google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 O DESIGN VAI MORRER? - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

O DESIGN VAI MORRER?

Foto: zuckerfabrik24.de

Tatraplan

Usei esse termo em inglês apenas no título, para chamar a atenção, pois acho-o péssimo quando usado no Brasil, onde estilo virou design, estilista virou designer e departamento de Estilo virou departamento de Design.

Mas o fato a comentar é outro. Cada vez mais é a aerodinâmica que vai ditar as linhas dos carros, diante da necessidade de que a maioria - mais no mundo que aqui - vê na questão de poupar energia. O Arnaldo postou não faz muito tempo um artigo que mostra claramente o efeito da aerodinâmica sobre o desempenho. Se este aumenta como resultado da melhor aerodinâmica, então para uma mesma velocidade o consumo será menor. Consumo menor, todo mundo já sabe, significa cortar as asinhas do Inimigo Público Número 1 do mundo, o CO2.

O exemplo do arrasto aerodinâmico que uso há anos é o do Fusca 1300. Com 38 cv atinge 118 km/h, segundo a fábrica. Para dobrar essa velocidade ele precisa de uma potência 8 vezes maior, 304 cv. Por aí se vê a importância de abrir passagem no ar à frente.

Pegue-se os aviões comerciais de longo curso. Note como são parecidos. Um Boeing 737 tem o mesmo "jeitão" de um Airbus A-320. Ou um Embraer ERJ 145 ser praticamente igual a um Bombardier CRJ 900


.
Não sei ocorre com vocês hoje, mas muitas vezes me vejo tendo que olhar emblema num carro para saber sua marca. É muito comum com os sedãs médios. Por outro lado, tire-se o chapéu para BMW e Mercedes, estão conseguindo reduzir o coeficiente aerodinâmico sem que seus carros percam a personalidade.

Por falar em Mercedes, o novo Classe B será mostrado em Frankfurt, em setembro, e seu Cx é apenas 0,25. Impressionante. Tivemos aqui o Opel/Chevrolet Calibra em 1993, um cupê que tinha um Cx muito baixo, apenas 0,26.

Opel/Chevrolet Calibra

Nunca vou esquecer quando meu irmão colocou uma carenagem de farol e guidão na Honda 500 Four dele e como de repente a moto ficou com freio insuficiente, só porque passou a cortar melhor o ar. Era preciso muito mais força no manete de freio para produzir a mesma frenagem.

Com um  pouco de atenção percebe-se as qualidade aerodinâmicas de um carro, boas ou ruins.  Lembro-me de quando estava tratando de organizar o esquema de competições da Volkswagen para a  primeira temporada de 1984 do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos e procurei obter dados de aerodinâmica do carro que íamos usar, o Voyage 2-portas. Na engenharia me deram o dado: Cx 0,50, isso com pneus 155-13 e só um espelho externo. O carro de produção saía com 175/70-13 e dois espelhos, era ainda pior. Um tijolo de quatro rodas!


Tive um Voyage 4-portas de serviço antes de passar ao Santana e fiz várias viagens ao Rio com ele. Existe uma longa descida na via Dutra, próximo a Barra Mansa, sentido Rio, onde nos tempos de VW 1200 a diversão era fazer o ponteiro do velocímetro indicar VDO - a marca do instrumento e que ficava bem depois da marca de 120 km/h, o limite da escala.

Pois nessa mesma descida, ao levar o Voyage até 160 km/h e pôr em ponto-morto, a velocidade caía abruptamente até estabilizar em 125~130 km/h. Era impressionante o "freio" do carro ao se tirar potência.

A aerodinâmica está mesmo na ordem do dia, juntamente com o peso - acelerar o veículo também exige potência e consumo de energia. Alumínio e até compósito de fibra de carbono estão sendo cogitados como os materiais de um futuro próximo. Até os carros elétricos e híbridos passarão por essa mudança, devido ao peso das baterias de íons de lítio, da ordem de 400 kg num carro médio como o híbrido Chevrolet Volt.

A formas tenderão cada vez mais "ao avião", tudo igual ou muito parecido. Desta vez não haverá o choque e a rejeição como a do Chrysler Airflow ("fluxo de ar"),.produzido de 1934 a 1937, que estava na  esteira da aerodinâmica impulsionada pelos aviões que se desenvolviam rapidamente naquela década. Nunca vendeu bem e teve vida curta. O próprio Carro do Povo de Ferdinand Porsche incorporava ideias de facilitar o movimento na massa de ar. Com o nome, em alemão, oficializado - Volkswagen - e já em produção firme a partir de 1946, seu Cx era 0,41, muito bom para a época. E era leve, 740 kg.

Chrysler Airflow

Só escaparão dessas "aeronautização" os carros citadinos, de motor a combustão ou elétrico, pois seu uso e velocidades médias baixas poderão deixar, até certo ponto, a aerodinâmica em segundo plano.

Dizer que o estilo vai morrer é um certo exagero, mas o fato é que as linhas exóticas, diferenciadoras de um carro para outro, que começaram a imperar na década de 1950, tendem a convergir para a forma mais favorável à passagem do veículo pela massa de ar possível Os precursores do carro aerodinâmico, Paul Jaray, Edmund Rumpler e outros, de dentro de seus túmulos, se sentirão orgulhosos.

O Tropfenwagen, carro-gota, de Rumpler

BS

47 comentários :

  1. Assim como o Aun, também tenho formação em Desenho Industrial, e vejo o termo design ser usado apenas, como você mesmo criticou, como uma definição para "estilo". O termo em inglês tem uma definição muito mais ampla, e aqui no Brasil caiu num lugar comum, temos até "designer de sombrancelhas", e muitos ainda falam que o "designer do carro é bonito". Bem, se eu estiver dirigindo tal carro vou me sentir lisonjeado com o elogio que me fizeram :]

    Quanto à imposição da aerodinâmica no design automotivo (usarei o termo em sua definição mais ampla), acredito que aos poucos as marcas estão conseguindo impor seu estilo mesmo seguindo as mesmas necessidades de eficiência aerodinâmica. A forma dos carros está ficando um pouco mais parecida, mas a maneira como cada fabricante trabalha os detalhes, trabalha a imposição de sua identidade corporativa no produto é uma maneira de tentar contornar isso.

    Se isso serve de exemplo, motocicletas são ainda mais parecidas que carros, uma Hayabusa e uma CG 125 se parecem muito mais que um Veyron e um QQ, ainda assim não é necessário ser um entusiasta para apreciar as diferenças dos produtos.

    Pode me criticar por isso, mas particularmente vejo até mesmo os carros dos anos 60 e 70 todos iguais, esses sim me fazem ter que olhar a grade para reconhecer modelos diferentes.

    Por fim, acho que todos aqui temos consciência da importância mercadológica dos automóveis, e como o que os fabricantes fazem é reflexo das necessidades que surgem da sociedade (ou necessidades que eles impõem pelo mesmo motivo). Ao invés de ser fatalista com relação ao assunto, espero apenas que sempre haja espaço para os entusiastas, isso é: compromisso com o prazer que o automóvel traz, e respeito ao que temos no passado e temos no presente.

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  2. Antes de tudo em minha opinião o carro tem que ter personalidade, um belo automóvel inovador em estilo é sempre bem vindo!

    Se no passado o mundo se chocou com o "excesso" do Eldorado Biarritz '59 hoje agente se lamenta com o Agile e a nova Montana por aqui!

    Quanto ao design, minha irmã estuda 'design gráfico' e segundo ela tem mais aulas de marketing do que outra coisa! A lei hoje é vender não importa a que preço!

    Abraços

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  3. Costumo traduzir "design" como "projeto" ou "estilo" dependendo do contexto.

    Por exemplo, sobre Adrian Newey a wikipedia diz: "Newey has worked in both Formula One and IndyCar racing as a race engineer, aerodynamicist, designer and technical director and enjoyed success in both categories."

    Engenheiro, aerodinamicista e... estilista?

    Não, não. Projetista cai bem melhor e mais adequado à função.

    Nas faculdades de moda, por exemplo, costuma haver a distinção entre estilismo e design de moda.

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  4. Muito interessante seu ponto de vista, Bob. Mas, se não me falha a memória, na década de 1980 a aerodinâmica teve grande destaque, norteando diversos desenhos de carrocerias. Considero fantásticos alguns protótipos desenvolvidos pela GM nesse período, como o Citation IV e o Lean Machine. Mas a corrida do Cx's mais baixo foi esfriada pelos testes de impacto (crash test), que ganharam maior ênfase em relação à aerodinâmica a partir da metade da década de 1990. Por conta disso, não sei se verei, num futuro próximo, carros como o Citation IV. Um abraço.

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  5. Em tempo: o estilo dos carros atuais me preocupa um pouco. As pessoas estão valorizando muito o estilo alienígena dos anos 80 dos Hyundai, ou a vulgaridade exibicionista americana. A loucura francesa foi trocada pela sobriedade germânica e os alemães trataram de se mexer para diferenciar.
    Os ingleses continuam todos com a mesma cara, como sempre.

    São os italianos e alemães que estão evoluindo e construindo o estilo marcante dessa época.

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  6. Certos veículos que correm nas 24 h de Le Mans são parecidíssimos.

    Ainda bem que não existe aerodinâmica perfeita. Pelo menos isso dá margem para criações...

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  7. Bob, não sei se você já teve o prazer (ou desprazer) de levar um Voyage desses a velocidades acima dos 200 Km/h (com turbo).

    Acredito que venta mais dentro do carro do que fora, as borrachas de vedação das portas não dão conta de segurar o ar, é impressionante.

    Há quem levante a parte traseira do capô só para aliviar um pouco a pressão no cofre, pois as saídas de ar originais se mostram insuficientes.

    FB

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  8. Bob,

    outro Mercedes-Benz com coeficiente de arrasto de apenas 0,25 é o atual classe E (W212). esse valor, diga-se, é o mesmo do tão cultuado e politicamente correto Toyota Prius.

    case-se isso com um bom motor a combustão e se prova que não é preciso abrir mão de estilo, desempenho e caráter para ter boa aerodinâmica aliada a baixas emissões.

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  9. Caio Cavalcante26/07/2011, 11:29

    Bob,
    Você poderia me dizer a fonte da foto do Tropfenwagen? Me parece se tratar de uma exposição, você saberia qual, qual o museu?

    Sobre design, usando a definição ampla da palavra, acho interessante notar características regionais nos carros. Ao comparar carros com projetos de mesma nacionalidade, dá para perceber vários detalhes parecidos.

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  10. Desculpe Bob, pois sei que meu pedido nada tem com o assunto em questão, mas já que se falou no Voyage...Será que alguém tem e poderia subir o vídeo (aqui ou no Youtube) do comercial de lançamento do carro, em 1981? Faz tempo que procuro por ele, e até agora, nada. Agradeço a quem puder ajudar.
    Abraço.

    Mr. Car

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  11. Bob,

    Fiz um post hoje meio que completando o seu, sobre como os carros estão ficando iguais, principalmente os de mesma marca. Dá uma olhada lá.

    abração.

    http://gustavodornas.blogspot.com/2011/07/santa-criatividade.html

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  12. Impressionante, não sabia que o Cx da linha BX "frente alta" era tão ruim!

    Alguém tem informações de como era a aerodinâmica da Brasilia e do Passat antigo?

    Sobre a aerodinâmica limitar o design, essa impressão eu tinha nos anos 90... Frentes em cunha, carros baixos, faróis minúsculos.

    Mas como isso se reverteu, com carros atuais de faróis grandes e frentes altas, acho que a aerodinâmica não vai ser um fator tão limitante assim.

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  13. Saudades do meu Voyage 85...Andava bem, mas o que gastava de pneus e amortecedores era fora do comum.
    Não sabia que seu Cx era tão alto, talvez por isso bebia muito álcool.
    Sempre gostei dos "quadrados" da VW, inclusive os acho mais bonitos que os atuais, mas com Cx tão alto, era preciso mudar.

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  14. Quando eu vi, no começo dos anos 90, a tentativa das montadoras de baixar o Cx dos carros, fiquei bastante entusiasmado, pensando que iria ver carros bastante aerodinâmicos dali pra frente, principalmente com o avanço da tecnologia e do uso de túneis de vento, pra termos carros mais econômicos e velozes.

    Porém, aí vi os lançamentos que apareceram (Fiat Punto, Cx 0,35... GM Agile, com Cx de caixa de sapato....), e brochei. Espero que o Fluence, Civic, façam escola atualmente.

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  15. Que surpresa o Bob dizer que precisa olhar para o logotipo dos carros atualmente...por coincidência o caboclo do Best Cars que faz a ótima coluna de análise de estilo escreveu exatamente sobre isso na última coluna, sobre o Sonata, e concordo com ele.

    Embora não se possa comparar a situação de hoje em dia com a de outras épocas, que o Bob conhece muito bem, acho que estmaos muito melhores hoje do que no início da década de 90, por exemplo, quando não era possível diferenciar pelo design carros japoneses de coreanos, e mesmo as respectivas marcas entre si.

    Hoje, pra mim pelo menos, dá pra discernir na rua um Civic de um Corolla de um Sonata numa boa. E até Kia e Hyundai já têm um esboço de identidade visual próprias - sem claro entrar no mérito do seu sucesso a esse respeito ou não.

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  16. A forma segue a função, então....

    Mas a verdade é que a coisa já foi pior, como os citados anos 90 ou os carros americanos de meados de setenta.

    Basta olharmos a próxima safra de sedans médios "nacionais", de Cruze a Sonata, para percebermos que ainda existe muita individualidade e originalidade entre as marcas.

    Mister Fórmula Finesse

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  17. Há...o voyage sport com turbo - Quatro Rodas de 1993 - e com estimados 165 cavalos (mesmo do Tempra), mal alcançava os 197km/h reais - final de Verona 2.0 e Vectra - claro que muito disso por causa da relação de marchas original. Mas mesmo com a quinta longa, ele passaria de muito pouco dos 200 reais.

    Mister Fórmula Finesse

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  18. Bob,
    Sou designer, tenho formação em mecatrônica, desenho industrial e transportation design - Alemanha.

    Trabalho há alguns anos na área.
    Estilo não é a melhor tradução para design. Projetista também não.

    Design é arte-aplicada = técnica considerando aspectos humanos e artes.

    Não é arte - porque tem projeto, prazo, objetivo, cliente, etc...

    Não é engenharia - pois considera fatores intangíveis como artes e psicologia.

    Não é só estilo - porque não se faz só estilo. Tem projeto que nem a fase de estilo acontece...

    Talvez seu entendimento de design = estilo aconteça por sua conexão com a área automotiva - em que a atividade de design é 90% estilo. Mas em outras áreas - a embalagem do óleo do post anterior - é fruto de um designer e não um estilista.

    Não importa o nome. Apenas pontuo que estilo é parte, e não o design como um todo.

    Uma vez comentei aqui que seria interessante um designer pra escrever no blog... continuo achando que ia ser bem bacana, principalmente por ser uma pessoa com conhecimento de causa.

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  19. Os carros não estão ficando iguais. Apenas estamos dentro de uma época onde todo mundo disputa o mesmo comprador.

    Se estivéssemos no styling americano anos 50 iríamos achar a mesma coisa. Início anos 90 também...

    É que do passado a gente só lembra dos melhores e dos piores... e nos passam a falsa impressão de que eram o mercado, e não parte dele.

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. Para o Anônimo de 26/07/11 13:58.
    Eu atingi diversas vezes a velocidade de 195 km/h com meu Voyage aspirado e com quinta louca.
    Velocidade de velocímetro com suas devidas diferenças, é claro.

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  22. Este comentário foi removido pelo autor.

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  23. Bob,
    Penso que a maior evolução recente do desenho dos carros não está fora. Está nos interiores... compare os Hondas na última década por exemplo...

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  24. Apenas estamos dentro de uma época onde todo mundo disputa o mesmo comprador.

    Verdade mesmo, Rodrigo. Além disso, uma das distorções que vejo no mercado brasileiro é que parece que aqui, carro tem que ser all things to all people...

    Vide o caso do novo Peogeto 408; quer ser sedã de luxo (para os padrões brasilieiros) e se passar esportivo, com pedais "tunadinhos" e suspensão, segundo dizem, muio dura.

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  25. Como fiz para escrever Peugeot daquele jeito permanecerá um mistério... :)

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  26. MFF

    Assim não vale, hehehe! Pensei na mesma reportagem... mas a sua rapidez no gatilho me fulminou sem trégua, hehehe.
    Pois é... é isso que você diz. Lembra do Tempra, na mesma matéria, com turbo, à quanto disparou? Sumiu, desapareceu no horizonte. Acho que era bem mais bravo que o original que saiu dois anos depois. O Voyage, se ao invés do câmbio original PV estivesse com um PS, pessoalmente, acho que a melhora não seria assim tão significativa na velocidade final.

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  27. Uniblab,

    Isso está em tudo: hoje padaria, restaurante, mercearia, lanchonete... todo mundo vende a mesma coisa. Isso é típico de Brasil.

    Outro ponto social é a grande massa de famílias no Brasil possui um carro só - que é usado pra trabalhar, viajar, escola, supermercado, etc... - e isso restringe muito qualquer "package" mais específico. Por isso temos muito sedans pequenos e populares.

    Esses pontos de vista não são análise de "estilo", mas de "design" mesmo...

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  28. Sr.Sharp

    Tive um professor que me provou(e para quem mais quisesse) que a arte não depende de vasta bagagem cultural e técnica para ser criada-é apenas (!) uma comoção sensorial q. pode ser produzida aqui e agora com,digamos , um par de segmentos de reta e um círculo-MAIS a sensibilidade do criador.
    O automóvel,conforme entendo, é o maior e mais importante fenômeno da cultura deste século,considerando a extensão do seu impacto social,técnico-industrial,ambiental,e por aí vai.

    E uma das pessoas que melhor soube avaliar a dimensão desse impacto foi o italiano Pio Manzù (merece um Post!).Foi o cara q.,no âmbito da concepçao e do projeto automotivo,foi além do binômio forma e função,ao incorporar o aspecto da interação dos veículos com os ambientes em q. ele se destinava a atuar.Coisinhas como uso do solo,emissão de poluentes,segurança dos usuarios e das pessoas do entorno,uso de materiais e energia etc.

    E,para tentar trazer um pouco de otimismo aos seus temores com relação ao estilo,as propostas de Manzù nunca deixaram de incorporar a emoção estética,que, pelo bem ou pelo mal,acaba sendo a razão principal pela qual se compra um carro novo por aqui...

    um abraço

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  29. MFF

    Lembrei mais uma: Outro exemplo de aerodinâmica mais bem resolvida ficou evidente quando a mesma revista pôs, em 94, frente a frente, Corsa GSi(ai, aquele Corsinha amarelo...) e Gol GTi. mesmo com 4 cavalos mais o Gol tomou uma coça na velocidade final, lembra? Foi ali, naquele teste, que o amor por esse Opel nasceu. E perdura até hoje, mesmo que meio deformado e com outros nomes.

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  30. FVG...eu sou meio nerd de carro, nem te preocupa!

    Sim, o corsinha deu um pau federal no mais lento dos Gti's bolas testados (11 segundos e tanto para os 100 km/h) e por uma boa margem de velocidade.

    Mais afiladinho e com motor girador, o corsinha 16v era um show, coisa de uma GM que não existe mais há tempos.

    O tempra testado na QR era uma versão adaptada e mais forte do que o original que nem tinha sido lançado ainda, batia nos 235 de máxima se não me engano...

    Mister Fórmula Finesse

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  31. Aléssio Marinho26/07/2011, 15:48

    Acho que o desenho de um automóvel deve ser feito para durar. Suas formas devem ser simples a este ponto, de passar anos e ainda serem consideradas modernas e equilibradas.
    Um bom exemplo disso é a forma da carroceria do Tempra. Alí há harmonia em seus traços. (Vejam que falo apenas no formato, não no desenho dos adereços; faróis, janelas, etc).
    Comprei o meu Logan justamente por esse sentimento de equilíbrio e harmonia das linhas da sua carroceria, apesar de muita gente o taxar de feio.
    Outro carro que também segue a linha de equilíbrio entre as formas é o Uno, a ponto de a Fiat nos primeiros anos usar um desenho de sua silhueta como material de publicidade. O Sonata, apesar dos exageros, e o Cadenza também me transmitem equilíbrio no desenho.
    O Fusca é outro exemplo disso. Suas formas são eternas pela simplicidade e carisma que transmitem.
    Acredito que o desenho tem que tocar os seus sentimentos. Um bom exercício que faço é procurar olhar um carro de outro ângulo. Sempre aparece um detalhe novo.
    Palavras de um desenhista frustrado...

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  32. Mister Fórmula Finesse

    Provavelmente deveria ser uma versão com cabeçote 16v, que nunca chegou a ser lançado.

    Entra as várias versões, chegou a ter 215cv no Lancia Delta EVO II!

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  33. Qual é o Cx do Civic?

    Na verdade, aerodinânica não é tudo. Um carro deve ser "pequeno" (para caber nas garagens e nos estacionamentos)e ter bastante espaço interno (com direito a bagageiro maior possível).

    Por isso que acredito que ainda veremos novos desenhos surgindo aí, para resolver esta equação.

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  34. já falaram do ágile...
    deve ser quase uma kombi (cx)

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  35. Bob, muito legal a matéria,venho dar uma sugestão !
    Um Post sobre o Phanton Corsair o primeiro carro conceitual do mundo(muito aerodinâmico).

    Abraços,

    Ruann

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  36. O Tempra de 233 km/h era " só " um carro preparado e turbinado, para uso pessoal do Átila Sipos( leia-se Larus Turbo), nem precisa dizer mais né...

    Os VW " caixa " tinham as portas dianteiras cerca de 2 mm adentro da linha que vinha do para-lamas dianteiro.

    Isso evitava o vento tentar, acima dos 180 as borrachas cediam, sensação de arrancar a porta. Tinha Funileiro que ajustava a porta reta com paralamas, a gente mostrava o lado não batido( pra dentro 2 mm) e ele ainda argumentava : " A VW que fez esse lado aí errado ".

    Bob, o Santana 1991 ganhou cerca 15 km/h de final, na aerodinâmica. Praticamente a mesma final do ômega 2.0 e 2.2, com potência semelhante. E o ômega era fantástico no quesito.

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  37. Bob elo post,como a maioria deles,muito gostoso de se ler tbm,divertido e informativo acima d tudo..

    porém,não concordo quando vc diz que o desenho dos carros estara cada vez mais dependente da aerodinamica.

    Estudo design,e estou participando ativamente de um grupo de pesquisas em design automotivo,na Unesp-Bauru,onde o nosso tutor é o Osmar Vicente,um dos poucos doutores em design automotivo de todo o mundo.

    O design.ao contrario do que a maioria das pessoas pensa,não se resume ao estilo do carro,a aparencia,as linhas esternas,cores,vincos e etc.

    O design automotivo,está intimamente ligado(mais ou menos dependendo da montadora),com a engenharia, o marketing,de segurança,e até mesmo com o pessoal de estudos sociais e da parte de saúde.

    O designer automotivo,faz a ligação,a ponte entre todos os profissionais,assim como as necessidades,dessas areas.

    Hoje o design automotivo,é ditado sim,pela aparencia na maioria das vezes,mas também cada dia mais a segurança e a ergonomia,tem papel definidor nas formas de um carro.Por exemplo,perceberam o sumiço dos carros com a frente em formato de "cunha"? como os Honda Accord 94?perceberam que cada dia mais os nossos carros estão "gordos"?...a primeira se deve, a questão da proteção dos pedestres em caso de atropelamento,e o segundo,por questoes de absorçaõ de impacto e etc(mas sei que vc e a maioria daqui sabe disso).

    Por isso,em minah opinião,questoes de segurança hoje,tem papel fundamental,muito mais que a aerodinamica,no shape,de um carro.Existem muitas normas que ditam alturas de capô.distancia de caixa da roda em relação a frente do carro,tamanho de paralama.outros fatores também,como questoes climáticas e de localização,também tem forte influencia.por exemplo,a inclinação dos parabrizas dos carros..tudo por questão de segurança.

    Segurança,essa é a palavra que define a maioria das soluçoes em design automotivo,formas,materiais,cores,e até mesmo cheiros e texturas..tudo em prol da segurança

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  38. Ps:perdoem erros de portugues e troca de lertas..dislexia é uma droga

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  39. BOB, esse VOYAGE da foto pra mim foi um dos mais bonitos, é o Calibra,desenho super futurista(desculpe o termo)mesmo hoje.

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  40. A aerodinâmica é uma ciência que custou para ganhar crédito e ainda hoje existem pessoas que se negam a acreditar na importância da massa de ar sobre os corpos em movimento, por isso vemos tantas transformações bizarras por aí.
    Outro exemplo clássico de influência de um menor arrasto aerodinâmico no desempenho é o do Shelby Cobra roadster e do Shelby Daytona Cobra Coupe. Só a partir daí que o brilhante e teimoso Carroll Shelby acreditou que o ar existe, apesar de não conseguirmos enxergá-lo.

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  41. Tecnicamente o "design" não existe pois não é profissão reconhecida pelo Governo. Está no congresso a mais de 15 anos e nem o CREA consegue fazer a ronha ser aprovada. Perece piada, mas não é. Minha mulher, formada em desenho industrial, teve que terminar arquitetura para ser profissional liberal.Se por um lado foi bom, por outro é terrível pois mostra bem a "qualidade" INTELEQUITUAL de quem nos governa.
    Fora isso, o desenhista-designer, realmente é peça importante para qualquer produto, seja um simples liquidificador, seja uma Ferrari...

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  42. Seu Enzo,também não acreditava no poder do ar..ainda falava que aerodinamica era pra quem não sabia fazer motor potente...

    Bob,queria que vc explicasse,como calcular a aera frontal de um carro e se possivel o numero aproximado do Cx de um veiculo

    (se isso for possivel so em calculos)

    abrasss a todos

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  43. Seu Enzo,também não acreditava no poder do ar..ainda falava que aerodinamica era pra quem não sabia fazer motor potente...

    Bob,queria que vc explicasse,como calcular a aera frontal de um carro e se possivel o numero aproximado do Cx de um veiculo

    (se isso for possivel so em calculos)

    abrasss a todos

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  44. Realmente a aerodinamica influencia muito no desenho dos carros. Lembro que quando criança achava muito bonito o desenho dos carros esporte japoneses, frente baixa, farol escamoteavel, vidro traseiro inclinado. Ainda hoje acho o Mazda RX7 FB um dos carros mais bonitos que já vi.

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  45. Bruno Moreno27/07/2011, 13:05

    Acredito que o chevrolet Tigra possua o CX maior que o do calibra, mas ele é um carro pequeno, consequentemente possui uma area frontal bem menor. Com isso ele passa dos 190 Km/h com apenas 100 cv.

    Bob, no post do Arnaldo sobre aerodinamica e potência, você infrmou a formula para achar a velocidade através da Cx, area frontal e potência como segue abaixo:

    A fórmula é v = 53,26 x N/(Cx x A)^(1/3)

    Onde
    v é velocidade em milhas por hora
    N é potência em hp
    A é área frontal em pés quadrados

    Quando tiver potência em cv divida por 1,0139 para achar hp


    Tem como explicar melhor? Com exemplos. Quero entender essa formula, ainda não consegui resultados.

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  46. Bruni Moreno

    UP

    Mesmo caso meu,apesar das formulas etc..ñ entendi direito elas tbm...

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  47. Bob, concordo em parte. Sim, a aerodinâmica dita parte do desenho dos carros.

    Mas há também a questão da imagem. Explico:
    No passado, havia alguns carros propositalmente sóbrios e clássicos, como o DelRey e os próprios Mercedes (sei que são bem diferentes).

    Hoje a tendência são carros com estilo agressivo e imagem jovem (até mesmo os Mercedes). No fundo, é porque todo mundo quer ser jovem, descolado e audaz. Daí também se entende o sucesso dos SUVs.

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