Fotos: Audi, BMW, Bosch, Christian
Weiss, Walt Disney Pictures
Estamos em 2023. Nossos carros são diferentes do que tínhamos 10 anos atrás. O conceito de transporte que temos no sistema viário contemporâneo é o de direção cooperativa, baseado na capacidade dos automóveis e outros sistemas de transporte se comunicarem com outros veículos e também com os meios de infraestrutura.
Inicialmente esta tecnologia foi puxada pela demanda em aprimoramento de sistemas de segurança, que pretendia fornecer aos viajantes sobre rodas informações suficientes e de maneira antecipada de modo a permitir um planejamento ou reação às diferentes e dinâmicas situações de trânsito.
O conceito evoluiu e passou a comportar outros benefícios, como, por exemplo, o atual sistema de localização, em que de modo síncrono e anônimo os veículos em circulação anunciam a sua posição, oferecendo aos sistemas de controle de trafego condições ideais para temporização de semáforos, abertura ou fechamento de posições em postos de pedágio, capacidade disponível de vagas de estacionamento, ou até mesmo informando ao posto de serviços mais próximo da chegada de um novo cliente necessitando reabastecimento.
Carros em rede |
Acesso rápido e busca automática de problemas ou acidentes
nas vias, remoção de veículos e de pessoas em modo eficaz e transporte para
hospitais otimizado, usando as vias mais livres, tudo está muito mais eficiente
do que dez anos atrás no mundo da mobilidade.
Chegamos ao ponto de nossos carros portarem sensores capazes de “enxergar” pontos cegos, permitindo saber o que está depois da próxima esquina e avisar ao motorista sobe potenciais riscos, com o objetivo de evitar um acidente ou mitigar o impacto.
Chegamos ao ponto de nossos carros portarem sensores capazes de “enxergar” pontos cegos, permitindo saber o que está depois da próxima esquina e avisar ao motorista sobe potenciais riscos, com o objetivo de evitar um acidente ou mitigar o impacto.
Nossos veículos atuam com novos sensores inteligentes |
Podemos todos usufruir desta revolução hoje em dia porque lá atrás, nos idos de 2013, cerca de 500 motoristas, em um dos 120 carros de teste disponíveis, concluíam o maior
projeto de testes de sistemas de conectividade entre veículos e entre veículos
e infraestrutura, circulando por quase dois milhões de quilômetros, na região
de Frankfurt, na Alemanha.
Os primeiros sistemas em produção seriada foram vistos então nos modelos 2016. Calcula-se que só na Alemanha, por exemplo, cerca de € 10 bilhões foram economizados por ano desde então, sendo que esta economia advém principalmente de redução de custos com acidentes ou perda de tempo em locomoções, transporte de cargas e otimização de viagens. Hoje também consumimos menos combustível e as emissões de CO2 por tempo de deslocamento estão muito menores do que em 2013, graças a este desenvolvimento.
Os primeiros sistemas em produção seriada foram vistos então nos modelos 2016. Calcula-se que só na Alemanha, por exemplo, cerca de € 10 bilhões foram economizados por ano desde então, sendo que esta economia advém principalmente de redução de custos com acidentes ou perda de tempo em locomoções, transporte de cargas e otimização de viagens. Hoje também consumimos menos combustível e as emissões de CO2 por tempo de deslocamento estão muito menores do que em 2013, graças a este desenvolvimento.
Todo este trabalho não teria obtido sucesso se fosse
realizado apenas adequando os novos veículos para a nova tecnologia, mas também
através de uma extensa preocupação e investimentos realizados pelos operadores
de estradas e da infraestrutura urbana. Os carros e a infraestrutura das vias
comunicam-se agora através de redes LAN sem fio.
Os sistemas de telefonia
móvel entram em cena e também são integrados à rede para garantir a
comunicação no caso da operação sem fio principal apresentar alguma
irregularidade no funcionamento. Com intuito de proteger os dados de
comunicação entre veículos contra uso ilegítimo, roubo ou mau uso de dados
pessoais, temos as modernas tecnologias de criptografia que codificam e
transformam a informação coletada em anônima, dispersa no banco de dados.
Guiar com segurança e prazer |
Temos que lembrar também dos parceiros do projeto que
lá atrás apostaram na iniciativa, Audi, BMW, Daimler, Ford, Opel e Volkswagen
estavam entre os fabricantes que direcionaram seus programas internos em
pesquisa e desenvolvimento para apoiar a iniciativa, em conjunto com o governo
da Alemanha. Entre outras empresas também a Continental e a Bosch, além da Deutsche
Telekom AG, eram parceiros no programa.
O primeiro corredor de trafego a usar o moderno sistema de comunicação partia da cidade de Roterdã, na Holanda e chegava em Viena, na Áustria, passando por Frankfurt. As obras começaram em 2014 e os motoristas passaram inicialmente a receber informações sobre as áreas da estrada que estavam em obras, desde que seus veículos já estivessem equipados com o sistema. Este foi, então, um marco da vida sobre rodas, tornando-se o primeiro corredor a receber a instalação de mobilidade cooperativa, onde veículos e infraestrutura trabalhavam em conjunto.
A extensa colaboração sobreveio então entre empresas de automóveis, desenvolvedores de tecnologia e governos. Sabemos e reconhecemos que desde o início dos anos 2020 o sistema de trânsito de cidades e estradas ficou muito melhor, os motoristas passaram a poder usar a eletrônica embarcada em seus veículos para organizar suas rotas de rotina ou planejar viagens de férias, de modo a chegar mais rápido e com mais segurança no destino final.
O primeiro corredor de trafego a usar o moderno sistema de comunicação partia da cidade de Roterdã, na Holanda e chegava em Viena, na Áustria, passando por Frankfurt. As obras começaram em 2014 e os motoristas passaram inicialmente a receber informações sobre as áreas da estrada que estavam em obras, desde que seus veículos já estivessem equipados com o sistema. Este foi, então, um marco da vida sobre rodas, tornando-se o primeiro corredor a receber a instalação de mobilidade cooperativa, onde veículos e infraestrutura trabalhavam em conjunto.
A extensa colaboração sobreveio então entre empresas de automóveis, desenvolvedores de tecnologia e governos. Sabemos e reconhecemos que desde o início dos anos 2020 o sistema de trânsito de cidades e estradas ficou muito melhor, os motoristas passaram a poder usar a eletrônica embarcada em seus veículos para organizar suas rotas de rotina ou planejar viagens de férias, de modo a chegar mais rápido e com mais segurança no destino final.
Arquitetura de comunicação entre veículos e infraestrutura |
A árdua tarefa de achar uma vaga para estacionamento,
que era um dos maiores desafios dos nossos pais, proprietários de veículos nas
grandes cidades no início do século, tornou-se um simples algoritmo, e o
computador de bordo capaz de nos direcionar para a vaga livre mais próxima e que
mais se avizinha de nosso destino final.
Através de um princípio no qual a gestão proativa da
mobilidade, com o compromisso de manter o bem comum de toda a rede de usuários e
tendo cada motorista individualmente abdicado de maximizar seu próprio
benefício pessoal, estamos vivenciando a maior evolução social dos últimos
anos, transformando de modo positivo a experiência de conduzir um automóvel,
que estava à beira de tornar-se um vilão da sociedade e grande incômodo nas
áreas urbanas.
Hoje o prazer de conduzir, de maneira inteligente e colaborativa, revigorou a experiência de viajar de automóvel, e só tem paralelo a algo equivalente no movimento de uso cooperativo de redes sociais, que ocorreu com a popularização dos smartphones celulares no início dos anos 2010.
Nossos carros tornaram-se sensores móveis à serviço da
comunidade, mapeando as ruas das cidades, monitorando a situação das estradas,
identificando necessidades de reparos e muito mais. De modo inteligente e
integrado nossos veículos são capazes, por exemplo, de mapear a ocupação do
estacionamento em que estamos circulando, seja na chegada ou na saída, oferecendo, assim, informação atualizada e de modo contínuo para aqueles que
precisarem encontrar um lugar disponível para deixar o carro naquele local.
Hoje o prazer de conduzir, de maneira inteligente e colaborativa, revigorou a experiência de viajar de automóvel, e só tem paralelo a algo equivalente no movimento de uso cooperativo de redes sociais, que ocorreu com a popularização dos smartphones celulares no início dos anos 2010.
O carro como dispositivo de comunicação |
O moderno e amplamente discutido conceito de
infraestrutura elástica refere-se à habilidade dos operadores das vias e
estradas em reagir de modo interativo às necessidades de todos os usuários,
motorizados ou não. Sem a necessidade de construir viadutos, alargar pistas ou
invadir áreas preservadas no campo com a abertura de novas estradas.
A ficção de Tron tentou no passado adivinhar o futuro dos veículos cibernéticos |
O projeto, que começou na Europa em 2013, partiu para
o mundo e hoje dez anos depois podemos afirmar que o automóvel é um dos
melhores e mais seguros meios de transporte que existe. De modo integrado e comunitário
podemos viajar por nossas estradas, circular pelas cidades, encontrar lugar
para estacionar e curtir a emoção de dirigir. Sim, de modo comunitário com
outros motoristas, mas sem abrir mão da individualidade e capacidade de decidir
como e aonde queremos ir.
É claro também que toda a infraestrutura presente, inteligente
e bem-planejada antecedeu a todos estes eventos, sendo que a tecnologia
embarcada apenas usufruiu das capacidades das cidades se organizarem e estarem
adequadamente automatizadas em seus sistemas de apoio ao trafego e de locomoção
urbana.
Agradecemos aos nossos governantes que se propuseram a tomar as decisões certas e tiveram a coragem de investir em soluções competentes e inteligentes para a população, mesmo correndo o risco de que o crédito e benefícios de todo este esforço ficassem para os governos seguintes. Prova de maturidade civil e de vigor da cidadania de uma nação.
FM
Agradecemos aos nossos governantes que se propuseram a tomar as decisões certas e tiveram a coragem de investir em soluções competentes e inteligentes para a população, mesmo correndo o risco de que o crédito e benefícios de todo este esforço ficassem para os governos seguintes. Prova de maturidade civil e de vigor da cidadania de uma nação.
FM
Isso é como a energia nuclear.
ResponderExcluirPode servir para gerar energia elétrica, ou para gerar bombas.
Vai depender dos interesses da sociedade.
Aí, o mesmo. Uma sociedade evoluída e inteligente pode conciliar estes sistemas todos para tornar dirigir mais fácil, seguro, econômico e prazeroso. Outra pode usar para restringir, problematizar, extorquir e infernizar.
Ontem apareceu uma reportagem sobre um carro que anda sem motorista , desenvolvido aqui no Brasil
Excluirhttp://www.gamevicio.com/i/noticias/173/173975-carro-robotico-e-sem-motorista-feito-no-brasil-sera-testado-nas-ruas/index.html
Uma delicia!
Mal posso esperar para isso se tornar realidade em nossas ruas e estradas.
Zezinho Agua no Chope
Juro que não sei a razão, mas a segunda hipótese me fez pensar imediatamente em um certo país tropical abençoado por Deus, e bonito por natureza. Se bem que sobre a parte "abençoado por Deus", eu tenha seríssimas dúvidas.
ExcluirPois é, a resposta está no título do artigo: "CIDADANIA".
ExcluirCada país tem seu "conceito" de cidadania e isso transparece em todo o resto, em toda a vida em sociedade.
Aqui dificilmente estas tecnologias seriam bem utilizadas, assim como utilizam mal radares, lombadas, até mesmo restrição à bebida alcóolica é feita de forma desvirtuada aqui. O que tem que mudar não é a técnica, mas a mentalidade!
Conceitualmente a idéia é interessante, porém existem problemas de grande magnitude quando temos redes ad-hoc entre os automóveis, ao mesmo tempo sincronizando com uma rede infrastructure onde teríamos o serviço de gerência centralizado. A latência de comunicação entre os dispositivos tornaria muitas das vantagens deste sistema difíceis de implementar (em tempo hábil).
ResponderExcluirPessoalmente, eu não acredito em anonimato nos sistemas, principalmente quando eles poderiam usar as próprias informações do carro para gerar multas.
Também não acredito que as empresas sejam tão boazinhas de não cobrar um preço alto por esse tipo de "serviço".
Para quem quiser testar o mais próximo que temos atualmente desse scenário de 2023, baixem em seus smartphones o aplicativo WIZE, que faz praticamente tudo que foi exposto anteiormente, e tem todos os problemas que relatei também.
Corrigindo para facilitar WAZE
ExcluirCom o avanço da tecnologia, antevejo dois sistemas orgulhosamente de adaptação tupiniquim:
ResponderExcluirA multa wireless, com a opção de débito automático em conta.
O alerta remoto de buracos: depois que o veículo da frente, de direção autônoma, arrebentar as rodas e a suspensão em um buraco, os de trás serão automaticamente alertados e serão capazes de desviar sozinhos. Também traz a vantagem de coibir a "amaldiçoada prática de ultrapassagem"! Quem vai querer andar na frente?
Muito interessante. Pena que em 2023 no Brasil ainda teremos carretas afundadas em lama nas BRs e o trecho da Serra do Cafezal na Régis Bittencourt continuará sem duplicação.
ResponderExcluirMas nada disso é culpa de ninguém, ou é pq choveu muito, ou fez muito sol, ou tinha muito tráfego e não podia parar a rodovia ou não tinha tráfego nenhum e não tinha necessidade de obra...
ExcluirEssa novela da serra do cafezal é o negócio mais ridículo do mundo.
Nao ..... até lá, nosso governo vermelho, ja vai ter colocado esse grandioso país nos trilhos!
ExcluirAnônimo 23/10/2013 13:28 hs, adorei seu sarcasmo, mas o fato é que na real, metade dos retardados deste país acha mesmo que vai colocar, e a outra metade, com um grau ainda maior de retardo, acha que já colocou.
ExcluirO aumento da segurança no trânsito, com implementação de veículos inteligentes, vai permitir que pedestres, cadeirantes e ciclistas possam resgatar o espaço público (de todos) circulando livremente em vias urbanas.
ResponderExcluirNesse futuro aí, vai ser possível às crianças irem à escola caminhando, pois não haverá necessidade de se protegerem de bolhas metálicas dentro bolhas metálicas. Estas máquinas, ao invés de apenas suportarem colisões, serão capazes de evita-las.
Mas se a segurança no trânsito for resgatada e, consequentemente, adultos e crianças voltarem a caminhar livremente nas ruas com há 100 anos sem o risco de serem atropelados, será que haverá espaço para suficiente para o uso do automóvel?
E nessa utopia não tem chuva nem ladrão né????
ExcluirAdilson
ExcluirQuer dizer então que essa é a sua visão, a de que pedestres, cadeirantes e ciclistas têm de circular "livremente" em vias urbanas? E os carros, pelas calçadas, é isso? E crianças irão caminhando para a escola por quatro, cinco quilômetros, é esse o seu mundo? E você acha mesmo que há 100 não se era atropelado por cavalos e carruagens de tração animal? Pode acordar do seu devaneio anti-automóvel, pois estará sempre entre nós.
Bolhas metálicas... Realmente meu caro, então não chame a polícia, bombeiros, não peça entregas, nem se dirija a um hospital se precisar, pois lamento informá-lo: será necessário fazer uso de uma "bolha metálica" (o jargão antiautomóvel cada vez mais inovador, impressionante).
ExcluirPor conta destas e outras que estão surgindo aberrações do tipo essa
dos autores Alexander Lafer Frankel e Leão Serva, uma "inteligente e útil" obra literária: "Como Viver em São Paulo sem Carro". Eu coloquei como comentário em uma postagem anterior, mas vai aqui novamente o absurdo, a sinopse da obra:
"Nos últimos tempos, milhares de paulistanos têm mudado seus habitos de locomoção para fugir dos grandes congestionamentos. Adotam metrô, ônibus, bicicleta ou caminhada. Sua vida é facilitada pelo esforço de heróis da mobilidade, que criam soluções para quem decidiu abandonar o carro para ser mais feliz".
Fiquemos atentos e paremos de seguir as massas anti-automóvel!
André.
Nossa, quanta bobagem! Como se todo mundo pudesse ir à pé para todos os lugares ou em todas as situações! Coisa de urbanista que vive sonhando em seu loft com ar-condicionado...
ExcluirQUero ver vc buscar seu filho na escola às 12:00 com sol de 40 graus na molera, andando cinco quilômetros...
Seria bom também voltarmos à era antes do computador para conversarmos mais, à era antes da revolução industrial em que os produtos eram mais artesanais e, talvez, à era sem energia elétrica em que tudo era mais simples e romântico. Ora, faça-me o favor!
ExcluirBob,
ExcluirSe no ano de 2023 a questão da segurança for realmente resolvida, então será possível caminhar com segurança na maioria das vias urbanas. Mas cabe ressaltar que, de acordo com o CTB, em alguns tipos de vias urbanas não é permitida a circulação de pedestres, cadeirantes e ciclistas.
Em pequenas cidades, crianças e adolescentes conseguem pedalar 4km (15 minutos), porque há espaço e segurança razoável para isto. Espero que em 2023 isto seja possível em cidades como São Paulo, pelo menos em dias nublados e de temperatura amena.
Um dos principais problemas do carro inteligente e seguro será a necessidade de respeitar todas as regras de trânsito para não correr o risco de não ser homologado para comercialização e uso. Imagine um carro controlado por computador que nunca ultrapassa limites de velocidade máxima permitida, que sempre respeita a preferência do pedestre definida no CTB, que nunca estaciona em local proibido, que nunca buzina desnecessariamente. Quem vai querer comprar um carro desses?
Não sou anti-automóvel, mas apenas um pouco mais exigente em relação a tecnologia atual, pois acredito a indústria de automóveis tem condições e recursos para criar algo melhor e mais seguro que cavalos, carroças e carruagens. Espero que isto torne-se realidade no ano de 2023.
Crianças vão para a creche pedalando? E nos dias de chuva ou calor intenso, qual a sugestão nesse mundo em que "não há espaço para bolhas metálicas"?
ExcluirNão esqueça também que bicicleta pode causar danos sérios ao nervo pudendo, resultando em falta de sensibilidade genital para homens (impotencia) e mulheres.
Ainda bem que estou livre de bolhas metálicas... Meu Monza 88 está mais prum caixote metálico. Um confortável, macio e individualista caixote com ar condicionado que me leva onde preciso. rs... Ah! Faça chuva ou faça sol ;)
ExcluirA expressão "bolha" é muito utilizada em veículos de competição, Stock Car. Eu também gosto usa-la, mas acho o que "anônimo" não gostou.
ExcluirCIDADANIA EMBARGADA
ResponderExcluirEstamos em 2023. Nossos carros são diferentes do que tínhamos 10, 20 ou 30 anos atrás. A evolução em tecnologia foi puxada pela demanda em aprimoramento de sistemas de segurança, que pretendia fornecer aos viajantes sobre rodas informações suficientes e de maneira antecipada de modo a permitir um planejamento ou reação às diferentes e dinâmicas situações de trânsito. Mas a evolução de nada adiantou, porque o conceito de transporte que temos no sistema viário contemporâneo é o de direção punitiva, baseado na capacidade do automóvel de ocupar espaço público, causar acidentes, consumir recursos naturais não renováveis e poluir o meio ambiente.
O atual sistema de localização, em que de modo síncrono e anônimo os veículos em circulação anunciam a sua posição, foi deturpado por meio da instalação obrigatória de chips de identificação em todos os carros, oferecendo aos sistemas de controle de tráfego condições ideais para fiscalização de tributos em atraso e aplicação de multas por excesso de velocidade média. Os primeiros corredores de tráfego a usarem esse moderno sistema de arrecadação foram instalados nas rodovias do Estado mais próspero do país, partindo da ampla infraestrutura preexistente de radares e lombadas eletrônicas, estas convertidas em equipamentos de autuação.
Chegamos ao ponto de os carros portarem sensores capazes de “enxergar” pontos cegos, permitindo saber o que está depois da próxima esquina e avisar ao motorista sobre eventuais riscos, com o objetivo de evitar um acidente ou mitigar o impacto. Mas esses equipamentos operam mediante ondas de rádio e sua frequência não é liberada pela agência nacional de telecomunicações. Além disso, estuda-se a proibição em definitivo de sua instalação nos automóveis destinados à venda no país, por temor de interferência com as novas gerações de radares ou mesmo com o chip de identificação.
Toda essa estrutura somente foi implementada graças à extensa preocupação e investimentos realizados pelas concessionárias operadoras de estradas, possibilitados pela redução da distância mínima entre praças de pedágio e por benesses fiscais negociadas junto aos Poderes Legislativo e Executivo.
Os sistemas de telefonia móvel entram em cena e também são integrados à rede. Convênios entre os departamentos de trânsito e as operadoras possibilitaram vincular os números de telefone celular aos proprietários dos veículos, a fim de que, em caso de pane no sistema de leitura dos chips, a velocidade dos veículos continue sendo aferida por meio do rastreamento do sinal do celular do respectivo proprietário. Os convênios também estipulam que, em caso de infração, a multa seja emitida pela própria operadora, que recebe parte do valor arrecadado para cobrir despesas operacionais.
A árdua tarefa de achar uma vaga de estacionamento permanece um dos maiores desafios de nossa era, porque o programa de inclusão social implementado pelo governo trabalhista ao longo dos últimos quinze anos resultou no ressurgimento dos antigos “flanelinhas”, praticamente extintos quando se difundiu a crença de que a instalação dos chips bastaria para acabar com os furtos e roubos de veículos.
Passados dez anos, podemos afirmar que o automóvel é um dos melhores e mais seguros meios de transporte que existe. Mas essa evolução de nada aproveita aos cidadãos do país, em face do pressuposto de que nenhum motorista tem condições biopsíquicas de dirigir com segurança a mais de 40 km/h na cidade ou 120 km/h na estrada.
Hoje o prazer de dirigir no Brasil, de maneira inteligente e segura, morreu.
visão totalmente correta do futuro tendo em vista os governantes e o povo que os elegem. +1000
ExcluirAlemanha em 2023 = texto do Felipe Madeira.
ExcluirBrasil em 2023 = comentário do Alexandre Zamariolli.
Alexandre, temos que provocar e uma fazer uma voz contrária a situação que você descreveu.
ExcluirPode ser que nosso país não esteja em um nível ideal de desenvolvimento, mas temos que desenvolver ideais de alto nível para poder desejar uma situação melhor.
FM, na minha opinião, o comentário do Alexandre reflete que os maiores problemas de nossa sociedade são de ordem cultural, mais do que de qualquer outra coisa.
ExcluirSe D_us quiser, Lula da Silva será presidente; 2019-2023.
ResponderExcluirO texto fala de avanço, não de retrocesso. Faltou compreensão, leia de novo.
ExcluirEnquanto isso, no Brasil, vivemos como em 2013 quando o (des)governo demonizava os automóveis e seu usuários, lutando ferrenhamente contra uns poucos (infelizmente) autoentusiastas presididos por um senhor de nome Robert (Sharp) ... C'est la vie
ResponderExcluirBacana esse texto. Mas será que junto com toda essa tecnologia e, de certa forma, "riqueza", teremos ruas e estradas com asfalto decente? Agentes da lei que a cumpram sem tentar "tirar proveito para si mesmos" em cima dos que não á cumprem? Acho que estou sonhando alto, ter toda esta tecnologia apoiada por órgãos públicos decentes (no sentido de eficazes e eficientes) já seria o suficiente. Por quê públicos? As particulares visam o lucro, muito provavelmente nossos carros iriam nos indicar esse ou aquele posto de gasolina, este ou aquele supermercado. Já me vejo em 2023 dirigindo meu Opala, tão feliz e de maneira tão prazerosa quanto o faço hoje.
ResponderExcluirEm 2023 não vou precisar mais de carro porque finalmente o Metrô V. Sônia estará funcionando e no final do trajeto ainda vou alugar uma "bike" do Itaú por 5 reais/hora nas ladeiras cheias de ciclofaixas conianas do Haddad. Em 2023 serei "verde".
ResponderExcluirPiolho
ExcluirAssim a turma vai ficar com raiva e jogar Neocid no cê!
Jorjao
Pô Jorjão, eu não vou jjogar Neocid nada, ele está certíssimo... rs Se achar uma forma viável de se transportar sem usar o carro, melhor! Isso não quer dizer, como um certo prefeito vem fazendo, que TODOS tenham que usar determinado tipo de transporte o tempo todo!
ExcluirQUando eu morava em SP perto de metrô e depois perto de corredor de ônibus (de verdade, não como o HAddad vem fazendo) só tirava o carro da garagem para viajar. Num futuro poderia até abrir maõ da posse de um carro e só alugar quando fosse viajar.
Nem por isso enchia o saco de todo mundo falando para deixar o carro em casa, etc.
Interessantíssima visão, Felipe.
ResponderExcluirEm 2023, quando pagaremos R$ 30 pelo litro da gasolina (ou pela hora de fornecimento de energia elétrica) e R$ 150 pela hora de estacionamento, quem sabe será possível diminuir o tempo perdido no trânsito das grandes - e cada vez mais também das pequenas - cidades.
Mas, desviando um pouco do assunto, o que me deixa realmente aborrecido, é que nos preocupamos em produzir automóveis que cada vez mais protejam seus ocupantes em caso de colisão; mas pouco ou nada fazemos para educar os motoristas de forma a erradicar as colisões. Preocupamo-nos em desenvolver veículos cada vez mais econômicos, mas ainda não sabemos apontar soluções para que as pessoas façam um uso mais racional e contido do automóvel.
Em outras palavras, preocupamo-nos em deixar um mundo melhor para os nossos filhos. Em deixar filhos melhores para o nosso mundo, ninguém se preocupa.
CSS, é fundamental preparar melhor nossos filhos para o mundo! Desejo que os engenheiros do futuro sejam capazes de projetar veículos melhores e mais seguros, mas também desejo que nossas autoridades sejam capazes de governar de maneira melhor, buscando sempre o progresso. A melhor maneira de construir um futuro melhor é trabalhar melhor hoje!!
ExcluirNo caso do Brasil, tem que corrigir o ano para 21023, com ligeira margem de erro para mais.
ResponderExcluirPara ANÕNIMO 17:02 - "Como sobreviver em São Paulo sem carro", deve ser um livro de auto (ops...) ajuda, pois, dentro em breve, o paulistano vai ter que deixar o carro parado em algum congestionamento e terá mesmo que caminhar à pé, se quiser chegar a algum lugar... o carro vai virar escultura, paralisado que estará, para regozijo dos governantes da cidade...
ResponderExcluirAcabei de ver este vídeo:
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/10/usp-faz-teste-inedito-com-carro-sem-motorista-pelas-ruas-de-sao-carlos.html
Acredito que nossas "otoridades" nunca vão permitir que um carro desses circule em nossas vias, principalmente aqui em São Paulo. Porquê? Muito simples! Do dia para a noite sumirão os milhões e milhões de reais da "arrecadação" referente as multas de trânsito, já que um carro desse não cometerá nenhuma infração...