google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Com as notícias diárias sobre diminuição de funcionários nas fábricas de carros de todas as regiões do mundo, me pergunto: quem irá fazer carros novos quando essa desgraceira abrandar? Como alguma fábrica poderá projetar, testar e colocar em produção modelos novos bons e chamativos, se estão eliminando o que há de mais valioso que são as pessoas?

Toda crise, real ou imaginária é a mesma historinha: muitos funcionários custam muito, mandemos alguns caçar sapo. E depois, quando o mercado pede carros novos, contrata-se pessoas com pouca experiência.

A Nissan está diminuindo em 20 mil pessoas, Ford, GM, Chrysler, nem sei os números. Outras japonesas também já ameaçam. E assim vai.

Quem, em sã consciência, irá querer trabalhar em alguma dessas empresas? Quem poderá conviver com um trabalho em que não saberá se dali a 1, 2 ou mais anos irá ruir?

Funcionário custa dinheiro, mas erros que levam a produtos desastrosos custam muito mais.
No final de semana, aconteceu de novo. Minha sina me alcançou, por mais que eu a evitasse, viajando para um lugar ermo bem acompanhado. Perdido em alguma rua em Itatiaia, RJ, cruzei com mais uma Alfa GTV em busca de um dono. A namorada, já escolada, nem esperou eu pedir:"Pode ir lá ver o carro. Acho que tem um anúncio de vende-se na janela", e lá fui eu.

Prata, rodas de liga-leve, volante de 2300, vidros elétricos, e, segundo o anúncio, com direção hidráulica. Crap! Mexida demais, mas não custava nada ligar. Nada, a não ser o custo de uma ligação DDD de um celular fora de área + impostos. Caixa postal, deixei recado, e segui viagem, obviamente pensando em um donor car para a esquecida neguinha na garagem.

Chegando em São Paulo, o celular toca, um número com prefixo do RJ. Atendo, e obviamente, guio logo a conversa para o preço.

(Interrompo agora para deixar uma nota ligeriamente relacionada: alguém se lembra do Citroën AX GTi que encontrei tempos atrás num passeio de Alfa Spider? Aquele cujo dono ficou com um cartão meu, e disse que entraria em contato quando fosse vender o veículo? Pois é, ele me contatou, perguntando se ainda havia interesse, há cerca de uma semana. Respondi que sim, e ele não respondeu. Flertei com a idéia de um carrinho com a pintura faded com o preço FIPE equivalente ao que pagaria de seguro esse ano no daily-driver mais a franquia, caso eu necessitasse dos serviços, mas como não houve resposta, deixei para lá.)

O dono da Alfa prontamente respondeu, 45 mil reais. Na minha cabeça, pelo estado do carro, 10 mil era muito bem pago. Funilaria porca, nada de original... mas desconversei logo, e falei que nesse preço compraria um carro aqui em SP mesmo, agradecendo o retorno da ligação.

Hoje o dono do Citroën respondeu, 11 mil reais. Por um carro cuja tabela FIPE é 5500 reais, e que necessita de pintura!!! E por que escrevo aqui se achei tudo caro e não vou comprar nada?

Para agradecer, isso sim. Preciso mesmo guardar dinheiro, venho gastando muito. E nem um AX GTi barato, muito menos uma GTV barata poderiam me ajudar agora.
Este é um livro que toda pessoa interessada em automobilismo deve ler. É a história de Bird Clemente, um dos pilotos mais espetaculares que o Brasil já teve, contada por ele mesmo.

Tive a ventura de ser convidado pelo Bird para redigir o livro a partir de informações que ele fosse me passando, pessoalmente ou por fitas cassete. Foram três meses de trabalho árduo, mas que compensaram amplamente.

Além do texto minucioso, o livro traz fotos maravilhosas, que espelham toda uma época.

Para adquirir, basta entrar no site http://www.birdclemente.com.br/ e seguir as instruções.

BS

Amor. Estranhamente, esse sentimento nosso por automóveis, claramente compartilhado por leitores e colunistas do AUTOentusiastas, não é uma palavra muito escrita por aqui. Stranger still é o fato de que possamos amar algo que não nos ama de volta. Ou nos ama?

Já escrevi algumas palavras aqui do meu daily-driver. Não ligo muito para ele, é só um meio eficiente e confortável de chegar ao trabalho. Há um ano na minha garagem, acho que só calibrei os pneus umas 3 ou 4 vezes, não faço idéia de onde fica a vareta de óleo, lavo-o uma vez a cada 3 meses (calma, não sou tão porco, o interior é mantido limpo!) e a única coisa que faço para ele é alimentá-lo com boa gasolina. Nada entusiástico sobre ele.

Vejam, isso é uma resposta auto-condicionada minha. Já me apaixonei por daily-drivers antes. Bom, na verdade, tentei transformar paixões em daily-drivers. Custou caro. Dores de cabeça frequentes. Preocupações diversas e coisas e tal, mas can you blame me? Quem nunca raciocinou tentanto por lógica na idéia de usar um hot rod francês no dia-a-dia? Afinal, o que são 70 km diários de trânsito e uns buracos? Fato é que cresci, passei dessa fase, e comprei algo comum. Com alguns luxos e certo potencial (boa relação peso-potência, freio a disco nas 4 rodas, e coisa e tal...), mas algo comum. Ferchristsake, eu comprei-o de uma prima minha!!! Chick-car, I know. O que é uma coisa boa, eu não poderia querer inventar nada com algo comum assim.

Mas depois de um ano, aquilo que nunca foi uma paixão tornou-se um amor. Daqueles duráveis, estáveis, confortáveis. Viajei no final de semana, viagenzinha romântica, com a namorada, para um hotelzinho encravado no topo de uma montanha silenciosa no interior de MG, feita a dois, uma comemoração. Perfeito para ir com a Alfa, ou descolar um conversivelzinho. Mas fui com o daily-driver, para viajar bem tranquilo. De novo, nem calibrei os pneus. Enchi o tanque, o porta-malas e fui. Estradas perfeitas (Ayrton Senna, Dutra), estradas nem tão perfeitas (BR-354) e estrada inexistente (uma estradinha sem nome que cruza o Parque Nacional de Itatiaia). O final de semana perfeito foi coroado com a viagem de volta. Na busca de um atalho, confiei no GPS e segui pela estrada que cruza o Parque Nacional. Inacreditável. Asfalto quase inexistente, buracos imensos, pedras, lama, valas, tudo. E o danado lá, me levando e pedindo mais. Desisti a uns 2.200 m de altitude, quando as pedras se tornaram maiores que os pneus do carro e retornei, descendo uns 10 ou 15 km de estrada esburacada e sem calçamento, em alta (60+km/h) velocidade, num rallye pessoal.

Depois, voltando à BR-354, desci a deliciosa estrada como se não houvesse amanhã, without breaking a sweat. Turn-in imediato, frente colada, sem empurrar, traseira pendurando na medida certa, equilíbrio perfeito. Irregularidades na pista, mesmo em curvas, eram muito bem controladas. Feedback do volante perfeito, em sintonia com tudo. Perfeito. E para coroar, 6,8 l/100 km de consumo. E eu nunca fiz nada por ele. Nunca. Só gasolina. E troquei o óleo uma vez! Makes you think, esse carrinho deve ter algo de especial.

Sim, piegas. Mas acredito que pela primeira vez retribuo o amor de um carro, ao contrário de esperar por retribuição. E com um carro normal!


Será a alma que todo carro tem? Anyway, o ponto é: posso responder o comercial abaixo do belo Caddy CTS.



Sim, ele retribui.