google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Bill Egan e divulgação

O belíssimo Mk2 dos Egan, e logo atrás, o Mille

Na sexta-feira passada, feriado de finados, marcamos um passeio com uma turma de amigos entusiastas, organizada pelo Bill Egan. A idéia era nos encontrarmos às nove da manhã na garagem dele, de onde sairíamos com carros antigos, visitaríamos uma outra coleção de carros antigos aqui de São Paulo, almoçar, e depois voltar ao ponto de saída.

Saí de casa às oito então, para buscar o amigo Rafael Tedesco em casa, e depois ir até à garagem. Estava com um Chevrolet Sonic LTZ azul brilhante, um hatchback pequeno mas luxuoso, moderno, e com todas as amenidades possíveis e imagináveis. O carrinho, ainda novidade nas ruas, fez um bocado de sucesso entre os manicacas reunidos na porta da garagem do Egan. O carro é realmente bonito e chama atenção.

De dentro da Mercedes, pode se ver o Mille e o Jaguar. (Foto: Rafael Tedesco)
O Egan estava, como sempre nessas ocasiões, manobrando os carros para poder tirar lá do fundo do galpão as duas maravilhosas peças da coleção que usaríamos como meios de transporte naquele dia: Um magnífico Jaguar Mk II 3,8-litros de 1961 e um lindíssimo cupê Mercedes-Benz 220SE de 1965. Em momentos como este, sempre dou um passo atrás e lembro como sou um sujeito de sorte de ter tantos amigos generosos como os Egan. Há meros dez anos, estar no meio de carros e pessoas tão legais seria simplesmente impensável. O tanto que a vida muda, e como o faz sem controle nenhum de nossa parte, é uma das coisas que a faz tão bela, e o que nos mantém felizes e esperançosos do futuro.



Em 1982, 30 anos atrás, a oferta de modelos mais baratos era bem reduzida. Somente quatro fabricantes de automóveis instalados no Brasil, sendo que a Ford não tinha nenhum modelo na faixa de preço inferior, seu carro mais barato era o Corcel II, que se posicionava em uma faixa acima.

Na gama de entrada, a oferta se resumia a Fusca e o recente Gol, ambos com motor refrigerado a ar de 1,3 ou 1,6 litro e potência de 38 e 54 cv, respectivamente, Chevette de 1,4 litro e potência de 60 cv e Fiat 147, com opções de 1,05 e 1,3-litro e potência variando entre 50 e 56 cv, nesta ordem.

O desempenho, na melhor das hipóteses, mostraria um 0-100 km/h na casa dos 15 s e velocidade máxima ao redor dos 150 km/h, no caso dos Volkswagen com motor 1,3-litro refrigerado a ar o 0-100 levava mais de 20 segundos. O consumo não devia mostrar números tão diferentes dos atuais, os carros eram mais leves, o trânsito fluía melhor e a gasolina não tinha 20 a 25 % de álcool em sua composição, mas 12%.


Fotos: Arquivo pessoal
Oldsmobile Cutlass


Ainda me lembro da época que era jovem, zero-quilômetro. Minha vida estava começando e em breve deixaria de ser do pátio da concessionária para ser e conhecer o mundo, ou parte dele.

Meu primeiro proprietário foi um homem, um indivíduo comum da classe média brasileira. Assim que cheguei a minha nova casa, toda a família desceu até a garagem para me ver. O filho queria me guiar, a filha pedia para que eu a levasse na escola e a esposa estava doida para contar como eu era às amigas do salão de beleza, que morreriam de inveja. Meu proprietário queria me estacionar na vaga mais visível do clube, de preferência ao lado do carro de um colega que tinha um igualzinho, mas com um ano de defasagem.

É bem verdade que naquela garagem tinha um carro velho, mas ninguém dava atenção a ele, tanto que ele só andava de vez em quando. Sentia-me superior, afinal de contas eu era o zero-quilômetro da família.

Audi quattro turbo

Fotos: autor


Estava faltando andar no Jetta 2,0 TSI em uso normal, só o havia dirigido quando foi lançado, no final de março de 2011. Pouco depois, em maio, pedi à fábrica o 2,0 Comfortline com câmbio manual de cinco marchas (link), uma vez que no dia da apresentação eu só havia dirigido a versão com câmbio automático epicíclico de seis marchas e queria ver como ele andava com o modesto motor 2-litros de apenas 120 cv sem as perdas associadas a esse tipo de câmbio. Finalmente pus as mãos no 2.0 TSI e usei-o na cidade e andei um pouco na estrada.

Há quem não aprecie as linhas do Jetta; não é o meu caso

O que posso dizer, sem nenhum exagero, é que o Jetta 2,0 TSI é um dos carros mais agradáveis e precisos que já andei, embora não tenha dirigido todos que estão oferecidos no mercado brasileiro. Dá prazer andar com ele, tanto faz se devagar ou rapidamente. Manobra bem, com 11,1 metros de diâmetro mínimo de curva, ajudado pelo entreeixos relativamente curto de 2.651 mm, que não tira espaço no banco traseiro e nem afeta o porta-malas – de dobradiça da tampa tipo “pescoço de ganso” – que acomoda ótimos 510 litros.