google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 DOIS CASOS DE SOBREALIMENTAÇÃO DIFERENTES - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

DOIS CASOS DE SOBREALIMENTAÇÃO DIFERENTES



A sobrealimentação é uma das formas mais conhecidas de se extrair mais potência de um determinado motor. O aumento da pressão na admissão - em vez de depressão - e consequentemente a pressão efetiva no cilindro, faz com que os valores de rendimento sejam alterados.

Tanto para extrair mais potência visando o desempenho, como para otimizar o consumo de combustível nos mais recentes casos, em especial o downsizing (redução do deslocamento volumétrico do motor e adição de sobrealimentação para compensar a menor área de pistão), a sobrealimentação está presente desde os primórdios do automóvel.
Temos aqui dois casos curiosos de sobrealimentação que podemos chamar de no mínimo curiosos.

1) Aston Martin V-8 Vantage V600




A Aston Martin é uma das marcas inglesas mais famosas em se tratando de desempenho. O motor V-8 foi utilizado por décadas em diversas configurações. A mais curiosa é a versão com dois compressores adotada nos anos 90 no modelo Vantage.

O motor empurrava e urrava com vontade, mostrando o que 560 cv eram capazes. Nesta época, nenhum fabricante de carros esporte estava perto da potência do V-8 de 5,4-litros de duplo comando.

Cada compressor Eaton M90 alimentava uma bancada de cilindros e controles de pressão individuais, acionados pelo motor por correias. O fluxo admitido, após passar pelos compressores, era resfriado em um trocador de calor (intercooler) para adequar a pressão e temperatura do ar comprimido às necessidades da mistura.

Aproximadamente 100 unidades foram feitas, entre modelos originais de fábrica e conversões posteriores.






2) Lancia Delta S4




A foto acima mostra um dos exclusivos modelos de homologação que eram vendidos ao público para atingir o número mínimo necessário de 200 unidades em um ano ou menos para que a FIA reconhecesse o carro como sendo homologável para competir no Mundial de Rally.

O Delta S4 foi o sucessor do 037, adotando a tração integral que a Audi mostrara como sendo o futuro do mundo off-road. O motor do S4 era um quatro cilindros montado atrás do banco do motorista. Era sobrealimentado, como seus concorrentes. Até ai, nada de novidade, mas o fato é que o 1,8-litro de duplo comando era equipado com um turbocompressor E um compressor mecânico (supercharger).

A idéia era reduzir o tempo de retardo de reação da turbina (chamado turbo lag) em baixas rotações, com a eficiência do compressor. O arranjo era constituido de uma turbina que captava o ar atmosférico e o comprimia para um resfriador de ar, que alimentava o compressor (acionado pelo motor), novamente enviando o fluxo para outro resfriador de ar que ai sim alimentava o coletor de admissão e os cilindros. Uma válvula de controle podia redirecionar o excesso de fluxo de volta para a entrada da turbina, eliminando um pouco da restrição que era causada pelo compressor em altas rotações, ponto onde a turbina era mais eficiente.

Este complexo sistema foi desenvolvido pela Lancia em parceria com a Abarth, e resultou em um motor de 485 cv.



Este sistema de dupla sobrealimentação é similar ao sistema adotado pela VW no seu motor 1,4-litro TSI, de 170 cv, lançado em 2006.

MB

31 comentários :

  1. Muito engenhoso!

    ResponderExcluir
  2. Fantástico o sistema da Lancia! Não tinha conhecimento desse tipo, mas é muito engenhoso, de fato! Agora... 485 cavalos em um motor de 1,8 litro?? Isso é realmente impressionante!

    ResponderExcluir
  3. Isso sim é um post de autoentusiasta!
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  4. MB,
    ambos incríveis. O Aston com a classe britânica e a força de um tanque de guerra. O Lancia horrivelmente belo, desenhado apenas para a função.
    Quase 270 cv por litro ! Ai mamãe !

    ResponderExcluir
  5. 485 cv em 1.8L, isso sim pode ser chamado de "limite da destrutibilidade".

    ResponderExcluir
  6. Milton

    Carroll Shelby pegou um AC Cobra Mk3 com o motorzão de 7 litros e chucrutou ele com dois compressores centrífugos Paxton,no mesmo esquema do Aston.Dizem q. ficou muito bão.Só quem não gostou foi o diferencial...

    ResponderExcluir
  7. Imaginem a aceleração e capacidade de recuperação de velocidade desse Lancia. Pura dinamite.

    ResponderExcluir
  8. Puxa... E eu achava que a VW/Audi estavam inovando ao colocar superchager + turbo num mesmo motor!
    Parabéns aos engenheiros das marcas pelo feito, tanto para pista quanto para uso urbano!

    Caio

    ResponderExcluir
  9. Supercharcher+turbo é mais velho que andar para trás....

    Era utilizado nos motores Merlin da Rolls Royce do Spitfire e entre eles, um interresfriador (intercooler).

    ResponderExcluir
  10. http://www.youtube.com/watch?v=q7QkZg24nOM&feature=related

    Povo do blog
    pra quem gosta de carro , depois espalha pros conhecidos

    ResponderExcluir
  11. Este Astom, tem admissão por fora da bancada? e escape por dentro?

    ResponderExcluir
  12. Alexandre - BH -30/09/2011, 21:36

    “A foto acima mostra um dos exclusivos modelos de homologação que eram vendidos ao público para atingir o número mínimo necessário para que a FIA reconhecesse o carro como sendo homologável para competir no Mundial de Rally.”

    Um amigo acaba de adquirir um Oggi CSS em estado de zero. Babei! História de homologação parecida, não é mesmo?

    ResponderExcluir
  13. Alexandre - BH -30/09/2011, 21:38

    Milton Belli,
    “Requentando” um tema que você já abordou aqui no blog, o transporte inadequado de cargas (“Como não carregar um contêiner”, de 1º de outubro de 2010). O programa Brasil Caminhoneiro exibiu matéria sobre amarração de cargas e legislação vigente. Bem interessante:
    http://www.brasilcaminhoneiro.com.br/V4/webtv/index.php?iv=12659

    Em outra matéria o programa mostra a exploração de mármore e granito no Espírito Santo e as novas regras para transporte dos gigantescos blocos de pedra:

    http://www.brasilcaminhoneiro.com.br/V4/webtv/index.php?iv=15343

    ResponderExcluir
  14. Daniel

    os motores RR Merlin eram superalimentados com turbo-compressores mecânicos,movidos por engrenagens multiplicadoras a partir do girabrequim.As primeiras versões tinham apenas um compressor e engrenagem de uma só velocidade;a seguir adotou engrenagem de duas velocidades e finalmente,dois compressores em série tbem com duas velocidades,neste caso com inter e pós-resfriador.O interessante é q. a potência dos gases de escape era aproveitada, dando formato e direcionamento adequado aos canos de descarga,gerando empuxo equivalente a quase 100 cv,alem de quase eliminar o brilho da chama
    Na verdade,foi esse motor q. acabou viabilizando o "monstro" de avião q. é o Mustang americano-o Allison original definitivamente não estava à sua altura.

    ResponderExcluir
  15. Já andei num Gol bola 2.0 turbo de quase 500 cv na roda.
    É uma coisa impressionante.

    McQueen

    ResponderExcluir
  16. Gabbola,

    Realmente eu me enganei mesmo. O sistema Turbo+Intercooler+Supercharger eram nos radiais Wright e Pratt & Whitney dos Republics P-47, Boeing B-17/B-24 e B-29

    No mais o que postou do Merlin é exatamente isso.

    ResponderExcluir
  17. Interessante o tema! Carregava algumas dúvidas aqui sobre os tipos de sobrealimentação existentes, Principalmente o sistema adotado pela Lancia no modelo S4.

    Perguntinha chata pra variar: Como podemos extrair o máximo de eficiência e desempenho de um motor sobrealimentado em termos de condução?. Existe alguma técnica de pilotagem específica para veículos com tal sistema ( sobrealimentação )

    Henrique.

    ResponderExcluir
  18. O primeiro carro de produção com turbo + supercharger foi o Nissan March Super Turbo, de 1988.

    ResponderExcluir
  19. Gaboola;
    Se não me engano,esta engenharia de motor foi copiada pelos alemães e incorporada no ME-109F para que ele tivesse maior razão de subida do que o Spitfire,uma vez que os combates aéreos estavam se desenvolvendo a altitudes cada vez mais elevadas,e o compressor era essencial no ar mais rarefeito,por essa razão o FW-190 não se dava bem voando tão alto ao contrário do ME.
    Acho que este Merlin foi também empregado no Avro Lancaster,ou estou enganado? A ausência da chama era fundamental para não ser visto pelos caças noturnos ME-110 e JU-88 da Luftwaffe.

    ResponderExcluir
  20. Daniel San;

    O Avro Lancaster usou o Merlin.

    Havia uma coisa que os ingleses não tinham e fazia toda a difença em um combate aéreo: Injeção direta de combustivel.

    Os alemães, experientes em bombas injetoras diesel, adaptaram o sistema aos motores de ciclo otto e por trabalhar sob pressão, não havia flutuações da cuba de carburadores, como ocorriam nos Merlins.

    Somente com a captura de um FW-190 intacto que a engenharia inglesa compreendeu como os alemães conseguiam manobrar em condições de elevadas cargas "g" sem falhas de motor.

    ResponderExcluir
  21. Alguem sabe dizer que motor e esse da primeira foto?
    Monstruoso....

    ResponderExcluir
  22. Só para lembrar que a Mercedes também já usou dois compressores mecânicos em um de seus V8 mais recentes. Acabou trocando por dois turbos, pois diz ela que a tecnologia nesse sistema já é suficiente para evitar ao máximo os retarods de resposta.
    Ainda sobre sobrealimentação, seria interessante se falar sobre o compressor G-lader da VW, que tinha suas diferenças em relação a outros compressores volumétricos.

    ResponderExcluir
  23. Só uma pequena correção sobre o Aston: os 570 hp eram a potência do Vantage "normal".
    O V600 era uma versão Works Prepared deste último, e o número 600 dizia respeito tanto à potência (600 hp) quanto ao torque (600 libras-pé, ou 83,9 mkgf).
    Dentre as modificações, o número de intercoolers subiu de dois para quatro e foram adotadas as rodas Dymag que aparecem no V600 Le Mans da foto, com raios ocos - além da vantagem em redução de peso, o ar dentro dos raios auxiliava no efeito de amortecimento dos pneus de perfil baixo.
    De quebra, uma caixa de mudanças do Corvette ZR-1 sem a sexta marcha.
    O resultado? 61 mph (98 km/h) em primeira.

    ResponderExcluir
  24. Belo post!

    Oops!, olha esse link! Esse motor do início é nervosíssimo!

    http://www.popularhotrodding.com/enginemasters/articles/chevrolet/bigblock/0305em_turbo_bb/index.html

    Abraços

    ResponderExcluir
  25. Daniel

    Os grandes motores Wright eram um verdadeiro pesadelo mecânico(duas bancadas radiais de nove cilindros);isso, por si só,já era desanimador.
    Junte a esse furdunço dois compressores centrífugos,com inter e pós resfriador, impulsionados através de uma caixa de transmissão multiplicadora mecânica-hidraulica acoplada ao eixo do motor (essa, a parte da sobrealimentação),mais TRES turbinas movidas pelos gases do escape,juntando torque para transferir ao eixo motor através de outra caixa redutora tambem "hidramatica"(essa,a parte do "compound",que recuperava até 500 cv!)
    Ouvi "causos" de um veterano das oficinas da Panair-tanto os DC-7 como os Constellation usavam essas plantas-eram realmente coisas q. faziam pensar em suicídio...

    ResponderExcluir
  26. Daniel

    Em tempo:os Double Wasp da Pratt-Whitney eram bastante semelhantes aos Double Cyclone da Wright,inclusive na operação e manutenção complexa e problemática.Ainda q. menos mal,pois a P-W chegou a iniciar o desenvolvimento de um desses supermotores com duas bancadas de ONZE cilindros.Ao invés, acharam melhor fazer o Wasp Major,com quatro bancadas de sete cilindros...
    Houve tbem radiais multibancada de 36(4x9),56(8x7) e até 112(16x7) cilindros(este,a Diesel)Mas,aqui,já estamos "off topic",né?


    bom domingo pra todos

    ResponderExcluir
  27. Só faltou comentar o tempo do Delta para fazer 0 a 100Km/h: 2,5 segundos.

    ResponderExcluir
  28. Milton Belli, obrigado por solucionar uma de minhas grandes dúvidas mecânicas, que era o funcionamento desse motor com Turbo e Compressor... com os sistemas de gerenciamento da época, creio que a durabilidade não devia ser das maiores, mas era uma grande solução.
    Grazie!

    ResponderExcluir
  29. Nuuoossa... Estúpido o Aston 600 x600 heim! Mas como eles ficaram mais bonitos, não?

    ResponderExcluir
  30. O carro que eu quero não existe,

    queria um gol g5 duas portas com este motor turbo compressor da VW,,, seria um GTI bem interessante.

    ResponderExcluir
  31. Houve rumores a respeito deste GTI, mas nós brasileiros "não merecemos" motores assim a preços decentes... Falaram algo em torno de 60k no golzim... Mas ficou só na especulação.

    ResponderExcluir

Pedimos desculpas mas os comentários deste site estão desativados.
Por favor consulte www.autoentusiastas.com.br ou clique na aba contato da barra superior deste site.
Atenciosamente,
Autoentusiastas.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.