Fotos: Arquivo pessoal
Ainda me lembro da época que era jovem, zero-quilômetro. Minha vida estava começando e em breve deixaria de ser do pátio da concessionária para ser e conhecer o mundo, ou parte dele.
Meu
primeiro proprietário foi um homem, um indivíduo comum da classe média
brasileira. Assim que cheguei a minha nova casa, toda a família desceu até a
garagem para me ver. O filho queria me guiar, a filha pedia para que eu a
levasse na escola e a esposa estava doida para contar como eu era às amigas do
salão de beleza, que morreriam de inveja. Meu proprietário queria me estacionar
na vaga mais visível do clube, de preferência ao lado do carro de um colega que
tinha um igualzinho, mas com um ano de defasagem.
É bem verdade que naquela garagem tinha um carro velho, mas ninguém dava atenção a ele, tanto que ele só andava de vez em quando. Sentia-me superior, afinal de contas eu era o zero-quilômetro da família.
Audi quattro turbo |
Os
anos passaram e com 50.000 km já não era mais a novidade, então o filho já
podia me dirigir, aliás, ele aprendeu a dirigir comigo. A filha já não fazia
mais tanta questão que eu a levasse na escola, deixei de ser assunto da esposa
no salão de cabeleireiro. Eu era a porcaria de carro do marido. Precisava ser
trocado com urgência. Eu não ficava mais estacionado na vaga de destaque,
afinal de contas o colega já tinha comprado um carro mais novo e com desenho
moderno. Só sei que trazia comigo alguns arranhões.
Voltei então à mesma concessionária e não gostei do que vi: minha família saiu de lá com outro carro. Não demorou muito e fui apresentado ao meu segundo dono, um homem casado, com filhos e uma carreira promissora, ele se encantou por mim. Segundo ele, “Agora sim poderia passear com a família em um carro melhor e mais confortável”. Seu pequeno filho, mesmo não alcançando os pedais, sentava ao volante, como que quisesse me guiar. A filha se acomodava no banco traseiro e dormia nas viagens.
Ford Corcel GT 1973 |
Mas
o tempo continuou passando e o asfalto sob meus pneus também. Estou com 75.000
km, tenho alguns barulhos e rangidos. Já não tenho tanto valor quanto antes.
Então meu proprietário decide me trocar por um modelo zero-quilômetro.
Esse é o momento em que conheço meu terceiro dono, um jovem casado. Ele precisa de mim para trabalhar e levar a esposa em passeios – modestos e econômicos – quase sempre na casa do sogro. De certa forma, sou motivo de alegria. Outro dia disseram: “Até que enfim ele trocou aquele carro velho e surrado por um que vai menos dor de cabeça” e ouvia do meu proprietário “Mas eu gostava tanto daquele outro carro”.
Dodge Dart de Luxo sedã 1969 |
Meu
painel não me deixa mentir: estou com 100.000 km, não há mais quem me livre da
oficina. Eu mesmo não entendo, uma hora, estou bem e logo depois preciso de
reparos. Isso é motivo suficiente para todos incentivarem minha troca.
Todo pé inchado encontra um sapato rasgado, toda panela velha encaixa numa tampa torta e da mesma maneira um rapaz com poucos trocados compra um carro surrado – praticamente um casamento perfeito – e foi assim que me tornei a sensação do momento: “Um carro desses num preço tão baixo, é uma pechincha, só precisa arrumar umas coisinhas”. Claro que o orçamento é apertado, meu dono atual é um estudante, os consertos ficam para depois, viram gambiarras, mas mesmo assim essa é a melhor fase da minha vida.
Ford Custom 1951 |
Passo
boa parte da semana descansando num cantinho da garagem, só pingando óleo. Na
sexta-feira vou ao posto e sou abastecido e ganho uma ducha, fico limpo, de lá
vou à rua da faculdade, depois na calada da noite vou aos lugares mais
badalados, onde tem muita gente jovem. Na volta, mesmo mal conduzido aposto uma
corrida com outro carro, nem sempre ganho, deixo os amigos do meu proprietário
em suas casas e por último sua namorada. Na verdade, fico um bom tempo em
frente à sua casa, e eles, em meus bancos reclináveis se divertem.
Já estou com 170.000 km, meu desenho há muitos anos está longe de ser arrojado. Tudo que dizem ao meu proprietário é que já passou da hora de me trocar. Ele reluta, mas acaba cedendo. Dou muita manutenção, não sou bonito e muito menos confortável. Fui colocado em uma loja, nada comparado à concessionária que antes freqüentei. Fiquei lá por muito tempo, até que um senhor se tornou meu quinto dono.
Chevrolet Opala Luxo 1972 |
No
começo não gostei muito dele, esse cara só me levava para lugares onde era o
único carro feio, algumas vezes quebrei de propósito só pra não ir nesses
lugares passar vergonha.
Em pouco tempo haviam me desmontado inteiro, achei que meu destino seria um daqueles ferros-velhos, mas me surpreendi ao receber peças novas. O tempo passou e antes de perceber o que estava acontecendo notei que tinha ficado tão bonito quanto antes. Nada de gambiarras e remendos, finalmente fiquei livre de ferrugem, amassados e barulhos, minha pintura estava reluzente, cada detalhezinho ficou como antes. Era ótimo – sinceramente nem recordava como era estar assim. Todos me querem, mas meu dono não me vende por nada.
Lincoln Continental conversível 1965 |
Hoje
freqüento um monte de lugares, ando com outros da minha idade. Um dia desses vi
um rosto familiar. Era um homem que estava com seu filho e juro que o ouvi dizer:
“Sabe que quando eu era da sua idade o vovô comprou um carro igualzinho a esse?
Foi o primeiro carro que eu dirigi!” Achei comovente e devo admitir que uma
gota saiu do esguicho e respingou no pára-brisa, mas resolvi limpar antes que
alguém percebesse...
PT
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ResponderExcluirTesto excelente! Na verdade é um testão!!!!
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ExcluirMe deu até dor na "texta" ler testo.
ExcluirTesto de quem anda de Celta e Kombi
ExcluirPortuga;
ResponderExcluirBonito post para começar o fim de semana... E variar um pouco as matérias do blog... Parabéns!
Isto merece figurar na lista "Os 10 melhores posts do Autoentusiastas".
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ExcluirMr. Car,
ExcluirPensei que fosse um exagero de sua parte, mas confesso que cometi um engano.
O texto é mesmo muito bacana, e se não chorei, certamente todos os pelos do meu corpo ficaram arrepiados de emoção. Principalmente no último parágrafo.
Valeu Portuga!
Sim ter um carro antigo nao e para qq um
ExcluirE coisa pra quem tem paixão e amor por automóvel e sua história
Texto poético
Parabéns a todos aqueles q possuem e cultivam a memória do automóvel
Esse post é AUTOentusiasta!!!
ExcluirPuxa vida! Que texto legal. Me faz lembrar do meu carro, um misto de segundo com terceiro dono.
ResponderExcluirParabéns!
Ótimo texto, parabéns e obrigado !
ResponderExcluiryoutube /watch?v=IrBS7Gt0k-g
ResponderExcluirAnônimo 12:54,
ExcluirE sem dúvida, o mais bonito de todos os MB.
Também lembrei este reclame, só o fim que poderia ser o mesmo do texto: a restauração.
ExcluirGostei,muito bem escrito sensacional.
ResponderExcluirFelipe Tavares Reis
Texto muito legal. Parabéns ao Portuga. Pena que dificilmente um carro atual terá esse reconhecimento no futuro... Nesse tempo de mudanças rápidas, será que meu filho guardará a mesma lembrança que eu tenho de um velho Chevette? Como muitos pais pretendo dar um carro de presente (sem lições de moral, por favor) ao meu filho quando for pra faculdade... será que ele guardará o mesmo carinho ou descartará a lembrança emocional como se descarta um smartphone desatualizado?
ResponderExcluirSem lição de moral, mas se o seu filho fizer isso, reserve desde já um bom asilo, pois seu final será bem parecido...
ExcluirTerá sim, Félix. O conteúdo do texto se aplica a qualquer carro que tenha feito parte da infância ou adolescência de alguém hoje já na maturidade, ou quem sabe até, caindo de maduro, he, he, e revisitando seu passado na memória. Independe do quanto as coisas mudem rapidamente, ou do luxo ou da simplicidade do carro. Dentro dele, os passeios inesquecíveis à casa do vovô nos finais de semana, à cidade dos primos nas férias, as primeiras emoções ao volante, o primeiro beijo, talvez até a primeira transa, ou quem sabe, a mais desejada, o carro que levou sua mulher à maternidade, que trouxe seu filho de lá para casa...Enquanto a nostalgia fizer parte dos sentimentos dos homens, os carros de hoje serão vistos por alguém no futuro como vemos Darts, Galaxies, Chevettes, Opalas. E serão desejados por aqueles que um dia os tiveram, como se tendo-os mais uma vez, mais uma vez pudessem viver todas aquelas emoções. É mais ou menos por aí.
ExcluirMr. Car,
ExcluirCom o perdão da palavra, mas... PQP! Que comentário! Brilhante complemento para o texto.
Está perdoado, he, he, he!
ExcluirAbraço.
Perfeito comentário, Mr. Car !!!
ExcluirAlinha-se perfeitamente com o meu pensamento...
O nosso Dart Sumatra Emoção 79 se encaixa perfeitamente nesse perfil de carro da família, hoje eu pedi à minha esposa, que foi durante décadas a "guardiã" dele, que saísse da garagem com o carro e desse uma volta, pra espairecer, depois de uma bela lavagem na carroceria...
Ela voltou quase meia-hora depois, com o sorriso de quem passou alguns dos melhores minutos de sua vida, revendo um velho e delicioso filme na memória...
Esse Dart tem essa mágica, e eu sou um sujeito sortudo de poder tê-lo de volta à nossa família !
Abração do Sul !!!
Imagina se não conheço seu Dart Sumatra, he, he!
ExcluirAbraço.
É essa relação que faz o Chevette DL 1991 permanecer na família, e pretendo que o Omega CD 1997 encaixe nisso também.
ExcluirAté os pequeninos e simples Fusca e 147 estão sendo restaurados. Creio que o Gol "refrigerado a ar", Escort Hobby e etc também terão o seu lugar nesse mundo de restaurados.
ExcluirBelo texto!
ResponderExcluirParece a historia do meu Fusca e da minha F-1000!!!
Parabéns Portuga Tavares ! Grande texto, muito sensível. Acabei de ler em voz alta para o meu VW Sedan 1300L bege alabastro e para a minha Puma GTI amarelo puma 1980 e os dois ficaram muito felizes, mais ainda quando os lembrei de que você era o cara que escreveu o livro sobre o Fusca que eu já tinha mostrado a eles !!!! Ah, e a pedido deles, lá vou eu buscar a minha Variant II marrom avelã 1979, que acabou de ficar como o carro da história, para ler a história para ela também, senão alguém fica com ciúmes !!!! Grande abraço !!!
ResponderExcluirapesar de poucos acreditarem,carros tem vida.e ,modestamente, sempre tratei-os com carinho.
ResponderExcluirBelo texto!Sentimentos é que fazem toda a diferença! Por isso, o assunto abordado toca o interior da gente e desperta lembranças, que por estarem num passado onde nossos sonhos eram muitos e possíveis todos, só trazem uma saudade gostosa, como cheiro de café feito no fogão a lenha, cural, pé-de-moleque, bolo de milho, quentão e fogueira de São João. Engraçado é que toda vez que compro carro novo, não me afeiçoo à máquina, como se não gostasse porque ela não precisa de mim, pois ainda é perfeita e não necessitamos negociar nossa relação no dia a dia. Já por vária vêzes tenho dito que carro novo é insosso, impessoal e chato, não faz surpresas, boas ou ruins e você nem pensa no que tá funcionando e porque, nem até quando. Sempre que posso, tenho um novo, mas mantenho um velho do qual gosto e me afeiçoei, garantindo horas de distração só minha, num mundo à parte, onde nos entendemos, com um quê de cumplicidade, que funciona como uma simbiose, na qual eu faço a manutenção, os pequenos consertos e ajustes, recebendo em troca horas de terapia ocupacional que me ajudam a conservar a sanidade em meio à loucura do dia a dia!
ResponderExcluirRmendes78
ResponderExcluirConfesso que aqui, também respinguei o pára-brisa...
Corcel GT, eeee saudade....
ResponderExcluirMuito bom esse post Portuga. Ele me lembrou um que eu li a um tempo atrás no BCWS sobre o Omega (só que em primeira pessoa também).
ResponderExcluirSó acho uma pena que nem todos os carros tenham esse final feliz como esse do seu texto. Mas pelo menos muitos desses viram "doadores de órgãos" para que os "quintos donos" como o que você retratou na história possam restaurar esses carros.
Mendes
A história parou no 5º dono pra ficar mais romântica, se fosse muito realista estragava. Infelizmente já do 3º dono em diante a coisa está mais pra história de horror com final triste, já que começam as gambiarras, batidas fortes mal arrumadas e donos que estão com o carro meramente porque foi o que deu pra comprar, tratados sem atenção e até mesmo vivendo na ilegalidade na mão de pessoas que nem as taxas de trânsito e até usam o carro para fins discutíveis. A verdade é que carro é que nem gente, as vezes é melhor partir do que ficar moribundo estragando os bons momentos e sua história
Excluira parati do meu pai então deu sorte, ano 92 ele comprou ela em 2000, 108mil km e dps ele soube que já era o 5° dono, passou por uma professora que comprou zero, um contabilista ficou 1 ano, um barbeiro(o que corta cabelo, mas pode ser considerado também dizem que ele anda só de 3°)e um agiota. tava td original, teve que dar um geral na suspensão , amortecedores, borrachas. tá com ela até hoje, quase 300mil km, motor ainda não abriu, só a suspensão que tá pedindo 3° geral.
ExcluirAté que essa Parati está mais perto do texto do Portuga, mas no lugar de ser a história de uma família está mais para uma história de profissionais, uma Parati de carreira hehehe. Felizmente está bem acima da média, no 5º dono e com essa idade a coisa costuma estar feia
ExcluirNa familia também temos um pampa do mesmo ano 3° dono mas essa não me animo a contar a historia. No campo acho que só não puxou arado com o 2° dono, e mós tivemos a loucura de compra-la, foi barata mas para deixa-la em condições deu elas por elas...Pesar que ainda sofre um bocado no trabalho.
ExcluirSensacional! Um dos melhores textos que já li sobre carros antigos.
ResponderExcluirParabéns Portuga. Mandaste muito bem!!
Nó na garganta...
ResponderExcluirUm dos textos mais "artísticos" do AE, sem dúvida.
ResponderExcluirO carro é uma máquina, uma ferramenta. Não tem sentimentos e dar emoções para ela é iludir-se. Mas caramba, somos iludidos de tantos modos por tantas pessoas, que pelo menos uma vez seja por nós mesmos! E se é assim, que seja dando sentimentos a algo inanimado, mas que realmente precisa de cuidados e nos ajuda. De mais a mais, isso prova ter algum sentimento.
Realmente fiquei emocianado, vou imprimir e colocar uma copia em cada um dos carros.
ResponderExcluirQuando comprei a 147 há 5 anos atras ,paguei R$800,00 e uma bicicleta,na epoca dissream que eu era louco, restaureia de cima abaixo e hoje tem a placa preta, e cuido dela com todo respeito que a idade dela requer
Com o XR3, todos disseram que eu estava louco de novo,que era um carro velho e de playboy, hoje está de novo todo original e tem o mesmo cuidado e carinho que a 147.
Este post é para guardar e reler.
Maravilhoso texto, por essas e outras que conservo um Mille EX 1999, com 27.600 Km.originais, com pneus, pastilhas e lonas também originais.
ResponderExcluirE sinceramente gosto mais dele do que do novo que é 2012
Vc deve ter atirado pedra na cruz
ExcluirMuita sensibilidade Portuga. Parabéns! Lembrei desta bela narração poética, " Soy la Galera", em homenagem a uma carretera Ford 1939 e a seus pilotos irmãos.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=TNJW2na-M00
abs
MD
Que legal! Legal mesmo!!
ResponderExcluirVou restaurar meu Fusca 1970 no começo do ano que vem, nas férias. Esse texto expressou bem as emoções que eu "dou" ao meu carrinho amado. Parabéns!!
Parabéns pelo texto, mas a primeira foto é do painel de um Oldsmobile TORONADO, não de um Cutlass.
ResponderExcluirE lembrando que, embora o Dart brasileiro tenha saído em 1969, todos são "modelo 1970". Aliás, um belo carro, bem americano.
Que saudade da Pampa prata onde aprendi a dirigir. Era uma Pampa prata ano 1988, a álcool, era um sofrimento colocar para funcionar de manhã, mas era um tanto econômica (hoje em dia qualquer picapinha flexpower gasta mais que ela).
ResponderExcluirTaí uma (péssima, no caso) lembrança viva que tenho da Pampa também prata e também álcool, do meu avô, que foi minha companheira diária de trabalho na fazenda: no inverno, se dormisse ao relento, de manhã não pegava nem com reza. E mesmo assim, adivinha se eu não adoraria ter uma como aquela, impecável em conservação e originalidade.
ExcluirPassei bons momentos com uma Pampa a álcool, só que dourada, com motor VW 1,8 litro... Adorava o ronco do motor, a potência não era alta mas parecia ser sempre mais do que eu precisava em qualquer situação. Uma delícia. Depois meu pai trocou ela por uma Pampa azul, motor Ford CHT... muito ruim, vivia dando problema e dela não tenho muita saudade.
Excluirme lembrei do passat do meu pai. cresci com aquele passat LS 83 dos 2 aos 15 anos, muitas viagens, quando moleque mal alcançado os pedais ficar no volante brincando de dirigir, era um carro de familia e um carro do trabalho, muita estrada de interior de chão batido, com 14 aprendi a dirigir e tinha naquela época da vida orgulho de guardar na garagem e tirar da garagem isso dentro do patio, nisso meu pai foi sempre responsável, nada de sair na rua sem carteira.dps acabou se desfazendo dele, assim como tinha feito com o fusca anterior ao passat era a chegada de outro usado. pela placa no primeiro ano ficava consultado a situação do carro, então quem tinha ficado com o carro revendeu a outro e dps pelo site do detram vi que tinha sido preso por dirigir sem cnh e Seguro atrasado, foi guinchado preso e nunca o resgataram eu ainda não podia ir lá salvar,um fim triste, apenas 2 anos de separação ver ele virar sucata no deposito e ser arremato para desmanche.
ResponderExcluirComo já comentado por muitos, belíssimo texto! Só quem é autoentusiasta de verdade percebe a emoção que o texto passa. Todo carro que passa por nossas mãos marca de alguma forma, seja bem ou mal (no meu caso, todos deixaram boas lembranças).
ResponderExcluirÉ muito bacana, já conhecia, eu tenho esse texto impresso há alguns anos - não me recordo se copiei de uma revista, de algum artigo do Portuga, ou se foi tirado da internet.
ResponderExcluirMas que maravilha esse painel do Ford 51, naquele tempo alguém já pensava em alguma ergonomia.
Olá CSS, que bom que já havia lido meu texto. Ele foi publicado três vezes, sendo a primeira na Revista Antigos de Garagem n°04 (2005) , a segunda vez no site Maxicar (2008) e agora esta é a terceira vez que publico esta crônica.
ExcluirDe tempos em tempos eu republico as cronicas que penso ainda estarem atuais. Gostaria de agradecer a todos pelos comentários, vou na medida do possível intercalando as "crônicas" com as matérias.
Belíssimo texto, Portuga. Fodástico!
ResponderExcluirNossa cara, emocionante demais esse texto!
ResponderExcluirAinda mais porque esse feriado meu carrinho ano 93 levou a familia toda no interior para rever pessoas queridas, subiu serra "das brabas" com cascalho solto e trouxe-nos seguros de volta a casa. Bravo carrinho.
Que prazer em plena madrugada dar de cara com um texto destes. Parabéns pela sensibilidade. Meu Niva 1990 pingou uma gota de óleo, emocionado!
ResponderExcluirO carro é o objeto que mais se parece com o homem. É um protótipo daquilo que seremos no futuro.
ResponderExcluirO carro é o objeto que mais se parece com o homem. É um protótipo daquilo que seremos no futuro.
ResponderExcluirO carro é o objeto que mais se parece com o homem. É um protótipo daquilo que seremos no futuro.
ResponderExcluirConcordo. Mas entendi da primeira vez...
ExcluirA mãozinha no queixo quer dizer que viraremos máquinas que não vão a lugar nenhum. Já eu acho que o Adilson está no lugar errado fazendo os comentários errados e que o que mais se parece com ele é um Gwiz no 5º dono, só que como o Gwiz é que nem ele (não sente nem provoca nada) está naquele 5º dono que deixa o carro na chuva pra enferrujar
ExcluirQue texto mais lindo!
ResponderExcluirMe fez lembrar dos carros que tivemos lá em casa, todos começando com quilometragem bem baixa e não raro passando dos 200 mil Km num estado invejável, sem problema algum.
Hoje vejo que desde que bem cuidado, qualquer carro alcança altas quilometragens com alta confiabilidade também. Há aqueles que discordam, como os que viviam pedindo para que meu pai trocasse seu "velho" Vectra 95 lá pelos seus 233mil Km, mas que NUNCA nos deixou na mão. Fruto de uma manutenção preventiva sistemática minha, e que após uma boa reforma interna (acabamentos que descolaram e etc) deixou de ser cogitado a venda.
Um carro bem cuidado retribui o "carinho" sim, e não há nada que me faça discordar disso. Meu Celta 2008 que virou 100.000 Km no dia deste artigo que o diga, está melhor do que nunca em todos os sentidos. A única saudade de quando era novo são alguns arranhões a menos e o hodômetro. Fora isso, nada mais.
Que venham mais artigos como este!
Só para quem tem sensibilidade, entusiasmo e ferrugem no sangue entende o singular teor da história, Emocionante! Nos sensibiliza e nos ensina a dar valor aos pequenos pormenores.
ResponderExcluiré como a história do meu velho companheiro VW Voyage CL 1.8 1992... saiu da CSS 0km nas mãos de um dentista que ficou com ele por dois anos e pouco, foi parar em outra agência do Itaim Bibi com 47000km e lá estava meu pai, que na época já era aposentado e rodava pouco... foi lá o Voyaginho para a garagem lá de casa, me lembro até hoje de meu pai descendo a rua com ele... larguei os amigos, pulei dentro do carro e fui achar algo para limpar, fazer, etc nele.... esperei o velho ir dormir e o manobrei escondido, ele percebeu, e cheio de cíumes, me deu uma chamada, rs... cuidei desse carro todos estes anos com o maior carinho, vários outros carros fizeram companhia para o Voyaginho na nossa garagem, mas chegava na hora da troca e sempre o bom e velho Voyaginho resistia... até que no final de 2009, com 96000km originais eu dei um Classic 1.6 Aut. para o meu velho e fiquei com o carrinho... este jamais estará à venda, já possui a placa de patrimônio da família!
ResponderExcluirTexto muito legal...
ResponderExcluirAliás, sempre que vejo um carro muito xunado, fico pensando "coitado do carro, não fez nada para merecer isso"... rs Minha esposa não aguenta mais!
Hoje tenho uma Mercedes W124 1994 e ela deve se sentir exatamente como o caso do 5o. dono: está realmente, bem cuidada e desejada! Mas não vendo!
ResponderExcluirBelo texto. Gosto muito de ver carros antigos bem conservados, mais ainda se forem totalmente originais. Tive um Fusca 74, que comprei do meu pai em 84 com pouca mais de 20.000 Km e 100% original. Fiquei com ele até 98. Como ele era para o dia a dia e eu não tinha condições de comprar outro, troquei os bacos originais por reclináveis de veludo, coloquei um volante esporte e instalei uma ignição eletrônica, o restande era tudo original.
ResponderExcluirABRAÇOS.
Sergio S.
Portuga, texto emocionante !!!
ResponderExcluirParabéns !!
Belíssimo texto. Parabéns!
ResponderExcluirMauro XR3 2,0i
Junior TS 1976
ResponderExcluirMuito comovente esse texto...
isso mostra que o automóvel tem história também !!!
Lí o texto, desliguei o computador e levei o monzão pra dar uma volta :)
ResponderExcluirRedação muita bonita; especial mesmo!
ResponderExcluirMFF
Muito boa a crônica, Portuga Tavares! Me vi perfeitamente na história do "terceiro dono".
ResponderExcluirmuito bom esse texto, expressa muito bem a realidade da frota classica nacional, muitos caem nas mão de pessoas sem "grana" pra consertar e terminam com " gambiarras" e aparência surrada, em um ferro velho qualquer, seria bom se todos tivessem um final feliz como o do texto
ResponderExcluirPortuga!! Seu tarado peludo!!!
ResponderExcluirEsse texto me deu um troço! Ele é quase pornô!!!!
Quando eu era jovem, fui propriedade de um homem que tinha um filho que me queria....
Obrigadão!!! Eu e todos os leitores estamos mais gays agora!!!
Ronaldo Nazário
Adorei! até arrepiei na verdade...rsrsrs
ResponderExcluireu aplaudi quando terminei de ler... sensacional.
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