Começando pelo fim.
Já na hora de irmos embora, mais para o final da tarde – após ter guiado a carretera que foi do Vitório Andreatta, o Karmann-Ghia-Porsche da Dacon que foi do Wilsinho Fittipaldi, e um Fórmula Vee que é do Rodrigo Rosset, o atual campeão da nova categoria –, o Bob me perguntou:
— E aí, Naldo? Já podemos ir embora? Já está purificado?
Mas que coisa! Ele sacou exatamente o que eu estava sentindo e soube exprimi-lo à perfeição. Devo mais essa a ele, essa de eu mesmo sacar direito o que tinha acontecido comigo. Eu me sentia purificado, limpo.
Há pouco, aqui no blog, me queixei dos carros modernos por serem perfeitinhos demais, comportados demais. Sinto que, tal como pessoas, algo comportado demais e politicamente correto demais acaba nos enchendo o saco. Só serve pra servir, tal qual servirá passivamente a todos que nele se aboletarem. Não nos dão o prazer da conquista, o mérito dela. Não nos apaixonam; são só convenientes.
Acho que pra gente gostar mesmo de um carro temos que ter dado duro para conquistá-lo. O escalador sobe montanhas traiçoeiras, o surfista surfa ondas difíceis, o esquiador despenca pirambeiras e eu gosto de carros casca grossa.
É que nem mulher; muita moleza não tem graça.
O I Fórmula Vee Track Day, promovido pela organização da Copa Mobil de Fórmula Vee – leia-se Roberto Zullino e Mestre Joca, o Joaquim Lopes Filho – neste domingo (11/12) não poderia ter sido melhor para os amantes do automobilismo-raiz: um domingo na pista do Campo de Provas da Pirelli, em Sumaré, SP, carros de corrida liberados pra gente pilotar, um bom almoço e muita gente boa, divertida e interessante falando só de carro com alma.
Quer mais? Eu, não.
Para abrilhantar ainda mais o evento que comemorava o sucesso da primeira temporada de Fórmula Vee, o Museu do Automobilismo Brasileiro trouxe de Passo Fundo, RS, cinco carros de corrida com muita história pra contar: o Fitti-Vê que foi do Emerson, duas carreteras, uma do Vitório Andreatta e outra do Orlando Menegaz e Ítalo Bertão, o Karmann-Ghia-Porsche da Dacon e o Fórmula Júnior DKW chassi número 006, há poucos anos construído pelo Tony Bianco, dando seqüência ao número de série interrompido nos anos 60.
E há melhor modo para entender as histórias vividas por esses carros além de pilotá-los? Não.
Dos antigos, tive o imenso prazer de pilotar a carretera Ford do Andreatta e o Karmann-Ghia-Porsche. Recebi esses presentes do Paulo Trevisan, o dono desses carros que são do acervo do seu museu, o que me deixou muito honrado e agradecido.
Mas, antes, umas quatro voltas de Fórmula Vee.
Pesa 420 kg. Motor VW 1600 a ar. Pouca preparação, bem pouca, mas o suficiente para elevar a potência dos 54 cv originais no dinamômetro de bancada para ao redor de 75 cv medidos na roda. Isso dá 5,6 kg/cv sem piloto, que, comparando, é como um Uno Mille com uns 160 cv; o que é forte, não é?
Comando de válvulas da Kombi a injeção, usam etanol como combustível, taxa ao redor de 13:1, não é permitido trabalhar os cabeçotes, mas balanceiam o virabrequim e aliviam o volante em até 2 kg. Radiador externo de óleo. A maioria usa a ventoinha de refrigeração do motor, mas alguns a eliminam para ganhar potência disponível. Dependendo da pista, não sendo muito travada, dá.
Pneus radiais, freios a disco na frente e a tambor atrás, câmbio original de 4 marchas, onde, dependendo da pista, só trocam a coroa e o pinhão do diferencial (três opções, todas originais do Fusca), para que alongue ou encurte. Suspensão dianteira e traseira do Fusca, só que com mola helicoidal em vez da barra de torção na traseira. O tanque de combustível fica entre o piloto e o motor, para máxima segurança nas eventuais – e possíveis – colisões.
Os acertos permitidos acabam se restringindo à afinação do motor, alinhamento de rodas e pressão dos pneus, que no seco correm basicamente com 16 lb/pol² na frente e 18 lb/pol² atrás. Não sei, não, mas talvez pneus mais estreitos – são 195/50R15, os quatro – desse ainda mais diversão aos pilotos.
A idéia é ser tudo coisa simples, tudo coisa que agüenta várias corridas e custa pouco. Isso permite que cada etapa custe somente de R$ 1.500,00 a R$ 1.800,00, inscrição incluída.
E daí que na última prova já alinharam 19 carros e em breve, no início da temporada de 2012, serão ao menos 25.
Vai crescer; tá na cara que vai crescer, pois é disso que o nosso automobilismo precisa. Só nos EUA existem mais de 40 campeonatos de Fórmulas similares, com motor VW a ar.
Por sorte, me coube pilotar o carro do Rodrigo Rosset, o vencedor do primeiro campeonato de Super Vee. Carro fácil de guiar. Bom, é fácil de guiar, mas fazer tempo bom com ele é outra conversa, e a gente vai aos poucos pegando as manhas do carro. Frente bem plantada e obediente. Traseira mais arisca, mas de fácil controle quando desgarra. Ela nos avisa com boa antecedência, aceita fácil nossas correções e volta para onde deve, na boa. Para o ano vindouro trocarão as molas da suspensão traseira. Colocarão mais macias.
Os pedais estão perfeitamente posicionados, e mesmo de tênis não muito próprios foi possível trabalhá-los perfeitamente. Pedal do acelerador progressivo, gradual, bom de dosar a aceleração.
Freia muito bem e alinhado, mas eu preferiria freios ainda mais eficientes, com menos ação na traseira, pois os traseiros travam bem antes que os dianteiros, desestabilizando em freadas fortes, tipo fim de reta com curva de baixa à frente, daquelas que a gente tem que matar mesmo o carro. Acabei não perguntando se ele tem a regulagem para distribuição da ação dos freios entre dianteiros e traseiros, mas o Bob confirmou que tem mesmo, são dois cilindros-mestres.atuados por um balancim que permite o ajuste.
E já desci do Fórmula do Rodrigo com o sangue fino e a cabeça do jeito que ela gosta, com melhor dos humores e sorriso de orelha a orelha.
E mal me aprumo na vertical e já escuto ao lado a gritaria do monte de trompetes dos escapes diretos do V-8 Ford da carretera amarela e verde – o Trevisan lá dentro, pilhado.
— Vamos lá, Arnaldo! Tu vais andar na carretera do Andreatta e vais ver o coice desta bicha!
Pode haver um convite mais atraente? É nóis! Pulei pra carona.
Cano da gaiola pra tudo quanto é lado, latas, quinas, barulheira, e aquela coisa acelerando feito um demônio, o Ford V-8 302 preparado cuspindo fogo pelas ventas e que cinto de segurança que nada! Capacete, sim, tem mesmo que usar, senão numa chacoalhada a gente mete a cabeça num cano e a racha feito um coco maduro.
Eu estava no céu.
O Paulo já está mestre na tocada de carretera e ia como se tudo lhe parecesse fácil, mas a coisa não estava fácil de tocar forte, pois o freio puxava para a direita como se fosse ginga de capoeirista e nessas aquilo ali começa a entrar em pêndulo, ainda mais que me pareceu que as molas e amortecedores traseiros não estavam lá muito eficientes. Mas, macaco-velho que o Paulo é, logo ele sacou – fazia um tempo que ele não guiava esse seu carro, e certamente é por isso que falta acertos na carretera – e com sensibilidade tratou de ir corrigindo as oscilações que vinham daqui e dali, corrigindo antes que elas se agravassem, e logo, para mim, que ia ao lado, estava tudo calmo e rápido e do jeito que eu gosto: confiança total no piloto. Sendo assim, está tudo em ordem. O que manda é piloto mestre.
No caso, para quem não conhece, o Paulo, além de tudo, é uma excelente pessoa. Dava gosto ver o prazer que ele mostrava em dar de presente aos amigos umas voltas em seus carros. São carros que simplesmente não têm valor, pois não são só carros, são história viva, e bem viva. O Paulo diz : "Meus carros são para largar o cacete. Carro de corrida é pra isso!"
Estou de pleno acordo. É um tremendo espetáculo ver passar as carreteras urrando pela reta. É arrepiante, ainda mais para quem as viu em seu tempo – só me lembro de ter visto a do Camillo Christófaro, número 18, correndo – ou se encantou lendo sobre essas fantásticas corridas que essas carreteras fizeram por pistas e estradas no sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Estradas de asfalto e na maioria terra mesmo, pó lascado, lama. Coisa pra macho.
Fangio, antes de ir para a Europa, ganhou fama correndo de carretera. As dele eram Chevrolet e seus maiores rivais foram os irmãos Oscar e Juan Gálvez, que corriam de Ford.
E me faz lembrar do que disse um dos Gálvez ao vencer uma corrida e o repórter lhe perguntara:
— Nossa! O senhor correu muito e coisa e tal...!
— Que nada — Gálvez lhe respondeu — eu andei o mais devagar possível, só acelerei o suficiente para me manter à frente de todos os outros.
A briga sempre foi essa: Chevrolet contra Ford.
Não sei se o leitor sabe, mas o percurso de uma dessas corridas de carretera, da qual Fangio participou, saiu de Buenos Aires, foi a Lima, Peru – cruzou a Cordilheira dos Andes, portanto – e voltou a BA. Nada mau, hein?
E a gauchada do sul não ficava atrás. Suas corridas de carretera paravam cidades. Todo mundo ia para o campo ou avenidas da cidade para vê-las passar feito doidas. Era um acontecimento dos grandes.
E essas que estavam ali na pista da Pirelli participaram de tudo isso e venceram. São monstros tipo Cassius Clay, Joe Louis, Eder Jofre.
E eu logo iria pilotar uma, a do Andreatta. Caramba!
E mais um caramba ao saber pelo Paulo que justamente essa foi recordista de velocidade em estrada. Em 1963 ela fez 250 quilômetros, indo de Porto Alegre a Pelotas e voltando, com média horária de 196 km/h!!!
Acho que nem num Nissan GT-R eu conseguiria fazer o mesmo...
Esse foi só um dos feitos dela e do seu mestre, o Vitório Andreatta, filho do Catharino. Caro leitor, tiremos nossos chapéus.
E lá vou eu com aquele volantão nas mãos, um belo de um volante que deve ter sido de algum esportivo, tem pinta de ter sido de um Mustang. A outra, a Chevrolet, tem volante que foi de um Corvette Sting Ray. O volante tem que ser grandão, já que a direção é no muque mesmo, meio pesada em baixa – ela é mais direta e rápida do que eu pensava. O trambulador do câmbio estava ótimo, sem problemas nos engates. Não posso dizer nada a respeito do pedal da embreagem, se é pesado ou leve, pois nesses carros a adrenalina em nosso sangue sobe e tudo fica leve. O pedal do acelerador está numa posição que demorou para eu pegar a manha do punta-tacco – porém, como o leitor poderá ver no filminho, o Ingo Hoffmann pegou logo o jeito, mas quem sou eu perto dele?
E lenha!
O motor que nela está é um Ford 302 preparado e deve render bem uns 300 cv. Oras bolas, algum leitor metido a sabichão dirá. Naquele tempo a Ford não tinha o 302!
E eu direi: E-da-í?
Carretera nunca teve dessas. A única coisa era ser bloco de motor da marca e andar pracacete.
Garanto que o Andreatta, se vivo estivesse, perguntaria ao Paulo: "Por que raios você não lhe bota um V-8 desses do Mustang novo aí com mais de 500 burros, tchê?!"
Era assim que funcionava e é assim que tem que ser quando se fala em carretera.
Castanholas! Como anda aquele troço!
Ao meu lado de carona ia o amigo Gustavo Leme, que conseguiu fazer umas filmagens só para o leitor ter o gostinho de escutar a barulheira da boa. Ali a coisa é meio violenta e ele parece que não teve tempo de sentir medo. Talvez no começo o sentisse, se soubesse que eu não estava controlando tudo 100%, pois a bicha ora escapava um pouquinho pra cá, ora pra lá. Capotar com aquilo me pareceu facinho..., mas, pau na máquina que a hora era do leão!
A carretera pesa pouco. Foi aliviada de tudo quanto é jeito. Por dentro está completamente pelada. Os para-lamas foram sacados, a tampa do porta-malas é de lona etc. Por sorte os gaúchos não tiveram aulas com aquele japonês esperto do Nissan GT-R que está convencendo meio mundo de que peso é bom pro carro correr. O gaúchos tiravam tudo e ainda por cima metiam a broca em tudo quanto é ferro que dava pra furar, até dobradiça de porta levava furo. Eu é que não passava perto de um gaúcho desses se ele estivesse com uma broca na mão...
Os pneus eram de caminhonete, tipo uso misto, nada bons para pista de asfalto, porém eram radiais e certamente muito melhores que os diagonais da época. Em curvas de baixa deu para dar umas aceleradinhas e fazê-la soltar a traseira. P... m...! Que gostoso! Motorzaço! Cavalaço! Coice de mula.
Após umas voltas me vi completamente apaixonado e viciado em carretera. Eu estava, como bem disse o Bob, purificado.
Mas tinha o KG da Dacon pra guiar!!
Mas, confesso, dele apanhei. O trambulador do câmbio me deu canseira. A primeira marcha é longa, bem longa, vai a mais de 100 km/h, que é para fazer a curva do Bico de Pato – a curva mais lenta de Interlagos – em 1a marcha. Fazendo assim, as 3 marchas seguintes podem ser escalonadas de modo que fiquem bem próximas, o giro cai pouco entre elas e o motor, que é feito para ter potência só em alta, só trabalha na plena força. Mas não foi isso que me deu canseira, não. Foi o trambulador mesmo que não me permitiu achar as marchas com a rapidez necessária para tocar o KG de modo forte.
O motor é um canhão. É do Porsche 356, um 1600, só que com kit de 1.750 cm³ e dois Weber 40 duplos. Deve estar com uns bons 140 cv, fácil. O bicho – leve pra burro, já que a carroceria é de plástico reforçado com fibra de vidro, e fininha – acelera de arrepiar, e ronca nervoso que é uma delícia. E freia bem, muito bem. Nas curvas, claro, com o motor pendurado lá atrás, a gente sente a traseira sendo forçada pra fora, mas ela está bem assentada e como fusqueiro velho de guerra que sou, não me apresentou surpresas.
Um dia, quem sabe, me acerto com esse KG endiabrado. Em Interlagos esse aí passa dos 200 km/h fácil.
E para fechar o dia com chave de ouro, dali a pouco vejo o Ingo Hoffmann saindo com a carretera Ford, e sozinho. Dedão pedindo carona, e ele me mandou pular pra dentro, e lá fui eu de novo na doidona.
Caramba! Como o Ingo toca! A tosca filmagem que fiz mostra. Ele logo de cara pegou a manha da bicha e mandou a bota na maior finesse. Vale a pena ver. Esse seria um piloto de carretera que certamente daria suador nos gaúchos.
Se lá do céu o Andreatta viu, com certeza sorriu.
Fico agradecido a todos que promoveram esse evento ímpar, e fico envaidecido com a acolhida. Espero um dia poder retribuir por tanta alegria que me deram.
Obrigado.
Que evento, hein!
ResponderExcluirSó de tocar o F-Vee eu já estaria feliz.
Bela história pra começar bem o fim de semana que tá vindo aí!
Obrigado pelo relato, Arnaldo.
particularmente odeio hot-rods.
ResponderExcluirtrata-se de um variante retrô bizarra.
os mini formulas são diversão garantida...
Anônimo 16/12 12:29
ResponderExcluirCarreteras não são hot rods, mas carros de corrida para provas em estrada e em circuto.
Ao compartilhar conosco isso tudo, também nos "purificou", obrigado!
ResponderExcluirFIco feliz pela F-Vee, lembro do esforço do Zullino que acompanhava através de vários blogs da internet. Aliás, o Zullino, polêmico como é, seria um colaborador interessante para a AE, hein...
De resto, valeria um post sobre a F-Vee, como funciona para participar, etc etc, realmente só de olhar dá vontade de pular dentro e sair pilotando...
ABraços!
Agradeço ao Arnaldo e Bob pela presença na nossa festa, abrilhantaram o evento e muito.
ResponderExcluirAcho neste ano de 2011 a equipe da Formula Vee com a ajuda da FASP e de seus apoiadores Mobil, Pirelli e RIMA, que nos cede os Blocos de Motor gratuitamente, pudemos fazer dois campeonatos, o Paulista com a próximas etapas dia 21 e 22 de Janeiro próximo e a Copa MOBIL com 3 provas em Piracicaba e de quebra o nosso Track Day na Pista da Pirelli.
Na Copa Mobil demos prêmios em dinheiro aos vencedores, R$ 3 mil para o campeão, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro. Ainda é pouco para os verdadeiros "artistas" do espetáculo que são os pilotos, mas já ajuda.
O Museu do Trevisan apoiou a Formula Vee desde o primeiro momento e comprou o primeiro carro, o chassis 001 já está lá em Passo Fundo no acervo do Museu.
Quem no entanto fez a festa foram os convidados como o Bob, Arnaldo, Newton Alves, Ingo, Gustavo, Jan, Marazzi, Tony Bianco, Max Weiser e muitos outros.
Acho que é bom realizar o sonho dos outros, mais de 70 pessoas puderam andar em um formula de corrida, alguns pela primeira vez na vida, a alegria de ver o Arnaldo descendo da Carretera ou do Ingo do KG Porsche Dacon, que era o seu sonho de infância, não tem preço.
Obrigado a todos e ano que vem tem mais.
Abs,
O Corsário Viajante
ResponderExcluirEstou elaborando post completo sobre a Super Vee, aguarde.
Esse é tranquilamente um dos melhores posts do ano aqui no AE. Para quem leu sem assistir os vídeos, recomendo que volte e assista. Para a experiência ficar completa, só falta o aroma do combustível de aviação.
ResponderExcluirAs carreteras foram uma escola e tanto. Para o Fangio, que já chegou à Europa com dez anos disso nas costas, pilotar as Alfas e Ferraris da F1 era um passeio no parque.
Outro motivo de satisfação ao ler esse post foi ver o Zullino de volta a este espaço. Parabéns a ele e ao Joca por colocarem de pé a Fórmula Vee, e também ao AE por dar um merecido destaque a essa nova catogoria do automobilismo nacional.
Concordo com o Paulo, fácil um dos melhores posts; só temos a agradecer...
ResponderExcluirAK, parece que o filme com o Ingo ao volante estava em velocidade acelerada em relação aos outros dois (rsrs), doze títulos nos contemplam dali né? Não é a toa, não é mesmo!
Mas fazer p.tacco ali é complicado mesmo, o pedal do freio parece que está a 15 km da tábua mestre...definitivamente não é a pedaleira entusiasta de um uninho.
E sim, os caras eram machos, mas macho elevados ao cubo; o que deveria ser escorregar pelas estradas não pavimentadas da época??? Apontar essas máquinas ali nas longas - ou nem tanto - curvas com aquele cascalho de tocaia, quando tinha asfalto...DAQUELE jeito, e uma média supersônica citada dessas.
Eu li histórias arrepiantes dos INSANOS raids de Fangio e cia, definitivamente, a forja dos homens que pilotaram no limite essas máquinas, eram outras.
abraço
GM
Seria ótimo se pudessem fazer uma matéria no museu de Passo Fundo do Sr Paulo Trevissan.
ResponderExcluirHá por lá outros carros fantásticos e dignos de nota como o CarcaráII o Maverick Berta etc.
Aguardamos anciosos!
Não conheço o Ingo pessoalmente e até já poderia ter conversado com ele nas corridas em que assisti, mas para mim, o kra é um mito, por isso acho q ñ conseguia chegar nele. Observando a sua tocada nas diversas provas em que assisti, Tarumã, Guaporé e Santa Cruz do Sul, de opala, omega, stock gaiola, passat, escort, voyage, uno, aprendi muito só o observando e, dpois, de madrugada, eu ia para "minha pista" e procurava fazer o melhor possivel, m sentindo o próprio. Sempre procurava fazer as curvas da mesma forma, mesma tangência, como ele fazia sempre. Chegava em ksa dmanhã super leve, tranquilo e só conseguia dormir dpois de algum tempo, café da manhã com minha mãe q chegou a asssitir as carrteras e eu sempre perguntando algo a respeito. Acho q andava legal, era lixa o tempo todo, freio forte, redução, e meu velho as vezes indignado q meus pneus, pirelli P6 e dpois firestone S660, ñ duravam nada e eram caros pra caramba. Bons tempos. Hoje ñ tem mais como dar altos paus na rua. Quem sabe ainda curta uma pista, tentando fazer ao menos parecido como ele. C tiverem videos do Ingo no dacon, postem, pois é uma aula. Obrigado
ResponderExcluirAbraços
Tazio Nuvolari
Quanto mais vejo estes carros mais me convenço de que a F-1 de hoje mais parece corrida de autorama...
ResponderExcluirComo dizia o Barão de Itararé,"Este mundo é redondo,mas está ficando muito chato..."
Que bom ver novamente o Roberto Zullino por aqui.
ResponderExcluirCara, gosto muito do seu jeito de escrever e suas opiniões, às vezes polêmicas, mas que fogem da mesmice.
Como comentaram aí em cima, você precisa escrever mais por aqui.
Abração!
Uma corrida de Porto Alegre à Pelotas é uma coisa super incrível que fica voando na minha imaginação.
ResponderExcluirQuando falo com o pessoal das antigas eu vivo perguntando como é que eram essas corridas entre duas cidades.
Alguns me falam que assistiam sentados nos barrancos das margens da BR 116 vendo os carros passando em velocidades absurdas.
Esse é um tempo bom que eu perdi...
eu sou suspeitíssimo para falar mas vamos lá.
ResponderExcluirEsse KG deu o mesmo trabalhão lá em Guaporé, quando eu, Zuzu, mais um bando de loucos, fomos convidados pelo MEU AMIGO Paulo Trevisan para um fim de semana fantástico que ainda hoje, me dá uma alegria danada por ter estado lá e ter podido pilotar 5 máquinas campeãs pelas pistas brazucas. Fui convidado pelo Zuzu e pelo Joca nesse trackday, mas um incendio no meu prédio em Santos bagunçou minha vida nessas últimas 3 semanas. Um grande susto mas só prejú material. O duro foi ficar sem internet que só volta semana que vem, mas não resisti em brincar com o AK a respeito do KG. Como anda esse capetinha, visch!
Segundo o Chiquinho Lameirão me contou, essa primeira looooonga chega nos 130km/h então dá pra avaliar bem o que andavam na pista de verdade de Interlagos. duzentos e vinte e tralalá de final.
E eu doido pra andar nos FVee e mais uma vez não deu certo. Mas não desisto viu Zuzu?
Quem não conhece não sabe o que está perdendo.
E vamos em frente.
Abraço a todos e que bom encontrar o Zullino de volta por aqui, viu Bob?
Obrigado por serem meus amigos.
Grande trabalho do Zullino para o automobilismo Brasileiro, F-Vee acessível e com eventos como esse, fico-lhe grato ao convite.
ResponderExcluirTambém sou mais um que pede ao AE que inclua textos do Zullino aqui.
Arnaldo, vc andou com Fangio. Meio alemão esse artista aí do vídeo ( rs), mas colocassem duas iguais pros dois nem sei quem ganhava não...
Bob, no aguardo do Post sobre o F-Vee. Você andou?
Obrigado a todos, mas eu não escrevo quase em nenhum blog, nem no meu.
ResponderExcluirPrefiro o Facebook que é mais interativo, sei lá, me divirto mais. É mais superficial, mas tem uns Grupos interessantes como de Motociclistas Clássicos, Carros Clássicos, Meio Ambiente, alguns são até secretos e muita gente boa escreve neles, é uma coisa meio de maçonaria.
O único blog que posto regularmente é o da Formula Vee apenas porque serve de canal de comunicação com os pilotos e equipes.
Fazer um texto em um blog deste nível dá muito trabalho, ainda mais quando se escreve de memória.
Muito raramente dou uns palpites aqui ou ali, agora prefiro apenas ler, joguei toda a papelada fora depois que percebi que nunca tinha aberto uma Motorsport duas vezes, assinei e guardei por anos e nunca usei.
Blogs de sucesso como este são atualmente como eram as Revistas antigamente, precisam ser feitos com muito mais trabalho,os Blogs antigos eram apenas para se colocar alguma opinião ou discutir alguma coisa superficialmente, estão acabando.
Alexei
ResponderExcluirSim, andei, claro. Gostei muito. O trem dianteiro é perfeito, o oposto dos Vês do meu tempo.
Também sou suspeito para comentar o post, pois sou verdadeiro fã de carros de corrida antigos. Essa carretera é o verdadeiro carro de piloto macho "pra canário"! Média de 196 km/h com um carro desses não é para qualquer um! Não vou nem pensar que, na época, eram usados os precaríssimos pneus diagonais de então...
ResponderExcluirEstão mesmo de parabéns os organizadores desse evento. Isso tem que ser feito sempre, para preservar as memórias dos primórdios do automobilismo brasileiro. Ter vários pilotos veteranos reunidos por lá foi algo que não dá para expressar em palavras.
Sem dúvida alguma este é um post memorável, que irá figurar entre os melhores do AE.
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ResponderExcluirAK, belo relato;
ResponderExcluirestava sumido, achei que estava depenando um GT-R para um teste definitivo!
Alguém ainda vai tentar isso.
Sonho com um Karmann Ghia em fibra de vidro, parecido com esse, montado sobre um chassi de Brasilia e personalizado em estilo German Look com peças Porsche. Será que alguem fabrica carroceria de KG cupê em fibra? Conversivel eu sei que tem, mais cupê eu nunca vi.
ResponderExcluirFrancisco.
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ResponderExcluirEssa carretera Ford 1934 do Vitório Andreatta me parece que foi encontrada pelo Trevisan alguns anos atrás, em estado de sucata, restaurada agora e...belíssima. Vi esse carro nas corridas nos anos 60, é um túnel do tempo. A velocidade média de 196 km/h, é bom esclarecer, devido à sinuosidade do trecho em alguns pontos, significa dizer que muiitas vezes andou a mais de 230, tinha que ter peito...
ResponderExcluirArnaldo, você é parente do Roberto Keller que andou nos 500km de Interlagos com Porsche GT3 há uns anos atrás?
Lembrei ainda do teste do Porsche Dacon nos anos 60, quando pilotado pelo Totó Porto, em que ele testou o carro e a 1a marcha (pelo motivo mencionado no post) foi a 117km/h. Vale lembrar que haviam duas motorizações para os KG-Porsche Dacon, um de 1.6 e 2.0 litros. Sensacional a matéria.
Ainda com relação à carretera, gostaria de saber (se o Paulo Trevisan ou outra pessoa puder fazê-lo) na porta do piloto, aparece o nome de Vitório Andreatta e depois...Ant", fiquei em dúvida pois não aparece o nome todo, trata-se de Antonio Tergolina? pois me parece que ele também pilotou esse carro no passado, porém com o numeral #6, mas não tenho certeza.
luiz borgmann
Vale ainda lembrar que essa carretera #9 que aparece aí nas fotos, de Orlando Menegaz/Italo Bertão, de Passo Fundo/RS, venceu as Mil Milhas Brasileiras de Interlagos em 1961, no circuito antigo de 8.000 metros, com 201 voltas, total percorrido 1.608 km à média horária de 105,443 km/h e a duração de ...15h15min, chegando em segundo e terceiro dois FNM 2000. ´Na saga dos gaúchos com vitórias nas Mil Milhas, depois de várias com Catarino Andreatta/Breno Fornari, a de Menegaz/Bertão seria a derradeira. O pessoal de Interlagos olhava e..."lá vem os gaúchos de novo"...
ResponderExcluirluiz borgmann
Baixíssima a pressão utilizada nos pneus dos Fórmula Veê!.Perguntinha inocente...pq usam apenas 16 lb/pol² na frente e 18 lb/pol² atrás? Devido a medida do conjunto roda-pneus? E ao baixo centro de gravidade aliado ao baixo peso do pequeno monoposto? Isso não aumenta a resitência a rolagem? Estaria eu falando besteiras aqui?..rsrs
ResponderExcluirHenrique
Sensacional é pouco. Embora feita com carinho e recursos da época, chama atenção o quanto é rude a carretera para os padrões de hoje. O cabra tem que ser muito louco para beirar os 250 (e na estrada!) num trem desse!
ResponderExcluirAbraço
Lucas CRF
Muito bom o texto, certamente foi um dia pra entrar na historia!
ResponderExcluirManter uma maquina dessas viva é um bem pra humanidade! Quanta historia um carro desse não pode contar..
Guilherme Costa
Francisco,
ResponderExcluirse não me engano fazem carrocerias do KG em plástico reforçado com fiobra. Acho que já vi isso em Interlagos. Teria que falar com o pessoal do campeonato de Classic. Acho que foi lá que vi.
Henrique,
O pneu é largo e o carro é leve. Não necessita maior pressão, nem deve.
Metade desses histórias do automobilismo é meia verdade, verdade absoluta só restam uns 40% do que contam.
ResponderExcluirViram o jeito do Ingo quando o Arnaldo lhe repassou aquela história?
Sensacional!!! Fantástico post!!! Vou insistir, por favor façam uma webtv. Vcs tem talento e conteúdo para tal. Grande abraço aos mestres Bob e Arnaldo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAK, não canso de dizer,como é gostoso ler suas matérias, se eu estivesse presente neste evento com certeza estaria realizando um sonho, muito obrigado por nos proporcionar matérias deliciosas de ler e videos sensacionais para assintir, um forte abraço.
ResponderExcluirObrigado Bob pela descrição do comportamento do F-VEE.
ResponderExcluirComo a frente já está obediente e bem calibrada, qual a sugestão para o eixo motriz trazeiro, você acha que as novas molas mais macias somente ou outras modificações conjuntamente.
No aguardo do seu Post sobre o F Vee , o assunto interessa bastante porque categoria escola vai ser essa aí, mais barata que andar de kart e acho que pilotos como Ingo e vc fizeram exatamente isso.
Que bom ler que o Zulino está de volta!
ResponderExcluirSeus comentários, estavam fazendo falta.
Bom saber que não foi banido, ou se foi, está de volta.
Talles
Uma pena que nós pobres mortais não ficamos sabendo desses eventos legais, nem pra gente poder apreciar da arquibancada...
ResponderExcluirÉ muito ruim morar num lugar onde o automobilismo se resume a ver apenas uma pista de kart que está fechada a mais de 10 anos. Pena.
Só me resta parabenizar de coração a todos que trabalham para fazer o esporte a motor renascer no nosso país.
Guiar uma carretera é coisa pra Homem!
Arnaldo, mais um maravilho presente que recebemos de você!
ResponderExcluirQue coisa mais linda, o som maravilhoso, todos os detalhes que essa tocada exige, o comportamento do carro! Em casa vi os vídeos uma centena de vezes.
Não sei, mas sou totalmente apaixonado por esse monte de metal moldado aliado a um motor e rodas, como dizem os 'normais'.
E todo esse trabalho de vocês, me inspiraram a criar meu site, e quem sabe um dia, conseguir passar essas sensações nestas linhas.
Um grande abraço,
Alvaro Sordi
www.gasolinanosangue.blogspot.com
Pedaleira ruim para o punta-taco..
ResponderExcluirParece o Vectra da GM...
Só mesmo vocês para conseguirem isso ... ou o pessoal do Cirque de Solei depois de muito treino!
O Ingo fazia praticamente com o tornozelo !
Aff ! Eu só de ver já me atrapalhei todo!
Me pergunto quando o Sr Paulo vai fechar novamente a principal avenida de Passo Fundo e botar as carreteiras novamente em seu lugar de origem, para mim que cresci ouvindo as historias dos circuitos e provas realizados nas ruas da cidade, aquele dia do aniversario dos 150 anos de Passo Fundo foi muito marcante, poder ver as lendas o vivo!
ResponderExcluirJa hoje em dia nem arrancada tem, insentivo zero, graças aos "molha minha mao que eu libero" que todo mundo sabe quem é!!!