Por cerca de 1,2 bilhão de euros a família Bonomi, dona da Ducati, venderia a prestigiada marca de motos superesportivas: essa é a notícia mais forte desses últimos tempos envolvendo marcas de motos que podem mudar de dono.
Os Bonomi querem vender porque, dizem, a marca para crescer precisa de investimentos fortes que apenas um grande grupo industrial poderia fazer. Donos da Investindustrial Holdings, que não tem na indústria mas sim nas finanças sua especialização, a família na verdade segue a cartilha do capitalismo mais básico, tendo comprado a marca de Bolonha "na baixa", em 2006, investido e triplicado o seu valor de mercado nesse período.
Sem nenhum particular amor à marca "rossa", os Bonomi querem – como se usa dizer no mercado financeiro – "realizar", vender enquanto sabem que terão bom lucro já que, como se sabe, não são exatamente bons os ventos que sopram na Europa, especialmente na Itália, e idem no mercado de motos esportivas que é o filão principal da Ducati. Diga- se de passagem que em 2011, apesar da crise, a Ducati bateu seu recorde histórico de produção, desovando 42 mil motos (apesar do fracasso na MotoGP com Valentino Rossi, compensado pelo título no Mundial da SBK (Superbike) com Carlos Checa).
Entre os candidatos principais à aquisição foram
citados o Grupo Volkswagen, a indiana Mahindra e a BMW. Todos fortíssimos industrialmente
falando. Mas é claro que se aparecer um grupo financeiro, ou fundo de
investimento pagando o tal 1,2 bilhão, os Bonomi vendem.
Ferdinand Piëch |
Um palpite? Quem vai "papar" a Ducati será a
Volkswagen e a razão é a há tempos anunciada intenção do grupo alemão em
agregar uma marca de motos ao "barraco". E mais: Ferdinand Piëch, que
foi o principal executivo do grupo e ainda é presidente do conselho, é um amante de
motos esportivas, particularmente...as Ducati! Em 2005 revelou ter se
arrependido em não comprar a marca no lugar dos Bonomi. Quem sabe agora não
seja a hora?
De caráter controverso (12 filhos de quatro casamentos diferentes, ateu, disléxico e com fama de demitir executivos como quem troca de cueca), Piëch é neto de Ferdinand Porsche e foi na marca fundada pelo avô que começou sua carreira. Engenheiro, tem no seu currículo colocar a Audi no lugar que ela se encontra hoje, brigando com BMW e Mercedes-Benz. Tem um Bugatti Veyron na garagem e "sangue nos olhos" apesar dos 74 anos de idade.
Se a VW der tal passo e ingressar no mundo das motos, deverá se espelhar no que fez a BMW com a Husqvarna: a marca – sueca de origem – mas italiana de fato desde seu renascimento nos anos 90, mantave todo seu staff e instalações no país da bota, desfrutando apenas das evidentes sinergias técnicas com a marca de Munique. Certamente a Volkswagen ou qualquer outro grupo que venha a adquiri-la sabe que as Ducati tem de nascer em Bolonha assim como os Ferrari em Maranello...
RA
Seja quem for o comprador, tomara que cuide bem da marca, para que continue sendo uma opção que fuja à "mesmice" das japonesas, que são ótimas, mas muito parecidas entre si em todos os aspectos.
ResponderExcluirTomara que quem compre a Ducati mantenha o mesmo padrão que sempre caracterizou a marca, de justamente fugir da mesmice das "superbikes", como comentou o colega acima. Se algum dia eu for comprar alguma moto (não sou necessariamente um fã das duas rodas...), será com certeza uma Ducati ou Harley-Davidson.
ResponderExcluirBom, tudo que a VW pegou, se transformou de forma maravilhosa.
ResponderExcluirVide Lamborghini.
vc quer dizer ,lá fora né...
Excluirclaro que lá fora!
Excluirela comprou algo por aqui?
cada uma viu...
Anonimo, aqui ela comprou a DKW e a Chrysler, e matou as duas.
ExcluirA puma não foi vendida pra VW também?
ExcluirSó os fortes sobreviverão, essa é lógica do mercado atual. Será que isso e bom?
ResponderExcluirSe a VW concretizar essa compra, aí o cotovelo da Fiat vai doer - e muito! A marca italiana patrocinou a Yamaha por causa do Valentino Rossi, e agora se a Ducati ficar sob o guarda-chuva da VW, será um duro golpe nos marketeiros da Fiat, que só querem tudo o que já está dando certo, no ápice...
ResponderExcluirQuem teve uma Ducati nunca esquece do conforto espartano mas compensado pelo comportamento esportivo, assim como é um Volkswagen. Tomara essa compra se realize mesmo e tomara eu possa comprar outra...estão a cada dia mais caras!
ResponderExcluirGostei muito do post.
Ducati 350 Desmo 1970, fui um cara feliz por bastante tempo
ExcluirQue bom. Se é de dinheiro que a italiana precisa, a Volkswagen tem de sobra. Só espero que os engenheiros alemães não adaptem a frente-padrão-tudo-igual dos carros nas Ducati também...
ResponderExcluirA BMW tem mais experiência ( muito mais) em motocicletas, mas já têm sua marca e produtos consolidados, provavelmente eles não evoluiriam os produtos da Ducati para concorrerem com eles...
ResponderExcluirMas a VW pode investir mais, e não precisa limitar o crescimento de seus produtos nesse nicho ( eles não tem nenhuma outra marca de motos certo?) então acho que com a VW ficaremos mais providos de competição entre as marcas e mais busca por aperfeiçoamento nos produtos.
ps: esse veínho é doido!!
Em 2008 fala-vase na possibilidade da BMW se associar a Suzuki para produzir motos. Só que isso acabou em nada.
ResponderExcluirAgora a coisa parece ser diferente.
É ISSO AÍ AGRESTI, PAU NESSES CAPITALISTAS ANTI-ENTUSIASTAS!!!
ResponderExcluirTieta do Agresti, lua cheia de verão...
ResponderExcluirFerdinand Porsche teve 9 filhos, este Piëch é neto dele, e teve 12 filhos.
ResponderExcluirSó especulando: quantos descendentes tem Ferdinand Porsche hoje? Uns duzentos?
Anônimo Fev 18 12:22
ExcluirFerdinand Porsche só teve dois filhos, Ferdinand "Ferry" Anton Ernst e Louise. O neto Ferdinand Piëch é filho de Louise e Anton Piëch.
Não sou defensor da Volks quanto ao fim da DKW e da Chrysler aqui no Brasil,mas do ponto de vista mercadológico uma na verdade não acabou totalmente,afinal de contas toda a engenharia de motor dianteiro refrigerado a agua que a Volks absorveu veio da DKW e nos retornou alguns anos depois na fora do Passat... Já no caso da Chrysler,apesar que são carros que hoje despertam grandes paixões (inclusive a minha rsrs),na época não eram o produto certo...Os Dodges estavam encalhados nas concessionárias,nem a reestilização cosmética os salvou...Era a segunda crise do petróleo,o povo não queria saber de carros ditos beberrões,além do mais já haviam carros como o Corcel II que aliavam luxo a economia...Porém um carro que acredito que a Volks só o tirou de linha ,pois do contrário canibalizaria o mercado deles próprios,causando concorrencia interna,foi o Dodge Polara,pois tinha acabamento e desempenho superior ao do Passat,então numa estratégia de mercado,retiraram a produção daqui e mantiveram para a Argentina,já que lá não teve o Passat...
ResponderExcluirO Grupo VW tem poder e tecnologia muito mais que suficientes para alavancar a Ducatti a um novo patamar, tal como meu exemplo anterior da Lamborghini, do qual hoje são considerados o Top dos super esportivos, fora a beleza, a técnica de construção e entre outras coisas realmente boas.
ResponderExcluirDinheiro, conhecimento e amor é o que realmente importa.
E não fiquem achando que vai descaracterizar a Ducatti...Muito pelo contrario, o que é bom e tem alma, se mantem.