google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)



Quem acompanha o AE bem de pertinho sabe que já falamos aqui sobre o Chrysler Hemi, sobre o Ardun V-8 de Zora Arkus-Duntov, e também sobre o Simca Emi-Sul. Resolvi hoje falar sobre outro V-8 na mesma configuração, ou seja, comando único no bloco, válvulas no cabeçote opostas em seção, e câmara de combustão hemisférica. O V-8 inglês da Daimler (acima).

A Daimler inglesa, apesar de ter a mesma origem da mais conhecida alemã (essa origem sendo os motores de Gottlieb Daimler), tem muito pouco em comum com ela. Desde muito cedo, tomaram rumos diferentes, e em 1910 a empresa inglesa é vendida para a Birmingham Small Arms Co, uma empresa gigantesca que então produzia de tudo um pouco, mas que ficaria famosa pelas motocicletas que levavam suas iniciais: BSA.

A Daimler ficou conhecida por seus carros de alto luxo e limusines, inclusive se mantendo como tradicional fornecedor delas para a família real britânica. Mas nos anos 50 precisava desesperadamente de mais volume e modernização, seus carros gerando muito pouco interesse no público comprador.





A sobrealimentação é uma das formas mais conhecidas de se extrair mais potência de um determinado motor. O aumento da pressão na admissão - em vez de depressão - e consequentemente a pressão efetiva no cilindro, faz com que os valores de rendimento sejam alterados.

Tanto para extrair mais potência visando o desempenho, como para otimizar o consumo de combustível nos mais recentes casos, em especial o downsizing (redução do deslocamento volumétrico do motor e adição de sobrealimentação para compensar a menor área de pistão), a sobrealimentação está presente desde os primórdios do automóvel.
Foto: vejasp.abril.com.br

Trânsito normal em São Paulo: perfeitamente possível, desde que se cuide do assunto com seriedade

Ontem, numa bela manhã de quinta-feira, fui devolver o BMW. Era por volta de 10h30. Fiz o trajeto habitual - para os paulistanos visualizarem, alameda dos Maracatins, avenida dos Bandeirantes, marginal do Pinheiros, retorno na ponte Cidade Jardim, marginal novamente sentido inverso, passar sob a ponte do Morumbi e acessar o conjunto de prédios de escritórios onde fica a BMW do Brasil.

Trânsito absoutamente normal, nenhum tipo de congestionamento, livre solto. Não era feriado e tampouco havia motivo para as pessoas ficarem em casa. Qual a explicação? Só pode ser uma: não havia acidentes e nem carros enguiçados - quebrados, como se diz em São Paulo.

Por aí se vê que tudo o que se diz a respeito do automóvel, que não dá mais, que as ruas não suportam mais tanto carro, é balela pura, coisa de ecochato e daqueles que acham que a bicicleta é a solução mágica para a mobilidade urbana (não sou contra bicicleta, um veículo simples e prático, mas ela, como tudo, tem seu lugar). E foi por isso que fiz, pela terceiro ano, o meu protesto contra o Dia Mundial Sem Carro usando esse espaço.


Toda vez que alguém critica o design de um Jaguar criado enquanto Sir William Lyons dirigia a empresa (até 1972), tenho a mania de responder, meio brincando, meio falando sério, que não é permitido a nós, meros mortais, criticar o desenho de um Jaguar. O resto do carro pode, mas o desenho não. Somos todos tão inferiores a Sir William nesse sentido que qualquer crítica faz o mesmo efeito que sopro de gato asmático no furacão Katrina: irrelevante. Em alguns assuntos, é melhor nos recolhermos a nossa insignificância.

O SS1 Airline, um dos primeiros carros de Lyons

Isto porque julgar o desenho de um carro é o que Lyons sabia fazer melhor, e o que trouxe ele a fama e glória, e que transformou uma fabriqueta de sidecars numa marca reverenciada mundo afora. Sir William nunca desenhou nada. Apenas mantinha uma equipe de funcionários pequena que batia chapas para ele, e criava direto em escala 1:1, carrocerias inteiras em metal. Hoje o processo de desenho de qualquer carro é longo e enfadonho, e passa de desenhos a mão para modelos em escala, para arquivos matemáticos e mais modelos em escala, depois para modelos em barro escala real, depois mais arquivos eletrônicos modificações, usinagem de barro, avaliações, mais arquivos, mais comitês, mais discussão... Um monte de gente dá pitacos e discute demais, quando Lyons apenas olhava e decidia. Em tamanho natural, direto em metal, e quando estava pronto, estava pronto e pronto. Nada criado por comitês intermináveis pode ser comparado a qualquer criação de Lyons.