais nas cores das afirmações. "... O carro pode explodir e incendiar...", "... O carro foi parado por não oferecer segurança aos passageiros...", "... O amortecedor quebrou na via reta, plana isenta de buracos da rodovia e causou o acidente...".

Depois, quando as provas materiais e testemunhos são avaliados e todos os fatos confrontados com a teoria, verificamos o exagero nas afirmações. É cansativo e só depõe contra quem quer justamente convencer aquele que julga o caso. Ainda assim, vemos algumas vezes onde essas questões são ganhas pelo desconhecimento técnico específico de juízes e peritos.

No outro extremo, muitas pessoas acabam confiando na sensação de segurança depositada num carro moderno, dito “seguro” por ter uma miríade de tecnologias modernas de segurança, e acaba diminuindo a margem de segurança na hora de dirigir.

Existe uma fé profunda pela maioria das pessoas que carros, aviões, equipamentos de UTI e tantos outros meios tecnológicos que lidam com vidas humanas têm que oferecer uma segurança absoluta, que é algo que racionalmente sabemos que não existe. Apesar do contra-senso, quando uma falha ocorre e alguém sai mancando de um acidente que há 30 anos seria fatal, vemos toda fúria dessa fé cega descarregada contra quem não deve, como vemos nos posts mencionados acima.

Outros ainda, acreditam que podem melhorar o carro sobre o que a fábrica tanto investiu no projeto, ou que pode realizar melhoras estéticas em componentes funcionais e de segurança, e que isso não causa mal algum.

Entre todos esses proprietários, em comum há um completo desconhecimento tecnológico e um punhado de dogmas, lendas e falsas impressões os levam às mais absurdas e bizarras conclusões que são levadas ao papel na hora de um processo judicial. E como ficam bravos quando as conclusões do perito são completamente contrárias às deles...

É sobre alguns desses mitos e enganos que vamos explorar a partir daqui.

Nesta primeira parte, os leitores aficionados pelo tuning que me desculpem, mas vou pegar pesado. É uma cultura automobilística cheia de mitos e enganos que alguns fazem questão de tornar dogmas. Mas dogmas não mudam verdades impostas pelas leis da natureza nem pela tecnologia. Enquanto gosto, tuning não se discute, porém, quando afeta a tecnologia do veículo aí ele passa a ser alvo de discussões e até de responsabilização em caso de acidente.

Já discuti muitos assuntos com pessoal de tuning. Muitas pessoas são bem coerentes, porém de outras o que se obtém é uma teimosia, uma intransigência, uma vontade de impor mitos sem base técnica ou qualquer outro tipo de resistência a argumentos bem fundamentados que se oponham ao seu gosto. Vale tudo para justificar em todos os sentidos as modificações cada vez mais radicais.

Piora ainda mais essa desagradável situação o fato de existir toda uma rica e poderosa indústria que gira em torno do tuning, inflando o setor com todo tipo de desinformação técnica que alicerça um marketing cerrado. Basta ir nas bancas de jornais ver as pilhas de revistas de tuning, onde cada uma está mais para catálogo de lojas e oficinas, para perceber o quanto esse setor é forte.

Se tudo aquilo que se fala dentro dessas revistas fosse realmente bom, os carros sairiam de fábrica já tunados.

Que novamente os leitores aficcionados ao tuning me perdoem, mas para mim desinformação destoa por completo do verdadeiro entusiasmo. De todos os aspectos do tuning, de longe, este é o que mais me desagrada.

Um tuning bonito. E sem a menor noção da realidade técnica

Há alguns anos vivenciei essa discussão sobre tuning na frente de vários colegas de um fórum de internet, mas onde a maioria se conhecia pessoalmente.

Um colega de fórum decidiu fazer um tuning radical no seu carro. Depois de muito trabalho, muito esforço e muito dinheiro investido, conseguiu deixar o carro com cara de carro de corrida, como era a tônica do tuning na época. E assim como a moda que acabava de surgir na Europa e Estados Unidos, ele decidiu instalar um enorme aerofólio traseiro. Como a moda era muito recente, nem sequer kits nacionais estavam disponíveis, e o funileiro-artífice que fez toda customização de funilaria e pintura do carro também fez um aerofólio para o carro, mas fez no “olhômetro”. Estética nota 10, engenharia, zero.

Túnel de vento? Esquece. Perfil de aerofólio padrão NACA? Isso é de comer?

O carro realmente ficou bonito para o que se propunha, ao ponto de ser capa de revista especializada. Enfim, é um gosto que ele tinha e gosto não se discute.

Tipo de aerofólio instalado pelo colega
Com o carro pronto, um dia ele me aparece no fórum dizendo que andou rápido com o carro não sei aonde, etc, até que ele disse com todas as letras que o aerofólio era muito bom e que tinha gerado 250 kgf de downforce, força vertical descendente Aquilo me doeu. Gosto não se discute, mas parte técnica faço questão de discutir. Não havia a menor base técnica para ele dizer um disparate daqueles. Em que balança dos diabos ele mediu os ditos 250 kgf de downforce?

Discutimos tecnicamente por horas no fórum aberto, e a conversa já parecia aos demais foristas cansados que ali estavam dois velhos turrões que não queriam dar o braço a torcer. Foi quando me veio uma idéia. Se a discussão teórica não convence a todos, uma demonstração prática com certeza convence.

Perguntei a ele se ele iria no encontro do grupo com o carro e ele confirmou. Aí eu disse a ele que eu iria sentar no aerofólio com meus 130 kg. Aí ele me responde “ louco? Vai quebrar tudo!”

Me dei por satisfeito. Ficou bem explícito pra todos do fórum quem estava certo na discussão.

Passadas algumas semanas, ele aparece com o carro sem o dito aerofólio. Perguntado da falta do componente, ele desconversou. Cansaram de perguntar por meses e ele nunca comentou abertamente o que aconteceu.

O caso virou uma lenda com essa história do aerofólio de 250 kgf de downforce misteriosamente desaparecido. Li ecos completamente distorcidos dessa história pelos fóruns de preparação muito tempo depois do ocorrido. É o fenômeno característico das redes sociais onde quem conta um conto aumenta um ponto.

Tempos depois, colegas em comum me confidenciaram que a história do aerofólio é que ele estava acelerando (muito) numa estrada quando a estrutura frágil do aerofólio não resistiu às forças aerodinâmicas nem à vibração induzida pela forte turbulência, quebrando em um dos suportes, mas ficando ainda preso neles completamente desalinhado com o carro. Naquela posição, aerofólio virou um grande leme aerodinâmico induzindo o carro a fazer uma curva brusca.

Segundo o que me contaram, após o susto inicial, esse colega teve que brigar muito e com todo cuidado contra a tendência de curva descontrolada induzida pelo aerofólio até conseguir parar. E depois não quis comentar pra não dar o braço a torcer.

O mesmo aerofólio, de outro ângulo
Se essa história é verídica ou não, não posso afirmar. Estou vendendo o peixe do mesmo jeito que comprei, mas o comportamento dele na época e a “engenharia” com que o aerofólio fora construído tornam essa história bastante coerente.

Se o fato realmente aconteceu como me foi relatado, imaginem se tivesse causado um acidente que envolvesse pessoas inocentes. Avisado a tempo do potencial de risco ele foi, mas o efeito estético pesou mais que a segurança.

O risco desse componente não é só aerodinâmico. Em um atropelamento de tipo bastante comum,  o pedestre se apoia e rola pela lateral do carro animado de boa velocidade. Neste caso, ao pedestre alcançar a traseira do carro,  o aerofolio oferece superfícies e cantos lacerantes (produzem cortes profundos) e contundentes que não são originais do veículo. Esse pedestre pode sair gravemente ferido por esse “enfeite”.

Podia ser um belo enfeite, mas ele deixa pendente uma enorme responsabilidade sobre quem mandou instalá-lo lá. Ele não era um enfeite inocente. Não é porque aerofólio seja perfeito para carros de corrida então ele é perfeito para o carro urbano também. Em caso de acidente com outras vítimas, um bom perito seria enfático no laudo sobre esse componente, agravando o caso contra o motorista.

Pouco importa se o acessório não causou o acidente ou o agravou. A simples alteração das características originais do carro e o potencial de agravar as consequências do acidente falam por si mesmos quando o acessório é descrito e fotografado na perícia.

Moral da história a todos e em especial aos leitores adeptos dos tuning mais radicais: com a engenharia do carro não se brinca.

Pintem seus carros à vontade, encha-os de LEDs multicoloridos (desde que não ofusquem o motorista e as demais pessoas próximas), façam o revestimento interno em couro colorido, pendurem dados de pelúcia pink no retrovisor e tudo mais, mas não mexam sem conhecimento técnico aprofundado na engenharia do carro.

Pode ser bonitinho o tanto que for, sem critério técnico o enfeite pode oferecer risco e pode se virar contra o próprio dono num caso judicial.

Essa observação vale para um monte de itens altamente apreciados pelos tuneiros: suspensão rebaixada, suspensão a ar, faróis com xenon e angels eyes adaptados, pneus fora de medida original...

Pneus largos

Responda rápido:
- Pneus mais largos oferecem mais aderência e segurança que pneus de banda mais estreita, certo?

Se você foi pelo impulso e respondeu que “sim”, eu digo que depende.

Em pista seca não há muito que questionar. Pneus mais largos aderem melhor, embora ao custo de maior resistência à rolagem. Significa piorar aceleração e velocidade máxima.

Já em pista molhada, a conversa é outra. Um pneu mais largo tem de lidar com uma lâmina d'água mais larga, ao mesmo tempo que distribui o peso do carro numa área maior, diminuindo a pressão de contato com o solo. Assim, um pneu mais largo tem maior tendência à aquaplanagem que um pneu estreito.

Quando comparamos carros de mesmo segmento, que possuem dimensões e pesos semelhantes, vemos que diferentes fabricantes acabam especificando pneus de tamanhos semelhantes. Não é por acaso. Existe uma faixa ideal de larguras de banda de pneus para cada aplicação. Enquanto o proprietário se mantiver dentro destes parâmetros, não há risco.

Esta é a explicação correta, porém, existe o velho canto das sereias. E em nenhum outro fenômeno automobilístico o canto das sereias se manifesta mais em quantidade e intensidade que no tuning. O absurdo chega ao ponto de o dono mandar rebater a lata dos pára-lamas para acomodar pneus desproporcionalmente largos para o carro.


Pára-lamas alargados, pneus extra-largos e novamente o aerofólio

Também é digno de nota que no Brasil é muito comum o dono comprar uma roda imensa e chamativa que exige um pneu de série baixíssima como manda a cartilha do tuning. Como esse pneu é muito caro e o dono investiu quase todo dinheiro nas rodas, ele “quebra o galho” instalando precários pneus usados, remolds ou mesmo riscados. O carro tem que estar "lindão". Segurança é secundária.

O motorista de um carro tunado ao extremo, com exagero extremo na largura dos pneus, quando sofrer um acidente por aquaplanagem certamente não vai admitir que a culpa é da má especificação da largura dos pneus, pois ele tem fé que os pneus mais largos são mais seguros. Se partir para um processo, é quase certeza que envolva o fabricante do carro e/ou do pneu alegando alguma falha técnica, principalmente se houver outras vítimas, e é a partir daí que ele irá perder o processo.

Os peritos do fabricante alegarão simplesmente que os pneus utilizados não atendem as características originais do veículo, ao que o perito eleito pelo juiz para auxiliá-lo na questão irá concordar se a diferença entre o pneu especificado pela fábrica e o usado no carro for muito grande. O resto fica para a lei: é proibida qualquer alteração de característica original do veículo sem que haja a emissão de Certificado de Segurança Veicular e que mudanças constem do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo e, no caso especifico de rodas e pneus, elas não podem ultrapassar os limites da carroceria e o diâmetro externo do conjunto roda-pneu não pode ser menor ou maior que o original (Resolução 292 do Contran). E fica também para o parecer do juiz, claro.

Tenha sempre em mente que quando se trata de engenharia não existe o ganha-ganha, mas sim o ganha-perde. Se você está olhando para alguma coisa onde o ganho é grande e óbvio demais, procure olhar em volta, porque geralmente se está perdendo muito onde você não está vendo.

Portanto, toda vez que as sereias vierem aos seus ouvidos com a doce canção dizendo que “mais é sempre melhor”, coloque um pé para trás. O risco de erro técnico grosseiro é muito grande, e pode piorar no caso de um processo.

Faróis
Aqui o absurdo do canto das sereias se torna ainda maior.

Muitos carros foram fabricados com faróis que utilizam lâmpadas de 60/55 watts e soquete padrão H4. Um belo dia, algum “gênio” inventou um “upgrade” para essa configuração e passou a vender lâmpadas de 100 watts usando o mesmo soquete para que pudesse ser instalada no lugar sem adaptações.

Uma lâmpada mais potente ilumina mais, com mais luz se enxerga mais e isso aumenta a segurança. Certo? Não. Pensamento errado, mas é até onde chega o raciocínio do motorista.

Ao substituir as lâmpadas originais por outras com quase o dobro da potência, o motorista incorre em pelo menos três erros básicos, porém fatais.

Os faróis são reconhecidos como fonte potencial de acidentes na medida em que podem ofuscar o motorista que trafega no sentido oposto. Há legislações severas sobre os limites de ofuscamento, e quando um fabricante projeta um novo carro, ele busca o máximo de iluminação dentro do limite de ofuscamento permitido. Ao colocar uma lâmpada com o dobro da potência, a luz adicional ultrapassa o limite de ofuscamento permitido, podendo afetar outros motoristas e causar um acidente.

Já andei com colegas que fizeram essa adaptação e com eles ocorre um fenômeno muito estranho e até pitoresco. Se eu explico o que descrevi acima, eles não aceitam. Estão enfeitiçados demais pelo canto das sereias. Porém, ao andar à noite com eles, ao mesmo tempo que são “ofuscadores” das vistas alheias, eles são os primeiros a reclamar de outro carro que os ofusque. Vai entender essa lógica.

Os outros dois erros se referem ao dimensionamento elétrico da fiação original e ao dimensionamento térmico do refletor. Tanto o excesso de corrente na fiação como o uso de uma lâmpada com o dobro da potência geram calor adicional para o qual a fiação e o refletor não foram dimensionados para lidar, degradando aceleradamente o equipamento.

Depois das lâmpadas de 100 watts veio a moda das lâmpadas de descarga de gás xenônio com soquete H4. Modinha tuning de quem tinha carro de projeto mais antigo e queria uma “atualização tecnológica” para igualar os faróis dos novos modelos de luxo.

Mas, aĺém de radicalizar os três erros anteriores, novos erros foram cometidos.


Lâmpada de xenônio versus lâmpada original: maior potência luminosa ultrapassa tolerância a ofuscamento na via contrária
A iluminação xenônio original de fábrica possui um sistema que sobe ou desce o facho em função dos deslocamentos da suspensão do carro variando a inclinação do refletor através de um pequeno motor elétrico. Isso impede que um carro que esteja passando por uma lombada ou por um buraco lance o intenso feixe luminoso para cima, ofuscando o motorista no sentido contrário. Evidentemente os kits de xenônio do mercado de peças para outros tipos de refletor não trazem esse recurso. E dá-lhe luz nos olhos dos outros...

Quando retiramos a lâmpada incandescente H4 original e instalamos um kit xenônio, retiramos uma lâmpada que emite luz praticamente pontual para outra que emite ao longo de um tubo. Na lâmpada convencional, a diferença entre facho baixo e alto se dá pela diferença de altura entre os dois filamentos, enquanto a de xenônio se desloca longitudinalmente. O refletor do farol foi projetado levando em conta a emissão pontual dos filamentos da lâmpada original, e quando recebe uma lâmpada de xenônio, a luz emitida fica fora de foco.


Xenônio versus lâmpada original: foco errado
O que ocorre quando olhamos para um objeto através de uma lente fora de foco? Vemos o objeto embaçado. Algo semelhante ocorre quando iluminamos um objeto com uma fonte de luz fora de foco. O objeto perde muita definição, visualmente borrado.

Faróis ainda tem de lidar com outro fenômeno importante: a aberração cromática. A luz branca é constituída pela soma de luzes de diversas cores. Se essa luz branca for projetada sem o devido tratamento sobre um objeto, tal como ocorre num prisma, ela é decomposta em seu espectro e o objeto apresenta bordas indefinidas, rodeadas por cores como as de um arco-íris. Esse fenômeno é chamado de aberração cromática.


Objeto visto com aberração cromática: bordas indefinidas

Para corrigir a aberração cromática, cada cor precisa de um redirecionamento levemente diferente, de tal forma que os raios de todas as cores saiam paralelos do farol. Faróis antigos possuíam refletores parabólicos e a correção da aberração cromática era feita por uma lente de vidro canelado. Faróis modernos usam outras tecnologias de correção da aberração cromática que dispensam a lente de vidro. Essas correções levam em conta que a lâmpada original tem espectro luminoso mais intenso na faixa do amarelo.

Lente de vidro canelado para correção da aberração cromática
Quando instalamos uma lâmpada de xenônio num farol para uma lâmpada incandescente, a luz emitida oferece muito mais luz azul em relação ao amarelo da lâmpada original, e o mecanismo de correção de aberração cromática do farol não funciona adequadamente, e o fenômeno fica bem marcante.



No próprio anúncio da lâmpada de xenônio se vê a luz azulada e a maior projeção de luz para a mão oposta
Nossos olhos também entram nessa conta. Os olhos humanos possuem dois tipos de receptores de luz, os cones e os bastonetes. Os cones respondem melhor à intensa luz do dia e são sensíveis às cores, enquanto os bastonetes servem para a visão noturna e são insensíveis às cores. Um mecanismo neurológico comuta o uso entre cones e bastonetes. Nós somos o resultado da evolução, e como animais de hábitos essencialmente diurnos e tendo a visão como principal sentido, nossos olhos respondem melhor entre o amarelo, que é a principal componente da luz solar, e o verde, que é a cor de reflexo das folhagens. Nossos olhos são pouco sensíveis aos extremos do espectro visível do vermelho e do azul.

Olho humano: anatomia e funcionamento complexos

Quando iluminamos um objeto com uma luz fora de foco e cheia de aberração cromática, o cérebro do motorista tem dificuldade de identificar o objeto e seu estado. Para piorar, a visão do motorista com a iluminação dos faróis está percebendo a luz pelos cones no limite inferior de sensibilidade, quase chaveando para os bastonetes, e os cones são menos sensíveis ao azul das lâmpadas de xenônio.

Com todos esses detalhes, o motorista pode ter dificuldade de diferenciar um tronco de árvore de uma pessoa na beira da estrada, e se está parado ou em movimento. Há um atraso no reconhecimento dos objetos e de suas atitudes.

Em alta velocidade, um atraso de fração de segundo pode ser a diferença para um atropelamento ou outro tipo de acidente. E a “melhor” iluminação das lâmpadas de xenônio podem causar um acidente ao invés de evitá-lo.

Agora vem surgindo outra modinha que são as lâmpadas de LED. Muito do explicado aqui vale para elas também.

O angels eyes, um recurso lançado originalmente pela BMW em refletores especialmente projetados, são adaptados a torto e a direito em todo tipo de refletor como se não fizesse mal algum, porém é um objeto intruso que afeta o meio do refletor de maneira não prevista. Ele também não é um enfeite inofensivo.

Como vocês ver, o farol é um iten tecnologicamente muito sofisticado, e a substituição de um tipo de lâmpada por outra não é um ato tão inocente assim. Ah, mas o canto das sereias diz que é mais seguro...Mas não vai proteger o motorista da avaliação do perito em caso de acidente.

A insustentável fragilidade da suspensão

Quando ocorre uma capotagem, especialmente em estradas, diversos componentes são danificados e quebrados, inclusive os mais resistentes. Enquanto esses componentes são afetados pelo acidente ao serem arranhados, amassados, deformados ou até rompidos, o veículo vai perdendo energia cinética. Porém, a quantidade de energia de um carro de 1 tonelada a 100 km/h é enorme. Quando um componente do veículo se choca contra um obstáculo, a velocidade do veículo tensiona esse componente em frações de milésimo de segundo, levando o componente a sofrer elevadas tensões mecânicas, capazes até de deformar e/ou romper as peças mais tenazes.

Quando os depoimentos de vítimas e testemunhas é tomado, é comum ler que elas viram determinados componentes quebrados e que não acreditam que um componente tão robusto tenha se quebrado tão facilmente, e ali elas apregoam à uma suposta falha de um componente supostamente defeituoso, especialmente dos sistemas de suspensão e de direção do veículo, como a causa do acidente. Isso é mais rotineiro quando há vítimas graves ou fatais, onde o apelo emocional é mais forte. Nestes casos o comum é apontar o fabricante como réu.

Sempre há a alegação de quebra de um pivô de suspensão ou de um amortecedor que justifique o acidente. As pessoas acreditam fielmente que só a quebra frágil de uma peça tão resistente e vital para a segurança do veículo possa explicar o acidente. Elas não acreditam que um ente querido possa ter errado e causado o acidente.

Entretanto, basta uma análise de coerência dos danos da peça com alegada falha com os danos do resto do carro e com a narrativa do acidente para verificar que a peça se quebrou durante o acidente e não foi sua causa.

Outra forma de confirmar a inocência da peça é assumir a falha como descrita e simular a seqüência de eventos. Se a alegada falha não conduz à seqüência de eventos descrita pelas testemunhas e aferidas nos danos sofridos pelo veículo, então a hipótese pode ser descartada.

Geralmente, essas alegações de falhas mecânicas são frágeis aos olhos de um bom perito, e facilmente desarmadas.

Para o consumidor ou seus herdeiros, alegar a falha de uma peça para justificar um acidente sem um perfeito embasamento técnico é um bom caminho para perder credibilidade no caso e mais adiante a própria causa. A chance dessas pessoas ganharem num caso desses é pegar um perito muito fraco e que se convença através do apelo emocional do processo.

Já pelo outro lado, muitos que apreciam o tuning agem como se mexer na suspensão para rebaixá-la ou usar suspensão a ar fosse uma mera brincadeira sem consequências. Definitivamente estão enganados. Suspensão é projetada para operar dentro de um ponto ótimo.


No extremo do rebaixamento, a suspensão sequer tem curso útil para trabalhar.
Ainda pretendo escrever um conjunto de artigos sobre geometria de suspensão, onde mostro todos os detalhes e sutilezas dessa engenharia, deixando bem claro o que ocorre com o veículo quando essa geometria é forçada a trabalhar fora de seu ponto ótimo. Aí sim será possível entender por que o rebaixamento extremo da suspensão é tão odioso para engenheiros do ramo.

Enquanto esses artigos não chegam, leiam esse luminoso post do Bob sobre a questão de mexer na altura de um carro. O Gol Rallye é apenas 20 mm  mais alto que a versão básica, mas ainda assim a engenharia teve todo um trabalho para rebaixar todo conjunto de subchassi, motor e transeixo em relação ao monobloco, ao invés de partir para a solução mais barata e prática de colocar uma mola mais longa. Como resultado, a geometria de suspensão foi preservada.

Que contraste é ver o grau de preocupação da Volkswagen com a engenharia de produto para uma adaptação estética, e pensar na horripilante imagem de uma mola sendo presa em uma morsa e cortada na esmerilhadeira, cena que parece agradar a tantos por aí.

Caros leitores, bandeja de suspensão tem inclinação certa. Ela nem deve apontar tanto para baixo como os pés de uma bailarina, nem tanto para cima como as asas de uma borboleta. Sem isso, a estabilidade, a segurança e o conforto do carro nunca serão tão bons quanto o original.

Além disso, toda suspensão tem um curso estimado em projeto. Se rebaixa, o curso diminui. Aí ou se endurece molas e amortecedores e o carro vira um cabrito maltês, ou  se deixa a suspensão bater no batente a todo instante. De uma forma ou de outra, o monobloco recebe cargas dinâmicas maiores que as previstas no projeto, e sua estrutura trinca inteira.

Que o exemplo da Volks com o Gol Rallye sirva de boa referência para todos aqueles que pensem em modificar a altura dos seus carros por conta própria ou no “especialista em suspensão” da esquina.

Quer rebaixar o carro com critério? Então siga o exemplo da Volkswagen e altere a altura das suspensões dianteira e traseira, mais o conjunto motopropulsor em relação ao monobloco. Vai sair caro? É parte da brincadeira feita com responsabilidade.

No próxima parte, aprenderemos um pouco sobre segurança automobilística para depois estudarmos alguns dispositivos ativos e passivos de segurança, e então avaliarmos até que ponto a ênfase em carros mais seguros é real e quanto é pura paranóia e marketing.

AAD

Imagens:
http://www.monsterautoparts.com/lincoln/town%20car/lincoln_town_car_head_lights.htm
http://carro.mercadolivre.com.br/MLB-498443101-alfa-romeo-155-transformada-para-dtm-_JM?redirectedFromParent=MLB475350157
https://www.facebook.com/guinsom.web
http://tonsklo.com.ua/bi-xenon.htm
http://oldsite.lasiksurgeryclinic.com.ph/www/retinal-diseases.php
http://elcromaticom.wordpress.com/acerca-de/intro/
http://www.alamaula.com/capital-federal/accesorios-autos/kit-de-luces-de-xenon-para-auto-moto-tractores-cosechadoras/1176649

220 comentários :

  1. Corsário Viajante24/07/2013, 12:16

    Putz, que artigo excelente, vou guardar para enviar o link para todos os fdps chatos que insistem que trocar lâmpada de farol "não ofusca e melhora a segurança".
    Os pneus também podia mandar para alguns fabricantes pararem de colocarem aquelas rodas imensas com pneus finos que enchem de bolha ou rasgam À toa. Hatch médio com roda 17"? Deus me livre...
    Quanto ao "aerofolho", nem comento, mais do que inseguro e perigoso é horrível demais! rs
    E que venham os próximos!

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    1. Corsário, um amigo meu tem uma frase, com a qual eu concordo na maioria das vezes:
      - Tuning é a maneira mais cara de estragar um bom carro.

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    2. Corsário Viajante24/07/2013, 13:45

      heheheh verdade...
      Aliás, que trabalho interessante o seu. Gostaria de fazer uma pergunta, que talvez pode até render post: é comum ver a "perícia" falar em velocímetro travado como indicador da velocidade na hora do acidente, isso já foi até abordado por aqui, o que gostaria de saber é que meios reais o perito tem para descobrir a velocidade e como se deu o acidente... Por exemplo, existe alguma forma objetiva de analisar a deformação da carroceria para calcular a velocidade?
      Abraços!

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    3. Corsário, essa do velocímetro é balela. Quem mais fomentou essa história foi jornalista, que fotografava velocímetros com ponteiro travado para dizer que o carro estava a 220 km/h. Hoje, bons peritos já não caem mais nesse erro.

      Sobre acidentes, existem diversos métodos para avaliar a velocidade de um acidente a partir das deformações da carroceria, alguns inclusive recomendados pela NHTSA e pela SAE.
      Há um livro de cabeceira para peritos nesses casos:
      "Vehicle Accident Analysis and Reconstruction Methods".

      O grande problema de todos esses métodos é que eles foram calibrados a partir de acidentes de testes com carros de ferro velho, e vários parâmetros são estimados. Então o valor de velocidade obtido sempre é cercado de algum nível de imprecisão. Então ele se mostra um método mais para fornecer um valor referencial que um valor preciso. E isso é importante nos casos de processo.

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    4. Corsário Viajante24/07/2013, 20:23

      Em SP ocasionalmente aparecem uns "peritos" dando entrevista para jornal falando dessa do velocímetro... Triste!
      E obrigado pela informação, e interessante esse dado do ferro-velho...

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  2. AAD, parabéns pelo artigo, muito bom mesmo!

    Só uma dúvida técnica... no caso dos faróis HID (vulgo Xenon) noto muitas Hilux com esses faróis de fábrica porém azulados e seus fachos ofuscam tanto quem está na mão contrária quanto o carro que está a frente.

    Como fica nesse caso? Não se é permitido mais alterar o seu carro (mesmo que adote refletores próprios para xenon, lavador de faróis, regulagem de faixo, etc., mesmo assim a lei proíbe) mas um carro desse porte pode vir assim, atrapalhando os outros?

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    1. Hugo, essa é uma boa pergunta, e que não para nas pickups, mas se estende pelas suves e pelos caminhões e demais veículos grandes.
      Ele possuem faróis elevados, e não tem como eles não ofuscarem quem vai na frente ou passa no sentido contrário.

      Eu passei por uma situação muito chata há alguns anos relacionada com isso.
      Peguei a 23 de Maio congestionada, mas estava na faixa totalmente à esquerda e que ainda andava relativamente rápida. Uma suve BMW encostou na traseira do meu carro e acendeu todos os faróis, me pressionando para abrir caminho. A luz dos faróis de xenon tão próximos fazia até o painel preto do meu carro refletir e me ofuscar.
      Eu defendo um ponto: quem está na rua e paga seus impostos tem o mesmo direito, quer esteja com uma BMW quer esteja com uma BMV (Brasília Muito Velha). Odeio quem se impõe no trânsito só porque tem um carrão.
      Não usei de violência nem nada. Simplesmente tirei o pé do acelerador progressivamente, até que passei a andar mais lento que a faixa à minha direita, o que era o contrário do que motorista da BMW pretendia. Uma hora ele se aborreceu e trocou para a faixa da direita para me ultrapassar, eu acelerei junto com o carro que ficou atrás, e ele ficou preso na faixa mais lenta.

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    2. Você é dos meus... parabéns!

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    3. Faço isso de tirar o pé com freqüência contra os que acham que tem "3 Bolas".

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    4. André, providencial seu texto e ainda dentro do assunto faróis, concordo de cabo-a-rabo com o que tu diz com relação às lâmpadas xenon e de maior potência (100 W). Mas e com relação as lâmpadas dessas linhas especiais de fabricantes como Osram (vide http://www.osram.com.br/osram_br/Consumidor/Iluminacao_Automotiva/Produtos/Farois/index.html) e Philips (vide http://www.lampadacarro.philips.com.br/produto.html)?? São de 55W, como originais e com soquetes originais. Umas prometem mais luz, para maior alcance outras luz mais para branco azulado para efeito mais estético. Ambas prometem não trazerem prejuízos. O que esperar delas?? Recentemente optei pelas Night Breaker Plus, da Osram, para o meu Astra, com o intuito de ganho em alcance de facho, visto que é isso que elas prometem. Ainda não pude testá-las em rodovia, visto que as instalei na última segunda-feira. Será fui pelo caminho correto??

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    5. André Dantas,

      O texto do seu artigo foi muito bom, mantendo o alto padrão que você sempre imprime.

      Porém, nesse caso da BMW, um erro não justifica o outro. Você não tem o direito de ficar empatando a faixa da esquerda porque o cara deu luz alta para você. Pelo que você descreveu no fim da sua resposta ao Hugo, você poderia perfeitamente ter mudado de faixa e livrado a faixa da esquerda para quem quisesse andar mais rápido, sem que isso afetasse negativamente sua marcha.

      Atitudes como essa acabam prejudicando ainda mais o trânsito, que já é altamente prejudicado no Brasil.

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    6. Anonimo, ninguém faz milagre. Essas lâmpadas são lâmpadas halógenas de 60 W padrão onde recebem um filtro azul pintado no bulbo. Quando um filtro azul é imposto a uma fonte de luz branca, ele barra as emissões de verde, amarelo e vermelho.

      O azul possui um efeito estranho em nossos olhos. Olhe num escuro total para um LED verde e depois para um LED azul e vc vai perceber que o azul parece estranho, até incomoda. Isso tem a ver com nossa anatomia.

      Quando é colocado o filtro na lâmpada, o reflexo do azul é percebido desta forma. Temos essa impressão por essa percepção do azul, mas se colocarmos um luxímetro (para medir intensidade luminosa) a quantidade de luz no ponto iluminado apenas com o azul é menor.

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    7. André, desculpe a insistência. Talvez vc possa não ter me entendido como eu gostaria que tivesse. Não optei pela lâmpada de luz azulada. A lâmpada que comprei é padrão H7 de 55 watts, normal, porem, segundo o fabricante, com uma tecnologia que promete fazê-la produzir mais luz para um maior alcance do facho. Como disse, não a testei ainda em rodovia, só na cidade, e o que pude notar apenas foi o corte do facho mais bem definido que a lâmpada velha. A luz é amarelada como a original. Observando a nova e a velha, nota-se algum esmero a mais no seu acabamento, mas será que é possível alguma tecnologia nela, no filamento, no bulbo, ou sei lá aonde que a faça produzir mais luz que as standards de 15 reais q se encontra por aí??

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    8. Antônio Martins25/07/2013, 05:36

      Anônimo,

      O lado PERDE nessa Night Breaker Plus acredito que seja a menor durabilidade. Nas de bulbo azul também dizem que duram menos, mas a Cool Blue pelo menos é usada por uma fábrica, a VW, o que já atesta uma credibilidade.

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    9. Anônimo, essencialmente essas lâmpadas emitem luz por aquecimento de um filamento. Naturalmente, esses filamentos emitem mais na faixa baixa do espectro, no vermelho e no amarelo. Talvez eles consigam mais azul fazendo um filamento que trabalhe mais quente e filtrando a faixa azul.

      Experimente trabalhar sob luz azul. É muito desconfortável.
      Olhe um LED azul de alarme que pisca num carros às escuras. Ele fere a vista.

      Além disso, a percepção da luz azul é menor que a verde ou amarela.

      Aqui em casa instalei uns LEDs de alto brilho nos espelhos dos interruptores. Como tenho duas pessoas idosas na casa, contar com alguma iluminação no escuro evita tropeços que podem ser graves nesses casos.

      Na cozinha eu instalei um LED azul e no corredor onde fica a porta do banheiro instalei um LED verde. Os espaços mais ou menos se equivalem se eu considerar o espaço do banheiro.
      O circuito de alimentação dos LEDs são iguais.

      O azul da cozinha é fraco e deixa os objetos pouco definidos.
      Já o verde ilumina forte e bem definido. Eu ando pela sala, e uso o banheiro à noite sem precisar acender a luz, e isso com o consumo de menos de 0,1 W.

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    10. Desculpe, André, mas depois de um post tão bem feito e fundamentado, você poderia ter omitido esse seu episódio de "dono da rua". Os que vinham atrás do SUV não tinham culpa e também sofreram com a sua redução de velocidade. Sem contar que nunca sabemos qual o real motivo da pressa e etc, etc... Acho que todos deveríamos praticar mais a empatia. Além do mais, quem garante que ele não faria o mesmo com uma Brasília? É até de se espantar um perito tirar conclusões tão precipitadamente...

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    11. Anônimo24/07/13 18:03
      Visivel, ela é "pindada" de azul.
      http://cdn1.zepo.in/upload/product_photos/base/0/1/204/original2.117943.1.jpg
      ...
      Quanto ao "causo" do BMW, já virou na verdade um padrão, já percebeu como esses SUVs estão se multiplicando? Porque??
      Porque são pessoas mesquinhas, egoistas, que não sabem dirigir, e querem apenas se impor no transito. Sabem que se bater o carro deles não terão muitos estragos. Bifurcação em T? Preferencia é dele. Faixa a esquerda? Sai da frente, ele vai empurrar você. Não saiu?
      Sinceramente, por mais que a posição do Andre seja criticada, boa educação no transito é fundamental, e na verdade o que faz o transito não andar são exatamente esse povo que fica mudando de faixa, ou o povo folgado que fica entrando na frente porque acha que o "carrão" dele dá superpoderes...
      Acontece sempre comigo, ninguem respeita carro pequeno.
      Uma vez eu estava numa daquelas entradinhas de esquina que fica ao lado de semaforos (aquelas que entra só um carro) e eu estava naquela fila enormeeee... Até que surge do meu lado um desses folgados (eu fico com um olho no peixe outro no gato, vi o folgado vindo pelo espelho) e já embicou e quis entrar na minha frente pondo aquela "leve pressãozinha" de deixar o carro a alguns cms do seu paralama) Eu acelerei em cima do peão e fiquei acelerando, a mão pra fora e fiz sinal de negativo - dedo indicador balançando. Se alguem acha que é justo o cara no seu carro macio, confortavel, ser favorecido numa situação dessas é no minimo um desses.
      Não, não é justo... como o Andre disse, a rua é de todos... O minimo que o cara da BMW pode ver é que a frente tb tá tudo parado... o que ele quer??? Tá tudo engarrafado!! Cabe o respeito de esperar...
      Agora quer ver onde isso é bem visivel? Nos caminhoes... Acha realmente justo que o maledeto saida da faixa da direita, atrapalhe todo transito rapido pra andar a 10 km/h mais rapido que o outro maledeto??? Então... se vc não concorda com essa situação, tb não tem como concordar com o da BMW... sair da frente dele só atrasaria ainda mais a fila da direita, e ele teria só alguns metros a frente.. ou seja, sempre é egoismo.
      ...
      Espero que não apaguem esse post tb. Dá trabalho escrever um post grande desses, viu???

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    12. Carlos Eduardo e Avatar são os caras que dão luz alta... por isso reclamam.

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    13. A questão em julgamento não é minha pessoa dar luz alta ou não, mas sim ocupar uma faixa da via quando outros precisam ou querem ir mais rápido. Eu poderia julgar que vc é quem não sai da frente, mas seria um argumento infantil e pessoal tanto quando o seu.

      Retenção de apenas um veículo já causa congestionamento, veja:
      http://www.youtube.com/watch?v=Suugn-p5C1M

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    14. Anônimo 25/07/13 17:31
      Eu vi que ela tem essa pinturinha em azul no bulbo. Vi tbm q em torno do filamento não há pintura alguma. A cor da luz q ela emite é amarelada, praticamente igual a lâmpada que eu usava anteriormente. Ela é bem diferente, por exemplo, da Cool Blue (http://bimg1.mlstatic.com/lmpada-h7-12v-5000k-cool-blue-hyper-osram-par_MLB-F-3137057844_092012.jpg) que visa, essa sim, a produzir uma luz branca-azulada, meramente estética.
      O que eu objetivava com isso era o resultado propagandeado pela marca com este gráfico aqui http://www.autobulbsdirect.co.uk/images/D/night-breaker-plus-comp.jpg mas se comprei gato por lebre ainda não sei. A propaganda diz maravilhas, como ser dentro da lei, conforme o padrão original, aumentar o alcance, vida útil e etc, etc.
      Não ofuscando ninguém já estará bom.

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    15. Anônimo25/07/13 21:53
      Acho que nesse quesito vc não precisa se preocupar. De acordo com o proprio grafico, ela não muda o foco de iluminação (até porque a potencia não é alterada). Não sou especialista nisso, mas creio...
      que o produto da osram teve um esmero muito maior do que a cool blue. O ponto onde ela deixa sem o filtro azul é exatamente o ponto de luz considerado para gerar boa parte do foco do farol, onde esta o filamento. Usando o filtro azul no resto do bulbo (que é um filtro mais claro do que o que é normalmente usado por ai) Não só vai deixar a luz difusa mais branca como ainda, como num efeito de espelho essa luz vai ser em parte refletida dentro do bulbo até a ponta onde não há filtro, tendo uma iluminação de maior alcance.
      ...
      Avatar: A seta a esquerda e um espaço de no maximo 1,5m do carro da frente é e deve ser o suficiente pra dar o recado.
      Mas, lanço um desafio pra vc, que deve ser um dos apressadinhos e qqr um, faça um percuso de uns 20 km numa pista de velocidade maxima de 100 km/h, andando nas suas ultrapassagens (sem desrespeitar os limites de velocidade), e o mesmo percurso sendo respeitoso e usando com sabedoria a pista... Na media vc chegara 3 minutos mais rapido, e no pior caso, 8 minutos (velocidade média 1/2 da velocidade media maxima).
      Ai fica a criterio dos egoistas saber se vale todo esse stress, egoismo, apenas por alguns minutos a mais...
      Não raro eu alcanço esses apressadinhos, andando de boa... Quando isso acontece, é claro que se o sujeito piscou o farol pra mim, eu dou uma piscadinha de leve pra ele e mostro... olha, vim de boa, estamos aqui empatados juntos, atras desse caminhão... legal né???

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    16. Uma coisa é o cara relampejar a alta pedindo passagem, o que prontamente atendo. Outra, bem diferente, é o cara ligar o alto e manter aceso, daí faço exatamente igual ao AAD.

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    17. Anônimo26/07/13 11:15,

      Novamente usando o argumento nazista de julgar a pessoa e não o fato. A faixa mais à esquerda é para quem vai mais rápido. Saiu dela assim que termino uma ultrapassagem ou alguém pede passagem, o problema do "apressadinho" me incomodando acaba em 1 segundo. Andar na velocidade máxima da via não gera stress, stress ocorre ao ficar bricando com quem pede passagem. Evite ser um obstáculo móvel, o tráfego pertence à coletividade, e não a uma pessoa só.

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    18. Avatar... Acho que vc não entendeu mesmo, não disse nada a respeito de empatar a faixa a esquerda se a direita tiver livre ao ponto de ser possivel voltar ou andar na velocidade da via... é obvio que é la que tem que estar.
      obstaculo movel é mais o macaco de galho em galho do que quem usa o fluxo da forma que ele deve ser utilizado. Eu mudando de faixa para uma mais lenta, não raro sou obrigado a reduzir minha velocidade, porque logo alcanço o veiculo mais lento da direita, minha velocidade foi reduzida, assim como a de muitos por onde o apressadinho foi passando, por causa que ele quer andar a 10km/h mais rapido, ele reduz todo mundo a andar uns 30km/h a menos na media por um bom trecho... Incrivelmente, independente do caso, uma ultrapassagem sem as condições favoraveis a ambos sempre gerará problemas no trafego todo, como o caso dos dois caminhões... conte o tempo deles na pista, eu já contei... leva a media de 10 a 20 segundos um caminhão para ultrapassar outro, fazendo todo mundo reduzir em 20 km/h (no minimo) todo trafego... Tinha um post aqui sobre o assunto, sobre congestionamentos e porque ocorrem, e boa parte dos congestionamentos ocorrem justamente por causa dessas puladas de faixa. Afinal, pensa ai nessa sua cabecinha, se a via é uns 80 km/h e todos os carros deveriam estar nessa velocidade, um atras do outro, então porque o transito para??? Claro que há acidentes, carros que param, mas normalmente há dias que nem vemos isso, e tá tudo parado... porque???
      O cara tá na faixa da direita... ele imagina que a esquerda tá mais rapida, dá seta.... a esquerda reduz velocidade (ou para) imaginando se o cara vai ou não entrar na frente... e ai a velocidade cai na esquerda, ai o que tá na esquerda bem pra tras, acha que a direita tá mais rapida (porque a esquerda parou)... sucessivamente a velocidade cai... até o ponto onde todo mundo esta andando devagar por causa dos primeiros primatas que ficaram pulando de galho em galho.
      A unica maneira do cara aproveitar a faixa da esquerda é só se tiver absurdamente limpa (varios kilometros de pista sem carro algum), do contrario, mesmo que ele tenha 500cv empurrando, uma bela aceleração, ele se frustrará tão rapido ele vai encontrar o proximo veiculo "atrapalhando ele" ou o proximo radar... e toca baixar pra 100 km/h de novo, e toca retomar a aceleração... no final de tudo, se ele pegar um transito médio (o quer hoje parece o normal independente do horario) a medida de velocidade dele não será muito maior do que o que a pista permite. Já disse, meça a sua velocidade média! Marque seu velocimetro e horario (saida e chegada > [km final - km inicial] / [tempo total em minutos dividido por 60]...
      Eu nem vou procurar aqui, mas como disse, tem dois artigos aqui que são relacionados ao assunto, o do 'motorista na maciota' e o do congestionamento... Acredite ou não, dominando esses assuntos estará dominando técnicas de pista e verá o quão lento pode estar andando, achando que esta andando rápido.
      Abraços

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  3. Caro André, isso deveria ser matéria obrigatória para aspirantes a motorista e para os fiscais da lei! Excelente, há tempos aguardava por algo assim. Com certeza indicarei a leitura para meus amigos, “peritos” em engenharia automotiva.
    Ainda, sugiro incluir no texto, talvez no próximo da série, um comentário sobre os fabricante que erguem a suspensão dos carros, aqueles de projeto extrangeiro, para poderem transpor os nossos quebra-molas, como o JAC J3 avaliado pelo AUTOEntusiastas. Há também o Golf e o A3, que possuem calços na suspensão, erguendo-os 20mm em relação ao projeto original. Seriam estes casos de, mais baixo = melhor?

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    1. Onde se lê extrangeiro, leia-se estrangeiro.

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    2. Rafael, as fábricas são um caso a parte. Ela podem ter projetado um carro para as estradas européias, e ao trazer o carro para cá, eles precisam adaptar várias coisas, incluindo a calibração de molas e amortecedores. E, claro, sempre tem a presença de Custo, o fantasminha.
      Na Europa as estradas e ruas não são esburacadas nem se tem tanta a mania por lombadas e canaletas de drenagem. Aí o carro tropicalizado precisa de uma suspensão mais alta para não raspar.

      Muitas vezes, tirando os calços, as molas não possuem o comprimento das originais de projeto, são mais duras junto com os amortecedores.

      Portanto, temos que avaliar o projeto da suspensão caso a caso quando falamos de fábrica..

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  4. sempre perguntei sobre trincas especialmente em opalas e santana quantum e afins, não adianta fazer reforço, algum lugar vai abacar trincando, por exemplo, é comum trincar longarinas, é feito o reforço e acaba trincando a coluna A.
    carros antigo tem muita dificuldade na iluminação, já coloquei papel aluminio, mudei lampadas, já revisei alternador e nada de enxergar na estrada. O tuning podemos encarar como uma gambiarra.

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    1. Anonimo, carro antigo sofria da falta de avanços tecnológicos na parte elétrica, algo resolvido na Europa nos anos 1960 e 1970, e aqui por volta da década de 1980.

      A estrutura é um capítulo à parte. Carros antigos não tiveram as benesses de sistemas computacionais para cálculo estrutural. Muito era feito na base do conhecimento de velhos projetistas, que mais ou menos conheciam onde os carros rachavam por concentração de tensão. Mesmo assim era necessário contruir protótipos e colocá-los para rodar e ver onde rachavam. Projetos como o do Opala nunca foram totalmente corrigidos.
      Hoje esse problema é bem menor.

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    2. Papel alumínio? Espero que tenha aprendido alguma coisa com esse texto!

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    3. já tinha notado que gols, santanas e vários modelos de automoveis sofrem com iluminação fraca, mas não chegam ao ponto de ficar opaco como as lentes de acrilico de hoje.
      Deixar o carro xunado já foi moda, o carro perde valor de mercado, pode ser rebocado, caro de manter, manutenção mais cara.
      Foi quando saiu o filme velosos e furiosos que o xunning ganhou fama, brasileiro não gosta de carro, gosta de aparecer, colocar leds piscantes, cores berrantes e o carro fica parecendo penteadeira de puta.

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    4. Anônimo24/07/13 12:40 Santana normal assim como os demais "quadrados" não trincam a estrutura ,só se forem modificados ;rebaixados, turbinados etc...

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    5. Lorenzo Frigerio24/07/2013, 16:20

      O Santana trinca no começo do túnel, junto à parede de fogo. É uma falha típica do carro, mesmo original.

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    6. Lorenzo Frigerio24/07/13 16:20 Bom ,pode ser mas nunca vi nenhum dono de Santana/Quantum sem ser mexido relatar trinca no túnel/parede de fogo do carro deles,abraço.

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    7. eu tenho uma quantum 1996 com 270.000 km , a quantum é pesada e um motor de torque bom acaba tricando as longarinas, sempre do lado do passageiro.
      opalas, monzas, fuscas, tempras entre outros, é melhor trincar do que quebrar tudo de uma vez

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    8. Isso depois de quantos anos e kms de uso severo mesmo?
      Ah tá, só queria esclarecer este "pormenor"...

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  5. André, você é um benfeitor!

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  6. Mataram um Alfa Romeo!!!!
    Que absurdo !
    Me desculpe , mas seu colega nao merecia ter um Alfa.
    Doe os olhos e entristece a alma....

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    1. Esses carros quando estao sucateados sao vendidos baratos.
      Muita gente sem conhecimento nenhum compra e ai comecam a xunar os carros.
      Outro dia vi a foto de uma 164 pintada de laranja toda tunada na capa de uma revista
      Uma aberracao!

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  7. Ate eu... o velho ogro da zona norte, tosco e mal acabado to fora dessa historia de tunning!
    Jorjao

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    1. Autoentusiasta nao "tuna" carro!
      Isso e coisa para moleque rico e sem cultura nenhuma sobre automoveis

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    2. moleque rico do tipo funk ostentação vc quis dizer... rsrsrs

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  8. Excelente Post André ! Vou imprimir e guardar na carteira para mostrar aos xuneiros ( de xuning ) de plantão...

    Só um comentário, sobre o trecho "o aerofolio oferece superfícies e cantos lacerantes (produzem cortes profundos) e contundentes ", em traumatologia forense aprendi que há feridas com laceração de tecidos mas não existem instrumentos lacerantes, não é isso ?

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    1. Mikesp82, vou estudar o caso. Até onde sei, laceração é um tipo de ferida que tanto pode ser um corte como um rasgo.

      Um pedestre pode sofrer um contato da pele com uma superfície, aderir a ela num tempo muito curto, mas suficiente para tensionar a pela e rasgá-la. Até onde entendo, esta superfície seria lacerante.

      Mas vou estudar o caso e qualquer coisa, acerto este detalhe.

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  9. rss..ri muito com o causo do aerofólio feito em casa, mas sob padrões FIA!

    Excelente coluna!

    MFF

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  10. André Dantas,

    Um artigo primoroso,esclarecedor, de extrema utilidade. Coisas assim é que deveriam ser repassadas pela internet, e não a montanha de bobagens sem nexo nem fundamento que se vê amiúde.

    Valeu!

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  11. Os caras (xuneiros) aprontam as maiores barbaridades estéticas e técnicas no carro, e ainda temos que ouvir deles que "são apaixonados por carros". Ver os três exemplos que ilustram este post dói em qualquer um que realmente goste de carros.

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    1. O que me lembra, um canal no Youtube de um cara que se intitula "D2M" e é só sobre socados, os caras modificam até a geometria do eixo traseiro, cortando tudo ao redor da suspensão, mexendo em bitolas e afins, para deixar o carro mas baixo e "estável".

      Recentemente ele postou um video onde ele fechou um cara no Golf GTi rebaixado dele, acertou uma pedra que ficou rodando na caixa de roda [já que não tinha para onde "fugir"], amassando todo o para-lama, quebrando ar e imagino o que de bom não fez para a suspensão dianteira. Lamentos e mais lamentos...

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  12. Parabéns pelo artigo. Aliás, isso não é um simples artigo, é um texto de utilidade pública. Nunca li nada tão elucidativo a respeito.

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  13. Prezado André Dantas, parabéns pelo texto. Mas, se puder, me responda: e a "polêmica" sobre uso de lâmpadas halógenas azuladas no lugar das originais amarelas (night drive, visão de crystal, visão azul, visão diamante etc.). São ou não permitidas por lei e ofuscam ou não os outros motoristas? Trata-se de um "canto-da-sereia", ou é exceção, um "ganha-ganha"? Luís Tiago Fernandes Kliemann

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    1. Para a cor da lâmpada ficar azulada eles colocam um filtro que diminui a intensidade da cor amarela. Simplificando pode-se dizer que a lâmpada tem 60W na faixa de cor azul e uns 25W na faixa de cor amarela.

      É importante salientar que a nossa visão distingue mais detalhes na faixa de cor amarela e verde.

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    2. Perneta, perfeito.

      Acabei de responder a mesma coisa logo acima.

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  14. Artigo excelente.
    Eu realmente odeio os faróis azuis. Moro em Mairiporã, e esses faróis na serra parecem ainda piores do que em rodovias.
    Carro rebaixado é a coisa mais nonsense, pior ainda quando vejo carro que era para ser alto, como BLAZER, Ranger rebaixada. Meu vizinho tem uma. E a estrada que liga ao centro é de terra, 6 km. Imagino como é andar naquele trambolho assim.

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    1. Outro dia desses, vi uma aberração desse tipo: um Idea Adventure rebaixado, com rodão e pneu de perfil baixíssimo...

      César

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    2. César
      Tudo para o carro ficar "lindão"...

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    3. Aqui também é algo comum, não entendo o que leva uma pessoa a comprar um carro alto e rebaixar a ponto de ficar mais perto do chão que carro de F1. Um dia ainda compro meu bigfoot pra passar por cima desses "mano".

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  15. Mas aqui na terra brazillis, tudo é excesso de velocidade. Nego se enfia em prestação de um carro zero ou seminovo (semi-novo??)não sobra $$ e bota pneus riscados, amortecedores recon, etc. Moleque tuna o carro, o cara que mora na roça e anda na sua brasília com a mulher e esta com o filho pequeno no colo...nada disso rende multa. Aí aparece na imprensa uma notícia de acidente e o repórter já sai falando em velocidade indevida, imprudência ao volante. Pode-se tudo! Alterar o carro, botar peças duvidosas, botar som alto, mas não pode passar a 60km/h no trecho onde o limite é de 50km/h, muitas vezes ridículo.

    João Paulo

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    1. Onde assino?
      É exatamente isso que anda acontecendo: uma "caça às bruxas" com relação à velocidade, mas esquecem de coisas muito piores. O que dizer do mané que anda devagar porque não enxerga por trás do "saco de lixo" colado nos vidros e depois fica maldizendo o motorista que o ultrapassa "rápido demais", porém com toda a visibilidade do mundo à noite?

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    2. Não é só velocidade agora.
      Provavelmente o cara vai apresentar sinais de embriaguez



      Bauer

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  16. Excelente post, embora não seja levado a sério pelos responsáveis, que só se preocupam em fazer blitzes para fazer valer a "lei seca" e que também adoram instalar radares a "torto e a direito".

    Melhor seria coibir logo a prática desses erros citados, do que mais tarde contratar peritos, que nem sempre são tão peritos assim, após os acidentes ocasionados por essas maravilhas instaladas nos carros de muitos brasileiros.

    Agora uma pergunta: - O que me dizes sobre o protetor de cárter. Deve-se usar, ou não?




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    1. CCN, até onde eu sei, protetor de carter é até uma necessidade num país cheio de buracos e lombadas.

      Veja que protetores de carter é original na maioria dos veículos.

      Aliás, conheço o caso de um carro de luxo, sem protetor, que quebrou o carter de aluminio numa pedra mais saliente num caminho ruim. Se tivesse protetor de carter, o dono não teria ficado no caminho.

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    2. André, Gostei muito da matéria, está de parabéns!
      Quanto ao protetor de carter, antigamente, possui um Hyundai i30 11/12, a representante da fabricante não recomendava o protetor de carter, devido ao projeto dele, pois impedia que o motor do carro fosse deslocado verticalmente em caso de um acidente frontal.
      Outro fato recente, estava saindo do estacionamento próximo ao meu trabalho, onde se encontra uma oficina, e o mecânico estava com a caixa de marchas de um 500 em cima da mesa, ela tinha sido rasgada por uma pedra, e o protetor de carter nada poderia fazer, ou nada fez por ela, imagine o que poderia acontecer com um carter de alumínio.

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    3. Marcos, no caso do i30 já existe uma especificidade do fabricante. Aí não tem muito que discutir.

      No caso do 500, se não ajudou, também não atrapalhou.

      Repara nos carros com 2 anos ou mais de uso. Fora carros com muita altura natural, como o EcoSport, todos os carros com protetor de carter tem amassões e arranhões que, se o protetor não estivesse ali, estariam em algum outro componente, e sabe-se lá com que gravidade. Melhor um protetor arranhado que um carter furado.

      Aí entra uma coisa a se pensar sobre esses carros.
      Buracos e valetas são comuns tanto quanto os danos nos protetores. Se nesses carros o uso do protetor não é recomendado ou não faz diferença, está aí uma boa justificativa para não tê-los.

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    4. Lembrando que protetores de cárter não-originais de fábrica via de regra são de eficiência inferior. Além de serem menores e menos espessas, alguns não são feitos em uma única peça, e nenhum possui o mesmo tipo de vincos e dobras estampadas (que aumentam a resistência).

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    5. Ok, Dantas e obrigado,

      Quando comprei meu carro, o vendedor me falou que não seria necessário o protetor de cárter, devido a construção do veículo.

      Interessante é que quando fui buscá-lo na css, a mocinha dos acessórios me ofereceu um porque seria muito perigoso rodar sem.

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  17. Muito bom o artigo André. Parabéns. Nada a acrescentar.

    Ansioso pela segunda parte,

    Abs,

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  18. Victor Gomes24/07/2013, 13:40

    Excelente texto. E é de utilidade pública.

    Eu coloquei um aerofólio aftermarket no meu carro. Comprei no ebay, feito de plástico ABS, imitando o desenho do aerofólio original que era oferecido como acessório. Coloquei-o por puro gosto estético, visto que o carro original tem visual bem careta. É muito provável que atrapalhe no consumo de combustível devido à piora do arrasto aerodinâmico. Ao menos, instalei o item tendo em vista todos os contras que ele viria a oferecer.

    Em relação aos faróis, tenho uma dúvida: Gostaria de por uma lâmpada halogena de 3000K no meu carro, visto que adaptar uma lâmpada de Xenon é perigoso e proibido por lei. A principio gostaria de instalar por questão estética também, mas já ouvi dizer que a luz amarela é melhor em situações de neblina intensa. Isso é verdade? E ela é melhor somente neste caso? Gostaria de por no farol alto, mas sei que não é recomendado usar-los em situação de neblina. Devo instalar-los num kit de farol de milha?

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    1. Victor, repare que aerofólios orginais de fábrica para carros de rua são completamente diferentes dos aerofólios de pista.
      São estudados para serem seguros para pedestres, e possuem função aerodinâmica estudada pelo fabricante.
      Nada contra eles.

      Leia isso:
      http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/05/aerodinamica-sobre-rodas-parte-1.html

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    2. 3000k é praticamente a cor original das lâmpadas halógenas, se não me engano, são 2700k. A questão da lâmpada com filtro amarelo para neblina é polêmica e antiga. O ideal em caso de neblina é ter faróis de neblina instalados o mais baixo possível. O farol alto não é recomendado porque ele reflete nas gotículas de água que compõem a neblina, criando uma cortina de claridade que atrapalha a visão. O ideal é usar farol baixo junto com farol de neblina. É dirigir devagar, é claro.

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  19. Não sei o que acontece no Brasil, se tornou algo comum as modificações em faróis, instalação de leds de iluminação diurna para serem utilizados a noite (exclusivamente - faróis apagados claro), a utilização indiscriminada do facho alto, muitas vezes motivada pelo uso de película escura no para-brisas, virou baderna geral. Quando viajo a noite tenho procurado um carro com o farol regulado para me posicionar na frente dele e seguir viagem tranquilo. Agora o maior dos absurdos, até caminhão já vi com suspensão rebaixada! Não dá para crer que existe uma indústria e comércio de itens para tornar o veículo inseguro. A meu ver deveria se interromper esta epidemia de ignorância na raiz, multando os estabelecimentos que vendem estes acessórios e depois fechando-os, mas nos acostumamos à falta de fiscalização e nada se faz. Aos que circulam com os carros em boas condições e se preocupam com a segurança dos outros nos resta compartilhar os acessórios ilegais e mal instalados dos ignorantes, algumas vezes nos incomodando outras vezes ceifando vidas. Aponto novamente uma solução fácil, licenciamento do veículo somente com seguro contra terceiros obrigatório, qualquer acessório que afete a segurança do veículo perda da validade do seguro. Palavra resumo - conscientização.

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  20. Pior do que os faróis de Xenon são os faróis auxiliares de xenon, conjugados com a luz de posição ligada. Os instaladores posicionam o facho para cima, para que o farol auxiliar substitua o farol comum e haja ofuscar todo mundo.


    Sinceramente, não sei quem inventou essa moda estúpida de andar só com as luzes de posição ligadas. Pior é ver isso na estrada. Por mim, todos os usuários das modinhas supracitadas deveriam ser presos, são potenciais causadores de acidente.

    Lucas Franco

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    1. Lucas
      Essa moda é absolutamente burra, mas é coisa antiga. Talvez de um tempo em que os sistemas elétricos eram precários, era só dínamo para carregar a bateria e no uso de cidade, em baixa velocidade, podia ser que a bateria descarregasse em algumas situações. Mas depois do advento do alternador não se justifica rodar só com as luzes de posição, ainda por cima uma infração de trânsito. Não esqueço um dia de blecaute total no bairro em que pela janela do apartamento vi vários rodando só com luzes de posição ligadas. Se eu não tivesse visto não acreditaria se tivessem me contado.

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  21. Bem legal o artigo.

    Apenas uma observação: Pelo que vejo no meu dia a dia, o assistente técnico tem mais a função de convencer o perito durante a perícia do que com a apresentação de impugnação ao laudo. Cansei de verificar perícias extremamente mal feitas pelo perito judicial (por desconhecimento e por outros motivos escusos) e, embora devidamente impugnadas pelos assistentes técnicos das partes, serem homologadas judicialmente, vez que o Juiz lê - quando lê - a conclusão do laudo.

    Citaram farois de BMW. Os Citroen equipados com Xenon de fábrica também costumam incomodar.


    Marco

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    1. Marco, eu muitas vezes atuo como perito auxiliar porque, infelizmente, os peritos que trabalham junto aos tribunais tem de ser peritos nas mais variadas causas, e nisso acabam não tendo conhecimento para casos específicos.
      Muitas vezes no mesmo mês eles tem de assumir casos de acidentes em rodovias e casos de avaliar o valor real de mercado de imóveis para casos de divórcios.

      Nos casos que eu assumo, faço 90 a 95% da perícia, deixando para o perito o formato "legal" do documento.

      Veja que no meu caso, os peritos que trabalham comigo me chamam com tranquilidade. O que eu ganho não interfere com o que eles ganham, e a perícia sai com qualidade e sem espaço para questionamentos.

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  22. Andre!

    Dessa vez você se superou! Um artigo excelente, elucidativo e consciso! Leitura obrigatória para quem realmente é AutoEntusiasta.

    Fez lembrar de um amigo que, para rebaixar o Fusca dele, arrancou duas laminas das barras de torção dianteira. E brigou comigo dizendo que arrancar duas laminas deixava a suspensão mais firme (claro, batendo no batende...)

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  23. Excelente post como todos os do Andre... Eu tambem sou engenheiro automobilístico e já amarrei altos quebra-paus com tuneiros, em minha família e entre meus amigos... Não adianta explicar e provar por A+B que o aumento do diâmetro de rodas com a diminuição da altura da banda transfere mais energia para a carroceria e portanto vem daí as trincas na carroceria, pois pra eles é o carro é que é mal feito. Não adianta explicar que luzes de neblina não iluminam melhor que os faróis baixos pois é conscenso que as luzes de neblina são "mais forte" e portanto, iluminam mais em detrimento de melhor. E película nos vidros, suspensões alteradas, pneus 1/2 vida importados, spoilers e aerofólios, turbinados, freios a disco adapatados nas rodas traseiras.... e por aí vai uma infinidade de barbaridades cometidas contra anos de projeto, validações, ensaios, simulações, testes, e muitos ainda dizem que o engenheiro que desenvolveu determinado componente que vem a falhar devido ao uso indevido, é que é o burro!!!!! É mole????

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    1. Caro Romildo,
      Não adianta argumentar contra a inutilidade do farol de neblina fora dessa condição atmosférica, o cara acha que o carro fica "lindão" e, pior, para os outros, porque ele mesmo não vê nada.

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  24. André, parabéns pelo post. Estou ansioso pelos próximos.

    Eu fiz 18 anos em 2000, tirei a carta e comprei um Prêmio 94. Peguei o início do Tuning, com o "Velozes e Furiosos" de 2001. Nossa.... o que era aquilo? Passei a ter idéias mirabolantes pro Premião, que iam de paralamas a lá Escort Cosworth até V6 de Alfa. Por sorte a grana era curta e o máximo que fiz foi colocar rodas 14' do Tempra 16v. Ficou lindo, mas um droga em estradas sinuosas, pois o pneu 185/60 pegava no amortecedor traseiro, fora que comia tudo errado por nunca encontrar alguém que deixasse ele bem alinhado. Se no primeiro jogo usei Pirelli P6000, no segundo jogo fui de remolds BS Colwey. Que lixo! Formaram bolhas com pouco tempo de uso. O jeito foi tomar juízo e voltar pro conjunto roda/pneu original Pirelli P4. Que diferença! Quem sou eu pra discutir o ótimo projeto do Uno, que prevê aro 13 em nome de maior espaço interno. O prejuízo ficou nas calotas originais que "se perderam" nesse espaço de tempo. Nunca mais alterei meus carros.

    Esse post deveria chegar em 100% dos motoristas antes de terem em mãos a tão sonhada habilitação. Difícil ter essa conscientização com 18 anos.


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  25. Infelizmente aprendi muito dessas coisas através da experiência. A grande maioria das alterações que eu fiz nos carros acabaram ficando "para pior". E a parte triste é que não adianta explicar isso para os mais novos.

    O que eu ainda me atrevo a fazer é apenas escolher um componente de marca melhor na hora da troca. Como um pneu de marca brasileira por um de marca japonesa ou um amortecedor normal por outro do tipo a gás. E só!

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  26. Aliás, até os fabricantes também estão com uma mania totalmente desnecessária de aumentar cada vez mais o tamanho das rodas em seus carros.

    O que adianta um carro de luxo ou SUV com rodas R19 pra lá de desconfortáveis ou um esportivo com pneus tão grandes que ninguém se atreve a usá-los em um track day por causa do alto custo.

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    1. Esse é o tuning oficial...é obvio que rodas mais leves diminuem o peso/massa rotacional e é só beneficio.
      A não ser que essas rodas sejam extremamente leves, leia se forjadas, etc...mas aí o custo inibe a colocação em carros de produção normais.

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  27. André Dantas,
    Parabéns pela iniciativa desses textos. Como alguém já mencionou, deveria fazer parte da educação básica de qualquer motorista.

    Sobre o capítulo iluminação, narro o que comigo acontece. Sofro de ceratocone, doença que torna as fibras da minha córnea menos rígidas que uma córnea saudável, e portanto disforme. O efeito para a visão é parecido com o astigmatismo, visão borrada. À noite, pontos de luz geram halos, fantasmas, e algo semelhante à aberração cromática. Cruzar com veículos equipados com faróis que extrapolam o limite de ofuscamento permitido é particularmente complicado para quem sofre de ceratocone, principalmente com piso molhado (mais um componente a refletir a luz). Por isso apoio qualquer medida que conscientize os motoristas a utilizarem iluminação adequada.

    Abraços

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    1. Então voce deveria devolver sua CNH ...

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    2. O que?? Devolver a CNH?? Por algo que os OUTROS fazem errado?? Desculpe Anônimo 24/07/13 17:32, mas vc é doente.

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    3. O que ele tem é ceratocone, não demência. Ele não é cego, só tem problemas com lâmpadas criadas por um Zé ninguém pra deixar lindão o carro de um burro.
      Quem deveria devolver a CNH são os que fazem essas atrocidades com os carros e perturbam todo mundo.

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  28. Fui almoçar hoje em um shopping e no estacionamento um cara com uma Ecosport estava com todas as luzes acesas, inclusive o farol de neblina. E ainda ficou bravo porque perguntei se tinha muita neblina no andar de cima do estacionamento......

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    1. Anônimo24/07/13 15:05 He he, boa anonimo!

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  29. Que artigo fantástico! Parabéns pelo texto.

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  30. André, o que me diz das Lampadas CrystalVison da Philips?

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  31. Caro André, excelente post!
    No entanto fica uma dúvida...
    Até que ponto todo essa recalibração feita vela volks brasileira para carros brasileiros é feita pelos carros importados que desembarcam para o Brasil?
    Será que nesses casos não será detectado somente uma "levantada" no carro sem ser feito todos esses cuidados?
    Será que não encontraremos carros levantados sem criterios assim como os rebaixados pelos tuneiros???
    Abs

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  32. O problema é que o Led tem um péssimo índice de reprodução de cor e emite luz predominantemente azul. Para parecer que é branco eles adicionam um filtro amarelo. O problema é que dessa maneira só os objetos com cores azul ou amarelo refletem o resto continua escuro e sem cor.

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  33. Aléssio Marinho24/07/2013, 15:31

    Pra tudo isso que o AD relatou muito bem no seu texto proponho algumas soluções:
    - Inspeção Técnica Obrigatória;
    - Fiscalização Presencial.
    Tá tudo no CTB, mas não fazem nem regulamentam, acho pq dá trabalho, né?
    Enquanto isso, quem possui uma caminhonete, se precisar colocar uma capota de fibra ou mesmo de lona, precisa fazer um sem fim se vistorias para poder usá-la, pois configura mudança de característica...

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  34. Duas observações:
    Na foto com os carros de frente e faróis acesos, na verdade estão comparando o HID original com os de 5000 k e 6000 k.Todos Xenon.

    E naquela foto do Lancer Evo, aquele tipo de aerofolio lá fora tem até teste em tunel de vento...provando uma certa vantagem sobre o original do Evo, por ser regulável.

    Ou seja, não dá para levar tudo ao pé da letra....ou umas pinça Brembo de 4 pistões em um carro de 1600 kg fará mal ao "curso de engenheiros"???

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    1. Fizeram testes em túnel de vento? E como fica a dianteira? Só a traseira que vai "colar" no chão?

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    2. A dianteira poderia ser colocado os splitters...
      E Felipe...a 200 km/h a dianteira sempre vai estar mais colada no chão...o fluxo de ar no capo e parabrisa faz essa função.

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    3. 911 Turbo, vc mesmo responde as suas perguntas.

      Todas as lâmpadas da imagem são xenon. Vc está certo. Mas as originais levam em consideração a questão de ofuscamento, um dos pontos altos sobre faróis do artigo. E aí? Usar essas lâmpadas mais fortes está correto?
      Nesse caso, acho que não sobra margem de dúvida.

      O aerofólio foi testado em túnel de vento? Ok. Melhora a partir de qual velocidade? 60 km/h? Não. Vai começar a dar algum sinal a partir de 120 km/h, que está acima da velocidade regulamentar da maioria das rodovias pelo mundo. E ele ainda oferece o risco ao pedestre como relatado no texto.

      Se for obedecer a lei, esse aerofólio vira enfeite. Se for para aproveitar a vantagem do aerofólio, tem de desobedecer a lei.
      O que vc defende?

      Pinças Brembo de 4 pistões? Vamos lá.
      Pense num Celta padrão onde colocamos um disco gigante com uma pinça dessas. O que ocorre?
      Vc encosta o pé no pedal do freio, e o carro trava a roda. O freio fica sensível demais com uma pinça dessas.

      Pra usar uma pinça dessas vc tem de rebalancear o sistema de freio inteiro, coisa que ninguém faz. Por baixo, tem que trocar o cilindro mestre por outro de maior diâmetro e reequalizar o servofreio.
      Aí vem o velho problema do tuning. Oferecer a troca da pinça pela da moda todo mundo oferece, mas oferecer todo serviço de recalibração do freio ninguém oferece, porque se ofercer, fica caro demais e o cliente pula fora. Fazer direito conforme manda a engenharia fica caro, e isso é anti-venda. Então, só uns poucos praticam e mesmo assim só para clientes "especiais".

      Aí vem a questão do ABS. A maioria dos carros já vem com ABS, e ele será obrigatório a partir do ano que vem.
      Da mesma forma como o cilindro mestre e o servo-freio são calibrados para o freio original do carro, o ABS é calibrado desde o diâmetro dos pistões internos a até os parâmetros do software de controle.

      Se colocar um disco enorme e uma pinça gigante no carro vai deixar o ABS tendendo ao travamento do mesmo jeito que com o cilindro mestre e o servo-freio?

      Eu já discuti com pessoal de tuning sobre essa questão. O ABS não vai parar de funcionar, mas a alta sensibilidade ao freio vai fazê-lo parar de trabalhar com eficiência. Colocado lado a lado na pista com um carro original, esse carro vai parar pior, talvez até pior que o carro sem ABS.

      Aí eu pergunto: quem tem oficina qualificada para recalibrar ABS?

      Não sei se vc percebeu, mas todo tempo, em todos os quesitos estivemos discutindo o canto das sereias.: "mais é sempre maior".

      Esquece isso. Se fosse bom, o carro viria com lâmpada mais potente, com aerofólios gigantescos e com pinças de 4 pares de cilindros.

      Engenharia é uma arte. É a arte de equalizar os recursos de cada componente para obter um conjunto com a melhor resposta possível. Quando se fere este princípio se perde essa arte
      .

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    4. Nesse caso do Brembo, por exemplo, seria por causa de fading mesmo...exemplo fácil, não usando Celta(??) seria o Subaru WRX, que tem freios deficientes para 270 cv...fato. Se coloca o Brembo e acaba o problema, sem mexer em ABS, nada!!! Só pelo fato de se ter mais pastilha em atrito com o disco e melhor dissipação de calor.

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    5. André, o Subaru WRX (270 cv)é um caso classico de falta de freio...Pinças e pastilhas maiores só fazem bem. E o ABS não ficará louco.

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    6. Lorenzo Frigerio24/07/2013, 19:11

      Se você aumentar a potência dos freios, terá de usar pneus mais aderentes. A verdade é que se os freios/pneus forem dimensionados corretamente, você não precisará de ABS. Não sei se são os carros velhos que dirijo, mas nunca vi ABS que prestasse. A impressão que tenho é que esse sistema é usado para tentar corrigir sistemas de freios mal projetados, principalmente com tambor na traseira, porque sai mais barato que um bom sistema de freios, e a fábrica fica com mais um "código" para oferecer ao consumidor. Se engenharia é uma arte, sabemos que quem manda nas fábricas são os "bean counters", especialmente no que toca a carros populares, em que o fator determinante é o preço.

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    7. 911 Turbo, é aquilo que eu já falei: você mesmo responde as suas questões.

      "o Subaru WRX (270 cv)é um caso classico de falta de freio.." Que frase triste de se responder.

      A Subaru tem a capacidade de fazer um carro admirável, mas seus engenheiros são incompetentes para dimensionar um simples freio que todo carro tem e qualquer leitor de revista de tuning sabe como resolver.
      Pegou pesado nessa.

      Será que falta freio no carro por incompetência dos engenheiros ou será que o carro, ao ser vendido para um consumidor comum tem uma proposta completamente diferente da de um carro de corrida?

      Em que condições que faltam freios no WRX? No trânsito urbano de São Paulo? Despejando os 270 cv numa rodovia Bandeirantes?
      Numa estrada de serra, talvez. Mas sob que condições de condução? Seria uma que numa rodovia aberta dentro de um parâmetro de condução segura e responsável?

      Se nenhuma das afirmativas acima causam deficiência de freio, num racha seria uma opção onde certamente um WRX encontraria deficiência de freios por fadiga.

      Essa é uma opção que vc defende como válida para um carro de rua?? É a opção que resta, porque se conduzir o WRX em vias abertas como manda a lei, com condução segura e responsável, te garanto que freio não falta para ele.

      Em segundo lugar, quantos WRX são vendidos no mundo? Se o WRX tem deficiência no freio então podemos generalizar a solução para todos os carros do mundo de 1600kg?
      É pelos casos de exceção que definimos as normas, ou é pelos casos mais numerosos? Ou será que todos os carros de 1600 kg produzidos no mundo tem deficiência de freios?

      Para que a regra possa ser aplicada de forma irrestrita, o problema tem que ser geral. Aí, todos os engenheiros de todos os fabricantes fazem carros maravilhosos, que todo mundo compra, mas todos erram logo nos freios?
      Não tem nexo esse raciocínio.

      Para que vc possa dizer:
      "Ou seja, não dá para levar tudo ao pé da letra....ou umas pinça Brembo de 4 pistões em um carro de 1600 kg fará mal ao "curso de engenheiros"???", e eu concordar, antes vc tem que me provar que todos os carros de 1600kg fabricados no mundo tem deficiência de freios.

      Estou esperando a lista completa de modelos com ensaios em laboratório.

      Quanto à aerodinâmica e essa conversa de quanto mais rápido se anda mais a frente fica pesada, por favor leia uma boa referência:

      http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/05/aerodinamica-sobre-rodas-parte-1.html
      http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/05/aerodinamica-sobre-rodas-parte-2.html

      Atente principalmente ao efeito blow over, descrito na segunda parte e aos vários vídeos de carros de corrida bem rápidos quando perderam o peso na dianteira e deram um loop no ar.

      Gafanhoto, você tem muito a aprender ainda...

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    8. Felipe (nao o portuga)24/07/2013, 23:09

      http://www.evoscan.com/manuals/EvoX/EvoX%20Technical%20Perspective%20Review/20e_08.pdf

      Leitura boa para a discussão!

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    9. Felipe (nao o portuga)24/07/2013, 23:33

      Acho que nem tanto a céu nem tanto o inferno, problemas de engenharia se encontram em automoveis sim!
      Aumento de suspensão "nas coxas" é um exemplo...
      O WRX realmente se encontram em foruns varios relatos a respeito de fading.
      Assim como o evoX tem problema crônico de superaquecimento do óleo da transmissão, converse com quem tem que a maioria teve que procurar cooler de óleo aftermarket pra ele!!
      911 to com vc nessa, os carros de vez em qdo precisam de alguns ups conscientes sim.
      E não é pra dar ralo na bandeirantes rachas e mimimi, estamos falando de trackday! Ou entao agora evo e wrx nao é pra trackday? se não for pra isso não vai ser pra mais nada, pra ficar em semáforo é que não é!!
      São carros com imagem e proposta de coisa parruda pra aquentar rally, pelo menos é oq se vende
      E pra mim autoentusiasta é quem quer curtir o carro sem judiar dos componentes dele, se pra isso precisa de freio mais resistente ou cooler de transmissão aftermarket que seja, tem mais é q por mesmo, mas feito com consciência e com bons profissionais!
      Agora nao fiquemos de demagogia de que quem quer ter carro mais potente que o limite de velocidade já é por principio alguem com mas intenções, isso é errado! Se fosse assim poderíamos ter ficado com os mesmos motores de sempre, pra que evoluir se com 90 cvs se anda no limite da velocidade de estrada, não é mesmo???

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    10. Sobre o caso do Subaru WRX eu posso contribuir com uma informação objetiva. O Subaru WRX apresenta fading muito mais cedo do que um Lancer Evolution X, por exemplo. Como a comparação entre os dois veículos se deu em um autódromo não consigo ter certeza que o freio do WRX é subdimensionado para o uso "civil". Tudo o que posso afirmar é que o WRX apresentou falha no cilindro mestre depois do uso em pista. Provavelmente o fluido transmitiu calor por convecção, das pinças ao cilindro mestre, fazendo com que a vedação deste falhasse. O Lancer Evolution X até apresenta fading após algumas voltas, mas sempre de maneira reversível, duas voltas de resfriamento deixam os sistemas prontos para mais um "sprint". Sendo o WRX um carro com apelo esportivo eu tendo a acreditar que há um coeficiente de segurança muito baixo no dimensionamento de seu sistema de freios. Acredito que uma condução mais alegre, não extrema nem arriscada, em um trecho de estrada sinuosa resultará em uma perda de performance mais significativa do que modelos concorrentes. Todavia, a Mitsubishi recomenda a troca do fluido e das pastilhas de freio do Evo X para uso em autódromo, mas isso basta, nos Subarus o que se observa nos carros presentes nos trackdays é um completo retrofit do sistema de freios. Carros de rua não são feitos para uso em autódromo, com raríssimas exceções. De acordo com amigos que tem experiência internacional em trackdays, a única fabricante que disponibiliza um carro que já sai da linha de montagem pronto para adentrar um autódromo é a Porsche, da minha parte, imagino que Lotus, Caterham e outros fabricantes britânicos de carros de apelo esportivo extremo também levem em conta o uso em pista no dimensionamento dos seus sistemas de freio. Espero ter contribuido. Excelente artigo, André Dantas

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    11. Claros exageiros detected, com o perdão do AD por seu post muito bom mas está acontecendo uma paranóia por segurança aqui igual ao que o AE adora criticar quando se fala na segurança passiva.

      Se não houvessem problemas e coisas a serem melhoradas em carros originais, não haveriam 400 edições limitadas, opcionais e peças de concessionária para modificar e melhorar os carros, fora as modificações feitas de um ano modelo para outro (diversas vezes na calada da noite) que também melhoram ou resolvem coisas como desempenho, frenagem, etc.

      Também está cheio de fabricante que levanta ou abaixa carro na orelhada, como diz o AK, arruinando alguns carros e que um dono com atenção pode desfazer sem prejudicar a segurança ou a estrutura (ao contrário ganha).

      No Subaru do 911 Turbo a própria Subaru tem 800 séries limitadas dele com freios pra dar menos fading, suspensão com menos altura e todo o resto. Os Brembo chegam a ser originais de alguns deles e não vejo risco em colocar esses mesmos freios junto com as outras mudanças que a Subaru faz quando ela os usa (que eu saiba nenhuma).

      É parte desse ambiente de quem gosta de carros e mesmo da indústria querer melhorar e me aparenta que essa de achar que isso é só para quem tira racha é uma paranóia igual aos que defendem velocidades muito baixas em nome da "segurança". Se fosse assim ninguém deveria ter mais do que um 1.0 pelado, sob condenação de ser um tirador de racha ou fora da lei se desrespeitar isso.

      Em tempo, não faço tuning nem modifico carros.

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    12. Sempre existirão aspectos a serem melhorados nos carros. Mas não por amadores.

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    13. Não entendo...primeiro vc me cita para falar de carros "populares" e não esportivos. Depois cita o lift da frente em um carro de corrida??? É carro de rua que a gente fala ou de corrida????

      E sim, eu mesmo respondo minhas perguntas. Não estou discutindo com ninguém ué...só colocando minha opinião.

      E porque me chamar de gafanhoto???Não entendi.

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    14. Fora o fato de que colocar um mega-aerofólio atrás, mesmo funcional, não tem muito sentido em um carro de tração dianteira.

      Tão útil quanto usar um boné com a aba virada pra trás.

      BrunoL

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    15. O boné com a aba pra trás protege a nuca do sol...

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    16. ...e não impede a incidência de luz nos olhos.

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  35. Muito bom o texto e o assunto.
    Agora fiquei com uma duvida sobre um caso simples e prático. Chegou o final de vida dos pneus do meu Corsa. A medida (largura) que está é 175. No manual diz que a versão vem com 175 ou 185, para a mesma roda. Eu sempre preferi pneus mais largos, mas, o que escreveu acima faz todo sentido. Eu ia colocar um 185. A diferença é pouca, mas, é a melhor opção? Ando muito na Rodovia Tibiriçá e pego bastante chuva... O que escolher?

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    1. Martin, na minha opinião a melhor opção é a medida original que veio no seu carro. Foram feitos "infinitos" testes para determinar que o 175 atende com total segurança o seu carro. E se o seu Corsa não tiver direção hidráulica, com o 185 ficará mais "pesado".

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    2. Anda muito em chuva? 175. Costuma competir em circuito, pra precisar do máximo de aceleração lateral possível? Não? 175. Prefere o carro bebendo menos ou mais? Menos? 175.

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    3. Porque não 165 então? Se o próprio manual preve 185, que não é uma medida tão grande, pode usar sem problemas. No seco terá benefício e é muito mais fácil encontrar um pneu de melhor melhor borracha medida 185 que 175, o que pode melhorar muito o carro no seco e ser também melhor na chuva. Se for um 185 de baixa resistência, o consumo pode ser melhor que com o 175.

      O Corsa não é um carro leve pra sua categoria, um pneu 185 nele cairá muito bem e se usam como peça original não tem o que ter medo, os mesmos "infinitos" testes foram feitos.

      O AE já passou pela fase do carro com alma, do todo carro é igual e agora está na fase do pneu tem que ser aro 13 155 se não você vai aquaplanar.

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    4. E porque não 235? Veja bem, o carro foi previsto para 175 e 185, foram os pneus que o fabricante testou. O 185 vai deixar o carro mais beberrão e mais manco. Vai ganhar em aderência lateral? Possivelmente sim. Mas quando que usamos os limites do pneu? Dirigindo prudentemente, quase nunca.
      Por isso defendo o pneu mais fino, nesse caso. Além disso tudo, o custo do pneu 175 costuma ser menor, já que tem muito mais oferta nessa medida.

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    5. Dizer que vai ficar mais manco e beber mais parece a mesma falsa ideia que alguma coisa vai melhorar ou piorar. Como disse, se o pneu for de melhor tipo o pneu pode ser melhor em seco e molhado e ainda beber menos, e ainda os limites de um pneu 175 normal num carro que não é leve como o Corsa são atingidos com facilidade numa emergência

      Antes de sair dizendo que vai ficar pior é preciso ter a mesma atenção que o AD diz que precisamos ter ao dizer que instalar um pneu 235 vai melhorar alguma coisa. Também tem que avaliar o que o dono está procurando, economia, preço, desempenho, etc. Se for economia máxima, um 175 baixo atrito será a melhor escolha, mas vai segurar bem menos que um bom 185 e custar o mesmo por exemplo.

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    6. Eu concordo com a opinião do Anônimo 25/07/13 01:16 e 22:15.
      Colocaria a medida 185, que além de tudo também fica estéticamente melhor.
      Tive uma Santana GLSi que veio de fábrica com pneus 195/60 R14. No segundo jogo coloquei 185/65, também previstos no manual, e achei que não valeu a pena. Além de não observar nunhuma melhora em conforto e consumo, percebi menor estabilidade em curvas. Quando troquei novamente voltei para a medida 195/60, que além de tudo deixa o carro mais "lindão"...kkkkkk ...brincadeirinha...

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  36. Espero ansioso para ler o post sobre geometria da suspensão.
    Gosto muito de ler os posts técnicos aqui do AE, principalmente os seus André, parabéns.

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  37. E trocar as lâmpadas com luz amarela por uma de mesma intensidade só que com cobertura "azul" para "deixar a luz mais branca/azulada" pode? Já ouvi falar que a luz mais branca cansa menos os olhos.

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  38. Parabéns, AAD, pelo artigo. Só lamento pelo Alfa 155 estragado.

    Mas o que eu queria contar, se me permite, é um caso ocorrido aqui na cidade onde moro.
    Há algum tempo um sujeito comprou uma Toyota SW4 com dois anos de uso, portanto um veículo de valor ainda considerável, numa loja dessas ditas "multimarcas". A tal Toyota tinha sofrido uma pequena batida num para-lama dianteiro, que foi recuperado e repintado adequadamente.
    Passado mais ou menos 1 ano, o sujeito veio a sofrer um acidente grave com a tal Toyota. Rodopiou na pista molhada, capotou e se quebrou todo.
    Já recuperado, ele acionou a loja na Justiça, alegando que, durante o serviço de funilaria do para-lama, havia sido retirada e ficou faltando, uma arruela (que realmente faltava, mas não vem ao caso) do parafuso de fixação do amortecedor localizado no mesmo lado do dito para-lama e que ele havia sofrido o acidente por causa disso. Pois ele ainda conseguiu um atestado de pobreza (depois de comprar uma SW4) para que não precisasse pagar os honorários da parte ré caso viesse a perder a ação. Para encurtar, eu sei que algum perito concordou com a arruela causadora do acidente, e a loja acabou fazendo um acordo judicial, pois o valor da causa era quase milionário e o ganho a favor dele seria quase inevitável.
    Não tem muito a ver com o caso das montadoras, mas ilustra um pouco da incompetência da nossa justiça...

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    1. Anônimo,

      Um detalhe quanto ao "atestado de pobreza": Este é um nome genérico, e a comprovação de miserabilidade que se faz é em relação à capacidade de pagamento das custas sem colocar o sustento seu e da própria família em xeque. Eis o que dispõe a Lei 1.060/50, em seu art. 2º, parágrafo único:
      "Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família."
      A comprovação é feita mediante simples alegação, na inicial ou por atravessamento de mera petição nos autos, sendo então a situação presumida.
      Há, entretanto, um porém: a presunção é relativa, ou seja, aceita prova em contrário. E se for comprovado o contrário, o parágrafo primeiro do art. 4º da mesma lei assim prescreve:
      "§ 1º. Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais."
      Se o advogado da loja não desconstituiu a alegação de miserabilidade do sujeito mediante prova, aí já não é problema da Lei, mas sim de quem a operou.
      Além do mais, não é porque comprou a tal da caminhonete que isso lhe garante condição de bem vivente para o resto da vida, pelo contrário, sabe-se lá em que condições ficou após a batida, se incapacitado para o trabalho e com dependentes a manter, se teve de gastar muito dinheiro com tratamento médico ou sabe-se lá o que.
      Apenas ressalto, inclusive, que é essa Lei que permite acesso à justiça para muita gente realmente pobre, que de outra forma jamais poderia arcar com as custas, e que facilita enormemente a vida de muita gente que dela faz jus.

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    2. Esclarecedor, Charles. Não sou dessa área e apenas contei a história da forma como soube dela.
      Mas este blog sempre nos ensina alguma coisa.

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    3. Se for tomar aos extremos o que o AD disse nesse post, como já estão fazendo, o ganho de causa foi certo afinal a arruela por menos importante que foi é alteração do projeto original.

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  39. "Existe uma fé profunda pela maioria das pessoas que carros, aviões, equipamentos de UTI e tantos outros meios tecnológicos que lidam com vidas humanas têm que oferecer uma segurança absoluta..."

    Médico também tem que ser o milagroso Deus Todo-Poderoso. Se alguém morrer nas mãos de um deles...

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    1. E infelizmente acontecem muitos erros, tanto por imperícia, imprudência e negligencia. No entanto não te, como ser infalível, principalmente com pacientes graves, em ambiente de UTI, quando os procedimentos E intervenções são muito mais invasivos, podendo causar maior dano. Existe, por isso, uma taxa de erros e complicações aceitável, e maior quanto mais arriscado for o procedimento.

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  40. Essa dos Xenon ,já deu o que tinha que dar faz tempo ,culpa da impunidade só pra variar ,procuro deixar só as lanternas pra ver se o cara se manca ,mas o infeliz não desliga os xenão ,ai apelo pra guerra dos faróis,fazer o que ,agora tuning acho que é pra quem não tem o que fazer ,se quer gastar dinheiro e não sabe ,faz uma fogueira ,pelo menos não estraga os carros,abrço

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  41. Claudio Fischgold24/07/2013, 16:38

    Excelente post!

    Apenas para complementar sobre os aerofólios, além de tudo que foi mencionado no post, entendo que estes componentes tem utilidade em carros com muita potencia (como F-1 e outros), proporcionando melhor aderência em aceleração (os monopostos tem tração traseira) ou em curvas feitas no limite de velocidade. Como os carros que vejo nas ruas não atendem a estas especificações, entendo que o grande malefício que conseguem é o de aumentar o consumo do carro.

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  42. Lorenzo Frigerio24/07/2013, 16:45

    A lâmpada "Rally" de 90/100W (com relê) é necessária no Dodge Charger R/T brasileiro, visto que a adaptação "tabajara" do visual americano não incluía faróis escamoteáveis, ou seja, os mesmos ficam atrás da grade o tempo todo com severa perda de eficiência (nem se fale nos "sealed beam" originais).
    Já xenon em qualquer carro, mesmo quando original, é um terror; nunca vi esse efeito pêndulo em lombadas que você mencionou, e as lentes lisas (não caneladas) usadas hoje em dia contribuem para "endurecer" a luz e ofuscar os outros motoristas. Minha opinião é que, nos últimos 20 anos, a construção de faróis andou para trás. Aliás, é difícil encontrar uma oficina que tenha o aparelho de regular faróis.
    Quanto ao Gol Rallye, o que a VWB fez, de inserir calços entre o monobloco e o subchassi, também foi gambiarra... só que foi uma gambiarra que não alterou as características da suspensão. Além do mais, não é possível REBAIXAR um carro dessa forma, que é o que as pessoas querem fazer.

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    1. Boa Lorenzo...Gol Rallye é isso mesmo!!! Muito mais fácil!!!

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    2. O aparelho de regular faróis, sabe-se que é quase tão preciso quanto o velho método muro (ou parede). A única vantagem é que economiza espaço, não precisa ter dez metros de oficina livres e uma parede de projeção igualmente livre de móveis e equipamentos. Aqui na minha cidade do interior paulista quase todo auto-center da vida tem o aparato, encostado lá no canto, só não sei se usam com frequencia. Nunca pedi pra regular, pois faço checagem eu mesmo, na parede-scopio da minha garagem, e nos últimos dez anos nunca saiu da regulagem...

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    3. "nunca vi esse efeito pêndulo em lombadas que você mencionou"

      Também não, o Marea com certeza não tinha.

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  43. Moro na região metropolitana de uma capital do sul, pego estrada todo dia à noite do trabalho para casa, minha região apresenta de tudo em termos climáticos, agora até chuva congelada e neve, passando por neblina e trovoadas de verão. Já rodei por muitos estados e estradas. Tenho 3,5 graus de miopia e astigmatismo, uso óculos para correção. Dirijo nessas condições há 21 anos e nunca senti falta de faróis de xenon. Faróis comuns limpos e regulados são suficientes e não ofuscam ninguém. Fico mesmo irritado com quem defende a instalação não original meramente decorativa, para mim o efeito é inverso, de falta de gosto e inveja de quem tem BMW ou similar. Da mesma forma detesto os quebra-matos e engates para carreta imaginária, tão comuns no nosso trânsito. Abraço, Bob, nosso guru automotivo e Perito Peritorum (tá certo meu latim?).

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  44. Parabéns pelo excelente texto, pena que os verdadeiros autoentusiastas é um universo pequeno em comparação com todos os proprietários de veículos do Brasil.

    Pena também é que muitos proprietários não tem paciência, capacidade de leitura e interpretação para entender todos os riscos associados as modificações feitas sem critério em veículos.

    Uma coisa que sempre crítico são os faróis ofuscantes dos carros da FIAT, parece que depois do trauma dos faróis que não iluminavam passaram para o outro extremo, deixando os demais motoristas cegos. Se tem um carro ofuscando pode ter certeza que em 85% dos casos é um FIAT.

    ChAndré

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    1. Realmente, o que tem de FIAT Uno (fora outros modelos, claro) com farol ofuscante à noite é inacreditável.

      A situação é ainda pior para quem tem carros baixos.

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    2. Lorenzo Frigerio24/07/2013, 18:53

      Os faróis do Honda Fit também se caracterizam por iluminar para cima.

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    3. Também notei esse problema, principalmente no Palio Economy e Doblò.

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    4. Também percebi os farois ofuscantes do novo uno logo quando foi lançado a alguns anos...

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    5. O que falta aos donos desses carros citados é regular o facho em relação à carga transportada, o que todos possuem, seja no farol, seja num comando interno.

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  45. OOPS descuidadamente achei que este post era do Bob Sharp e o cumprimentei no meu comentário, por favor perdoe meu equívoco, André, peço que edite meu comentário antes de publicar. Ou apague, pois eu mereço...
    Abraço

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  46. Essas lâmpadas de 100 watts me lembram uma história.
    Há uns 6 ou 7 anos eu namorava uma garota, cujo pai tinha uma VW Parati 4-portas, completinha, de cor vinho, comprada por ele zero quilômetro.
    O sujeito gostava de automóveis, sempre os mantinha bem lavados, mas não fazia revisões em concessionária e tinha uns costumes estranhos.
    Numa dada oportunidade, resolveu instalar lâmpadas de 100 watts nos farois da frente porque alguém tinha dito pra ele que ficava mais claro e mais seguro (esquecendo-se totalmente dos outros motoristas).
    Feito o estupro com a elétrica original do carro, inclusive com novos relês (enormes), foi ele pegar a estrada e, o que pra mim não era surpresa, aconteceu: Chuva + mau contato naqueles relês enormes, que não foram bem instalados = carro sem luzes à noite. Então tive de ir buscar o sujeito e a famigerada sogra a uns 150km de distância num final de semana.
    Não tive dúvida. Esperei uns meses e terminei o namoro. Seria uma atrocidade permitir que meus eventuais e futuros filhos recebessem um DNA desses!

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    1. Lorenzo Frigerio24/07/2013, 18:51

      Em geral, só o fato de ter relê já ajuda bem o farol. Como nas instalações de fábrica a corrente elétrica passa pela chave de farol e pelo comutador na direção, chega a haver perda de cerca de 1V ou mais no positivo da lâmpada, com o farol ligado. É uma diferença considerável. Sem contar também uma possível diferença no negativo. É de minha opinião que todos os carros deveriam sair de fábrica com relês de farol, visto que são usados amplamente a bordo em outros sistemas. E mais: além do ABS e airbag, deveria também ser obrigatório no Brasil luz de advertência no painel para falha nas luzes de freios; outro dia estive perto de chapar na traseira de uma Meriva em que nem as lâmpadas de freio, nem o brake-light estavam acendendo, e 99% dos motoristas nunca checam o funcionamento das luzes, tampouco existe vistoria de segurança no País.

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    2. "só o fato de ter relê já ajuda bem o farol"

      Bem observado. Fui ali medir a queda de tensão no soquete do farol do meu carro, e deu 0,9V. Se conseguíssemos zerar essa perda, através do uso de relê bem próximo ao farol e fiação de seção condizente, teríamos aproximadamente 10% a mais de potência elétrica na lâmpada.

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    3. Bem observado. Até porque os limites de emissão de luz de uma lâmpada de farol são fixados levando-se em conta o "pior" caso, que é a lâmpada sendo alimentada com 14v. Sendo assim, a perda citada faz com que a lâmpada emita menos luz do que o permitido, prejudicando a visão do motorista.

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  47. Outra coisa importante:

    No caso do Lancer Evo por exemplo, o carro tem homologação FIA para rallies,grupo N. Pois bem, o set up de pista de terra, sobe o carro em mais de 5 cm.Já o set up de asfalto desce em 4 do original. Ou seja, 9 cm de um para outro de diferença. A engenharia do Japão não recomenda e nem pode se mexer em bandejas ou no subframe, pois sai do regulamento. E nesse caso,TODOS os espertos aqui vão dizer que trabalha forçado no quesito suspensão??? E é a mesma suspensão(buchas, bandejas, pivos, braços de direção) que se usa na rua...afinal é um homologado FIA, como um Porsche GT3 RS, por exemplo.
    Ou seja, esse negócio de trabalhar com braços inclinados ou não é mera especulação.Depende muito do carro....Acho ainda que na VW com o Gol Rallye, na verdade, é muito mais barato colocar calços no quadro da suspensão do que rodar e calibrar molas e amortecedores "novos, mais altos" por 50.000 km.

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    1. Se são carros de competição qual é o problema? É claro que existe toda uma engenharia por trás disso, eles podem perder em alguns aspectos mas ganham no que é importante, no caso é a competição.
      O post fala sobre carros de rua e são os carros de rua que estão no trânsito.

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    2. 911 Turbo, me responda uma coisa.

      A suspensão do Lancer Evo é exatamente igual à dos demais Lancer pé de boi? Não. Ela não é.

      Vamos parar de querer criar regras a partir das exceções.
      Lancer Evo e Subaru WRX são carros de corrida que são vendidos ao público porque existe um volume mínimo de vendas para homologação do modelo para as categorias que eles disputam.
      Se o regulamento não permite alteração na suspensão original, nada impede que a fábrica venda um modelo especial ao público com uma suspensão diferente, o que inclui uma suspensão de competição completamente regulável.

      Que tal ao invés de dar esses exemplos exóticos, porque vc não dá exemplos mais próximos do grande público, como Punto, Cruze, Fox, Fiesta, etc?

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    3. 911 Turbo, a cada comentário seu tenho mais certeza de que você tem muito o que aprender ainda...

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    4. Punto e Fiesta têm umas 900 alturas diferentes de fábrica e snme nem a TJet tem braços e pontos de apoio diferentes.

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    5. Pois é, 911 Turbo, como você mesmo comentou no final, a fábrica levou muito tempo para acertar as suspensões do Evo de forma a obter comportamento decente nessa faixa de 9 cm de alturas possíveis. Mas você acredita que um mexânico de xuning estuda alguma coisa para socar o carro no chão ou remover as molas originais, substituindo-as por um kit "a ar" genérico, que "serve" em uma gama enorme de modelos?

      Por mais que as fábricas de automóveis ponham nas ruas carros onde se percebe que a suspensão poderia ser melhor ajustada, é impossível negar que houve um estudo extenso antes de vender o carro, justamente para ter um mínimo de segurança e comportamento dinâmico, no mínimo, aceitável.

      Infelizmente, aqui no Brasil eu desconheço empresas sérias que desenvolvam bons produtos para ajuste fino de suspensão aftermarket, como existem a Eibach e Bilstein no exterior, por exemplo.

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    6. Lancer Evo e Subaru WRX são primeiramente, carros de rua.

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    7. Por isso mesmo...eu só quero colocar meu ponto de vista. Só quero ver os comentários de todos.
      E anonimo, TODOS sempre tem o que aprender...sabichão.

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    8. É isso mesmo Road Runner...chegou ao ponto. Citando por exemplo a Eibach, que vende kits prontos para o Polo por exemplo. É uma baita empresa, testou componentes, passa nas normas europeias e alemãs de segurança. Bilstein, é equipamento de performance para Porsches de rua!!!

      Em nenhum momento defendo os idiotas que socam Golzinho com "bolsas" a ar...isso é absurdo.

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    9. Cara vc é chato mesmo!! Desculpe mas já deu!!

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  48. André Dantas, quando dormir hoje, tenha o sono dos justos pois você ajudou a, quem sabe, salvar vidas com esse post.
    Como é bom saber que existem pessoas como você (e o Bob, o Arnaldo, o JJ, etc...), que gosta de transmitir conhecimento e não tem medo nem preguiça de fazer um texto enorme e ótimo de ler em tempos de redes sociais, onde todo mundo gosta de ler só a manchete da notícia. AUTOentusiastas é um oasis no deserto.

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  49. Agora entendi porque sempre detestei o xenônio e já sei como desarmar quem diz maravilhas do mesmo.

    Já tive dois carros adaptados para 100w, um vinha assim e tanto quanto sei não ofuscava se o carro não fosse carregado, todavia tinha o material refletor do farol "comido" pelo (agora tenho certeza) calor excessivo. Por esse fato é que não devia ofuscar.

    O outro alterei por conselho do eletricista e, tanto quanto experimentei, também não ofusca. Esse carro sempre teve má iluminação, outras pessoas se queixam do mesmo. Eu, por vezes, ligava a luz de neblina para auxiliar na iluminação, outras vi que quem conduzia o carro não comutava de facho alto para facho de cruzamento quando aparecia alguém de frente, esquecendo que levava o facho alto e por incrível que pareça, nunca vi ninguém reclamar do facho alto. Agora, com a alteração, ilumina sensivelmente o mesmo que o modelo equivalente da mesma marca dez anos mais recente. Por isso considero que nem sempre essa alteração será má quando empregue em automóveis que tenham uma iluminação fraca. A capacidade do farol aguentar o calor será outra questão.

    Aguardo com ansiedade esse artigo sobre suspensão.

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  50. Sempre digo: Nem a cor de um fio deve ser trocado
    Sei de um caso onde um fio Cor vermelha de Corrente do alternador estava apresentando alta resistencia e o "eletricista" colocou um paralelo de Cor Preta , funciomou por algum tempo , mas passado tempos o fios foram desligados para outro serviço e na hora de ligar o ajudante pegou um fio vermelho ligou na corrente e sobrou um fio preto e ele institivamento aterrou. funcionou o carro e alternador começou a carregar e fechou curto queimou chicote todo quase põe fogo no veiculo.
    E ai começa a demanda de que foi a culpa?

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  51. Sensacional artigo !

    Na espera dos próximos !

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  52. Texto simplesmente perfeito, vai direto ao ponto (negativo) dessa mania ridícula de tuning sem o menor critério. Já descobri a tempos que quem adere a esse tipo de alteração estética de fundo de quintal não dá a mínima para segurança ou engenharia na hora de efetuar as modificações, por isso a teimosia infundada em defender qualquer coisa sem base alguma.

    Eu sou extremamente radical em se tratando de tuning sem critério: alteração sem autorização e que cause risco aos demais tem que ser removida das ruas permanentemente, sendo ainda aplicadas pesadas multas ao proprietário do veículo e à oficina que efetuou as aberrações. Se o proprietário se negar em dizer que oficina fez as alterações, terá que arcar sozinho com as multas e ponto.

    Os faróis de xenônio genéricos ou uso de lâmpadas de 100 W é um absurdo sem tamanho. Agora entendo o porquê de eu não gostar de lâmpadas que tendem a emitir mais luz azul. Ao contrário do que se diz por aí, elas para mim sempre iluminam menos que uma similar de cor normal, mais para o amarelo. Nem mesmo as lâmpadas de casa eu compro de temperatura de cor de 6.000 K ou superior, pois ficam muito desagradáveis para meu gosto pessoal.

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    1. Road Runner, sobre iluminação caseira, tenho uma pra contar.

      Uma vez comecei a perceber que minha mãe estava cada vez mais triste, tendendo para a depressão. Comecei a prestar atenção em todos os detalhes, tentando descobrir o que a estava induzindo a aquilo.

      Uma noite, sentei na cozinha para conversar com ela e com meu pai e ali ficamos várias horas, costume que eu não tinha.
      De repente, senti que o ambiente estava frio, até opressivo. Aí reparei na lâmpada.

      Eu tinha instalado meses antes uma lâmpada fluorescente na cozinha como medida de economia, mas não tinha reparado que era uma luz muito azulada.
      No dia seguinte fui na loja e trouxe outra luminária com novas lâmpadas, desta vez "luz do dia".
      A depressão da minha mãe sumiu literalmente da noite para o dia.

      Infelizmente, isso é raro das pessoas perceberem.

      Fico me perguntando se usar uma lâmpada muito azulada nos faróis e guiar um carro por horas a fio não causa algum efeito psicológico negativo no motorista.

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    2. Uma vez, troquei as lâmpadas amarelas por azuis. Retirei logo após andar na chuva durante a noite. Horrível

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    3. André Dantas,
      É exatamente dessa forma que me sinto em ambientes iluminados por cor azulada. A sensação de depressão é notória, fica um ambiente muito frio, bastante desconfortável.

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    4. Exatamente Dantas, existem basicamente duas colorações de luz doméstica, a quente (amarelada) e a fria (azulada ou branca). Eu como arquiteto vejo muitos projetos de ambientes e de iluminação literalmente estragados ao ser colocada uma fluorescente compacta de coloração branca no local de uma amarelada inicialmente prevista.
      Em geral as luzes brancas se utilizam em ambientes externos e corredores de passagem, apenas.
      E os efeitos são danosos, pode apostar.

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    5. Se forem lâmpadas de até 4000 ou 4300K (Osram Cool Blue ou Philips Cristal Vision) não vejo problema algum.
      Eu uso e não volto mais para as normais, de 3500K.

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    6. Como dito acima pelo anônimo arquiteto, eu como conhecedor dos diversos tipos de lâmpadas de uso residencial, comercial, público ou o que for tenho opinião parecida.

      Acho deprimente ficar em um ambiente mal iluminado por fluorescentes frias de 6500K. Não suporto.
      Agora, se já for as amarelas acho menos pior.
      Sinceramente, dentro de minha casa, não é por 20 reais de economia de emergia que ficarei mais ou menos pobre, então segue a minha preferência:
      Ambientes pequenos, uma incandescente de 100W.
      Ambientes grandes que precise de uma iluminação muito boa uso halágenas, na minha cozinha adaptei 3 halógenas de 50W e tenho uma boa iluminação com uma fiel reprodução de cor, jamais uma fluorescente fara algo parecido.
      Grandes áreas, externas, vapor metálico.

      LED? Não obrigado, não gosto da "sensação" de um ambiente iluminado por LED.

      Alexandre Dantas, quer meu conselho? Esta lâmpada Luz do Dia nada mais é que a fluorescente comum. Quer realmente melhorar? Compra lâmpadas S-84 (super 84) 4000K e reator de Alto Fator de Potência.

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    7. Grechejr
      Minha mulher cismou de colocar uma dessas branca no abajur do canto da sala. Que coisa pavorosa, mudou o ambiente. Ficou só alguns dias e voltamos à incandescente comum. Viva Thomas Alva Edison!

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    8. Lorenzo Frigerio25/07/2013, 20:35

      André, o comentário sobre sua mãe me fez lembrar de um antigo anúncio da Osram na revista Veja, já faz uns 30 anos. Eu sempre me lembro desse anúncio. Aparecia a foto de um velho de chapéu, tipo do Adoniran Barbosa, todo esverdeado, com um aspecto fantasmagórico, e embaixo a legenda: "Não é um fantasma, minha filha. É apenas o seu avô mal iluminado". Vai saber se parte da depressão da sua mãe não estava dentro da sua própria cabeça, pelos próprios efeitos da iluminação também sobre você.

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    9. Bob, a lâmpada incandescente comum é a que oferece a melhor reprodução das cores naturais por ser, no espectro das cores das luzes (ou algo do gênero) a que mais se aproxima à tonalidade da luz emitida pela abóbada celeste.
      Infelizmente existe um projeto ecochato de lei querendo proibir a produção dessas lâmpadas em potências superiores a 60 W (lembrando que as de 150 já não se encontram mais).
      Além disso deixo uma dica: lâmpadas de marcas consagradas, sejam o tipo que for, têm melhor desempenho, economia de energia e maior durabilidade.

      O anônimo das 08:22 (eu, CSS, mas meu login não está funcionando).

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    10. Ecochato é mesmo a desgraça do mundo atual, que gente horrorosa, hipócrita. Outro dia tive a mesma informação do vendedor de uma loja ao me atender, lâmpada incandescente agora só de, no máximo, 100 W. Daqui há pouco, nem isso. Vou tratar de estocá-las. Ridículo.

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    11. Será que o Bob gosta do novo jingle do Pão de Açúcar? hehehe...

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    12. Felipe - Carros do Portuga
      Não assisti na tevê e depois que você falou procurei no Google. Se for o jingle "O que faz você para ser feliz?", adorei, coisa de bons tempos.

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    13. Não Bob... estava me referindo a essa:
      http://letras.mus.br/clarice-falcao/caixa-verde/

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    14. Felipe - Carros do Portuga
      Esse é detestável, eu e minha mulher já não púnhamos os pés no Pão de Açúcar, agora é que não vamos pôr mesmo. Ridículo, hipócrita, idéia dessa raça ridícula chamada ecochato.

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  53. Dantas: relendo seu post com mais atenção, pois anteriormente não tive o tempo, reparei que, ao final da matéria, você cita como referência um site que faz menção à cirurgia refrativa Lasik. Peço a licença de sair do assunto automóvel para tecer alguns comentários acerca dessa técnica, mesmo porque é, de certa forma, algo ligado à segurança do motorista.
    Fiz esse tipo de correção há mais ou menos 10 anos, na verdade num período em que a técnica já estava começando a cair em desuso. Atualmente ainda é oferecida no Brasil em detrimento da PRK, que apesar de ser mais antiga, dizem ser mais eficaz, e seu custo pouco ou nada aumentou em relação ao período citado.
    Ocorre que, na maioria das pessoas, o Lasik deixa cicatrizes irregulares nas córneas, que causam aumento significativo do desconforto visual à noite, justamente por causa da forma errada como se dá a refração da luz na córnea. Gostaria, desse modo, de esclarecer que esse tipo de correção não consiste em nenhum milagre, seu efeito não é duradouro e a cicatrização pode demorar vários anos para acontecer. Por isso vale a pena, para quem pensa em fazer, analisar muito bem antes, pois a maioria dos médicos que realiza esse procedimento, dado o seu apelo comercial ("enxergue com seus próprios olhos...") não fornece esse tipo de explicação e não dá a garantia de um resultado satisfatório.
    Por falar em olhos, os exames de visão do DETRAN são algo extremamente falho, superficial e sem critério. Muitos motoristas possuem problemas visuais significativos e não sabem disso.

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  54. Tenho 3 graus de miopia. Já repararam que todos os oftalmologistas ou quase todos continuam com suas lentes ou óculos e não se submetem à cirurgia corretiva? Depois que assisti a um procedimento desses entendi porque.

    Prefiro continuar com minhas lentes e óculos.

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    1. Minha sobrinha operou, só se arrepende de não ter operado antes!

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    2. Eu tinha 5 graus e operei em 2010. A melhor coisa que fiz na vida. Adeus óculos, adeus lente de contato.

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    3. Portuga, para quem tinha 5 talvez seja um alento, mas no meu caso, que tinha 1,00, definitivamente foi um dinheiro mal investido.

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    4. Tenho uma baita miopia e não opero de jeito nenhum... Vá lá que sai algo errado.

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    5. No meu caso eu prefiro poupar mais os meus olhos e não fazer a cirurgia de redução de grau pois eu possuo uma escavação no nervo ótico limítrofe entre o considerável saudável e um diagnóstico de glaucoma. Embora uma coisa não tenha nada haver com a outra, é uma opção pessoal.

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  55. AD, genial o texto. Li e reli, mesmo que extenso.
    Como perito, mata essa charada: o carro do meu pai, com menos de 6 meses de uso, começou a piscar uma luz no painel. A concessionária deu o diagnóstico: cabo da bomba de combustível roído, próximo ao conector da bomba. Até nos mandaram as fotos. Culparam algum roedor. Oras, o local encontra-se sob o banco traseiro, protegido por uma tampa parafusada. Que rato esperto! Sem falar na porta, que ele abriu sem cerimônia. Depois do bate-boca fizeram um remendo sem custo. A troca do chicote não seria coberta pela garantia, pois o defeito fora causado por um suposto agente externo. Mas poderiam fazer a troca ao custo de uma pequena fortuna.
    Por (des)orientação do advogado, acionamos o tribunal de pequenas causas. Após o envio da papelada e de uma audiência, o juiz cancelou (esse é o termo?) o processo, pois a análise da causa requeria um perito, o que só poderia ser feito na justiça comum. Fora a burocracia da coisa, é mole uma coisa dessas? Preciso encontrar esse rato.
    Como perito, já viu outros casos esdrúxulos assim?

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    1. Gustavo, casos como esse tem aos montes. E infelizmente, a maioria, quando tem algum mérito, vem tão carregada de emoção, que exagera nas afirmações e o caso cai no descrédito.
      Se fosse feita uma reclamação menos emotiva e melhor embasada, as chances do reclamante seriam maiores, mas esse não é o padrão.

      O problema de exigir perito num processo é que são necessários 3 peritos: um de cada lado da disputa e o perito do lado do juiz. Só aí o custo de um processo desses dispara. Como existe a possibilidade de se perder o caso e o custo acaba ficando pelo lado do consumidor, a maioria das pessoas pula fora.

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  56. André, ótimo post!! Só gostaria de perguntar, o efeito da aberração cromática também é alto em lâmpadas de xenônio amarelas ou menor em comparação aos modelos brancos azulados?

    Também no caso de rebaixar, tudo bem que não mexi no grupo motopropulsor, mas deixando a bandeija alinhada, nem pra cima e nem pra baixo, sem rebaixar demais o veículo, seria um modo menos prejudicial para fazer o mesmo??

    Grande abraço!!

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  57. Junior Valias25/07/2013, 00:07

    Alguém sabe dizer se o aerofólio original do fusca TSI tem função aerodinâmica em altas velocidades?

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  58. Ótimo texto André, eu como estudante de engenharia mecânica me sinto um privilegiado em conhecer o autoentusiastas, pois o nível técnico aqui é elevado. Todas as coisas que você escreveu é exatamente o que vejo diariamente, aguardo ansiosamente o post sobre a geometria de suspensão, seria legal se você fizesse uma abordagem comparando a geometria de suspensão de carros rebaixados seja por mola cortada, suspensão a ar, etc, contra a suspensão de carros de corrida, pois sempre que toco no assunto dizendo que eles provavelmente pioraram a estabilidade do carro tenho que escutar que carro de corrida é baixo....
    alias carro extremamente rebaixado é algo que acho extremamente ridículo, aquilo pulando igual um cabrito, o que mostra o tanto que aquilo é mal feito, afinal se observarmos esportivos de fabrica mesmo sendo firmes eles não pulão como cabritos.

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  59. Essa questão dos pneus eu concordo plenamente.

    Meu irmão tem um Palio 1.4 e tempos atras resolveu trocar os pneus 175/65/14 por rodas de liga aro 15, ai vem a dúvida, qual medida colocar?

    Bem, todas a lojas que procuramos "empurravam" o 195/55 ou 195/50 aro 15. Correndo o risco de raspar na lataria ou não, dependendo do offset da roda. Só nisso já se nota alguma coisa estranha, raspar na lataria é porque tem coisa demais ali. Acho essa medida muito grande para um carro pequeno como o Palio. Tenho um Punto 1.6 com medidas 195/55/16, que já acho grande, imagina em um carro com 150 kg menos...

    No fim das contas, compramos pneus 185/55/15 que são usados no Fiat 500, com rodas de liga leve com off set original. Ficou perfeito, bonito, visto que as versões 1.8 do Palio vêm com a media 185, mas com perfil um pouco mais alto. Não se alterou em nada o comportamento do carro, pois a diferença do 175/65 e 185/55 são minimas. Visualmente ficou bem bonito, parecendo que o carro veio original de fabrica assim, sem parecer exagerado.

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    1. Maurício, você usou o mesmo offset da roda original?

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    2. Mauricio,
      Existem na internet ferramentas que permitem calcular a diferença de perímetro entre duas medidas de pneus. Uma de que gosto muito é esta, do Best Cars.
      No caso do carro do seu irmão, a diferença entre os pneus antigos e os novos é de apenas 0,24%, o que significa que vocês acertaram em cheio.

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  60. Depois de colocar este post em meus favoritos, fico no aguardo das próximas duas partes.

    O que senti pelos recados dos leitores, é que a grande maioria dos que aqui frequentam, estão preparados para assumir o volante de seus carros com total responsabilidade. E isso é bom.

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  61. Meu carro é inteiro original, mas eu achava legal algumas rodas maiores e até pensava em instalá-las, se sobrasse algum dinheiro um dia. Mas agora desisti de vez. ALiás, de tanto o Bob encher o saco aqui, parei de andar com as luzes dianteiras de neblina ligadas, apesar de achar que elas ligadas não atrapalham ninguém.

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    1. Bruno, as luzes de neblina dianteiras ligadas ou desligadas realmente não "fedem nem cheiram", desde que o farol baixo sempre esteja ligado, quando a situação exigir. O que complica é que tem gente com mentalidade atrasada, que fica só com "os milhas" ligados, porque "fica lindão" assim... tsc tsc tsc

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  62. Post muito bom.

    Falar em destruir um carro por meio de tuning me faz lembrar daqueles seres que rebaixam caminhonetes grandes tipo F250, Silverado, Ranger...
    Dá arrepios só de olhar.

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  63. Simplesmente impecável. Parabéns! Não há o que comentar...

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  64. Mais um belo post do André Dantas. Irretocável!

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  65. Caro André Dantas,

    Este post é uma aula magna!

    A propósito: "Perguntei a ele se ele iria no encontro do grupo com o carro e ele confirmou. Aí eu disse a ele que eu iria sentar no aerofólio com meus 130 kg. Aí ele me responde “Tá louco? Vai quebrar tudo!”

    Hehehe... adorei essa!!

    Leo-RJ

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  66. Impecavél mesmo!
    Ontem montei em meu Escort Zetec rodas de aço de Citroen com pneu 195/55 R15 que casam exatamente com o diâmetro total do conjunto original.
    Quando estava decidindo que pneu comprar, pensei muito a respeito e cheguei a conclusão que o melhor seria mudar para 15 pol. porque assim teria mais opções de pneus bons com bons preços.
    Quanto a medida, até pensei em 205, mas achei mais lógico comprar 195 com composto de qualidade, bastante aderente e não exagerar na bitola.

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  67. André, com esta frase pessoas com o mínimo de raciocínio desistirão de qualquer modificação :
    " Engenharia é uma arte. É a arte de equalizar os recursos de cada componente para obter um conjunto com a melhor resposta possível. Quando se fere este princípio se perde essa arte "
    Vou emoldurar esta frase e pendurar na parede pra me lembrar toda vez que eu mesmo quiser modificar meu carro.

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  68. E aí? É melhor um bom Michellin nos seus aros 13" ou um jogo de rodas aro 15" com pneus remold?
    Com o meu Mille 2006 rodo perfeitamente em qualquer velocidade sem trepidação, aguenta o asfalto ruim e ainda faz 15,5km/l na cidade (no Economy a média deve ser melhor).
    Parabéns pelo post André Dantas, épico!

    Se mesmo assim você quiser fazer modificações no seu carro eu recomendo que estude o projeto se embasando tecnicamente antes de sair torrando grana ou matando por aí.

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  69. Ótimo post Daniel. Parabéns e obrigado!
    Eu nunca fui fã de fazer modificações em carro ou moto. Prefiro sempre o original. Se quero algo diferente compro outro veículo que já tenha características que mais ao meu gosto e necessidade.
    Tunig ou chuning então eu sempre abominei.

    ABRAÇO.

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