...porém importante. No post do Juvenal Jorge "Saab 900 - a busca", do dia 24/12, é mostrado um Saab 900 no estande da GM, Salão do Automóvel de 1990. Logo me chamou a atenção. e os mais atentos podem ter notado, que na região dos pedais — em que se vê também as pernas da moça — há bate-pé, o chamado foot pad na língua de Shakespeare.
Todo carro com revestimento do assoalho em carpete tinha bate-pé — até que surgiu o Corsa Wind em 2000. Na esteira veio o Celta e de lá para cá, movimento geral de abandono geral do bate-pé.
O que acontece? Se o carro não tiver o bate-pé, ou dono compra os execráveis tapetes de borracha ou de carpete, ou o carpete original fura ao redor de 15.000 km. Como gosto de pisar no original, não pus tapete nos meus dois Celtas de propósito, para furarem e a dona General Motors ter me dar um carpete novo em garantia ou extensão de garantia. Ficou bem assim o carpete de um dos meus Celtas:
Horroroso, não é? Pois iniciei um processo no Atendimento ao Cliente da GM, juntei esta foto e não tiveram como escapar. Uma concessionária foi envolvida e quando o carpete — peça única, para o assoalho inteiro — chegou, me avisaram para levar o carro para efetuar a troca em extensão de garantia.
Com o outro Celta foi igual, um com 16 e outro com 17 mil quilômetros, ambos com pouco mais de um ano.
Tudo por causa de uma produção porca, fruto da cabeça de idiotas irresponsáveis, só para tirar centavos do custo do veículo. E também por presumirem que todo mundo "equipa" o carro com carpetes — que lamentavelmente fui obrigado a pôr, ou o carpete furaria de novo.
Aliás, há alguns anos fui à Voli procurar alguma coisa e fiquei perplexo com o movimento de compra de tapetes de borracha. Parecia que todo mundo só estava lá para isso!
O caso do 147
O Fiat 147 ficou conhecido pela dificuldade de engate de marchas. A primeira era dura e a ré arranhava. Qualquer criança interessada em carro sabe que quando isso acontece a causa não é o câmbio, mas a embreagem. No, caso, o disco não soltava completamente e o motivo era falta de curso do pedal. E por que a falta de curso? Por causa do bendito tapete que todo brasileiro "apaixonado por automóvel" faz questão de colocar na sua preciosidade.
Como não uso tapete, os meus dois 147 de frota (trabalhei na Fiat, para quem não sabe) nunca tiveram o menor problema de engate de marchas. Nem o 1981 a álcool que comprei depois que saí, que foi o primeiro carro da minha mulher, recém-habilitada.
Um amigo que gerenciava uma frota de locadora no Rio um dia me ligou dizendo que não agüentava mais "essa porcaria" de câmbio do Fiat (Mille), que dava reclamação direto e que gastavam um bom dinheiro para trocar a engrenagem intermediária de ré. Quando eu lhe disse "Remova os tapetes", deu para ver a cara dele de espanto e incredulidade do outro lado da linha, mesmo quando não existiam webcams. Claro, expliquei-lhe tudo.
Passados alguns dias ele me ligou dizendo que as reclamações tinham acabado como num passe de mágica...
Fico imaginando quanto a Fiat terá gasto com garantia para reparar câmbios com marchas difíceis de engatar...
Carro tem que ter bate-pé e não tem de ter tapete adicional. Até o Tata Nano que vi no Salão de Genebra tinha bate-pé. Um carro de 2.500 dólares! O Lada Samara que tive também tinha, embora a costura eletrônica tenha dado o prego cedo e o bate-pé se soltado.
A quantidade de carros sem bate-pé hoje é assustadora. Até Fiat Linea. Lembram do Nissan X-Trail que elogiei aqui? Tinha, é evidente.
Caso o próximo carro que eu for comprar não tenha bate-pé, não o comprarei. Isso é líquido e certo. Juro.
BS
Bob,
ResponderExcluirQuando li um texto seu no BCWS tratando do mesmo assunto, resolvi dar uma volta com meu carro (que tem bate-pé) sem o tapete de borracha reservado ao motorista. Apesar de o tapete ser "curto" e não ficar sob o pedal da embreagem quando acionado, portanto, não interferindo no uso da mesma, senti uma sensação diferente sem o acessório de borracha. Não sei explicar ao certo, mas acho que era uma sensação de segurança, de bem-estar pela ausência daquele pedaço de borracha “dançando” sob meus pés, visto que ele não aderia bem ao carpete pela presença do bate-pé emborrachado. A partir de então aboli o tapete destinado ao motorista, dando-o uma função muito mais relevante: a de anteparo para materiais úmidos como peixes ou carnes que poderiam vazar quando transportados no porta-malas. Porém, mantive os tapetes destinados aos outros ocupantes do veículo, pois nem todo mundo tem o meu bom senso em bater os pés antes de entrar no carro...
A VW era a única a manter o bate-pé até na linha Gol mais barata, agora não mais no novo modelo. Dos fabricados aqui só restou o C3, pois o 206/207 já perdeu também. O pessoal gosta de fazer economia parece que justo naquilo que faz uma baita diferença para quem gosta de carros, e que não representam alto custo: um exemplo foi a lente asférica do retrovisor da Meriva, que passou a convexa e agora é plana pois usa a mesma do Celta; incrível também foi a depenação da regulagem de altura de faróis para o "207" até na perua, coisa que o 206 sempre teve. Eles perceberam de vez que "os apaixonados" só ligam pra estética, design...
ResponderExcluirMarlos,
ResponderExcluirEntre as diferenças, há a sensação de mais espaço interno, que fica maior de fato. O tapete representa um volume.
Bob, sei lá porque não passava pela minha cabeça abandonar os tapetes. Mas era comum, nos meus Fiats, puxar o tapete para mais perto do banco, a fim de liberar espaço lá no alto dos pedais. E como fazia diferença nos enngates !
ResponderExcluirFiquei curioso em saber o que atraiu você no Lada Samara.
ResponderExcluirO que eu nao consigo entender eh como um "entusiasta" tem um Celta. Pior ainda, mais de um.
ResponderExcluirPena chegar a este blog hoje, tenho outra história interessante e curta a respeito:
ResponderExcluirHá precisamente 10 anos, meu amigo jornalista José Carlos Secco, trouxera a MWM uma F1000, que estava cedida a imprensa pela Ford, com queixa que 'andava'.
Em motores diesel, há uma pecuiliaridade de rápida checagem de motor/veículo, que é a rotação máxima livre.
Basta pressionar todo o curso do acelerador e o motor TEM de chegar à rotação de máxima livre especificada (há uma faixa pequena de tolerância). Faltava uns 800rpm.
Abrimos o capô, e pedi que o motorista acelerasse novamente, contra-checando se a alavanca da bomba injetora iria até seu final de curso. Não foi.
Imediatamente, removi o tapete e pedi novo teste e, desta vez, atingimos a Max livre especificada.
Devolvemos o carro a imprensa e a queixa desapareceu.
Os tapetes seguem sendo um acessório, vendidos em concessionária. Na maior parte dos casos, arrisco dizer que 'falta-lhes homologação', o que os sujeita a inúmeras reclamações e falhas de campo.
Hoje seguem sendo assim...
CZ
NUNCA, nunca usei tapete nos meus carros. Dá pra explicar porque a coleção de tapetes de borracha no quintal de casa.
ResponderExcluirO Problema é aguentar as críticas de todos, um saco.
eu não gosto nem de tapetes soltos nem de carpete, prefiro um acabamento de vinil lavável no piso como em alguns veículos off-road...
ResponderExcluirMuito bom post! Essa história de tapete é um saco mesmo! Não sei pq mais o meu fica rodando no pé! Tava até pensando em prende-lo de alguma forma, pq se ficar sem ele, o carpete vai pro saco! No momento estou com uma uno 2008, no dia que fui buscar ela na consecionária, tinha uma mulher com um Idea reclamando que o pedal da embreagem tava travado! Eu pensei na mesma hora: é o o tapete! Ai veio o vendendo e falou, senhora deve ser o tapete, deixa eu ver... batata, o tapete! Bom, o antigo palio da minha mulher tb atrapalhava na hora de apertar a embreagem! Em fim, um saco! Vou dar um jeito de prender esse tapete! :D
ResponderExcluirAmigo, vc tem algum artigo falando sobre a marcação do chassis deteriorar? Nos casos uno e palio? Pois as seguradoras, não asseguram carros mesmo estando com a quilometragem baixa e novissimos! Eles dizem q os carros da fiat tem esse problema! As vezes o carona pousa guarda chuva no chão, ai a umidade acaba com a marcação do assoalho! Ja viram isso? Abraços
Bob Sharp, suas opiniões são sempre sensatas e baseadas em fatos, dispensando suposições. Mas você também sabe do fato de a Fiat nunca ter notado isso? E realmente, você poderia me responder, afirmando, que a Fiat, uma baita empresa, nunca desconfiou deste problema ou ao menos nunca fez alguma menção com relação à isso, visto que a fama dos maus câmbios da mesma era forte? A Fiat poderia facilmente reajustar o curso do pedal, para que, com ele afundado no assoalho mesmo com a presença de um tapete desacoplasse totalmente o motor do câmbio (coisa de centímetros). De fato as mudanças de marcha melhoraram sem os tapetes? De fato a Fiat nunca teve a dignidade de mexer no pedal da embreagem de seus carros, reajustando um curso favorável à dirigibilidade, mesmo com os tapetes? Por favor, se lhe sobrar um tempinho, me diga se realmente essa fama do Fiat 147 nunca foi ao menos averiguada pela Fiat, se ao menos a própria sabia que o causador de tudo isso eram os tapetes. Meu e-mail é: renanvidalokka@hotmail.com
ResponderExcluirUso e sempre vou usar os sobre tapetes em meus carros, nunca tive problema com os mesmos.
ResponderExcluirADG High Torque
ResponderExcluirTorça para nunca haver falha num dos circuitos hidráulicos de freio, pois como você sabe o pedal abaixa acentuadamente e pode faltar curso para o circuito hidraúlico bom ser acionado. Como você tem oficina, abra os dois sangradores de um dos circuitos e veja se sobra curso para o freio ser acionado.