Em abril último a Jeep lançou a nova Grand Cherokee 2014 V-6 diesel em complemento às versões V-6 a gasolina lançadas em janeiro.
Em abril último a Jeep lançou a nova Grand Cherokee 2014 V-6 diesel em complemento às versões V-6 a gasolina lançadas em janeiro.
Esta lista apareceu naturalmente depois daquela da semana passada, a de Os 10 mais lendários motores de todos os tempos. Aquela lista era na verdade uma de motores que valem por eles mesmos, independentemente de onde estejam montados. Um carro equipado com qualquer um deles se torna imediatamente algo de interesse, não importando o quão ruim seja o resto dele. O oposto exato disso é esta lista, uma de carros que, mesmo com motores que não são lá grande coisa, ainda assim são interessantes e desejáveis.
es.par.ta.noadj (top Esparta+ano2) 1 Relativo a Esparta (Grécia antiga). 2 Caracterizado por simplicidade, frugalidade, abstenção de conforto e luxo, autodisciplina, severidade de maneiras, brevidade no falar, imperturbabilidade perante a dor ou o perigo. 3 Austero, sóbrio. sm Natural ou habitante de Esparta. Var: esparciata, espartíaco, espartiata.
O post de Egan a respeito da despedida de seu Jeep CJ5 me fez pensar em duas coisas.
A primeira é que a rotatividade anda alta na casa dos Egan. Compraram, usaram e venderam o Jeep sem que eu visse o bicho!
A segunda diz respeito a palavra aí em cima. Espartano é a melhor definição para o CJ5. Sério, eficiente, frugal e avesso ao supérfulo. Na verdade, o verbete acima devia ser ilustrado pela foto abaixo:

Hoje em dia se diz que um carro é espartano quando é depenado de equipamentos opcionais; para mim um uso errado da forte palavra. Os espartanos, além de viver sem luxos, eram altamente disciplinados, fortes, sérios e eficientes em batalha. Sua duríssima educação os tirava de casa aos sete anos para efetivamente viverem sozinhos, e portanto suas vidas não tinham lugar para frivolidades. A palavra não cabe a um Mille ou a um Celta, mas é perfeita para o veterano de batalhas acima. Assim limpo, ascético, sem rodas enormes e bancos modernos e santantônios e pinturas berrantes, é como todo CJ5 devia ser.
Deve-se defenestrar também aquele monte de lonas que tentam fazer passar por teto nestes carros. Afinal de contas, se os espartanos viviam pelados e sem abrigo até os 18 anos de idade, nada mais justo.
O carro, pelado dessa maneira, exibe uma aura de desprezo a frivolidades e a modismos visuais, que temos que respeitar. Um jipe CJ5 vai levar você a qualquer lugar do mundo, em qualquer terreno, a qualquer hora, sem reclamar ou lhe dar trabalho. Não é veloz, não é confortável, mas é fiel como poucos à sua missão básica.
Só de olhar para essa foto nos faz imaginar como seria bom se nossa vida fosse tão simples como este carro. É quase uma sessão de terapia instantânea, e uma lição de que a vida não precisa ser refrigerada e isolada do que se passa lá fora, como nos acostumamos a vivê-la.
MAO

Outra coisa para suas wish lists: viagens de despedida. Sim, essa viagem foi a última do Jeep, pelo menos durante sua estada em nossa posse. Acredito que alguns carros (aqueles que nos tocam de algum jeito, e provavelmente são tocados por nossas atitudes com relação a eles) sabem quando estão para serem vendidos, ou entregues; e nesses momentos se comportam de forma ainda mais surpreendente do que possível. Dirigir pela última vez algo tão "zero", novo, e impecável, em uma bela estrada, levando-o para sua nova morada, é algo realmente especial.
Viagens de despedida devem SEMPRE ser feitas. Quando nosso amigo PH vendeu seu Opala, fui junto na viagem de despedida, quando tirei a foto dele no mesmo local em que a foto de seu avô havia sido tirada 30 anos antes. Essas viagens coroam a estada do carro em nossa posse, tornando a sua memória ainda mais agradável.
Chegando em Curitiba, fomos direto à casa do amigo; amigo de longa data e que hoje tem em sua posse um carro que já esteve em nossas mãos. Um belo, raro, e incomum, por essas bandas, Plymouth Barracuda 1968, conversível. O colega de blog Alexandre Garcia, coisa de 4 ou 5 anos atrás cunhou um apelido para o Barracuda, que nunca abandonou nossas memórias: "Cudavéia", que deixou saudades entre nós, se pelo seu design clean, "fuselage look", classicamente Mopar do final dos anos 60, ou por sua suave combinação do silk-smooth slant 6 e sua transmissão Torque-Flite. Fato é que, ao chegar lá na casa do amigo, me deparo com o velho e saudoso Mopar completamente transformado.



Você acreditaria se lhe dissesse que a Renault, famosa por seus carros de personalidade eminentemente francesa, já produziu um legítimo Muscle Car?
Esta história começa em 1956 com a fundação da IKA (Indústrias Kaiser Argentina), produtora de automóveis sediada em Santa Isabel, na distante província de Córdoba. Após produzir Jeeps diversos, entra em acordo comercial, em 1959, com a estatal francesa de Paris, que se transforma em IKA-Renault para adicionar inicialmente o Renault 4 a sua gama.
Em 1962, outro acordo, com a então infante AMC americana, é o pavio para o desenvolvimento de um carro para combater o popularíssimo Ford Falcon, usando como base o Rambler American de 1964 (abaixo).

O engenheiro-chefe da empresa, George Harbert, não se contentou em apenas transplantar o Rambler para solo portenho. Não, queria mais, queria um carro especial que fosse entendido por seus compatriotas como algo de seu país, e não apenas mais um flácido americano nascido lá por azar (ou provavelmente sorte, pensariam os argentinos).
O carro é então levemente restilizado pela casa Pininfarina, ganhando também um painel de instrumentos de personalidade decididamente italiana. Além da dessa argentinização da aparência, toda a estrutura e suspensões do carro foram reprojetadas para a maneira de dirigir do povo de seu país, decididamente mais forte que a dos americanos, e em estradas infinitamente piores. O fato do Torino ter grande sucesso em "carreteras"e ralis posteriormente deve muito a este cuidado dos seus criadores.


A história desse V-6 Buick ainda precisa ser contada, porque é cheia de idas e vindas e drama e suspense como uma boa novela policial. Basta saber que a Buick acabou por comprá-lo de volta e fazer coisas absolutamente inesquecíveis com ele, como o Buick GNX e o primeiro Omega "australiano"que tivemos aqui no Brasil!

Lançado em 1966, o Torino era oferecido em várias versões de duas e quatro portas, e logo se tornou um símbolo de status em seu país. Infelizmente, Harbert não chega ver seu filho pronto, pois morre tragicamente em acidente automobilístico perto do lançamento.
O carro logo é adotado pelos corredores argentinos como seu melhor puro-sangue para las carreteras, e tem uma longa e gloriosa carreira em competições, invariavelmente com enormes pneus saindo de seus para-lamas cortados. Em 1975, a IKA era comprada pela Renault e o Torino ganha um logotipo da empresa e vira um RENAULT Torino, e assim permanece produzido até que os efeitos da segunda crise do petróleo o mata em 1982.


http://www.youtube.com/watch?v=NbuvJMVGxHU&feature=related
Vejam também uma propaganda de época e um filme em que um Torino de corrida é protagonista:
É um Renault muito, mas muito diferente mesmo...



Nota adicional de Bob Sharp: