Piero Gancia nos deixou hoje e estou muito triste. Nascido em Turim, Itália, fez 88 anos em 30 de agosto. Tinha a saúde debilitada pelo Mal de Alzheimer, do que eu estava a par pelo filho e também amigo, Carlo.
Muitos não sabem que Piero Gancia foi um expoente do automobilismo brasileiro, quando no comando da equipe Jolly-Gancia deu muitas vitórias à Alfa Romeo no Brasil, ora como piloto, ora como chefe de equipe. Ele sagrou-se campeão brasileiro em 1966.
Entre suas honrosas atribuições, foi presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo de 1987 a 1991. Uma de suas grandes realizações à testa da entidade, por sugestão do ex-piloto Bird Clemente, foi dar ao campeão brasileiro de Fórmula 3 brasileira, depois estendida à sul-americana, o mesmo status do campeão inglês da categoria, desse modo habilitando os pilotos sul-americanos à Super-Licença necessária para correr de Fórmula 1. Rubens Barrichello e Christian Fittipaldi foram dois brasileiros que se beneficiaram da providência tomada por Piero Gancia (leia mais sobre a sua vida na página a ele dedicada no site Bandeira Quadriculada, do historiador e entusiasta Paulo Roberto Peralta).
Mas o que poucos sabem, e minha gratidão ao Piero será eterna, é que foi ele quem, por força de seu livre trânsito na Ferrari, por duas vezes conseguiu que eu testasse Ferraris na Pista de Fiorano, próximo à fábrica de Maranello. Um vez foi o Ferrari 355 e outra, o 512 TR berlineta boxer. Na época, período compreendido entre 1993 e 1997, eu era editor de testes e técnica da revista Autoesporte.
Foi graças ao Piero que eu pude chegar duas vezes diante do mítico portão com a placa "Pista di Fiorano" e vê-lo abrir-se. Uma vez dentro, na pequena área de box, disseram-me "Esta é a máquina, esteja à vontade". Nenhuma recomendação, nenhum limite de tempo, nada de reduzir velocidade nas retas com cones. Confiança total em mim, mas não meus lindos olhos, e sim pelo "avalista" que tive: Piero Gancia.
Obrigado de novo e sempre, amigo Piero. Eu e muitos sentiremos sua falta, mas ao mesmo tempo nos miraremos no seu exemplo de vida, na sua cortesia, na sua educação, na sua paixão e pilotagem de carros de corrida.
Deixo as condolências do AUTOentusiastas e minhas à D. Lulla e aos filhos Carlo, Eleonora e Barbara.
Resta in pace, campeão!
BS
Lindas palavras...
ResponderExcluirMinhas condolências aa Familia.
bob
ResponderExcluirPalavras emocionantes...Sentidas! Somente amizade e a lealdade geram palavras como essa.
um grande Abraço
Comovente teu depoimento.
ResponderExcluirJá tinha lido sobre ele em revistas antigas.
Meus sinceros pêsames.
Bela mensagem, Bob. Minhas condolências à família. Tive 2 avós que sofreram de Alzheimer e sei o quanto deve ter sido difícil para os familiares e amigos mais próximos.
ResponderExcluirD.Piero foi um "bravo brasilianno".
ResponderExcluirGentleman, grande piloto, grande empresario e inestimavel incentivador do nosso automobilismo.
Que o automobilismo brasileiro saiba reverenciar para sempre a lembrança do campeão de 1966.
Antonio Seabra
Faço minhas suas palavras. Bons tempos do autodromo do Rio quando oPIERO com as GTVs OKM mais o Emilio Zambello . Muitas saudades
ResponderExcluirCarlos Sanzio Neto
csaneto@gmail.com
Ícone do automobilismo. Merece reverência de todos que acompanharam seu desempenho nas pistas e na administração como dirigente e empresário. Deveria ser homenageado com nome de autódromo (fica a sugestão ao pessoal do Velopark).
ResponderExcluirCondolências à familia.
Irapuã
bob, belo texto.
ResponderExcluirtenho a convicção que o piero construiu uma legenda. era o empresário vitorioso, o gentleman driver europeu. participava, motivava - quem não sem lembra de um 1.000 km de brasília com dona lula e seu motorista correndo em fiat com kit abarth ?
e empreendia. montou uma equipe para resgatar e dar cor ao nome alfa nas corridas; a estrutura para importá-los e mante-los,foi marco e referência.
e era, como exemplificou o bob, o sóbrio aval do empresário europeu ao automobilismo local, tão distante no sub equador.
vai o homem, fica a imagem da finura, da elegância, da seriedade, da gentileza. uma perda nestes tempos de valores tão trêfegos. r nasser
Faço minhas as suas palavras Bob.
ResponderExcluirPessoa singular e extremamente simples, sem estrelismos.
Uma grande perda...
Mais um que se vai,Bob,talvez fosse melhor nós irmos primeiro do que assistir amigos queridos indo na frente.......
ResponderExcluirEle e a esposa Lulla fizeram muito pelo automobilismo nacional, da época de pilotos até o período gestão da CBA. Descanse em paz, Piero.
ResponderExcluirÓtima homenagem Bob, através de leituras antigas e sites relacionados, eu percebi a importância que este grande homem teve para o automobilismo nacional.
ResponderExcluirMeus sentimentos a família!
P.s: 512TR hein? que máquina que deve ser!
Grandes feitos, grande homem. Sei como é triste Alzheimer. E ele também tem um grande avalista aqui com você homenagenando-o, Bob.
ResponderExcluirVamodoido,
ResponderExcluirObrigado. De fato, eu tinha enorme respeito e consideração para com o Piero.
EH o grande ¨time¨ Jolly que tanto fez pelo Cuore vai se desfazendo, não nos esqueçamos que a tempos atras foi-se estupidamnente nosso querido Manolo.
ResponderExcluirQue estejam em paz
Durval
ResponderExcluirE bem antes do Manolo, o Giuseppe Perego, que ensinou tudo ao Manolo. Era mesmo um grupo incrível: Piero, Zambello, Giuseppe e Manolo. E de quebra o mecânico Filippo, excelente também.