google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Hoje fui a pé aqui perto, no bairro (Moema), fazer uma compra rápida e fiquei impressionado com o ruído do motor dos ônibus. Não só de escapamento, mas ruído mecânico. É impressionante como vivemos em meio a uma sinfonia de todo tipo de som alto.

O mesmo vale para os caminhões. Exceto alguns mais novos, como são barulhentos! Os caminhões de lixo precisam acelerar para acionar as pás rotativas de carga e o barulho é insuportável, especialmente à noite.

O que dizer dos turbodiesels que provocam o ruído de ar, amplificado de alguma forma, a cada troca de marcha, produzido pela válvula de prioridade?

Quando adolescente, eu fazia muito barulho com as bicicletas motorizadas e depois scooters, até que um dia vizinho de muro, um senhor americano, veio à rua e esbravejou: "Parem com esse barulho desnecessário!" Aquilo bateu fundo no garoto de 15 anos, foi uma grande lição que recebi. Barulho desnecessário: é isso mesmo!

Hoje, passados 51 anos, quando a minha audição deveria estar diminuída pelo efeito dos anos, está ocorrendo o oposto. Não dá mais para aguentar viver em meio a um mundo tão barulhento. Entre as fontes de ruído mais comuns nesta terra descoberta por Cabral, estão:

- volume elevado no áudio em qualquer tipo de festa, jantar ou reunião social, a ponto de tornar difícil conversar. Por que isso? Qual a graça?

- Só uma vez presenciei música em jantar cujo volume de som era adequado, a ponto de eu parabenizar o diretor de maior nível hierárquico naquele momento: lançamento do novo Vectra, em Brasília, outubro de 2005. O resto, todos, sem exceção, são um horror.

- veículos trafegando com os estéreos a pleno, o maior exemplo de imbecilidade misturada com incivilidade que existe. Adicionalmente, estacionar em algum lugar, como defronte a um boteco, abrir o hatch e o som. Dica: para isso adianta chamar a polícia, pois se trata de infração de trânsito. Só não adianta quando é som alto dentro de uma propriedade. Aí é coisa para o Psiu, mas a ação é retardada, não resolve o problema na hora.

- motocicletas com escapamento modificado para...fazer barulho. Tanto mecânica japonesa quanto americana, esta pior. Carros não ficam atrás, embora em número menor, mas há alguns em que proprietário devia pegar 10 anos de cadeia.

- ainda nas motos, os idiotas das 125 e 150-cm³ que ficam desligando a ignição em marcha para produzir estampidos pelo escapamento que mais parecem tiro de 32.

- Faz tempo que não volto do litoral num início de noite de domingo, mas há alguns anos, com a subida da Imigrantes carregada, o buzinaço nos túneis era enlouquecedor. Que turma de bobos-alegres!

- falar em voz alta nos ambientes. No recente funeral do João Gurgel fiquei chocado com o vozerio no saguão contíguo à câmara do velório, no Cemitério Morumby. Parecia festa. Ninguém estava nem aí para mostrar respeito e reverência ao falecido e à família.

- uma das maiores fontes de ruído no trânsito provinha dos Fuscas, que felizmente existem em número bem menor hoje. Não que o carrinho fosse barulhento de fábrica, o que acontecia é que 99,99% dos proprietários mandava remover o elemento de lã-de-vidro dos tubos duplos de escapamento e, não raro, dobravam-nos para cima. Como o som se propaga melhor na vertical do que na horizontal, o efeito para os ouvidos era perverso. Nesse ponto, ainda bem que sumiram.

BS
Com as notícias diárias sobre diminuição de funcionários nas fábricas de carros de todas as regiões do mundo, me pergunto: quem irá fazer carros novos quando essa desgraceira abrandar? Como alguma fábrica poderá projetar, testar e colocar em produção modelos novos bons e chamativos, se estão eliminando o que há de mais valioso que são as pessoas?

Toda crise, real ou imaginária é a mesma historinha: muitos funcionários custam muito, mandemos alguns caçar sapo. E depois, quando o mercado pede carros novos, contrata-se pessoas com pouca experiência.

A Nissan está diminuindo em 20 mil pessoas, Ford, GM, Chrysler, nem sei os números. Outras japonesas também já ameaçam. E assim vai.

Quem, em sã consciência, irá querer trabalhar em alguma dessas empresas? Quem poderá conviver com um trabalho em que não saberá se dali a 1, 2 ou mais anos irá ruir?

Funcionário custa dinheiro, mas erros que levam a produtos desastrosos custam muito mais.
No final de semana, aconteceu de novo. Minha sina me alcançou, por mais que eu a evitasse, viajando para um lugar ermo bem acompanhado. Perdido em alguma rua em Itatiaia, RJ, cruzei com mais uma Alfa GTV em busca de um dono. A namorada, já escolada, nem esperou eu pedir:"Pode ir lá ver o carro. Acho que tem um anúncio de vende-se na janela", e lá fui eu.

Prata, rodas de liga-leve, volante de 2300, vidros elétricos, e, segundo o anúncio, com direção hidráulica. Crap! Mexida demais, mas não custava nada ligar. Nada, a não ser o custo de uma ligação DDD de um celular fora de área + impostos. Caixa postal, deixei recado, e segui viagem, obviamente pensando em um donor car para a esquecida neguinha na garagem.

Chegando em São Paulo, o celular toca, um número com prefixo do RJ. Atendo, e obviamente, guio logo a conversa para o preço.

(Interrompo agora para deixar uma nota ligeriamente relacionada: alguém se lembra do Citroën AX GTi que encontrei tempos atrás num passeio de Alfa Spider? Aquele cujo dono ficou com um cartão meu, e disse que entraria em contato quando fosse vender o veículo? Pois é, ele me contatou, perguntando se ainda havia interesse, há cerca de uma semana. Respondi que sim, e ele não respondeu. Flertei com a idéia de um carrinho com a pintura faded com o preço FIPE equivalente ao que pagaria de seguro esse ano no daily-driver mais a franquia, caso eu necessitasse dos serviços, mas como não houve resposta, deixei para lá.)

O dono da Alfa prontamente respondeu, 45 mil reais. Na minha cabeça, pelo estado do carro, 10 mil era muito bem pago. Funilaria porca, nada de original... mas desconversei logo, e falei que nesse preço compraria um carro aqui em SP mesmo, agradecendo o retorno da ligação.

Hoje o dono do Citroën respondeu, 11 mil reais. Por um carro cuja tabela FIPE é 5500 reais, e que necessita de pintura!!! E por que escrevo aqui se achei tudo caro e não vou comprar nada?

Para agradecer, isso sim. Preciso mesmo guardar dinheiro, venho gastando muito. E nem um AX GTi barato, muito menos uma GTV barata poderiam me ajudar agora.
Este é um livro que toda pessoa interessada em automobilismo deve ler. É a história de Bird Clemente, um dos pilotos mais espetaculares que o Brasil já teve, contada por ele mesmo.

Tive a ventura de ser convidado pelo Bird para redigir o livro a partir de informações que ele fosse me passando, pessoalmente ou por fitas cassete. Foram três meses de trabalho árduo, mas que compensaram amplamente.

Além do texto minucioso, o livro traz fotos maravilhosas, que espelham toda uma época.

Para adquirir, basta entrar no site http://www.birdclemente.com.br/ e seguir as instruções.

BS