Fotos: Juvenal Jorge
Falei no Volt recentemente em “Chevrolet Volt, por Bob Lutz”, onde publicamos sua história contada pelo executivo em seu livro “Car guys vs. bean counters”. No pequeno texto introdutório eu disse que o Volt estava à frente de tudo o que existia em termos de propulsão elétrica, isso só de ler a respeito, de analisá-lo. Faltava o principal, dirigi-lo. Isso aconteceu e confirma o que acho do carro. Entre as várias maneiras de definir as fases da história da indústria automobilística mundial, uma pode seguramente ser antes e depois do Volt.
Nesta avaliação especial – pela importância e pelo tamanho – participaram o Marco Antônio Oliviera, o Juvenal Jorge e o Arnaldo Keller, cujas opiniões encontram-se adiante.
Nesta avaliação especial – pela importância e pelo tamanho – participaram o Marco Antônio Oliviera, o Juvenal Jorge e o Arnaldo Keller, cujas opiniões encontram-se adiante.
O título deste post diz praticamente tudo. O Volt dá tanto prazer de dirigir quanto qualquer carro atual do seu porte, mas num ponto ele é único: dá satisfação. Que é tanto de apreciar – ou curtir, até – o rodar silencioso e isento da percepção do motor que conhecemos, por ter propulsão elétrica, quanto não se ter o receio de ter a bateria descarregada e não se poder chegar ao destino, seja dentro da cidade ou numa estrada. Ou, tão desagradável quanto, ter o carro estacionado na garagem e não poder sair com ele por a bateria estar sem carga. Por isso o Volt é único. Ele só pára se acabar o combustível, como em qualquer outro carro convencional. Essa é a síntese da sua genialidade.
O Volt é diferente dos hbridos conhecidos, como o Toyota Prius e o Fusion Hybrid, em que o motor elétrico a bordo é mais auxiliar do que principal. Além não andarem mais do que 20 quilômetros em modo elétrico, as maiores velocidades, acima de 60 ou 70 km/h, só são alcançadas com o concurso do motor a combustão. O Volt atinge velocidade máxima em modo elétrico.
Como em qualquer carro elétrico, ligar o Volt sempre surpreende. É como ligar a ignição de um automóvel convencional, mas sem acionar o motor de partida. Apertar-se o botão Power e pronto, é só tirar a alavanca seletora de Park e colocá-la em Drive, tirar o pé do freio e deixar o avanço lento (creeping) movimentar o carro. Ou acelerar normalmente..Nos dois casos, em total silêncio.
O dono do show no Volt é, sem dúvida, o Sistema Voltec de transmissão, um engenhoso conjunto epicicloidal (de engrenagens planetárias) como o dos câmbios automáticos tradicionais, só que dotado de três embreagens multidisco de atuação hidráulica e controle eletrônico para interconectar o motor elétrico, o gerador e o motor de combustão segundo as condições de uso do veículo e do estado de carga da bateria de tração, tudo numa harmonia surpreendente. O Volt é ao mesmo tempo um carro só elétrico, carro híbrido em série como uma locomotiva diesel-elétrica e carro híbrido em paralelo, com o Toyota Prius. Toda essa engenhosidade não é de hoje, uma vez que a GM produzr câmbios automáticos epicicloidais desde 1939, com a caixa Hydramatic aplicada no Pontiac naquele ano
Para dar uma idéia do que é o o Sistama Voltec, são cinco modos de operação:
1. Rodando com bateria, aceleração ou trafegando em velocidades baixas
Com a energia fornecida pela bateria, o Volt utiliza apenas o motor elétrico maior, de 150 cv, em velocidades abaixo de 64 km/h (40 mph) ou para acelerar a partir de qualquer velocidade. A primeira embreagem trava a coroa do conjunto de planetárias para obter redução de 7:1 (curta), multiplicando o torque na mesma proporção.
Com a energia fornecida pela bateria, o Volt utiliza apenas o motor elétrico maior, de 150 cv, em velocidades abaixo de 64 km/h (40 mph) ou para acelerar a partir de qualquer velocidade. A primeira embreagem trava a coroa do conjunto de planetárias para obter redução de 7:1 (curta), multiplicando o torque na mesma proporção.
2. Rodando com a bateria, trafegando em velocidades mais altas
Como qualquer necanismo de conversão de energia, motores elétricos são mais eficientes em determinadas rotações. Quando a velocidade é maior que 64 km/h, a embreagem que travava a coroa é aberta. Uma segunda embreagem fecha para ligar a coroa ao motor/gerador, menor, de 73 cv. Agora os dois motores elétricos são alimentados pela bateria e a relação de transmissão efetiva é mais baixa numericamente (longa), reduzindo a rotação do motor elétrico primário.
3. Bateria descarregada, aceleração ou trafegando em velocidades baixas
A bateria do Volt nunca descarrega completamente e quando chega a aproximadamente 30% da carga; o motor a combustão entra em funcionamento. Uma terceira embreagem conecta o motor a combustão ao motor elétrico menor, o qual com a função agora de gerador fornece energia para o motor principal, maior. A coroa da planetária é novamente travada para proporcionar maior redução entre o motor elétrico maior e as rodas dianteiras motirzes. Esse regime para velocidades abaixo de 64 km/h é híbrido em série.
4. Bateria descarregada, trafegando em velocidades altas
A coroa do conjunto de planetárias é novamente liberada, passando a relação do motor elétrico principal a ser mais baixa (longa). O motor a combustão continua a acionar o gerador para alimentar o motor de tração com corrente elétrica. Além disso, o motor a combustão fornece torque para a coroa da planetária através do gerador menor, daí que alguma força do motor a combustão chega às rodas. Operando nesse regime, o Volt é, ao mesmo tempo, um carro hibrido em série e híbrido em paralelo paralelo. É importante salientar que o gerador acionado pelo motor de combustão não carrega a bateria de tração.
5. Regeneração de energia
Como todo veículo híbrido e só elétrico, o Volt converte energia cinética (ou energia de movimento, no caso do veículo) em energia elétrica. Isso ocorre quando o motor de tração principal inverte sua função e passa a gerar energia elétrica sempre que se tira o pé do acelerador ou se freia. Essa corrente elétrica produzida restaura parte da carga da bateria.
Eu e o Arnaldo descemos e subimos a serra da Rodovia dos Imigrantes (ver vídeos). Iniciamos a descida com a bateria de tração descarregada e antes de retornarmos a bateria já tinha carga novamente. Pouca, mas tinha. É por isso que fazer bastante uso da regeneração, antecipando-se aos semáforos ou ao tráfego lento ou parado adiante, contribui para aumentar a autonomia em propulsão exclusivamente elétrica.
Antes de subir a serra da rodovia dos Imigrantes (foto Arnaldo Keller) |
O mais notável disso tudo é que o motorista não pode interferir nesses modos de operação, muito menos escolher entre propulsão elétrica e térmica. Mesmo com a bateria de tração teoricamente descarregada, o Volt só sai da imobilidade pelo motor elétrico. A bateria retém 30% de sua carga tanto para essa finalidade, quanto para evitar danos (baterias de íons de lítio não devem ser deixadas descarregar completamente, podem se danificar seriamente se ocorrer).
A ordem não muda nunca: primeiro funciona elétrico até a bateria descarregar, depois entra o motor a combustão. Nota-se um leve ruído quando este começa a funcionar, mas a mudança é visível no painel diante do motorista, quando o ideograma de uma pilha no lado esquerdo desvanece e o de uma bomba de posto passa a ficar realçada no lado direito. Sob cada ideograma sempre é informada a autonomia.
Por só arrancar com o motor elétrico, não é possível deixar o motor de combustão funcionando em marcha-lenta com o carro parado. Parou, o motor desliga, sempre. Andou, primeiro elétrico, em seguida o motor a combustão liga novamente.
Há também modos selecionáveis de gerenciamento de potência, Normal, Sport e Mountain. No Sport, têm-se mais aceleraçào, porém com maior consumo da bateria. No Mountain, recomendado para serras e subidas íngremes, energia de reserva da bateria de tração é mantida sem uso para uso em caso de necessidade.
Para as funções elétricas normais de todo automóvel, o Volt tem uma bateria ácido-chumbo de 12 volts localizada no porta-malas, mas a fábrica previu terminais para recarga no compartimento do motor. Já a bateria de tração é de 288 células que totalizam 400 volts e armazenam até 16 quilowatts•hora de energia. Pesa 198 kg e tem o formato de um grande “T”, com a barra horizontal sob o dois bancos traseiros e a barra vertical voltada para frente. É por essa razão que não pode haver o lugar do meio, só cabem dois passageiros atrás.
O motorista não pode interferir nos modos de operação, mas pode saber o que está acontecendo com exatidão mediante um elaborado e claro sistema de informação gráfica que mostra o sentido do fluxo de força, de onde para onde, qual a propulsionando e até a regeneração de energia (ver nos vídeos),
.
Autonomia
Quando o Volt foi lançado, em novembro de 2010, a autonomia em elétrico declarada era de 65 quilômetros. Atualmente é informado 40 a 80 quilômetros, que dependerá de vários fatores como maneira de dirigir, topografia e outros. Motores elétricos são bem mais sensíveis ao acelerador do que os a combustão. Mas a autonomia total, segundo a EPA (Agência de Proteção Ambiental) dos EUA, chega a 606 quilômetros, funcionamento elétrico mais a gasolina no tanque de 35 litros; que sozinho pode levar oVolt a atingir 550 quilômetros (medições da EPA chegaram a 56 quilômetros de autonomia elétrica). A GM recomenda 80 km/h como velocidade ideal para máxima autonomia com a carga da bateria.
O consumo com propulsão só a combustão, segundo a EPA, é de 1 litro para 15,7 km, combinado cidade e estrada.. Mas só elétrico diminui par 1 litro para 39,7 km, também combinado.Para chegar à equivalência de eletricidade em milhas por galão, a EPA estabeleceu o eqüivalente elétrico de energia contida em um galão de gasolina, obtendo as milhas por galão equivalentes (MPGe). A etiqueta da EPA para o Volt pode ser acessada por aqui.
Quando o Volt foi lançado, em novembro de 2010, a autonomia em elétrico declarada era de 65 quilômetros. Atualmente é informado 40 a 80 quilômetros, que dependerá de vários fatores como maneira de dirigir, topografia e outros. Motores elétricos são bem mais sensíveis ao acelerador do que os a combustão. Mas a autonomia total, segundo a EPA (Agência de Proteção Ambiental) dos EUA, chega a 606 quilômetros, funcionamento elétrico mais a gasolina no tanque de 35 litros; que sozinho pode levar oVolt a atingir 550 quilômetros (medições da EPA chegaram a 56 quilômetros de autonomia elétrica). A GM recomenda 80 km/h como velocidade ideal para máxima autonomia com a carga da bateria.
O consumo com propulsão só a combustão, segundo a EPA, é de 1 litro para 15,7 km, combinado cidade e estrada.. Mas só elétrico diminui par 1 litro para 39,7 km, também combinado.Para chegar à equivalência de eletricidade em milhas por galão, a EPA estabeleceu o eqüivalente elétrico de energia contida em um galão de gasolina, obtendo as milhas por galão equivalentes (MPGe). A etiqueta da EPA para o Volt pode ser acessada por aqui.
Vem no carro um carregador portátil bi-tensão para ser ligado a uma saída residencial de 110 ou 220 volts, que precisa estar aterrada, senão o carregador não deixa passar corrente. A tomada do carregador é a clássica de três pinos (não é a “tomada Lula”, evidentemente). O problema é com 110 volts o tempo de recarga é de 10 a 12 horas, mas que cai para 4 horas com 240 volts (aqui só dispomos de 220 V, que eu saiba).
Recarregar a bateria
Recarregar é simples, é conectar o plugue do carregador na tomada da parede e encaixar o plugue de carga na tomada de entrada sob uma portinhola no pára-lama dianteiro esquerdo. Uma luz verde no topo do painel se acende e quando a carga da bateria estiver completa, a luz passa a piscar para avisar.
Luz verde sobre o painel indica recarga em andamento |
Como as únicas tomadas (110 e 220 V) na garagem do meu prédo não são aterradas, a recarga foi feita na Moema Auto Peças, em frente (foto abaixo), que tem tomadas de 110 V aterradas, por gentileza do seu dono e amigo Milton Nishioka. A recarga levou 7 horas e deixou autonomia de 34 quilômetros, significando aproximadamente 52% da carga total. O custo dessa energia foi de cerca de R$ 2,80 tomando por base R$ 0,2965 por kW·h e a mordida do ICMS de 25%, que graças á "mágica" dos nossos legisladores vira 33,3% e estamos todos felizes...
Uma carga completa feita em 11 horas custará R$ 4,35, o que signifca que o custo por quilômetro. supondo que se rode 65 quilômetros, será de 6,7 centavos de real. Num carro usando etanol de R$ 1,80/l que faz 10 km/l o custo por quilômetro é 18 centavos de real. Se a gasolina, 14 km/l a R$ 2,80/l resultam em 20 centavos de real por quilômetro. Ao fim de 15.000 km, normalmente percorridos em 1 ano, o dono do Volt terá gasto R$ 1.005,00, contra R$ 2.700,00 do carro flex com etanol e R$ 3.600,00 do carro a gasolina.
É vantajoso rodar elétrico sem nenhuma dúvida, que pode ser ainda mais conveniente com tempo de carga menor. Isso deixa claro que será preciso implantar pontos de carga de 220 V se o carro elétrico vier realmente. E ainda há a possibilidade oferecida pelo Volt de programar o horário de recarga de modo a aproveitar tarifas menores nos horários fora de pico. O site da GM nos EUA fala em US$ 1,50 (R$ 2,60) de eletricidade por dia.
O Volt como um todo é simples, fácil de usar. Claro, há mil funções de infotenimento e configurações controladas pela tela táctil central, mas logo se pega o jeito.
Um cuidado a tomar é com a gasolina. A fábrica recomenda não deixá-la no tanque mais do que um ano, por questão de envelhecimento. Quando esse tempo vence, o próprio sistema da manutenção de bordo se encarrega de fazer o motor funcionar até que a gasolina acabe. Caso seja adicionada gasolina nova, o prazo é estendido. Outra providência automática é o motor a gasolina ser colocado para funcionar por 10 minutos a cada seis semanas caso não tenha funcionado ou o tenha feito pouco nesse período. Nesse caso o motor a combustão entra em funcionamento mesmo que haja carga na bateria. Essa manutenção foi prevista para quem nunca ou raramente roda por dia mais do que a autonomia elétrica permite.
O manual especifica gasolina premium, 91 octanas pelo modo de especificá-la nos EUA que é o mesmo oficialmente aqui, o índice antidetonante, IAD (anti-knock index, AKI). Na Europa seria 98 octanas RON. Mas a fábrica recomenda gasolina de detergência máxima, a chamada Top Tier, assim indicado nas bombas (selo ao lado). Na falta, é indicado usar o adiitivo para gasolina GM Fuel Systema Treatment Plus.
O manual especifica gasolina premium, 91 octanas pelo modo de especificá-la nos EUA que é o mesmo oficialmente aqui, o índice antidetonante, IAD (anti-knock index, AKI). Na Europa seria 98 octanas RON. Mas a fábrica recomenda gasolina de detergência máxima, a chamada Top Tier, assim indicado nas bombas (selo ao lado). Na falta, é indicado usar o adiitivo para gasolina GM Fuel Systema Treatment Plus.
O Volt chega a 160 km/h, velocidade essa que é limitada para conter o consumo de enegia elétrica. O motor elétrico principal desenvolve 150 cv com o elevado torque de 37,7 m•kgf., levando o carro de 0 a 100 km/h em 9 segundos, bom tempo para um carro de 1.715 kg. O curioso é que com suas características aerodinâmicas (Cx 0,28 e área frontal de aproximadamente 2,30 m²) o Volt poderia atingir 235 km/h.
Não tive oportunidade de ver a quanto o Volt chega no modo de operação 4 descrito acima (só no motor a combustão), mas tive a nítida impressão que continua rápido igual porém com ligeira diminuição da aceleração. O motor a combustào tem potência máxima a 4.800 rpm, mas normlmente fica abaixo disso, entre 2.500 e 3.000 rpm. Nota-se, isso sim, que a rotação varia, tendo ficado no máximo ao subir a serra da Imigrantes (ver no vídeo). Mas mesmo nessa condição ouve-se apenas um leve zunido, longe de incomodar.
O carro em si é muito agradável de andar, tudo está no lugar certo e a calibraçào da suspensão McPherson dianteira e eixo de torção traseira está no ponto certo que concilia estabilidade e conforto. O entreeixos de 2.685 mm e comprimento de praticamente 4.500 mm, combinados com a largura de 1.788 mm e a altura de 1.430 mm, proporcionam um visual harmônico e ao mesm tempo elegante. A grade fechada é um toque distintivo do Volt. Embora o espaço atrás não seja dos mais genersosos, os quatro bancos são bem-desenhados, com perfeito apoio lateral. Os ajustes longitudinais dos bancos dianteiros, com altura no do motorista, são manuais.
A fábrica classifica o Volt de hatchback de cinco portas, mas o desenho da carroceria está mais para um sedã liftback de traseira curta. De toda maneira, agrada bastante, é um visual moderno mas sem exageros estillísticos.
O porta-malas é algo pequeno para um carro do porte do Volt, apenas 300 litros, mesmo não havendo estepe, no lugar um vedante e uma bomba elétrica. Os encostos dos bancos traseiros rebatem-se 40-40, signfiicando que a parte central é fixa. Há monitoriamento da pressão dos pneus.
A direção de assistência elétrica e relação baixa, 15,4:1, é um dos pontos altos, é precisa e com assistência correta em qualquer velocidade. Contribui para a boa sensaçãoo volante "de Cruze" de 370 mm de diâmetro. A assistência dos freios é eletroidráulica, uma vez que não poderia haver vácuo estando o motor desligado e tampouco quando ligado em rotações de médias a altas. Há controle de tração e de estabilidade, que não podem ser desligados.
Informação oficial da GM do Brasil: o Volt não será importado. Duas razões para tanto, o elevado preço que o deixaria nada competitivo, quanto mais agora com os 30 pontos porcentuais de IPI, e falta de uma rede de recarga nas garangens e estacionamentos em geral. Nos EUA seu preço básico é 39.145 dólares.
O Volt é mesmo uma nova experiência no mundo da propulsão elétrica e seu exclusivo sistema de geração de energia elétrica a bordo é indubitavelmente a porta de entrada para o futuro – que terá outra forma de produção eletricidade no veículo, a célula a combustível com hidrogênio.
Mas como esta solução não deverá atingir escala comercial antes de 2020 ou 2025, tem muito fabricante que correrá atrás da idéia do Jon Lauckmer – se é que não já estão correndo.
BS
O VOLT POR JUVENAL JORGE
O futuro é uma lembrança
Você se
lembra do ônibus elétrico? Já andou em um? Eu andei apenas nos bem antigos,
quando era criança. Era o clássico elétrico da CMTC (Companhia Municipal de
Transportes Coletivos), fabricado em conjunto com a Aços Villares, aqui em São
Paulo, com uns pára-choques monstruosos, que daria para usar como longarina de
chassis de uma picape.
Eu me lembro bem. Era só estar distraído para tomar um
pé nas costas a cada saída de semáforo, a cada aceleração após curvas de
esquina. De vez em quando meu pescoço infantil tinha dificuldades de segurar a
cabeça. As subidas só eram percebidas
olhando pela janela para ver a inclinação da rua. O motor parecia nunca fazer
força, pois jamais era barulhento. Quando parava, era como se estivesse tudo
desligado, sem ruído. Aquilo era pesado, muito pesado, mas acelerava como um
carro pequeno.
Quando
cresci e fui estudar, aprendi que o torque máximo de um motor elétrico está a
zero rotações. Na prática, força máxima no momento em que mais se precisa, ao
sair da imobilidade.
Pois bem,
apesar de ser completamente diferente, foi o velho ônibus que veio à lembrança
quando partimos pela primeira vez com o Volt. É como se ele fosse uma versão
particular e menor desse ônibus elétrico, mas muito mais moderno, mais
confortável, que freia melhor e que impressiona positivamente pelo silêncio de
todos os tipos.
O motor elétrico é apenas um som muito baixo, que nunca
incomoda. O motor de 1,4
litro é muito, mas muito silencioso. Imagine um carro
com motor de combustão interna que seja silencioso. O Volt é mais.
Avaliações
de órgãos de imprensa nos Estados Unidos o colocam como tão silencioso quanto
os Lexus, que já foram os carros mais silenciosos do mundo. Mas não vi números
de decibelímetros, então, para efeito prático, o Volt deve estar empatado com os
menos ruidosos do mundo. Para ajudar o pacotão de tecnologia de propulsão, a GM
caprichou na forma e nos detalhes aerodinâmicos. Ruído de vento só é percebido
se abrirmos os vidros.
Para
finalizar tudo isso, o acabamento interno é mudo e bem comportado, não emitindo
nenhum ruído nem reclamando do horroroso piso paulistano. Completamente fixado,
preso e isolado, sem nenhum, mas nenhum mesmo, tipo de ruído. Nada faz barulho,
e olhe que o carro tem pneus com perfil baixo, com rodas enormes de aro 17-polegadas. Um
exagero, como em quase qualquer carro moderno. Já com mais de 3.400 km rodados, essa
unidade emprestada pela GMB está perfeita. Se fosse mal-feito, estaria já com
alguns barulhinhos, certamente.
Esmero no projeto: braços de suspensão dianteira de aluminio |
Colabora
para esse silêncio todo a suspensão macia. Não é "barca americana com
pneus balão", mas é macia numa medida muito boa. Difícil explicar sem
medir, mas um exemplo claro foi passar sobre as ondulações de asfalto que se
formam nas avenidas onde transitam muitos veículos pesados, costelas de vaca e
calombos entre as faixas, mais ou menos por cima das linhas de sinalização de
solo. O Volt passa com mínimos movimentos de carroceria, e nenhuma pancada seca,
daquelas desconfortáveis. Tão bom que parece uma suspensão desenvolvida para o
Brasil, não para Primeiro Mundo. Impressionante.
Saindo das
avenidas e andando por ruas de trânsito mais lento e com paradas em todos
cruzamentos, imaginei o Volt como um carro de polícia, silencioso e sorrateiro,
surpreendendo meliantes, dobrando uma esquina sem estardalhaço de som de motor,
acelerando brutalmente em direção ao cenário do delito e cercando os
fora-da-lei com agilidade. Os policiais desceriam com suas pistolas laser,
munidos de coletes a prova de bala feitos de material mimético-quântico, capaz
de fundir as balas que os atingem, e algemas eletrônicas, que colam magneticamente
os indivíduos anti-sociais aos postes metálicos até que o carro cata-lixo os
venha buscar. Seria perfeito.
Voltando à
realidade de nosso concentrado de tecnologia ambulante, fomos para um lugar
onde se pudesse acelerar. Em cima de piso mais ou menos novo e com boa
qualidade, aceleramos até o final para ver o que acontecia. O carro tem limitação
eletrônica de 100 milhas
por hora (160,9 km/h),
e chega até lá com uma facilidade impressionante. Suave, liso e direto, sem
perder aceleração através de cada marcha, já que não as tem. Não marcamos
tempo, mas de 80 a
160 km/h
não levou mais de 10 segundos.
Antes das
críticas, vejam: foi só para ver o que acontecia, e tiramos o pé depois de
poucos segundos para evitar percalços com a lei, essa cega senhora tão mal
tratada e chacoalhada a todo instante de um lado para outro, sempre em prejuízo
do povo e lucro das administrações públicas. Mas a estrada estava perfeita e
pouco movimentada naquele domingo bem cedo, e a esticada foi em condições
ideais.
A lógica
de funcionamento desse trem de força está muito bem explicada pelo Bob Sharp,
então não vou repetir. Deixo claro apenas que o funcionamento é muito próximo
da perfeição. Muito melhor do que eu imaginava que pudesse ser. E essa quase perfeição
se vivencia acelerando pouco, muito ou não acelerando.
O espaço
interno é muito bom na frente, mas requer baixar o banco para acomodar a cabeça
dos mais altos, o que diminui a altura entre a parte inferior do assento e o
assoalho. Quem está atrás fica com os pés bem espremidos (foto abaixo). Essa limitação de
espaço provém do fato do carro ter sua altura total definida como a menor
possível para diminuir a área frontal ao máximo, de forma a ter um valor de Cx
(coeficiente de arrasto ) multiplicado pela área frontal baixo, para escorregar em meio à massa de ar economizar
energia. E escorrega mesmo. Em estrada, ao se tirar o pé do acelerador e ver a
carga da bateria aumentar devido ao trabalho do sistema regenerativo, a velocidade
cai muito vagarosamente. Sinal claro de um arrasto aerodinâmico muito contido.
Para ser
mais útil ainda, uma versão perua seria perfeita. Menos insolação nos
passageiros de trás, mais espaço para a cabeça destes e maior volume para
bagagem. Não que esteja ruim, mas poderia melhorar. Com os bancos traseiros uns
100 mm
para trás, todo o arranjo de passageiros e bagagem seria diferente, e mais
versatilidade ajuda a vender mais carros.
Um
contraste enorme o Volt e nossa pobreza automobilística nacional, onde na maioria
imperam carros de projeto antigo com estilos requentados, com motores que
necessitam de milhares de barulhentos giros, animados por trocas de marcha para baixo o tempo todo para
andar em uma velocidade de fluxo razoável. Uma ruidosa e cansativa tristeza,
completamente diferente do Volt, um carro onde você relaxa e se concentra em
dirigir e tentar entender o que tem em mãos. Depois de algumas horas comecei a
pensar mais atentamente o quanto o trabalho de uma engenharia dedicada em fazer
um ótimo produto pode ser prazeroso ao usuário.
Nesse
momento, esqueçamos que o carro é
elétrico, algo que os entusiastas por automóveis costumam repudiar. Pensem nas
vantagens de algo realmente moderno.
Não vou
dizer que eu também não tinha (e tenho ) minhas restrições a essa conversa toda
de eletricidade como solução para todos as reclamações de quem é
anti-automóvel. Pessoalmente, prefiro um motorzinho que queime com eficiência
gasolina ou diesel (não faço questão de álcool, já que ele rouba espaço em
terra produtiva para a comida das criancinhas), mas temos que raciocinar para o
futuro, e perceber que para uso em cidade principalmente, uma grande quantidade
de carros sem ruído e fumaça seria mesmo ótimo para todos.
O fato de o
Volt ter os dois tipos de motor é uma vantagem indiscutível. Anda-se quanto
quiser, basta ter gasolina no tanque, que fica como fator de segurança se por
um azar não se puder carregar as 288 células das baterias durante uma noite.
Aliás, é um prazer indescritível ver a tela de informações no painel mostrar a
bateria sendo carregada quando se tira o pé do acelerador, seja ao levantar o pé do acelerador, seja em descidas,
seja em frenagens. É como se o dinheiro estivesse entrando no bolso, e não
saindo. Faltam os cifrões na representação gráfica para ficar mais bacana do
que já é, e empolgar os mais econômicos, vulgo muquiranas.
Sobre
custos, há muita discussão no único país em que o Volt é vendido atualmente, os
Estados Unidos. O preço das baterias para reposição é de cerca de US$ 3.000 com
os incentivos federais, e a vida útil é estimada em cinco anos (embora a garantia dela seja de oito anos). Fazendo-se
contas e mais contas, os detratores dizem que o dinheiro economizado com
gasolina não paga as baterias, exceto se o usuário rodar muito. O quanto,
depende do tipo de uso e tipo de motorista.
Em suma,
um prato cheio para discussão, complicada principalmente porque é influenciada
pelo grau de simpatia ou antipatia com a solução elétrica.
De
qualquer forma, o produto é muito interessante e bem-construído. A GM acertou
firmemente em fazer esse carro, tirando-o da condição de carro conceito do
futuro. Agora, ele é o carro do futuro. As outras fábricas que corram atrás.
JJ
P.S.:
Quanto ao ônibus elétrico, fico pensando porque uma cidade cuja administração
se diz tão preocupada com ar limpo, implantando faixas para bicicletas,
rodízios de veículos e restrições para caminhões, não tem coragem de acabar com
ônibus barulhentos a diesel, e implantar 100% de veículos elétricos no lugar.
Só pode ser porque é vantagem financeira para eles submeter o povo a barulho e
fumaça.
O VOLT POR MARCO ANTÔNIO OLIVEIRA
“The
past is a ghost, the future a dream, and all we ever have is now.”
(O passado é um fantasma, o futuro um sonho, e tudo que jamais teremos é
o agora)
Bill Cosby
Bill Cosby
O motor elétrico sempre foi melhor que o motor a
gasolina para uso automobilístico. Vejam bem: num motor elétrico o torque máximo é
disponível e constante desde zero rpm. A potência, portanto, varia apenas com a
rotação, sendo assim graficamente linear,
uma palavra que virou adjetivo para um motor de combustão interna de
funcionamento exemplar, mesmo que seja fisicamente impossível a ele ser assim.
O motor ciclo Otto ou Diesel tem curvas
de torque e potência, e o torque máximo nunca está onde ele é mais necessário,
a zero rpm no momento da arrancada, fazendo necessárias transmissões,
embreagens e/ou acoplamentos deslizantes diversos para que possa ser usado em
um automóvel.
Além disso, o motor elétrico não vibra praticamente
nada, sendo o rotor basicamente sua única peça móvel, que apenas gira apoiado
em mancais. Barulho praticamente inexistente é outra grande vantagem do
elétrico. Quando paramos um carro elétrico, seu motor também para, pronto para
ser acionado de novo a qualquer momento, enquanto um a combustão interna
precisa continuar funcionando, gastando energia e fazendo barulho, para ficar
em prontidão.
Do início da história do automóvel até mais ou menos
1920, foram estas vantagens que mantiveram em produção uma grande variedade de
carros elétricos. Naquele tempo, existiam mais algumas vantagens: num tempo em
que as manivelas de partida dos motores a gasolina freqüentemente quebravam braços de homens
de todos os tamanhos, pouquíssimas mulheres se aventuravam a
conduzi-los sozinhas. Já um elétrico não oferecia este problema, bastando
acionar o acelerador para colocá-lo em movimento.
Ajudava também aqui a
simplicidade de operação do elétrico: com apenas acelerador e freio, sem trocas
de marcha, o elétrico era facílimo de dirigir. Até a esposa de Henry Ford,
Clara, usava um cupê Detroit Electric para se locomover, em detrimento do
amado modelo T de seu marido...
O problema do carro elétrico nunca foi o motor. O
motor, na verdade, é sensacional. O problema sempre foi, e continua sendo, o
armazenamento da energia elétrica. Baterias são coisas pesadíssimas, grandes,
e, se comparadas à gasolina, álcool ou diesel, extremamente ineficientes para
armazenar energia. Demoram um tempo excruciante para serem carregadas, e
esquentam e perdem eficiência com o tempo. Quando ficam velhas e tem que ser
trocadas, causam um problema sério em seu descarte, devido a metais pesados em
sua composição.
Para os que acham que basta “tempo de desenvolvimento”
para resolver isso, saibam que os melhores elétricos de 1920 já ostentavam uma
autonomia de mais de 100 quilômetros,
praticamente igual aos melhores elétricos modernos. Isto significa que quase
100 anos de desenvolvimento de baterias só conseguiram compensar o ganho de
peso, e os acessórios, do carro moderno. E, é claro, o motor a combustão
interna não ficou exatamente parado nestes 100 anos...
Bem sabemos que 100 quilômetros de autonomia é muito pouco. Baterias na
verdade são uma grande porcaria, que só agüentamos porque não temos nenhum
substituto melhor para elas. Mesmo para computadores pessoais e celulares,
coisas que gastam uma quantidade ínfima de energia se comparados a um
automóvel. Tanto que, enquanto digitava isso aqui no sofá da sala, tive que
parar e colocar o laptop na tomada para acabar o texto. Com carros, nunca é
assim; podemos rodar o dia todo sem precisar abastecer, em alguns casos. E
carro não pode funcionar plugado na tomada, caso acabe a carga.
Não, vamos precisar inventar algo melhor que baterias
químicas para podermos ter o prazer de usar o motor elétrico num automóvel.
Ou não?
Ferdinand Porsche e o
Chevrolet Volt
A primeira grande invenção do jovem austríaco
Ferdinand Porsche, no ano de 1900, foi usar motores elétricos dentro das rodas
de automóveis. Desta forma, os carros que criou para a empresa Jacob Lohner
& cie podiam ter tração elétrica dianteira, traseira ou mesmo em todas as 4
rodas. Mas Porsche logo depois fez mais que isso: usando um motor a gasolina acoplado a um
gerador, fez dos motores elétricos nas rodas sua transmissão, e criou o
primeiro carro de tração elétrica com autonomia decente. E de lambuja o que
convencionamos chamar hoje de híbrido. Tudo isso antes do ano de 1901 acabar.
Cento e doze anos depois, estamos eu, o Juvenal Jorge
e o amigo Leo esperando o Bob na frente de seu prédio em Moema, na capital
paulista que é nossa casa, bem cedo num belo domingo. Nesses últimos 100 anos,
o carro elétrico morreu completamente (ao redor de 1920), ironicamente quando
se colocou um pequeno motor elétrico acionado por uma pequena bateria para
ligar o motor de combustão interna,: bastando apertar um botão para ligar
o carro a gasolina, e com a sua evolução em suavidade e facilidade de operação,
ninguém mais quis perder tempo carregando as ridículas baterias dos elétricos.
O elétrico apenas ensaia um retorno recente, fruto de
necessidades ambientais e sociais que não vou discutir aqui; reais ou
imaginárias, elas existem. Mas necessidade, apesar de ser um forte motor do
desenvolvimento de qualquer coisa, sozinha, não é suficiente. Não existe
evolução em baterias que tornará viável um aumento de autonomia apreciável.
Mas a necessidade traz novas idéias, como a da
Renault, que pretende trocar as baterias de seus elétricos por outras
carregadas previamente, em postos “de eletricidade”. A idéia é boa, mas resolve
apenas um dos problemas do elétrico, o da velocidade de “abastecimento”. A
autonomia permanece baixa.
E há o Chevrolet Volt. Uma idéia original, que
apareceu da cabeça de um engenheiro de automóveis (como o Bob já contou aqui),
e ganhou as ruas. Um carro elétrico equipado com um conjunto gerador, um
pequeno motor a combustão, para ser usado apenas quando é necessária maior
autonomia, idealmente apenas tocando um gerador para manter a carga da bateria num minimo e acionar o motor elétrico de tração. Um carro elétrico com
“autonomia estendida”. Uma idéia original, e o carro que viemos experimentar
com o Bob. E a primeira vez que qualquer um de nós (fora o Bob, claro) iria
experimentar o tão falado carro elétrico. E que surpresa ele seria...
Dirigindo o Volt
Quando o Bob saiu da garagem do prédio, pudemos vê-lo, mas não ouvi-lo.
A primeira impressão que temos do Volt é esta: o mais absoluto silêncio. Dá
para ouvir a borracha dos grandes pneus contra o chão, mas mais nada além
disso. E que coisa estranha que é...
O Volt foi criado para
mostrar que a GM podia responder as necessidades do mundo moderno. Acusada
repetidas vezes (a maioria com razão) de estar presa a um passado de glórias
longínquo, a empresa resolveu mostrar o contrário. Sendo assim, e neste ponto
sendo igual ao híbrido Prius da Toyota, o Volt não foi feito para ganhar
dinheiro. Foi feito para mostrar toda a capacidade técnica da empresa que o
criou.
Pensem nisso. O Volt
não tem a missão de fazer dinheiro. Na verdade, a GM deve perder dinheiro em
cada um deles, ou no mínimo, empatar os custos de produção. Nem Rolls-Royce nem
Ferrari são assim, e portanto já de cara o Volt é uma coisa especial: um carro
que vale mais do que seu preço de venda.
O carro é focado como
um carro esporte. É pequeno para manter o peso contido, o teto é baixo para
diminuir área frontal, o desenho é extremamente aerodinâmico. Forma subjugada
por sua função; que saudade de coisas assim. O capô é totalmente selado com
guarnições, e em volta do radiador, por trás da grade do pára-choque, há um
funil plástico para que nenhum ar escape e cause arrasto. A grade superior é
apenas estética, fechada.
Por dentro, é como um Aston Rapide: espaço contido e
apenas suficiente, quatro bancos individuais. Como o Aston, alta performance é
o objetivo aqui, economia em um, velocidade em outro. A dificuldade para entrar
atrás, para os mais altos, também é similar.
O carro é todo baixo,
e contando com a pesadíssima bateria montada bem baixa, e enormes (grandes
demais) pneus em levíssimas rodas forjadas de 17 polegadas, pôde ter
uma regulagem de suspensão muito macia, sem prejudicar o comportamento. O carro
tem uma maciez ao rodar simplesmente impecável, sensacional. E o resto do carro
é tão mudo quanto o motor elétrico, o que é um grande feito.
A posição de
dirigir é ótima, e o volante do Cruze/Cobalt, perfeito em diâmetro e pega. A
direção, assistida, é leve mas precisa, e os comandos são como gostava o
gentleman LJK Setright: esforço ínfimo, informação suficiente para entender o
que está acontecendo lá fora.
Tudo isso era
esperado. O que eu realmente não esperava era que fosse tão forte quanto é. O
motor elétrico de tração gera apenas 150 cv, mas o que faz diferença mesmo são
os 37,7 m·kgf de torque. Desde zero rpm, até a velocidade máxima limitada a 160 km/h, constantes.
O carro é pesado, e
portanto os números de desempenho, se olhados numa revista, são apenas bons,
mas do banco do motorista a sensação é simplesmente sensacional. Sentir aquela
puxada incrivelmente forte no mais absoluto silêncio me ganhou na hora, e
deixou a memória do carro pra sempre comigo. Num mundo cada vez mais igual e
anestesiado, finalmente algo realmente novo e interessante.
E na estrada, a
aerodinâmica refinada, e a baixa resistência a rolagem do carro se somam aos 37,7
m·kgf sempre presentes para tornar a viagem extremamente prazerosa. É afundar o
pé, e aparentemente não há mudança no ritmo de aceleração, do zero até a
velocidade máxima. O carro desliza no mais absoluto silêncio, empurrando com
força. Quando o limitador corta a brincadeira a 160, se toma até um susto:
podia jurar que estávamos ainda a 100. Sim, meninos e meninas, ecológico ou
não, aquilo anda pacas, de uma forma inédita para mim. Adorei.
E nem importa que,
como qualquer elétrico, a autonomia seja baixa no modo elétrico e demore uma
eternidade para que se recarregue a bateria: quando o motor a gasolina de 1,4 litro e 84 cv entrou
em funcionamento pela primeira vez, só tivemos certeza que tinha entrado mesmo
pelo painel, que nos avisou. É extremamente silencioso. E não é conectado ao
pedal do acelerador: o carro responde como um elétrico sempre, sempre da mesma
forma, com a mesma força. Sempre, mesmo com a bateria teoricamente exaurida,
quando paramos o carro, está tudo desligado lá na frente, e apenas o ar-condicionado impede o silêncio absoluto.
E sempre suave feito
seda japonesa cobrindo bunda de bebê limpinha com talco perfumado. Liso, liso,
liso. Suave. Gostoso. Não importa que seja bom ou ruim para o meio ambiente, é
um carro delicioso de se usar, ponto final. É melhor que um carro normal, e
isso sim é uma revolução!
Mas tinha que ser.
Lembrem-se: vale mais do que custa. E aqui é que está o grande problema. Com
aquela bateria grande e cara, e aquele gerador/transmissão complexos, não há
maneira de ficar com preço comparável a um carro comum. É como colocar dois
motores e duas transmissões. E tenho minhas dúvidas se o mesmo carro, sem o
peso das baterias e com o motor 1,4-litro turbo do Cruze Eco americano, não
seria mais econômico e menos poluente quando não se está com bateria carregada.
O que, infelizmente, acontecerá muito, a não ser que você rode bem pouco por
dia.
Mas nada disso
interessa. Deslizar por aí com aquele treco que parece não ter arrasto nenhum,
com 37,7 m·kgf sempre disponíveis, é muito bom. Bom demais! Eu quero um para
mim!
MAO
O VOLT POR ARNALDO KELLER
Algumas considerações sobre o Volt e o futuro dos carros elétricos
no Brasil:
Fico imaginando o quanto esse carro deve durar. A bateria tem garantia de 8 anos, portanto, deve durar bem
mais que isso. Motor elétrico, todos sabem, tem uma só peça móvel, não dá
problemas, e dura muito mais que um motor a combustão.
O motor a combustão do Volt raramente deverá trabalhar, só
em viagens, e além disso, quando trabalha, o faz em rotação ideal e constante.
Então, quando o carro tiver rodado 100.000 km, o motor terá “rodado” só uns 20.000 km, por exemplo
(isso vai variar de usuário para usuário e só o tempo nos dará uma média). Esse carro vai rodar, na boa, mais de 600.000 km, e sem
problemas. Será que a GM se tocou que esse carro vai durar muito mais?
O que o consumidor fará? Vai trocar de Volt em busca de
novidades ou vai partir para o costume de trocar com menos freqüência?
Outra vantagem “ecológica” virá de que, se menos carros são
fabricados, já que a troca será menos freqüente, menos energia e material serão
gastos na fabricação do carro, e isso pesa, sim. Países como o Brasil e Israel, onde a carga de impostos
sobre o automóvel é altíssima, teriam a vantagem de o governo – caso deseje
incentivar o uso e desenvolvimento dessa nova indústria, a dos carros elétricos
– só ter que cortar parte dos impostos, e não ter que injetar dinheiro como o
governo dos EUA vem fazendo, ao contribuir com U$ 7.500,00 na compra de carros
elétricos como o Volt. O governo de Israel fez isso, topou a parada. O projeto
Better Place está dando muito certo por lá.
Não interessa muito aos governos e aos monopólios que o
consumidor fique independente. A produção de energia elétrica, com o
desenvolvimento e barateamento dos painéis solares e outros modos de geração em
pequena escala dessa energia, tende a ser economicamente viável, tipo painel no
telhado de casa, coisa já comum na Alemanha. Carrega-se uma bateria de dia e à
noite ela passa a carga para a do carro. Simples.
Isso evita redes de
transmissão, impostos (se for no Brasil, muita grana pra corrupção), cadeia
produtiva, lucros etc. Seria como cada casa tendo o seu pocinho de petróleo e
sua refinariazinha debaixo da pia da cozinha. Os caras não vão gostar. Não vão
não...A Marta Suplício já tentou cobrar imposto sobre a luz do Sol que incidia
sobre os painéis solares paulistanos. Acredite, é verdade. Bom, se o leitor for
brasileiro, acredita. Gringo é que não acredita.
As informações são de que a carga tributária sobre nossa
energia elétrica é de 52%. Nos EUA a energia elétrica custa a metade do que custa a
brasileira, ou seja, bate com a nossa se esta ficar isenta de impostos.
Então, como é que fica? Lá o imposto é zero? E mesmo que
fosse zero, porém não é, não devemos nos esquecer que aqui 85% de nossa energia
provém da fonte mais barata, a hidráulica, enquanto que lá vem das mais caras,
como carvão, nuclear etc.
Resumindo: se paga uma barbaridade aos geradores de energia.
Ineficiência, lucros disfarçados, corrupção etc, ou seja, estão nos dando um
cambote dos bons.
A vida do brasileiro é atravessar um canil com os braços
cheios de lingüiça. O que não falta é cachorro nos mordendo a carga e as
canelas.
O nosso governo esquentando a cabeça para incentivar carro
elétrico? Esqueça, ainda mais com o lobby dos usineiros trabalhando tão diretinho.
AK
Ficha
técnica Chevrolet Volt
|
|
Modelo
|
2011
|
Carroceria
/ transmissão:
|
Veículo
eletrico de autonomia estendida, hatchback de cinco portas, tração dianteira
|
Construção
|
Monobloco
com zonas deformáveis dianteira e traseira, pára-lamas dianteiros, capô,
teto, painéis de porta, lateral da carroceria em peça única; revestimento dos
pára-choques em olefina termoplástica (TPO)
|
Principais
concorrentes
|
Nissan
Leaf, Toyota Prius, diesels de baixas emissões, sedãs esportivos médios
|
Local de
fabricação
|
Fábrica
Hamtramck, Hamtramck, Michigan
|
Local de
fabricação da bateria
|
Brownstown
Township, Michign.
|
Sistema
de bateria
|
|
Tipo
|
Sistema de
armazenamento de energia recarregável compreendendo vários módulos
interligados
|
Tamanho/carcaça:
|
Em forma
de "T",1.676 mm de comprimento / Estrutura de compósito de
poliéster revestido de vidro com defletor de alumínio para radiação térmica e
aço
|
Masas
(kg):
|
198
|
Química
da bateria
|
íons de lítio
|
sistema
térmico
|
Controle
térmico ativo a líquido
|
Células
|
288, prismáticas
|
Autoomia
combinada elétrico/estendida:
|
Até 560 km
|
Garantia
|
Oito anos / 160.000 km
|
Energia:
|
16 kW·h
|
Motor
|
|
Tipo
|
DOHC,
1,4-litro, 4 cilindros em linha
|
Cilindrada
(cm³)
|
1.398
|
Diâmetro
x curso (mm):
|
73,4 x 82,6
|
Material
do bloco
|
Ferro fundido
|
Material
do cabeçote
|
Alumínio
|
Trem de
válvulas
|
Quatro válvulas
por cilindro, variadores de fase de admissão e escapamento continuamente
variáveis
|
Sistema
de ignição
|
Bobinas
individuais nas velas, tipo cassete
|
Formação
de mistura
|
Injeção
seqüencal com acelerador de controle eletrônico
|
Taxa de
compressão
|
10,5:1
|
Potência
líquida:
|
85 cv a 4.800 rpm
|
Controle
de emissões
|
Catalisadores,
sistema de ignição 58x, galeria de combusíível sem retorno, aquecimento
rápido dos catalisadores, sonda lambda
|
Combustível
recomendado
|
Gasolina premium
|
Consumo
de combustível médio (EPA) (km/l)
|
40,5 (elétrico), 15,7 (gasolina)
|
Tração
elétrica
|
|
Tipo
|
Elétrica,
rodas motrizes dianteiras
|
Motores
elétricos (dois)
|
Motor de
tração, 150 cv, gerador, 73 cv
|
Torque do
motor de tração
|
37,7 m·kgf
|
Transeixo
|
Sistema
Voltec de tração elétrica
|
Tempos
de carga
|
|
120 V:
|
Cerca de
10-12 horas (esses tenpos podem variar)
|
240 V:
|
Cerca de
4 horas (esse tempo pode variar)
|
Desempenho
|
|
Velocidade
máxima (km/h)
|
160
|
Autonomia
elétrica (cidade, km)
|
40 a 80 (baseado no ciclo urbano EPA e
dependendo da topografia, modo de dirigir e temperatura)
|
Autonomia
elétrica/ estendida
|
Até 560 km, incluindo elétrico
com bateria totalmente carregad e tanque de combustível cheio
|
Chassi/Suspensão
|
|
Dianteira
|
Independente,
McPherson com módulos de carga lateral, molas helicoidais, barra estabilizadora
oca de ação direta e buchas de rodagem hidráulicas
|
Traseira
|
Eixo de
torção com perfil em "U" de parede dupla, molas helicoidais e
buchas hidráulicas
|
Controle
de chassi:
|
ABS; de 4
canias, controles de tração e de estabilidade
|
Tipo de
direção
|
ZF de
pinhão e cremalheira com assistência elétrica
|
Nº de
voltas entre batentes
|
2,8
|
Diâmetro
mínimo de curva (m)
|
11
|
Relação
de direção
|
15,4
|
Diâmetro
do volante de direção (mm)
|
370
|
Freios
|
|
Tipo
|
A disco
ventilado nas quatro rodas com ABS e EBD, eletroidráulco, totalmente
regenerativos para capturar energia
|
Diâmetro
dos discos dianteiros (mm)
|
300, com
pinças flutuantes de aço, pistão de 60 mm de diâmetro
|
Diâmetro
dos discos traseiros (mm)
|
292, com
pinças flutuantes de aço, pistão de 38 mm de diâmetro
|
Rodas/Pneus
|
|
Dimensões
e tipo de rodas
|
7 x 17 pol., alumínio forjado,
fixação por cinco parafusos
|
Pneus
|
Goodyear Fuel
Max P215/55R/17 de baixa resistência à rolagem, faixa preta, ano-todo
|
Dimensões
|
|
Exterior
|
|
Entreeixos
(mm):
|
2.685
|
Comprimento
(mm):
|
4.498
|
Largura
(mm):
|
1.788
|
Altura
(mm)
|
1.430
|
Bitola
dianrteira (mm):
|
1.556
|
Bitola
traseiro (mm):
|
1.578
|
Balanço
dianteiro (mm):
|
993
|
Balanço
traseiro (mm):
|
820
|
Interior
|
|
Nº de
lugares (na frente/ atrás):
|
2 / 2
|
Espaço
para cabeça (dianteiro / traseiro, mm)
|
960 / 914
|
Espaço
para ombros (dianteiro / trseiro, mm):
|
1.435 / 1.369
|
Largura
região dos quadris (dianeira / traseira, mm)
|
1.365 / 1.301
|
Espaço
para pernas (dianteira / traseira, mm)
|
1.067 / 866
|
Volume do
porta-malas (L):
|
300
|
Capacidades
|
|
Massa em
ordem de marcha (kg);
|
1.715
|
Arrefecimento
do gerador (L):
|
7,3
|
Arrefecimento
das baterias (L):
|
7,.0
|
Arrefecimento
do controle eletrônico de potência (L)
|
2,9
|
Tanque de
combustível (L):
|
35,2
|
Óleo do
motor c/ filtro (L):
|
3,5
|
Fluido do
transeixo (L):
|
8,45
|
Torque de
aperto de roda (kgf·m):
|
14
|
Coeficiente
de arrasto aerodinâmico (Cx)
|
0,28
|
VÍDEOS
Descendo a Imigrantes
Descendo a Imigrantes
Subindo a Imigrantes
VOLT contar, que barato de carrinho!
ResponderExcluirMuito bom!! Um dos melhores posts com certeza!
ResponderExcluirPode parecer uma comparação um tanto quanto idiota, mas penso que dirigir um carro que não faz barulho deve ser como dirigir uma Kombi "a agua" depois de passar a vida todo ouvindo o motor "a ar". A primeira vez que eu vi uma Kombi silenciosa, senti meus neurônios dando um nó na cabeça. Acho que andar com o Volt me fará ter o mesmo sentimento. Que assim seja!
Mas esportivos, por favor, continuem só com motor à combustão e com câmbio manual!
Até hoje eu acho estranho o "silêncio" das Kombis a água...
ExcluirMuito bacana a avaliação, o post de uma maneira geral, feito com tantas mãos.
ResponderExcluirConfesso que esperava menos do Volt do que ele realmente tem! Parabéns mesmo!
É ISSO AÍ SENHORES, PAU NO PASSADO, O FUTURO CHEGOU!!!
ResponderExcluirEsse Plutônio só pensa em pau. Bichona.
ExcluirPlutbicha
ExcluirEu ainda acho isso uma tremenda complicação. Baterias gigantes, 3 motores, freios elétricos, etc, etc, etc. E se todo mundo usar carro elétrico, a eletricidade vai subir e vai tudo por água abaixo.
ResponderExcluirPoluição? Ah, faz me rir. Tirando meia dúzia de utópicos, ninguém está nem aí, o que interessa é a economia.
Tu leste o texto inteiro tchê?
ExcluirPainéis de captação de energia solar podem dar uma boa contornada.
Sendo um elétrico como o Volt, ele não necessariamente precisa ser recarregado na tomada. Com isso, teríamos um uso menor de combustível fóssil como combustível.
ExcluirFreio elétrico? Que eu saiba o freio é normal, o motor elétrico faz frenagem regenerativa para recuperar energia.
Carro hoje em dia já é um "ser" complicado por si só. Veja o projeto de uma injeção eletrônica e me diga que aquilo é simples...
Eu trabalho com tecnologia e sei na pele o custo da tecnologia. Principalmente quando ela dá problema. Trabalhando com TI você aprende a dar valor ao simples, porque o complicado é lindo, mas quando dá problema vira uma torneira de dinheiro aberta. Então quando vejo algo complexo demais, eu vejo algo caro pra manter.
ExcluirVOLT NO BRASIL UM SONHO BOM, PORÉM QUASE "IMPOSSÍVEL".
ResponderExcluirUm teste do Volt, no Brasil, que beleza.
ResponderExcluirDesde o post com o capítulo do livro do Lutz já deu pra mudar um pouco de idéia que eu tinha sobre o Volt, achava que era algum tipo de embuste.
O que mata mesmo é o peso das baterias.
Quantas marchas tem esse carro?
ResponderExcluirmarchas?
Excluirmarcha da liberdade?
marcha da maconha?
Muito legal o post. Dona Dilma poderia conceder isenção de impostos para os elétricos. Vale assistir isso aqui, o desenvolvimento do Volt, programa na NGC:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=EbiRLWpDF2k
O Volt tem melhor desempenho e comportamento dinâmico, mas o Prius HPV é mais econômico, por larga margem, mesmo usando baterias NiMH menos eficientes.
ResponderExcluirOu seja: Nao e exclusividade do Corolla ser o "sem-graca" da Toyota...
ExcluirClaro, tudo a ver uma coisa com a outra...
ExcluirJá vi um Volt andando num estacionamento da USP uma vez. A GM estava fazendo alguma exposição lá pro pessoal da Engenharia Mecânica, se não me engano. O que me ficou de lembrança é o motorista com uma cara de absoluta satisfação, fumando um cigarro, tranquilo.
ResponderExcluirQue maravilha, um carro feito para não poluir ,e a GM deixa o motorista fumar, cômico se não fosse tragico.
ExcluirSerá que isso foi sério? É a GM que tem que deixar ou proibir alguém de fumar? Fumar polui? Então não podemos ter fogões a gás, nem fogão de lenha? Ah, sem falar no caos ambiental que deve se formar quando ligamos um cortador de grama com motor a gasolina!!
ExcluirGuilherme,
Excluircortadores de grama e similares poluem mais que carros com motores grandes.
Divirta-se com essa matéria do Edmunds:
http://www.insideline.com/features/emissions-test-car-vs-truck-vs-leaf-blower.html
Vocês já viram Porto Alegre ao meio-dia de domingo? Todo mundo acende sua churrasqueira pra fazer o churrasco do domingo, fica tão fumacento quanto São Paulo... Deviam proibir o churrasco tb... Bando de alarmista, credo!
ExcluirImagino o carro do futuro movido não por eletricidade, mas sim por...energia nuclear! Estarei "viajando" muito? Também para o futuro (embora saindo do assunto carro), imagino toda a eletricidade de uma casa e os aparelhos todos que dela necessitam, sendo movidos por uma simples bateriazinha de tamanho minúsculo e super potentes com grande durabilidade, que se compraria em qualquer esquina. Acabou, retira-se, e substitui. Já pensaram? Isto eliminaria fios, as instalações elétricas todas de uma residência, bem como tudo o que é necessário para levar a energia das hidrelétricas até os usuários finais!
ResponderExcluirDe certo modo eles já existem; basta o carro ser elétrico e a eletricidade ser produzida por uma usina atômica.
ExcluirOs demais automóveis são solares. Solares?!? Sim, são movidos a energia solar, direta ou indiretamente, como abaixo:
Eletricidade criada por células solares => energia solar.
Etanol => energia solar absorvida pelas plantas para crescer retirando CO2 da atmosfera.
Gasolina / diesel => idem ao etanol, porém a energia solar foi absorvida há milhões de anos, virando plantas e animais e posteriormente combustíveis fósseis.
Carvão mineral => praticamente idêntico à gasolina e ao diesel (também é um combustível fóssil).
Energia de uma hidroelétrica => energia solar esquenta a terra, provoca evaporação da água, que vira vapor, depois chuva e enche os reservatórios de água usados para gerar eletricidade.
Energia eólica => energia solar esquenta a terra, provoca diferenças de temperatura, que produz movimentações da atmosfera (vento) que são usadas para mover "cata-ventos" e gerar eletricidade.
Etc. Ou seja, temos poucas alternativas que não sejam solares ou por energia nuclear.
Imaginem se esse governo vai virar as costas para a Petrossauro e os usineiros...
ResponderExcluirSem contar que a eletricidade custa um absurdo no Brasil, não há aqui (de que eu saiba) tarifas diferenciadas para usar energia à noite, e com certeza o governo iria alegar que a energia está barata para uso doméstico, portanto deveria aumentar se usada para carregar baterias de carro. Mais ou menos como aqueles aquecedores de ambiente a gás da Prosdócimo (lembram?), que foram proibidos porque o governo subsidiava o GLP para ser usado somente para cozinhar.
Enfim: DUVIDO que o governo libere esse carro por aqui. Não sem mais um absurdo aumento da eletricidade, ou mandando a GM "desabilitar" a carga via tomada.
Aqui tem tarifas diferenciadas para clientes industriais, assim como verificação de "sujeira" na rede e fator de potência. Mas pra clientes residenciais, ainda não há esse rigor todo.
ExcluirPorém, se o carro elétrico "pegar" por aqui, certamente essa medida seria adotada para clientes residenciais também, senão a malha daqui não aguentaria. O horário de verão é uma medida nesse sentido.
Por falar em mudanças profundas e radicais, eu também, de certo modo até hoje, "não me sinto à vontade" ao ouvir uma Kombi com motor 1.4 em funcionamento. Parece que tem alguma coisa errada, estranha ou a que não se está acostumado.
ResponderExcluirTalvez, porque as mudanças demorem muito a se concretizarem.
Ou talvez, porque sejamos muito resistentes a mudanças.
O que me preocupa no Volt, ou em qualquer outro elétrico, híbrido ou o que mais for do gênero, é a manutenção futura. Será que seus proprietários estarão fadados a ter que se sujeitar, pelo resto da vida útil do veículo, à desditosa, nem sempre competente e caríssima assistência técnica das concessionárias autorizadas?
Bem, é uma questão que deixo em aberto. Com a injeção eletrônica até que não foi assim, mas com os sistemas de airbag, ABS e câmbios CVT e "Tiptronic" da vida, infelizmente está sendo.
Quanto à liberação governamental por parte desse tipo de veículo, já está homologada, se vemos Prius e Volt com placas cinzas isso quer dizer que a importação foi autorizada. Somente os não modelos homologados portam placas verdes.
O mais interessante post que já li desde que conheci o blog. Ficou muito bom o formato de diferentes pessoas analisarem tudo de diferentes perspectivas. A vontade de ter um é enorme agora, que pena que ainda esta um pouco longe disso no Brasil. E como disse AK, quando (e se) aqui chegar, logo os "cachorros vão morder nossas linguiças"...
ResponderExcluirVIVA A GM.ELA VAI DAR A VOLTA POR CIMA!
ResponderExcluirE se o o motorista ficar muito tempo sem carregar na tomada, abastecendo apenas com gasolina por achar que assim está bom? Existe algum problema nisso? O sistama ordena/avisa que se deve recarregar as baterias?
ResponderExcluirSem problema. Vale lembrar que fica sempre 30% da carga da bateria (tecnicamente bateria vazia) e como é bateria de lítio, não tem efeito memória. Apenas o que vai aparecer é que a bateria está vazia (leia-se que chegou ao limite de 30%).
ExcluirPor ora, a autonomia de 606 km (gasolina mais eletricidade) do Volt não pode ser considerada tão extraordinária para a proposta do veículo, mas temos de considerar como o primeiro passo. Provavelmente deve-se mais aos 35 l de gasolina (vai ver, não consultaram a equipe da GMB, equipe essa que, como outras equipes de projeto sediadas aqui, é boa de conseguir fazer tanques de maior litragem para um mesmo espaço).
ResponderExcluirCreio que parte disso possa ser contornada na próxima geração do veículo, imaginando-se aqui que consigam criar uma bateria compacta o suficiente para inclusive liberar mais um lugar na fileira de trás.
Seria interessante saber se a LG Chem, firma que fornece as células da bateria do Volt, já está pesquisando alguma tecnologia para aumentar a vida útil da bateria, permitir que receba mais carga e fique mais leve. Não esqueçamos que recentemente a IBM apresentou a bateria de ar-lítio, que permitiria a um carro puramente elétrico rodar 800 km (http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bateria-ar-litio). Um Volt que tivesse essa bateria poderia sossegadamente fazer longas viagens só na força elétrica. Porém, ainda assim ficaria a questão de tempo de reabastecimento. Os menos de dez minutos para encher o tanque de gasolina seguem sendo bem mais atrativos do que as muitas horas que uma bateria leva para ficar completamente carregada. Portanto, é preciso saber quando é que teremos uma bateria que consiga carga total em tempo parecido com o que se leva para encher o tanque de um carro.
Por ora, também há o inconveniente de o Volt usar plataforma de carro a combustão (a Delta, aqui conhecida na forma de Cruze). Acabou ficando aquele lance de adaptar um hardware elétrico em algo que não é 100% dedicado a isso. Nessa, ficamos com aquela enorme bateria em T roubando espaço na fileira traseira e inviabilizando o Volt para um uso mais familiar. Quem sabe a próxima geração do carro possa ser feita em uma plataforma específica, em que a bateria fiquem integralmente espalhadas no assoalho, permitindo que esse inclusive seja plano. Se as bateria estiverem evoluídas quando dessa nova geração, significaria inclusive aumento de autonomia elétrica sem aumento de peso, uma vez que um assoalho tem mais área que o espaço que seria do túnel do escapamento na Delta.
Se bem que isso não é tão problema se pensarmos que o Nissan Leaf, em que pese ter plataforma específica e ser totalmente elétrico, foi pensado para usar a mesma linha de montagem de carros a combustão, o que faz seu arranjo interno ter vícios que geram um senhor degrau no porta-malas e que impedem uma plataforma de carga plana com o banco traseiro rebatido.
Retornando ao Volt, também é preciso ver se também não há como se aproveitar as potencialidades da propulsão exclusivamente elétrica para se eliminar alguns vícios de origem. Provavelmente não seriam necessárias rodas de aro 17, até porque em tese dá para usar freios físicos menores e usar o próprio motor ativamente na frenagem. Aqui temos de falar do trólebus, pois sempre me lembro de andar em um que estava com uns probleminhas mecânicos e o cobrador estar tranquilíssimo e explicar aos passageiros que o veículo tem dois sistemas de freio (um do motor elétrico e outro físico) e que o nível de redundância segura no trólebus é bem mais alto que no ônibus a diesel. Portanto, pergunto se a frenagem do Volt não é ajudada pelo próprio motor elétrico, ainda mais pensando que há regeneração de energia. Dependendo da situação, daria para pensar em rodas menores e freios de menor diâmetro, o que permitiria caixas de roda menores e mais espaço interno.
Vendo para Crer.
ResponderExcluirNão acredito nesta concepção do volt por uma razão muito simples.Como pode num carro de 1.700Kg um motor a combustão de 1.4l ser mais eficiente atuando indiretamente, via gerador, motor elétrico do que diretamente? Uma insensatez, pois tudo que gera desvios e caminhos indiretos gera desperdício e ineficiência. Descobriram a pólvora? Definitivamente tem algo errado.Além do mais fazem as contas como se o preço da energia fosse ficar eternamente ao custo atual e fosse gerada sem nenhum custo e emissão zero, o que é uma falácia. Imaginem carregar uma frota de 30 milhões de veículos?
Dispositivos elétricos decentes costumam ter eficiência acima de 90%, com certeza. Motores a combustão só produzem potência e torque consideráveis a determinadas rotações. Então, nada melhor que aproveitar o motor térmico em sua melhor faixa (mantida praticamente constante pelo computador, tendo-se economia e potência) e alimentar algo que tem muita eficiência.
ExcluirSem contar que existem perdas de transmissão do motor a combustão às rodas. Pelos números antigos que tenho, essa perda é da pordem de 20% (o pessoal mais experiente do AE com certeza tem esse número mais correto). As perdas do Volt com o motor de combustão gerando eletricidade não deve chegar a 10% (do motor a combustão até às rodas).
ExcluirSe não me engano, para motores transversais entre 100 e 200hp e câmbio manual, a perda (do motor ao asfalto) é aceita como sendo da ordem de 15%. Note que, no caso do Volt, além das perdas no gerador, controlador e motor elétrico, ainda há que se considerar as perdas do sistema epicicloidal de 2 velocidades, transmissão final, semi-eixos e pneus, que ainda estão todos lá. O ganho em eficiência geral do sistema vem da capacidade de manter o motor a gasolina em faixa ótima de eficiência, e da capacidade de regeneração de energia nas frenagens. Assim como em certos outros híbridos.
ExcluirAo Juvenal Jorge, lembro que um dos problemas da ampliação do sistema de trólebus em São Paulo (que tem a segunda maior rede do mundo, só perdendo para Kiev) está em algumas questões importantes:
ResponderExcluir1) Trólebus tendem a funcionar melhor em corredores segregados. O corredor 9 de Julho/Santo Amaro originalmente foi pensado para ser usado exclusivamente por elétricos. Trólebus dividindo via com outros veículos perde em agilidade;
2) Outra questão está na concepção do sistema. Trólebus, por depender de energia fornecida instantaneamente por linhas suspesas, não pode ultrapassar outro trólebus que estiver usando a mesma linha. Aqui também há perda de agilidade;
3) Há também um complicado sistema de chaves nas linhas suspensas em que o veículo precisa passar a uma velocidade certa para bater corretamente nas referidas (como nas vezes em que há um entroncamento). É aquele momento em que o trólebus desliga e em frações de segundo religa por estar na outra linha. Se o motorista não bate direito naquela chave, o "chifre" pode cair e o veículo para, podendo gerar uma onda de tráfego;
4) Se houver algum problema no trajeto do trólebus, podendo ser externo à rede, não há como o veículo mudar de trajeto, salvo se tiver a bateria para marcha de emergência, que permite que ele rode desconectado por um pequeno tempo. Os trólebus paulistanos não têm isso e um exemplo disso ocorre na linha 408A (Machado de Assis/Cardoso de Almeida), em que uma vez houve problema em subestação e ela teve de encurtar o trajeto para a praça da República e usar o retorno normalmente usado pela linha chamada Praça da República.
Talvez a melhor solução para que se eletrificasse 100% da frota de ônibus paulistana fosse o uso de ônibus com capacitores, como a China vem fazendo (http://www.technologyreview.com/energy/23754/). Capacitores têm a desvantagem de, atualmente, armazenar pouca energia em comparação com baterias, mas têm a vantagem de carregarem mais rapidamente. Traduzindo para coletivo, significa que um ônibus desses pode aproveitar o tempo que fica parado para também se reabastecer, tendo com isso energia suficiente para ir até o ponto seguinte, podendo até mesmo pular pontos se não tiver passageiros.
Fora isso, há as vantagens do ônibus a diesel, como poder facilmente mudar o trajeto se for a necessidade, bem como facilidade no planejamento de linhas.
Aliás, vale lembrar que já existem estudos para criar capacitores que armazenem muita energia e tenham grande autonomia. Com isso, em tese daria para pensar não só em ônibus como em carros elétricos que fiquem com "tanque cheio" bem rapidamente, o que poderia significar o argumento que faltava para que se arraigue a propulsão elétrica e uma independência de combustíveis líquidos e motores a combustão.
Guilherme Entendi!
ResponderExcluirEntão é algo ineficiente gerando propulsão para algo eficeente. Resultado: Algo mais ineficiente ainda, pois os atalhos e cotovelos somente geram mais desperdícios.
Nos carros "normais", as perdas do motor a combustão até às rodas é de 20%, aproximadamente (ou seja, de cada 100 cv, somente uns 80 cv chegam às rodas). No Volt, creio que as perdas do motor à combustão, gerando eletricidade, deve ser inferior a 10%, até essa potência chegar às rodas. Com certeza o pessoal do AE tenha os números mais corretos.
ExcluirEste carro é fantástico. Fica ate dificil de entender a timidez dos americanos com um exemplo tão superior a tudo o demais que está no mercado. É a tal da percepção e as pessoas hoje acabam achando que o que vem das big three não tão bom assim. O problema é que mesmo os americanos se acanham e ficam assim, meio sem querer levantar a cabeça.
ResponderExcluirA GM está de parabéns pelo Volt e por otros lançamentos recentes também A Ford vai bem, e até a Chrysler ganhou nova vida com a Fiat. Acho ótimo
Luiz.
e de pensar que ainda estamos comprando carro zero com motor de monza, dessa mesma GM, triste! Brasil, um pais de Tolos.
ResponderExcluirEsse teste do Volt veio confirmar que o carro é mesmo muito bom, impressão que tive ao ler as primeiras impressões logo após o lançamento/apresentação.
ResponderExcluirO único porém fica no preço, elevado devido à alta tecnologia envolvida. Por outro lado, como a vida útil do carro deverá ser bastante longa (pelos aspectos apresentados pelo AK), talvez esse preço seja compensado no longo prazo.
De qualquer maneira, para quem tem possibilidade de pagar o preço do carro, não deixa de ser uma opção muito interessante. Ruim mesmo é saber que nós, brasileiros (como sempre...), estamos de fora da lista, ao menos por enquanto...
Quem precisa de um commuter de 1700 kg? Acho que a maior simplicidade de Prius e Fusion híbridos fazem muito mais sentido. Afinal, a maior motivação de um híbrido não é, no fim das contas, a economia de recursos naturais?
ResponderExcluirNo mais, inacreditável como a GM empresta um Volt para vocês e ao mesmo tempo não empresta um Celta sequer para o BCWS. Por um lado, nada como ser bem relacionado; por outro, bem feito para o Fabrício; quem mandou ele apontar o dedo para feridas????
é por isso que toda a imprensa está "comprada"... tipo quatro patas ou auto esporte.
Excluiré por isso também que o consumidor vai emburrecendo, pois muitos jornalistas são prostitutos mais burros ainda.
a ditadura não acabou. A censura agora é do capital.
Ótimo texto de todos!
ResponderExcluirParabéns!
Great! Parabéns!
ResponderExcluirExistem alguns protótipos de onibus hibridos, com um motor diesel pequeno, em comparação ao de um de onibus normal, gerando energia e um elétrico movendo o onibus. O motor gerador é montado na transversal na parte traseira. A desvantagem que observei é o ruído muito alto, talvez por falhas de projeto da encarroçadora. Vejo esta forma como algo muito bom, porque usaria um motor menor como gerador, como um MWM Sprint como o usado na S-10, e eliminaria o grande problema dos onibus urbanos, que são os trancos gerados pela péssima condução dos seus condutores, já que não haveria marchas para serem trocadas, apenas acelerador e freio.
ResponderExcluirAlgo que não entendo é porque o motor do Volt ou dos outros híbridos precisam de comandos ou coletores variáveis se irão operar em um regime ótimo de rotações. Acredito que um motor simples, como o nosso sigma 1.6 da Ford, seria mais simples e barato para este propósito. Poderia inclusive utilizar uma configuração de comando de válvulas mais bravo se fosse mais eficiente, pois não operaria em regime de baixo giro.
Carlos Torres.
Excelente post!!
ResponderExcluirBob e Arnaldo,
ResponderExcluirsó de ver os dois filmes fiquei com saudades do carrão !
Idéias novas são frágeis, não devem ser muito criticadas,pois tem o risco de morte. Achei surpreendente o nível de qualidade de um produto tão novo e diferente, gostei da idéia.
ResponderExcluirNão lembro da data, talvez 10 ou 15 anos atrás a Audi fez um carro elétrico que tinha um motor a combustão carregando baterias e girando a 4000 rpms contantes, evidentemente, devem ter escolhido a rotação de máxima eficiência e menor emissão, os motores de combustão emitem mais nas aceleradas e eventuais bombadas no acelerador. Na época, ainda deviam usar carburadores, o que piora as coisas. A idéia morreu na hora que o petróleo baixou. Fora que devia ser bastante primitivo nos sistemas de controle e mesmo nas baterias, mas era uma idéia semelhante ao Volt, era totalmente elétrico. Acho que estamos com medo de uma tecnologia aparentemente nova, mas é só aparência, terá um desenvolvimento muito mais rápido do que se imagina, o Volt é apenas o rastilho da pólvora. Esse conceito é usado com enorme sucesso faz décadas pelas locomotivas diesel elétricas e nesse caso mesmo sem analisar nada pode se garantir que deve ser super eficiente, ninguém opera um trem diesel elétrico para passear ou fazer compras no shopping, tem que fazer contas para ganhar dinheiro.
Quanto ao preço, a GM para impressionar colocou um monte de rapapés e bobajadas, fez isso corretamente, tem que impressionar bem, mas no futuro se poderá ter carros bem mais simples e mais baratos onde a função seja maximizada na direção da economia. Em todo, abstraindo o investimento, a operação do carro tem custo irrisório pelas contas apresentadas. A situação muda na hora que se coloca o investimento a ser amortizado, mas isso se resolve depois.
Li o artigo do Lutz, lá ele mostra a luta da mudança,mas já vimos isso antes, depois que começa a coisa anda e muito rápido hoje em dia, é uma tecnologia dominada ou fácil de copiar, os chinas já devem ter um Volt Xing Ling custando metade do preço. É bem capaz de ser superior.
Eu quero um, mas tem que ser verdinho.
Gosto muito das novas tecnologias em fontes alternativas. Mas me preocupo com duas questões dos veículos elétricos e híbridos: tempo de recarga e origem da eletricidade.
ResponderExcluirCombustíveis líquidos ou gás veicular levam uns cinco minutos para completar o tanque e os carros rodam centenas de quilômetros, ao invés de meras 100 milhas após horas de recarga...
Energia elétrica no hemisfério norte vem de queima de petróleo e carvão. Poluem e não são renováveis. No Brasil, é renovável, mas causa desequilíbrio ambiental na implantação de hidrelétricas.
Quando resolverem as duas questões, compro um carro desses.
Vendo toda a tecnologia empregada nos carros que possuem propulsão elétrica atualmente, seja integral ou híbridos, conclui-se que a questão do ponto de vista da engenharia do automóvel está satisfeita. De uma forma ou de outra, as montadoras e demais empresas parceiras no desenvolvimento desses carros conseguiram soluções para aumentar a autonomia dos carros.
ResponderExcluirA autonomia reduzida é um problema que até hoje contribui para a pouca aceitação de carros elétricos para uso particular irrestrito. Contudo, os artifícios técnicos utilizados para propiciar ao usuário a mesma comodidade de seu veículo com motor a combustão chegaram em tal nível que atualmente o problema já deixou de ser o veículo, mas toda a infraestrutura necessária para essa ruptura com o modelo atual e a incorporação do carro elétrico em nosso dia-a-dia.
Todos que já comentaram aqui mencionaram pontos importantes que muitas vezes ficam esquecidos enquanto ainda se está maravilhado com a tecnologia apresentada - com todo o mérito, é claro - portanto, apenas deixarei um link para uma matéria pertinente ao assunto a título de complementação de tudo que já foi debatido.
http://noticias.r7.com/record-news/2012/02/01/nblogs-148/
P.S.: Bob, acho que você vai gostar da parte onde o Bock ironiza o discurso ecologicamente correto (e por vezes superficial) que muitas vezes vemos por ai...
Abraços.
Avatar, excelente programa sobre os elétricos! Ressalto aquilo que já falei: os especialistas detonam o mito do ecologicamente correto. A geração de energia continua sendo problema ambiental. hehe
ExcluirO veículo elétrico foi inventado no final do século XIX e deixado de lado. Agora, para mim ainda parece um dinossauro com suas enormes e pesadas baterias e toda a parafernália eletrônica. Quando inventarem baterias do tamanho de um tanque de 60 litros e com mesma autonomia da gasolina, aí sim dá para comprar.
Muito interessante esse Volt, usa o sitema que sempre achei inteligente, que é o motor a combustão somente como gerador para o elétrico, tal qual as locomotivas. Por isso mesmo acho que o volt ficaria mais interessante com o motor 1.0 de 3 cilindros da Opel, ou algo como o 2 cilindros turbo da FIAT, já que não move o carro.
ResponderExcluirMelhor ainda seria se fosse um pequeno 2 ou 3 cilindros a Diesel, que faria a autonomia aumentar ainda mais.
Comentário à parte, as tomadas atuais não são "padrão Lula", Sr. Sharp, mas são padrão internacional, concebido por vários países mas que infelizmente foi implementado em poucos lugares até hoje.
Quando sua utilização for diceminada, será muito prático ter um padrão mundial de tomadas.
Digamos que a LG CHEM consiga forncer para a GM USA baterias mais eficientes, com a mesma capacidade com metade do peso e volume atuais.
ResponderExcluirEu não me importaria de ter uma bateria com +/- 40km de autonomia ao invés de 65 km do modelo atual, tendo em vista que o foco do Volt não é autonomia puramente elétrica, mas sim um sistema integrado de conversão de combustível líquido em eletricidade para a bateria funcionar, sem precisar recarregar o carro em tomadas.
Uma bateria com metade do peso pelo progresso da tecnologia, e mais leve ainda, por ter sua capacidade reduzida, resguardando sua capacidade de rodar trechos urbanos, tiraria uns 150 kg do peso do carro, ou seja, um peso de um pessoa grande, e ainda abriria espaço no banco traseiro. Sem falar nos ganhos indiretos de autonomia, devido ao peso menor...
E se e essa bateria nova, ao invés de ser um grande T invertido no banco traseiro, fosse disposta no formato de placas no assoalho do carro. Isso ainda contribuiria para diminuir riscos de superaquecimento do conjunto, pois uma área maior dissiparia melhor a temperatura das células da bateria, favorecendo inclusive a vida útil delas.
Agora, uma sacada que pode ser uma grande lance genial ou uma burrice sem fundamento. Socorram-me os engenheiros e mecânicos de plantão: E SE, o motor a combustão de 1,4 L fosse substituído por uma turbina? Não falo em motor 1.0 turbo, mas sim uma pequena e eficiente turbina especialmente projetada para produzir eletricidade "on demand" para o Volt, girando o motor elétrico secundário que o Bob Sharp mencionou no artigo que funciona no Volt atual como gerador. Seria mais leve e muito mais eficiente, poderia ser movida a gasolina ou então uma versão específica para usar GNP.
Li no artigo "Bean Counters" do Bob Lutz que o Volt foi feito numa época de vacas magras na GM, não foi possível fazer o projeto todo do zero, tiveram que usar muitas coisas já prontas na prateleira, tais como o motor a combustão 1.4 e a estrutura do carro, derivada do projeto Cruze.
Será que em uma nova versão do carro já teríamos baterias menores, posicionadas de uma maneira menos incômoda dentro da estrutura do veículo e um conjunto de "range extender" que seja uma leve e pequena turbina otimizada com gerador?
Sem falar uso de pneus aro 15 e adoção de diversos outros materiais que contribuíssem para deixar o carro ainda menos pesado. Quem sabe assim o carro poderia ser bem mais leve, indo para bem menos de 1200kg, melhorando ainda mais as médias de consumo?
Não sei porque muitos não vêem esse carro como útil no Brasil. Reportagens na imprensa dizem que a Petrobrás acumula dezenas de bilhões de dólares de prejuízo (ou diminuição sensível de lucro) com essa política de comprar combustível mais caro no exterior e revender mais barato dentro do Brasil para evitar a inflação. A solução definitiva para isso seria adotar carros que consumam bem menos combustível, como o Volt. Pouco importa se usa eletricidade da tomada, pois na madrugada o Brasil joga fora eletricidade pois as hidreletricas tem que verter água sem gerar energia para evitar transbordamentos dos reservatórios.
A economia de combustível não está só no que cada consumidor gastaria menos na bomba do posto de gasolina, mas sim o quanto o governo e a PETROBRAS deixariam de gastar com subsídios que viram fumaça nos escapamentos dos nossos carros FREX que fazem vergonhosas médias de consumo de 6 a 7 km/l.
Desse ponto de vista, o Volt não seria um problema, seria SOLUÇÃO.O ar menos sujo e fumacento, as ruas menos barulhentas e o motoristas mais felizes dirigindo um carro gostoso de conduzir seria BRINDE.
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