Alguns temas no AUTOentusiastas surgem de conversas sem o foco de matéria para o blog, e acabam tomando novas dimensões quando pesquisamos. Esta é uma delas.
Estávamos outro dia eu e o BS conversando por telefone, e
começávamos a falar da reportagem exibida no "Fantástico" sobre a adulteração das
bombas de combustível, que podiam ser desarmadas por controle remoto. Ele
estava admirado com a engenhosidade da fraude, porque podia passar despercebida
de qualquer fiscalização. Eu, por minha vez, nem tanto, escolado em 30 anos
lidando com eletrônica e programação.
No meio da conversa, apenas com o intuito de dar a ele um
exemplo, mencionei um caso antigo. O BS ouviu e deu a dica do assunto virar
este post.
Lá pelo final dos anos 1980 e início dos anos 1990, encerrava-se
o ciclo dos velhos taxímetros mecânicos, apelidados de “Capelinha”, dado o nome
do principal fabricante deste aparelho. Este instrumento, obra de relojoaria ainda movida a corda,
era mais um produto tecnológico que ao longo das últimas décadas cedeu espaço
ao seu similar digital, rumo à total extinção.
O velho Capelinha fora produzido por décadas quase sem
modificações, e os taxistas desonestos sabiam de cór e salteado como fazer o
aparelho mostrar mais do que deveria. Já o eletrônico, esperavam as
autoridades, diante da maior necessidade de conhecimentos técnicos, deveria
estar à salvo das más intenções, pelo menos por um tempo.
Ledo engano. Não demorou muito, e logo aprenderam uma manha simples.
Naquela época a quase totalidade dos carros utilizavam
velocímetros mecânicos, movidos a cabo de aço, e para o taxímetro eletrônico
funcionar era necessário instalar um sensor eletrônico numa das rodas do carro.
Este sensor gerava pulsos que eram contados pelo taxímetro para calcular a tarifa.
Em muito pouco tempo, os malandros logo aprenderam que qualquer pulso acima de determinada potência que surgisse no cabo que vinha do sensor fazia o taxímetro contá-lo também. Por outro lado, o rádio do carro nada mais joga ao alto-falante um sinal complexo que pode ser interpretado como pulso pelo taxímetro.
O taxímetro propriamente dito é um instrumento que é aferido
e lacrado pelo Ipem/Inmetro (Instituto de Pesos e Medidas / Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), não permitindo adulterações, porém o
cabo que o liga ao sensor da roda não possui qualquer lacração e, portanto,
estava facilmente disponível para a fraude.
Não demorou muito e a fraude de ligar a saída do
alto-falante do rádio no cabo do sensor
de roda do taxímetro se espalhou. Com a mesma facilidade com que se espalhou,
logo foi descoberta pelas autoridades. Porém, dada a facilidade com que era
feita e o potencial de táxis afetados, as autoridades alertaram a população,
pois qualquer táxi poderia estar usando o esquema.
O esquema era bem simples: o passageiro entrava no táxi, o
taxista dava a bandeirada, ligava o rádio numa estação com música suave,
ajustava o volume, e o passageiro seguia feliz e sorridente, sem imaginar que a
música suave sangrava seu bolso.
Naquela época, ao saber desta fraude, passei a tomar a
seguinte medida: pedia ao motorista para desligar o rádio. Em pelo menos umas três oportunidades percebi que os
taxistas aceitaram o pedido a contragosto, e em uma delas a tarifa saiu tão
barata que provavelmente o canal do rádio desligado deve ter abafado o sinal de
pulso do sensor da roda e toda a cobrança da viagem foi por tempo.
Isso foi há quase 20 anos, e então decidi pesquisar o que
existe hoje sobre adulteração de taxímetros para esta matéria. Descobri que o
assunto é bastante atual.
No mês de janeiro passado foram apreendidos dois táxis com
taxímetros irregulares pela Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao
Consumidor (Delcon). Num deles, havia um interruptor externo, permitindo ao
taxímetro cobrar até 30% a mais por viagem.
Esta apreensão disparou uma operação de fiscalização dos
táxis de Curitiba, direcionada especificamente para os táxis equipados com
taxímetro da marca B&P, modelo TKS 56. No total, foram apreendidos 181 taxímetros.
Haviam diferentes alterações nos taxímetros apreendidos:
- 174 instrumentos possuíam um mostrador no verso do aparelho e uma segunda saída para o cabo do sensor
- 4 unidades permitiiam o uso de uma chave avulsa, instalada escondida sob o painel, aumentando o valor em até 30%
- 1 possibilitava o aumento de 30% pelo acionamento da tecla B diretamente no aparelho
- Outro possuía uma função aumento de 30% na tarifa pelo cruzamento da divisa da cidade por função do GPS, função esta ainda não contemplada pela portaria mais atual do Inmetro, a de número 070/2010
- 174 instrumentos possuíam um mostrador no verso do aparelho e uma segunda saída para o cabo do sensor
- 4 unidades permitiiam o uso de uma chave avulsa, instalada escondida sob o painel, aumentando o valor em até 30%
- 1 possibilitava o aumento de 30% pelo acionamento da tecla B diretamente no aparelho
- Outro possuía uma função aumento de 30% na tarifa pelo cruzamento da divisa da cidade por função do GPS, função esta ainda não contemplada pela portaria mais atual do Inmetro, a de número 070/2010
Segundo o delegado da Delcon, aumentar o valor da corrida em
30% é permitido somente quando o táxi faz um percurso que o leve até outro
município. Seria o caso, como por exemplo, de uma corrida do aeroporto de
Curitiba, que fica em São José dos Pinhais, até a capital do estado, mas isso
só pode ser calculado manualmente, e não pela automação do aparelho.
Cabe aos comentários do delegado da Delcon um parênteses.
Há uma portaria do Inmetro, a de número 185 de 21 de maio de 2010, que predispõe as condições técnicas e regulatórias para que a automação do recálculo da tarifa seja feita pelo instrumento, porém, em vista o comentário pelo delegado, ela não deve ser aplicável a Curitiba, e, portanto, torna a automação ilegal.
Há uma portaria do Inmetro, a de número 185 de 21 de maio de 2010, que predispõe as condições técnicas e regulatórias para que a automação do recálculo da tarifa seja feita pelo instrumento, porém, em vista o comentário pelo delegado, ela não deve ser aplicável a Curitiba, e, portanto, torna a automação ilegal.
Dois sócios da empresa B&P já foram indiciados pelo
crime de estelionato, havendo também denúncia de ameaças de morte feitas por
anônimos contra estes sócios durante as investigações.
O caso segue em investigação pela Delcon, pela empresa responsável pela Urbanização de Curitiba (Urbs) e fiscais do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).
Recentemente, houve situações semelhantes verificadas em São
Paulo.
Em dezembro de 2011, numa fiscalização que envolveu 215
táxis do Aeroporto de Congonhas, do Terminal Tietê e Terminal Barra Funda,
foram verificadas irregularidades em 9 táxis, em especial a violação dos lacres
obrigatórios.
Em reportagem da TV Bandeirantes, outras fraudes foram
descobertas pelo Ipem/SP. Numa delas, a função de aceleração do taxímetro é feita por
controle remoto diretamente na placa do taxímetro, tal qual vista no caso das
bombas de combustível mostrada no "Fantástico".
Em outra delas, um equipamento de radiofreqüência, instalado junto ao câmbio, ao banco ou mesmo do rádio do carro, interfere no equipamento.
Nos dois casos o taxista infrator cobra quanto quiser de
quem ele quiser, mas no primeiro caso, assim como em Curitiba, temos o
envolvimento criminoso do fabricante do instrumento.
A recomendação dos órgãos reguladores é que o passageiro se
defenda destas fraudes observando a presença obrigatória do lacre amarelo do
Inmetro e do selo holográfico do Ipem, e denuncie ao órgão regulador de sua
cidade qualquer desconfiança de fraude, indicando o motorista e o veículo que
utilizou.
Entretanto, mesmo estes cuidados são poucos.
Lendo a portaria 201 de 21 de outubro de 2002 do Inmetro
sobre a parte técnica dos velocímetros ,
vê-se que o sistema de pulsos necessário ao taxímetro, agora vindo do sensor
eletrônico do velocímetro original do veículo, ainda é bastante simples,
portanto sujeito a fraudes simples, como a do rádio do começo dos anos 1990, bem
como outras fraudes mais sofisticadas e difíceis de detectar, mesmo com um
taxímetro homologado, lacrado e honesto.
Em Curitiba e em São Paulo, visivelmente vemos o
envolvimento de um fabricante de equipamento.
O Inmetro, enquanto órgão regulador e fiscalizador, pode homologar um aparelho dentro das especificações técnicas legais, mas não tem como verificar se o aparelho possui alguma “porta dos fundos” que possa ser acionada para gerar uma fraude oculta, a menos que ela seja muito óbvia.
Um instrumento pode também ser homologado e posteriormente ter seu software alterado para a fase de produção sem que seja perceptível. Este tipo de fraude só é verificável mediante denúncia, sem qualquer garantia de se ou quando ela ocorrerá. Enquanto isso, o passageiro é lesado quase sem defesa.
Então, além da recomendação de observar o lacre e o selo do
taxímetro, ofereço dois sites que calculam a tarifa de táxi em várias cidades
brasileiras:
Estes dois sites podem ser usados em casa, no trabalho ou no
hotel antes de usar o táxi, ou através de um smartphone diretamente de dentro
do táxi.
Caso haja discordância entre os valores calculados e os cobrados, denuncie às autoridades competentes.
E antes que eu me esqueça: quando pegar o próximo táxi, por
via das dúvidas, peça ao taxista para desligar o rádio, é direito do passageiro. Mas certifique-se de que ele apenas não baixou totalmente o volume...
AAD
A real é que o taxista vai continuar cobrando o que ele quiser. Esse negócio de regular o preço do taxi vai continuar sendo desperdício de dinheiro.
ResponderExcluirMais um caso em que o ladrão não precisa apontar uma arma para você...
ResponderExcluirEsse é o brasileiro, se virando como pode, mas não como deve. Se usasse essa esperteza para votar direito...
ResponderExcluirO velho problema do brasil, os brasileiros.
ResponderExcluirBabaca metido a bom...
ExcluirConcordo com vc inclusive ao comentar certas coisas...
ExcluirBrunoQueiroz
MAcapá-AP
Pois é, Raphael: neguinho fica todo indignadinho, mas é EXATAMENTE isto. E em um universo mais amplo, ainda há a velha mania de encontrar um "culpado" externo para os males do Brasil, mas a culpa, a máxima culpa, é dos próprios filhos desta terra.
Excluirvai chegar uma hora que vai ter se que quebrar tudo na porrada e começar do zero
ResponderExcluirDepois as pessoas não entendem pq ninguém usa táxi.
ResponderExcluirCom a Lei Seca, ao sair, passei a não beber. Prefiro não beber a suportar taxistas que, em sua maioria, além de desonestos, são sem-educação, sem noção e dirigem mal e perigosamente. E ser desonesto inclui também o famoso golpe de dar voltas e mais voltas, "se perder", entre outras manias de gente metida a espertalhona.
Enfim, o dia que o taxi aqui em SP for levado à serio principalmente pelos taxistas, eu passo a usar mais.
Sem contar que quando estão com passageiros rodam como uma lesma, acho que a corrida rende mais desta forma (R$), ou fingem estar perdidos.
ExcluirCorsário, não quero generalizar mas minha experiência como usuário de taxis aqui em SP tem sido positiva na grande maioria dos casos. Andando de taxi para ir e vir do trabalho em dias de rodízio, nunca aconteceu de me cobrarem um preço fora do padrão. Em outros trajetos menos habituais, inclusive em áreas bastante afastadas do centro, também não tive problemas.
ExcluirAcredito que os casos relatados pelo autor do post sejam obra de uma minoria. Comparando os taxistas de SP com os de outras grandes cidades do mundo, eu diria que na média estamos muito bem. Aliás, a última vez que fui tungado por um motorista de taxi foi na Alemanha.
Corsário, dependendo da região onde vou, prefiro pegar táxi e correr esses riscos que vc citou do que deixar meu carro na mão dos vallets e manobristas. Já tomei preju com essa turma, então evito.
ExcluirEm lugares onde estacionar é complicado e eu sei que não tem estacionamentos do tipo "tranque e leve a chave", vou de táxi. Até agora tem dado certo.
Agora já peguei táxi que o taxista era carta nova e estava aprendendo a dirigir! Era tranco atrás de tranco, domínio do automóvel zero, deixou o carro morrer várias vezes... Foi tenso. É rir pra não chorar.
sou taxista a 12 anos ,como em todas as categorias não so aqui no brasil como em todo o mundo e em toda profissão tem uma porcentagem de pessoas desonestas , aqui em sampa 35 mil taxistas apenas 9 foram pegos então não podemos disser que são a maioria,tem muita gente honesta neste meio . fuiiii
ExcluirDURO...
ExcluirAlém de ser roubado você pode apanhar deles como o caso do aeroporto do RJ que passou na tv ontem.
ResponderExcluirEssa foi demais né? Bateram no casal por se recusarem a pegar o táxi clandestino.
ExcluirVou falar uma realidade que eu odeio: Já cheguei a conclusão que aqui no Brasil ROUBAR É NORMAL !!!
ResponderExcluirÉ só ver nas Empresas como 80% dos fornecedores te oferecem "bola", ou quando você está com o carro da Empresa abastecendo te perguntam: QUE VALOR EU PONHO NA NOTINHA ?. Isso acontece em Hotéis , Taxis e é considerado ABSOLUTAMENTE NORMAL.
Não vou nem entrar na Política , porque também acho ridículo ... Fui um dos IDIOTAS que pintou a cara para tirar o COLLOR do poder, que roubou só um pouquinho se comparado com a DESGRAÇA que veio depois daquela época...
Mas não se preocupem porque o CARNAVAL tá aí ... e sei que também não é feito com 100% de dinheiro "LIMPO"...vamos comemorar.....
...deixa pra lá que o Carnaval tá aí...
Certa vez, saindo de um lugar no Rio onde ia com frequência e sabia de cor o custo de translado até a rodoviária, fui indagado pelo taxista, que coincidentemente tinha perguntando se eu era de São Paulo: Quer que eu vá por onde? Minha resposta: Custando 11 reais a corrida, você pode pegar o trajeto que quiser.
ResponderExcluirFoi a corrida mais desagradável da minha vida. Ele ficou o trajeto inteiro reclamando como o Paulistano era arrogante, nariz empinado e o escambau. Mas a corrida custou os 11 reais. :)
Maurício Bumba
ExcluirGenial! E a esses fato relatados pelo André, junta-se outro que me indispõe a andar de táxi: com raras exceções, como dirigem mal!
Não ando de táxi pq acho um roubo a corrida. Salvo algumas vezes onde não tem outro recurso.
ExcluirE pq esses "profissionais" dirigem tão mal se ficam sentados o dia todo atrás do volante? Nas poucas vezes que fiz uso deste serviço, deu vontade de pedir p/ dirigir.
Kkkkkkk. Excelente resposta.
ExcluirEsse taxista ficou sabendo que pode ter paulistano arrogante, mas que não é trouxa. Quanto a dirigirem mal, meu Deus! Curiosamente a imperícia, imprudência e negligência parece prosperar justamente entre os profissionais do trânsito, ou seja, taxistas, motoboys, motoristas de 'vans', perueiros de escola e por aí vai.
ExcluirO que mais me incomoda ao andar de táxi é o costume que os motoristas têm de trocar de marcha com giros absurdamente baixos. Tudo bem que o método carga de dirigir gera economia de combustível, mas um mínimo de rotações deve ser observado antes de "subir" marcha. Do jeito que dirigem, até um V8 com 50 mkgf de torque a 2000 rpm irá sofrer na mão dessa classe...
ExcluirBob, sou amigo do Andre e adorávamos discutir temas como desempenho profissional baseado na boa imagem.
ExcluirQuando morei em Santos eu tive um "taxista particular" de um ponto perto de casa. Eu tinha o celular dele e sempre marcava hora quando precisava me deslocar. O cara era tão requisitado que os outros motoristas do ponto colocavam no carro os mesmos acessórios que ele, aerofólio por exemplo, só pro mais incauto chegar perto achando que se tratava do tal motorista famoso.
Última vez que nos falamos ele estava para se aposentar. Filhos criados e com faculdade paga, apartamento quitado e uma vida razoável. E tudo isso sendo honesto, cordial e colhendo os louros desse tipo de atitude. Aqui em Sampa tem muitos assim também. Conheci uma mulher que durante 8 anos pegou o mesmo táxi pra voltar do emprego, todos os dias.
Será que o esperto é aquele que está roubando? Tenho minhas dúvidas.
Fala, Bumba!!! Sumido, hein!
ExcluirOutro dia ouvi uma frase muito boa:
- Se malandro soubesse quanto é bom ser correto, ele seria correto só de malandragem.
O malandro acha que ganha a cada pequena falcatrua. Mal sabe ele que o honesto perde em várias oportunidades, mas ganha muito mais com a fidelidade do cliente a longo prazo.
Em tempo: Trabalhei junto com uma grande empresa de software (Essa mesmo que você está pensando) e conheci um dos responsáveis por desenvolver o sistema operacional das urnas eletrônicas usadas na virada do milênio (Não lembro ao certo o ano).
ResponderExcluirNa época as urnas gravavam o dado em 3 locais diferentes (Um remoto, outro em cartão de memória e o terceiro em uma impressora interna), e toda a informação era criptograda, com uma chave diferente por urna. A única forma de tentar violar seria refazer o sistema após o lacre, mesmo assim esbarrando na validação dos servidores, que possuem as chaves.
Não sei como é feito hoje, mas podemos nos gabar de termos um processo eleitoral maduro, e a seriedade do projeto na época me impressionou.
Com boa vontade, dá pra minimizar as fraudes. O problema é que esses taxímetros muitas vezes são feitos por empresas pequenas, que jogam um selinho do inmetro e pronto. Falta boa vontade de ditar uma norma séria para evitar as fraudes.
O problema é que há de se investir dinheiro em segurança contra fraude, e isso sempre chega no bolso do consumidor.
ExcluirTrabalhei em uma empresa de bilhetagem eletrônica, e muita coisa foi alterada no projeto ao longo dos anos para evitar fraudes de trocadores e usuários. O preço do equipamento passou a ficar caro nesse intervalo, pois há necessidade mais capacidade de armazenagem, processamento e periféricos.
Se houver maior boa fé das pessoas, maior empenho da polícia em investigar e melhor bom senso da Justiça em punir infratores, a situação seria bem melhor.
Essas questões brasileiras tem muita relação com nossa cultura mesmo.
Raphel, concordo mas discordo. Mesmo no país mais civilizado da Europa existe fraude, existe o espertinho, existe aquele que vai se aproveitar de uma falha técnica, humana ou jurídica para se beneficiar. Isso não é exclusividade de Brasileiro.
ExcluirNinguém reclama de colocar alarme no carro, pois sabe que o alarme inibe o ladrão e atrasa o roubo em alguns minutos, tirando o incentivo do furto. Seguindo sua lógica não deveríamos ter alarme no carro. Deveríamos ter uma justiça mais severa e ágil contra ladrões de carros. Eu defendo uma mistura dos dois: Acabar com a sensação de impunidade, porém usar a tecnologia e os métodos para evitar o crime. O famoso "prevenir para não precisar remediar".
É impossível erradicar a fraude, pois sempre existirão "portas dos fundos" abertas por humanos, mas com a tecnologia de hoje conseguimos tornar o processo de fraudar tão trabalhoso que vai acabar tirando o incentivo ao crime.
Em uma grande instituição financeira de São Paulo, ao inserir um pen drive em um computador, a porta USB não é apenas bloqueada. A central de segurança é notificada na HORA e você corria o risco de ver o seu ramal tocando. A gente até brincava que a central era composta pelos 3 gêmeos do Minority Report. Boa vontade, meu caro. Boa vontade.
Fala Bumba, quanto tempo !
ExcluirHoje em dia ainda temos GPS a custos baixos, poderia se pensar em alguma solução que contemplasse isso.
Cruvinel, um amigo desenvolveu o sistema antifraudes que monitora a coleta de lixo na cidade de São Paulo. Como as empresas ganham por tonelada, era normal passarem na balança de pesagem mais de uma vez.
ExcluirEle montou um sistema que rastreia a rota do caminhão de lixo e impede duas passagens seguidas sem repetir a rota. Foi algo relativamente simples e colocar em um dispositivo que envia dados para um servidor remoto, a prova de fraudes. Como eu disse, com boa vontade se resolve.
As vezes tenho a impressão que esses que escrevem que malandragem "é coisa de brasileiro", nunca sairam do país.
ResponderExcluirMalandro e "espertinho" tem em qualquer esquina do mundo, gente.
Só muda o lugar, mas o mau-caratismo é o mesmo, é apátrida...
Pois é: ter, tem. Só que se juntar todos os malandros de Noruega, da Finlândia, da Dinamarca, de Suécia, e bota mais uns paises aí, não dá metade do que tem de malandro em qualquer bairro do Rio de Janeiro. E tem outra: os malandros de lá, vão parar na cadeia, os daqui, muitas vezes, viram ídolos nacionais.
ExcluirÀs vezes tenho a impressão de que esses que saíram do país não percebem que nosso problema não é de caráter, mas sim cultural, ajudado pela ineficiência das autoridades.
ExcluirMalandragem e gente querendo levar vantagem tem em todo lugar. Mas a distribuição não é homogênea.
ResponderExcluirNão é homgênea mesmo. Pelas bandas de cá o número de malandros e espertinhos por m2 parece ser bem maior...
ExcluirAAD, o site é
ResponderExcluirhttp://www.precodotaxi.com
e não
www.precodetaxi.com
CMF, corrigido.
ExcluirValeu pela dica.
Podem inventar o taximetro a prova de adulteração. Aqui no Rio, onde a malandragem dá nó em pingo de eter, vão descobrir um jeito de fraudá-lo em uns dois dias, no máximo. Isto porque no primeiro dia, ainda vai rolar uma "conversa" para acertar tudo com os fiscais da SMTU.
ResponderExcluirSobre os combustíveis, quando há evidente distorção entre o valor apontado pelo computador de bordo zerado ao abastecer( com rodas e pneus originais) e a média feita pela litragem da bomba x odômetro, podem desconfiar que entrou menos gasolina que a litragem da bomba apresentou e vc possivelmente pagou mais por menos...
ResponderExcluirJá li reclamação de leitor dessa divergência de consumo, foi em caderno de veículos de jornal de grande circulação e o jornalista responsável pelas respostas não aventou essa possibilidade ( a das bombas que injetam menos combustível que marcam).
Com a proliferação do GPS, uma idéia seria combinar kilometragem percorrida e tempo gasto (haja congestionamentos).
ResponderExcluirVocê sobe no taxi, o taxista digita o local de destino e você é informada da kilometragem a ser percorrida.
Com um pouco de boa vontade dá para aprimorar.
Eu uso GPS no meu taxi desde 2005, e quando os passageiros tinham duvidas sobre valores de certos trajetos, eu colocava no gps e mostrava a kilometragem, multiplicava pelo valor do km rodado somava a bandeirada e passava o valor, porém a de o passageiro entender que sinais e transito podem contribuir com o valor final da corrida. Abraço
ExcluirEsbravejem alguns ou não mas, infelizmente, o Brasil é o recanto da picaretagem, não dá para negar. "Jeitinho" existe em todo lugar do mundo, porém aqui o negócio é demais, descarado... Já tive o desprazer de entrar em táxis de espertalhões, que só não me dei mal por conhecer o caminho.
ResponderExcluirE fugindo um pouco do tema automóvel, em quase tudo nesta terrinha tupiniquim temos que brigar ou ficar alerta para não sermos passados para trás. Telefonia (fixa e móvel) e empresas de TV a cabo são as piores. Já troquei de empresas de telefonia 3x (uma fixa e duas móveis) e de TV a cabo/Internet 1x. Isso sem contar as várias vezes que briguei um bocado, pessoalmente e por telefone, e-mail etc.
Não adianta, o problema é cultural, vem de berço.
Uma pulga aboletou-se atrás da minha orelha e perguntou: se a aferição do INMETRO não impede que uma bomba de combustível ou um taxímetro sejam adulterados para aumentar o lucro do usuário, quem garante que isso também não acontece com os radares de velocidade, especialmente quando operados por empresas privadas que recebem parte da arrecadação das multas?
ResponderExcluirIsso é tão certo quanto 2+2=4. Matou a pau.
ExcluirFVG
É interessante notar que ninguém lembra o subsídio abjeto que transforma taxistas em privilegiados pois não pagam impostos ao adquirirem seus veículos.
ResponderExcluirIsso existe há cerca de trinta anos e os argumentos que tentam justificar são facilmente contestáveis apenas apelando ao princípio da isonomia.
Creio que está na hora de discutir melhor esse tema. Além do preço, o veículo deveria ser padronizado e ao término de sua vida útil desmontado e reciclado e não vendido como usado.
AAM
Isso mesmo. Também me pergunto por que o modelo para táxi não é padronizado e por que branco? Deveria ser uma cor própria, específica para o táxi, como um tom de amarelo (como é no Rio).
ExcluirExcelente!!! Deveria ser assim mesmo.
ExcluirAqui no RJ, mesmo conm a cor amarela está cheio de taxis piratas...
ExcluirVivendo e aprendendo. Não sabia dessa, por isso que leio o AE.
ResponderExcluirO que eu já vi fazerem: fui estagiário de um órgão público municipal, no qual os veículos da frota eram terceirizados (contratados por licitação, com motorista, e disponíveis aos funcionários em seus deslocamentos - a título explicativo, para que ninguém pense que funcionário público passeia sem razão, era uma companhia de águas, e não raro, aliás a todo momento, eram necessários serviços técnicos externos).
Esses motoristas terceirizados ganhavam por quilômetro rodado, mais um valor "simbólico" fixo para ajudar nas despesas nos meses em que os funcionários saíam menos (períodos de férias em massa, por exemplo).
Tinha muita Kombi, que transportava o pessoal que consertava canos nas ruas. Sabemos que a Kombi tem (tinha?) o sensor do velocímetro na roda.
Pois tinha um motorista que, em épocas de vacas magras, virava o volante da Kombi para a esquerda, deixando o tal sensor à mostra, desconectava o cabo do velocímetro e conectava um motor de ventilador a ele, deixando horas e horas ligado girando o cabo. E assim a quilometragem lá no painel aumentava, aumentava...
E dá lhe o bolso do contribuinte pagando a malandragem do motorista! Sou servidor público também, se eu pegasse isso no órgão onde trabalho, com certeza entregaria o motorista Gérson pro setor responsável pelas contratações de serviços.
ExcluirSei que é uma classe de trabalhadores, com milhares de membros que sustentam suas famílias, mas para mim táxi é algo totalmente dispensável, ainda mais hoje em dia pelo baixíssimo custo/benéfico por km rodado.
ResponderExcluirJeitinho brasileiro, em tudo à.
Alexandre Zamariolli, sabe que eu me pergunto a mesma coisa, principalmente pelo fato de tantas pessoas que conheço tomarem multas "no limite". Tipo, o cara tava a 67 e com o desconto, ele passou a 61...conheço umas cinco pessoas nessa situação....
ResponderExcluirAssistam:
ResponderExcluirAparelhos eletrônicos aceleram taxímetros em São Paulo
http://noticias.uol.com.br/videos/assistir.htm?video=aparelhos-eletronicos-aceleram-taximetros-em-sao-paulo-0402CD983870D0A12326
Em Foz do Iguaçu, é quase obrigação negociar preço fechado da viagem com o taxista, pois qualquer "volta no quarteirão" dá uns R$20 no mínimo, então quem dirá andar uns 4 km...
ResponderExcluirVerdade, aqui em Foz deve ser a tarifa mais cara de taxi do Brasil, absurdo mesmo, para me deslocar do trabalho ate minha casa que gira em torno de 9km a conta com taximetro ligado sempre fica em torno de 27 reais.
ExcluirNa boa, no Rio de Janeiro quase todos são literalmente BANDIDOS.
ResponderExcluirUm cara que faz uma fraude dessa não tem a menor moral pra reclamar de políticos: são farinha do mesmo saco, só muda a quantidade de farinha.
Vc está muto enganado querido, Eu sou taxista e te digo que nesses 11 anos de profissão que tenho, os maiores bandidos são os que vc menos pensa, citando um exemplo Rodoviaria: É atendida pelo Novo Rio Coop, valor fechado no guichê sempre com 30% a mais do vlr real, Aeroportos: São os maiores safados que existem, cobram no tiro dos turistas e recusam corridas próximas ou pequenas ou cobram no tiro tambem, cito as cooperativas AEROCOOP e AEROTAXI.. cuidado! esses são os piores!
ExcluirPrefira as cooperativas que não trabalham nesses locais, eu por exemplo não sou de nenhuma, fico rodando pelas ruas, mas existem otimas coops como Central de Taxi, Cooparioca, entre outras... abraço
É ISSO AD, PAU NESSES CANALHAS SEM REVÓLVER!!!
ResponderExcluirO que voces esperam,se usassem toda essa esperteza para ajudar isto aqui seria muito melhor, o que se espera de um país que não deu certo a tornozeleira eletronica para controlar os presos em liberdade provisória, o único lugar que conseguiram desarmar o aparato! Se fosse usada toda esperteza que se usa para lesar o próximo estariamos vivendo em um país de primeiro mundo.
ResponderExcluirFalando em táxis, algum colega aí do Rio de Janeiro poderia me explicar a diferença entre os táxis amarelos e os vermelhos além da cor, é claro?
ResponderExcluirFVG
Oi amigo, os taxis amarelos são os taxis comuns com valores cobrados pelo taximetro, os vermelhos e azuis por exemplo, são taxis especiais cujo a cobrança pela tarifa é feita por uma tabela, em que o trajeto a bairro X por exemplo custa X, esses especiais são mais caros que os amarelos, mas esses não podem apanhar passageiros pelas ruas como os amarelos... abraço
ExcluirObrigado a todos pela participação.
ResponderExcluirA questão da adulteração é um problema comum no Brasil.
Temos a impressão que os aparelhos eletrônicos são sempre os mais precisos, mas na verdade são os mais fáceis de serem fraudados.
Nem lembrem de urna eletrônica...Salvador na época de ACM e no DF na época de Roriz, foram muito "problemas"...
ResponderExcluirAnonimo das 10:45, amarelos com faixas azuis são os táxis comuns, com taxímetro. Existem especiais azuis, vermelhos e brancos, que cobram praticamente o dobro. E eram especiais quando usavam Opalas com ar condicionado enquanto os amarelos eram Fuscas ou Gols. Agora não valem a pena, sobrevivem com as máfias de aeroportos.
ResponderExcluirValeu a explicação, AC. Realmente hoje em dia não vale a pena já que os modelos muitas vêzes são os mesmos e todos têm ar-condocionado. Pelo menos foi o que eu vi da última vêz que estive na cidade maravilhosa.
ExcluirNo Rio de Janeiro eu fui literalmente roubado por cerca de 5 dias (umas 7 viagens de taxi de mais ou menos 20km cada) Até que ao ir de volta para o aeroporto, rumo a Brasília, notei que em um trajeto bem maior, cerca de 40km, o valor havia sido uns 30% mais barato que o dos pequenos trajetos. O taxista me avisou que era assim mesmo, poucos rodavam "original".
ResponderExcluirNão tenho certeza, mas acredito que usei táxi uma vez na vida. Ainda bem.
ResponderExcluirNão tenho certeza, mas acredito que usei táxi uma vez na vida. Ainda bem.
ResponderExcluirAqui em chapecó, a bandeira 2 tem quase o mesmo preço da bandeira 1....rsrsrs. Chega a ser ridículo. Se vou da minha casa ao aeroporto de noite cobram R$ 36,00. De dia R$ 34,00.
ResponderExcluirPior é a adulteração ns urnas de voto.
ResponderExcluir