google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Ariel Atom
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Os carros feitos exclusivamente para entusiastas costumam ser péssimos pelo ponto de vista comum. Um Lotus Elise é mal acabado, apertado e sem espaço para carregar nada. Um Caterham Seven é primitivo e sem recurso nenhum. Mas todos eles são os ótimos em colocar um grande sorriso no rosto do motorista.

Podemos dizer que tudo começou com Colin Chapman, ao lançar o Lotus Seven. O conceito do Seven é usado até hoje. Simplicidade e baixo peso, ou apenas “add lightness” (adicione leveza) como dizia o próprio Chapman. O MAO já contou sobre esta pequena maravilha da engenharia aqui. Em resumo, quanto mais leve for o carro, menos motor ele precisa para ser rápido, e o Seven traduz este lema muito bem.

Ao longo dos anos, diversos carros chamados de minimalistas foram feitos, até chegar no pequeno Ariel Atom, um pequeno carro para dois ocupantes com motor 1,8-litros e chassi exposto. É uma versão moderna do que o Seven foi o passado. Um pequeno motor em um carro bem leve e o resultado é espetacular.

Entretanto, o Atom teve um parente muitas vezes esquecido no tempo, mais precisamente, nos anos 1990. Em uma época repleta de carros magníficos como o Jaguar XJ220, o Vector M12 e o McLaren F1. O McLaren, para mim, é um dos maiores carros já feitos na história e Gordon Murray, seu criador, não começou por ele.

Desde os tempos da F-1, Murray se destaca como um dos maiores engenheiros do ramo

Justamente pela grandeza dos feitos do F1, um dos projetos anteriores de Murray não teve as mesmas proporções de público e divulgação, mas foi tão sensacional quanto o próprio F1. Em 1992, juntamente com seu colega Chris Craft, ex-piloto de Formula-1 e de carros esporte, Murray projetou o que viria a ser chamado de Rocket. Pelo nome, dá para ter uma idéia do que se trata.

O Ariel Atom V-8 foi anunciado no começo de 2008, mas o lançamento deve ocorrer agora em março.

O Ariel é um carro entusiástico radical por definição. Não serve para nada além de transportar duas pessoas, e ser dirigido ou pilotado. Estrutura tubular, trem-de-força e comandos básicos. Sem nada que signifique peso considerável para atrapalhar. O próprio nome, átomo, deixa claro que é o que há de mais básico nos dias de hoje. Não tem vidros, portas, carroceria fechada, nada. Parece muito com um kart desenvolvido.

O motor V-8 que será montado nessa cadeira elétrica é de projeto da empresa de Russell Savory e feito especificamente para o Atom, tem 3 litros de cilindrada e gera cerca de 500 bhp sem sobrealimentação. Em 2008, o motor anunciado era de 2,4 litros e teria um compressor, mas a configuração final de produção será a de 3 litros, com bloco e cabeçote em liga de alumínio, câmbio sequencial de 6 marchas e montagem transversal na traseira.


Se o Atom 300 com o motor Honda, básico, vai a 60 mph em 2,7 segundos, estima-se ao menos uma melhora de 0,2 segundo para essa versão.

Com aproximadamente 500 kg de massa para os 500 bhp (507 cv), temos a mágica relação potência-massa valendo 1, ou seja, 1.000 bhp por tonelada.

Sem nenhum comentário adicional, o Bugatti Veyron tem essa relação valendo 2,02.

De minha parte, penso que o Atom é um exemplo do tipo de carro que precisamos em nossas garagens para servir como terapia. Desde que tenha espaço para andar, e não ficar parado em congestionamentos, deve ser mais eficiente que qualquer tratamento anti-stress ou anti-depressão, e que, mesmo custando 120.000 libras esterlinas, deve ficar mais barato que um tratamento com um psicólogo de renome.

Realmente, o Reino Unido poderia trocar o nome para Reino dos Entusiastas.
JJ

Veja outros discípulos do Seven: 7 x Seven = 49%
Estimulado pelo post do Milton Belli, "Sempre Sete", resolvi compilar sete discípulos do Lotus Seven que marcam presença constante nos track days europeus.

Dizem que quase 50% da riqueza do mundo está nas mãos de 1% da polpulação. Então, fazendo uma analogia, sem ter a pretensão de ser preciso, 49% do prazer em dirigir de todos os carros do mundo pode estar com esses sete modelos. Receita para o prazer: acima de 200 cv para movimentar apenas apenas 550 kg (se me considerar como motorista, 650 kg).

Outro dia tive a oportunidade de dirigir um modelo como esses lá em Interlagos. Confesso que a experiência superou muito minhas expectativas. O acelerador leve e sensível me assustou com respostas diretas e empolgantes proporcionadas pela relação peso-potência do modelo. Potência de sobra, transmissão precisa, direção rápida, meu traseiro a poucos centímetros da pista e o vento batendo em todo o meu corpo completaram a experiência alucinante. Pena que durou apenas uma volta na pista. Afinal, eu estava lá para fotografar, e não para me divertir. Na verdade o carro estava sendo testado pelo seu criador e pelo Arnaldo Keller para fazer os últimos acertos de suspensão. Com certeza eu e o Arnaldo vamos voltar a falar e mostrar esse carro aqui no Ae.

Vamos agora aos sete modelos que, apesar de diferentes, seguem o mesmo espírito do Seven.

Os clássicos

1-Caterham

A Caterham, que tem o nome da cidade inglesa onde ficava a fábrica, comprou os direitos de fabricação do Lotus Seven quando este deixou de ser produzido em 1973. Por isso é o único fabricante a utilizar o "7" na grade. É a pura preservação da espécie. Hoje a Caterham oferece diversos modelos e configurações para atender diferentes necessidades de diversão com motores Ford de 1,4 l com 105 cv e 2,3 l (Cosworth) com 260 cv. A designação dos modelos expressa a relação aproximada de potência-peso em hp por tonelada. No caso do modelo da foto, o mais potente, R500 significa que são 500 hp (507 cv) por tonelada.

Sabia mais: Caterham

foto: PistonHeads.com

2-Westfield

A Westfield é o segundo fabricante mais conhecido. Existe desde 1982 e iniciou fazendo réplicas do Lotus XI (11) e logo em seguida do Seven. Porém a Catreham a ameaçou com um processo judicial e a Westfield teve que fazer alterações no projeto para diferenciá-lo do original. A carroceria dos Westfield é feita de plástico reforçado com fibra de vidro enquanto nos Carterham segue a tradição do uso de chapas de alumínio. A Westfield também tem uma interessante versão do Seven com motor 1,3 l de 180 cv da Suzuki Hayabusa. além dos motores Ford 1,6 l e 2,0 l, este último com 203 cv.

Saiba mais: Westfield



Os exóticos

3-Donkervoort D8 GT

A empresa holandesa de Joop Donkervoort também vive de réplicas do Seven, desde 1978. No entanto, no ano passado resolveu inovar ao apresentar o novo modelo D8 GT, que usa motor Audi 1,8 l turbo de 210 ou 270 cv. Apesar da cabine fechada e da cara de mau, podemos perceber as origens do Seven. Na minha opinião, a capota deixou o visual bem agressivo e interessante.

Saiba mais: Donkervoort



4-IFR Aspid Supersport

Na Espanha, o nervosismo e o sangue quente ajudaram a criar o Aspid Supersport. Desenvolvido do zero e por completo, o Aspid é um modelo hightech. Começou a ser produzido em 2008 pela pela novata empresa IFR, que iniciou as atividades de engenheria e projeto do carro em 2003. Com carroceria feita em plástico reforçado com fibra de carbono, pesando 750 kg e com um motor 2,0 l Honda VTEC com compressor de 405 cv, ele acelera de 0 a 100 km/k em incríveis 2,88 segundos. Seu preço é o mais salgado do grupo e chega a mais de 150.000 dólares.

Saiba mais: Aspid


O musculoso

5-Elfin Clubman MS8

Apesar de existir desde 1957 e hoje ser de propriedade da TWR (do piloto escocês Tom Walkinshaw), a Elfin Sports Cars é uma empresa muito pouco conhecida por nós, como quase tudo lá da Austrália. Mas ela é a fabricante do MS8 Clubman. A primeira vista podemos imaginar que esse representante do "down under" não seguiu a receita básica da dieta, pois pesa 900 kg. Porém ele compensa esse excesso com outro excesso. Simplesmente colocaram um V-8 GM de 5,7 litros com 330 cv. Como em todo musculoso, o comportamento dinâmico não se compara com os rivais peso-pena, mas o coeficiente de diversão deve ser alto também.

Saiba mais: Elfin


Os com motor central traseiro

6-Brooke Double R

O Double R, além do desenho bem diferente dos outros 5 modelos acima tem motor traseiro central. O desenho e o projeto foram inspirado no Rocket (que teve a mão do Gordon Murray) do início dos anos 90, porém com bancos lado a lado (no Rocket eram um atrás do outro). Também, assim como o Rocket, lembra os Fórmula 1 do início da década de 60. O Double R utiliza motores Ford 2,0 l , 2,0 l sobrealimentado e 2,3 l Cosworth, com potência variando de 172 a 324 cv.

Saiba mais: Brooke


7-Ariel Atom

O Atom na realidade deveria estar numa categoria a parte. Seu desenho, simples e original, nasceu nos anos 90 do um projeto de um estudante na Inglaterra. Tem como marca registrada sua estrutura tubular externa aparente, que lemba um exoesqueleto. O carro ganhou o mundo quando foi aclamado pelo Jeremy Clakson no programa Top Gear da BBC.

A atual versão do modelo, o Atom 3, usa o motor Honda 2,0 l VTEC com 248 cv e 304 cv na versão sobrealimentada. Em agosto de 2008 o Atom 3 300 (o sobrealimentado) ganhou o tradicional comparativo 0-100-0 da revista Autocar pela segunda vez. Para sair do repouso, alcançar 100 milhas por hora (160 km/h) e parar completamente ele levou apenas 11,5 segundos. O Caterham 500R fez o tempo de 12,1 segundos e o Brooke Double R Supercharged, em 12,4 segundos. O recode do teste é do Bugatti Veyron, com 9,9 segundos atingido em 2006.

Saiba mais: Ariel


Mas como existem pessoas insanas nesse mundo, a nova versão do Atom tem um motor V-8 de 2,4 litros com compressor que gera mais de 507 cv, conforme já mencionado pelo Milton Belli no post anterior. Esse motor foi desenvolvido a partir de um motor Yamaha (na verdade dois motores grudados) e também foi usado no Caterham RST-V8, edição limitada que tinha mais de 1.000 cv por tonelada.


Outros

Ainda poderíamos incluir nessa divertida categoria de "open wheelers" mais dois modelos: o KTM X-BOW e o Deronda.

E por fim, se chegou até aqui e ainda tiver algum tempo, recomendo esse vídeo do Top Gear em que Clarkson chega êxtase ao dirigir o Atom: "This is driving nirvana!".


Paulo Keller


Em algum momento do ano de 1957, alguns ingleses sem muito juízo, liderados pelo senhor Colin, inventaram um dos maiores sucessos automotivos de todos os tempos. Esse sucesso tinha um nome, alias, Sete. O Lotus 7 era a idealização de Colin do seu princípio de "adicionar leveza", que é seguido até hoje por diversos fabricantes, com suas variações e modernizações.

Exemplos não faltam, mas vamos nos atentar apenas a dois casos. O primeiro é o próprio 7, que até hoje é copiado e vendido por muitos como a Caterham e a Donkervoort. O 7 nasceu do seu antecessor lógico, o 6. Quem diria, não? O Six era basicamente a mesma coisa que o 7, mas não teve o mesmo sucesso de vendas. Conforto? Bobagem. Confortável não é mais rápido, então tire o conforto. O grande lance do carro era a venda como um kit que poderia ser montado pelo comprador, reduzindo seu preço final. Como o carro inteiro pesava quase a mesma coisa que um motor americano da época, junto com o baixo CG, seu desempenho em curvas era excepcional, deixando bem para trás carros mais potentes.

Os anos passaram mas a idéia ficou encrustada na cabeça de alguns ingleses com menos juízo ainda (novamente, sete para ser preciso), e em 2000 foi lançado o Ariel Atom, o mais representativo carro desse segmento, e um dos mais radicais. O Lotus ainda tinha uma carroceria, o Atom nem isso se deram ao trabalho de fazer. Com a estrutura tubular exposta, o Atom era muito leve e a relação peso-potência era melhor que de um Porsche 911 Turbo. É o necessário para acelerar, e forte. Ano passado, o juízo acabou de vez, e colocaram nada menos que um V-8 de 507 cv pendurado no eixo traseiro. Isso quer dizer que o Atom 500 (nome oficial) acelera mais rápido que quase tudo que se possa imaginar, junto até com Bugatti Veyron, e ele não custa um décimo do preço do Veyron. Genial!

Tanto o Lotus 7 como o Ariel Atom mostraram ao mundo que é possível ter um carro muito rápido com custo reduzido. Claro, milagres não acontecem neste meio, então alguma coisa deveria ser sacrificada, e o conforto e refinamento estavam bem no topo da lista. Nada além de um motor, quatro rodas e um volante para se divertir. A sensação de andar em um carro destes, no Atom ainda mais, pelo fato de nem carroceria ter, é de total liberdade. Não apenas liberdade, mas também de poder sentir o ambiente em que se está, pois o chão está logo ali do seu lado, quase ao seu alcance, o vento direto no corpo, e não ter que se preocupar com nada a não ser dirigir. É só não esquecer de verificar a previsão do tempo antes de sair de casa.


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