Deixou-nos hoje, aos 88 anos, um grande nome do esporte a motor brasileiro: Luigi Ciai. Sua história completa, muito bem contada pelo ex-piloto Nélson Cintra, está no site AutoClassic.
Ciai vinha se sentindo mal nos últimos dias, conforme sua esposa e filha contaram ao amigo comum Newton Alves, também ex-piloto e para quem Ciai trabalhou vários anos na preparação de motores. Ontem caiu na sua casa e bateu forte com a cabeça, advindo complicações e sua morte.
Na foto ao lado, feita no último encontro de carros antigos no Rio de Janeiro, no Forte de Copacabana, de 4 a 7 de setembro, Ciai está entre os também ex-pilotos Moisés Saubel e Bird Clemente (com a taça), este homenageado no tradicional evento de antigomobilismo carioca.
Conheci o Ciai em 1958, quando ele mal havia chegado ao Brasil. Na época eu era "Lambrettista" e fui assistir a uma corrida desses scooters, mas um deles não era Lambretta, e sim Iso. Era pilotado por italiano que não era tão garoto, já estava nos seus 35-36 anos. Venceu fácil. E logo ficou famoso no meio. Luigi Ciai logo se tornou um grande nome.
Curiosamente, ele, meu irmão Rony e eu demos assistência de box à dupla Moisés Saubel-Antônio Paulo Serrador na Mil Milhas Brasileiras de 1961, com DKW-Vemag. O meu irmão se encarregou da cronometragem (era sua especialidade e ele foi até o cronometrista da equipe oficial Ford quando corri lá de 1974 a 1976). Ainda tenho a planilha com toda a corrida, as paradas, as trocas de pneus etc. Mas o motor quebrou na 174a. volta de 201.
Outra curiosidade eram os pegas entre o Moisés no seu Alfa Romeo Giulietta Spider 1300 e meu irmão no DKW-Vemag lá de casa, eu no lado direito do banco inteiriço, ainda sem carteira. O Moisés só tomava e não entendia, afinal o Alfa tinha 65 cv e o DKW, 44 cv. Éramos muito amigos.
Volta e meia eu via o Ciai, os papos eram ótimos, até que passei a vê-lo menos depois que vim para São Paulo em 1978.
Foi-se um grande homem, simples, porém amigo de verdade e dono de uma competência em mecânica ímpar, uma habilidade que está cada vez mais rara nos tempos atuais. Sua sensibilididade para acertar carburadores Weber é lendária.
Descanse em paz, amigo Ciai!
É Bob, não tem jeito, os bons se vão antes.
ResponderExcluirFalando nisso, é bom escrever logo o livro hein?
Bussoranga,
ResponderExcluirSabe que pensei a mesma coisa?
Livro do Bob e uma revista Autoentusiasta serão ítens indispensáveis na minha biblioteca, não importa o quanto custem...
ResponderExcluirEu quero ser o assinante numero 1! hehehe
ResponderExcluirBob, por favor fale mais como vcs faziam o DKW virar melhor que a Giulietta?
Abs
Pára de enrolar e escreve logo esse livro,,tá coçando em casa mesmo,hahaha...é,velho,tem pessoas que deveriam ser eternas,ficamos tristes qdo elas se vão e fica um monte de porcaria por aqui, a minha esperança é de um dia nos encontrarmos no paraíso prometido....
ResponderExcluirMaluhy,
ResponderExcluirCalma, já vai....
Fabio,
ResponderExcluirNão era virar no sentido de pista, mas pega de rua. Ali valia muito a habilidade nas situações de tráfego.
Muito bom Bob, parabéns pela sua lembrança e homenagem ao romano Luigi Ciai, personagem importante de nosso motociclismo / automobilismo, e com passagem destacada no motociclismo italiano, como piloto oficial da Benelli e da Parilla.
ResponderExcluirOla Bob
ResponderExcluirEstou voltando do cemiterio do Caju a onde o Ciai foi cremado, e nesta volta os pesamento voltaram a 1967, quando conheci aquele italiano genio com as ferramenta e tinhoso com o modo de lidar. Ficamos amigos todos estes tempos e hoje ele se foi;
ADEUS CIAI
abs
Nelson Cintra
ResponderExcluirTudo muito triste. É duro ver os amigos indo embora.
Mais uma vez, parabéns pela história dele que você contou.
Ele não era "apenas" o melhor preparador de motores, suspensão e caixa que conheci. Era um amigo, tio, avô, irmão e tudo de bom que se espera de um ser humano com H maiúsculo. Ele não consertava e afinava somente os carros e motos que passavam por suas mãos. Diversas vezes ia até sua oficina na praça da Bandeira só para tomar aquele cafezinho no botequim da esquina, ouvir suas histórias e escutar seus conselhos de vida.
ResponderExcluirNão consigo imaginar ter um carro e não ter ele entre nós. Enquanto não nos reencontramos, vou andar a pé...
Tchau bambino! Arrivederchi!!!
Um dia ainda vamos nos reencontrar...
Ricardo Martins
Antes da oficina na Rua Ceará, Praça da Bandeira, ele teve outra, na Rua Afonso Pena. Ouvi dizer que era ele quem fazia a manutenção do Lamborghini Miura que pertencia ao Embaixador da Itália, aí por sessenta e tantos.
ResponderExcluirGustavo Rocha da Silva